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26 de abril de 2023

  • Estimativa de exportação de soja é reduzida pela Anec em abril

    Associação também fez projeções para os embarques dos subprodutos da oleaginosa, bem como para os envios de trigo e milho

    A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu sua projeção de embarques de soja em abril em 9,3%. Assim, são apontadas 13,736 milhões de toneladas, ante 15,152 milhões de toneladas estimadas na semana passada.

    Em março, o país enviou ao exterior 14,421 milhões de toneladas de soja, segundo a entidade. A Anec também cortou previsões de exportações de farelo de soja e de trigo e elevou a de milho.

    No caso do farelo, a expectativa agora é de que seja enviado ao mercado externo em abril 1,856 milhão de toneladas, abaixo dos 2,043 milhões de toneladas projetados há uma semana. No mês passado, o volume do derivado exportado foi de 1,795 milhão de toneladas.

    Exportação de milho e trigo

    Quanto ao milho, a associação voltou a projetar embarques de 207,1 mil toneladas neste mês, mesmo volume esperado há 14 dias. Na semana passada, a entidade havia cortado sua projeção para 186,6 mil toneladas. Em março, o Brasil exportou 780,9 mil toneladas de milho.

    Em relação ao trigo, a estimativa atualizada para abril é de 207,6 mil toneladas exportadas, contra 237,6 mil toneladas previstas na última passada. No mês passado, o País embarcou para o exterior 603,1 mil toneladas de trigo.

    Na semana de 16 a 22 de abril, o Brasil exportou 3,251 milhões de toneladas de soja, 388,8 mil toneladas de farelo de soja, 46,2 mil toneladas de milho e 6,4 mil toneladas de trigo.

    Para a semana de 23 a 29 de abril, a Anec prevê embarques de 3,911 milhões de toneladas de soja e 685,3 mil toneladas de farelo. Não são esperados embarques de milho nem de trigo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Excesso de chuva em regiões produtoras deve afetar qualidade dos grãos

    Preparos para a semeadura da segunda safra também podem ser prejudicados, principalmente no Norte e Nordeste, alerta meteorologista

    Em Mato Grosso, São Paulo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Goiás a colheita da soja já foi finalizada com boa produtividade. Contudo, no Rio Grande do Sul, as máquinas retiraram, por enquanto, 54% da área plantada com a oleaginosa, conforme a Safras & Mercado.

    Em solo gaúcho, observa-se grande desuniformidade entre as lavouras em relação ao rendimento de sacas devido à má distribuição das chuvas, de acordo com o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller.

    O estado deve produzir cerca de 14,5 milhões de toneladas de soja em 2022/23, segundo o 7º Levantamento de Safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O número é significativamente menor do que o potencial produtivo do estado, que gira entre 20 e 22 milhões de toneladas.

    Região mais prejudicada

    A região oeste do Rio Grande do Sul foi a mais prejudicada ao longo da safra de soja. “As chuvas com acumulados de 50 mm nos próximos dias devem se concentrar na porção nordeste do estado gaúcho. No restante, tempo mais estável. Com isso os trabalhos em campo não devem sofrer transtornos, acelerando a colheita na região”, destaca Müller.

    Já no Paraná, o clima mais seco permitiu um bom avanço da colheita nos últimos dias, deixando os trabalhos virtualmente finalizados. Os resultados obtidos estão superiores às estimativas iniciais. Agora, a produção no estado deve girar em torno de 22,3 milhões de toneladas.

    “Porém, volta a chover no estado paranaense, principalmente na região oeste. Por lá, os volumes podem chegar a 100 mm, gerando transtornos nas operações em campo nesta reta final de colheita ou nos preparos para uma segunda safra”, salienta o meteorologista.

    Chuva no Matopiba e outras regiões

    Na Bahia, a colheita está quase finalizada e as produtividades se mostram acima do esperado. “O tempo firme dos próximos dias deve contribuir para finalização dos trabalhos”, aponta Müller.

    Já em Minas Gerais, 99% da área de soja foi colhida. “O maior volume de chuva (60 mm) nos próximos dias fica concentrado na região nordeste do estado mineiro. Na porção oeste, acumulados de até 25 mm são esperados, o que não deve atrapalhar a
    finalização da colheita na região ou os preparos para o plantio de segunda safra”.

    No Maranhão, por sua vez, a evolução da colheita está apontada em 98% da área. O estado também conta com índices de rendimento médio de sacas acima do inicialmente estimado.

    “Na porção Centro-Sul, o acumulado de chuva esperado fica na casa dos 30 mm, o que não deve prejudicar as operações em campo. Porém, na faixa norte, os volumes podem chegar a 110 mm. Assim, transtornos no campo e impacto na qualidade do grão podem ser sentidos”, avalia Müller.

    Região Norte e Nordeste

    As lavouras de soja se desenvolveram em boas condições em quase todas as regiões produtoras do Piauí. A área colhida está em 97%, confirmando boas produtividades. “Na porção Centro-Sul do estado, acumulado de chuva esperado fica na casa dos 35 mm. Porém, na faixa norte, os volumes podem chegar a 90 mm, que podem gerar transtornos nas operações em campo”.

    Já no Pará, restam algumas áreas a serem colhidas no oeste e sudoeste do estado. “As chuvas constantes no Polo de Paragominas afetam um pouco a qualidade dos grãos”, alerta.

    De acordo com o meteorologista, deve continuar chovendo na faixa centro-norte paraense, com volumes que podem chegar a 170 mm no decorrer dos próximos dias. “Esse excesso vai gerar transtornos no campo nessa reta final de colheita”, conclui o meteorologista.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: biológicos no manejo de pragas traz incremento de até 8 sacas

    Especialistas detalham manejo integrado que trouxe controle de até 50% nos ataques de mancha alvo e cercosporiose

    Aumento de produtividade de soja, redução de pragas e nematoides e maior controle de doenças na cultura. Esse é o diagnóstico de pesquisas feitas pela Fundação MT com o uso de produtos biológicos durante a safra 2022/23.

    O trabalho foi conduzido no Centro de Aprendizagem e Difusão, em Sapezal-MT (CAD Oeste), com a semeadura da soja em 19 de outubro do ano passado.

    De acordo com o fitopatologista e pesquisador da entidade, João Paulo Ascari, mancha alvo e cercospora foram as doenças mais presentes, além de baixa pressão de lagartas e percevejos, e média a alta pressão de mosca-branca.

    Entre os nematoides, houve presença de nematoide de cisto (Heterodera glycines), das galhas (Meloidogyne spp.), das lesões radiculares (Pratylechus spp.) e o espiralado (Helicotylenchus spp.).

    Tratamento de sementes e de folhas

    No padrão de manejo integrado, onde foi realizado o tratamento de sementes e aplicações foliares com produtos químicos, além do uso de biocontroladores, o pesquisador detalha os resultados:

    • Redução de até 40% na população de nematoides e de 30% na população de pragas com relação ao tratamento testemunha (apenas com inoculante biológico e sem manejo desses problemas)
    • Em relação às doenças, o controle foi de até 50%, considerando a mancha alvo e cercosporiose como as principais

    “No caso dos nematoides, mesmo utilizando cultivar sensível, houve redução da população e nos tratamentos sem bioinsumos houve multiplicação dos parasitas”, completa o especialista.

    Aumento de produtividade de soja

    Consequentemente, a resposta em produtividade também foi satisfatória com a adoção dos produtos sustentáveis e, de modo geral, o incremento chegou a até 8 sacas de soja por hectare.

    “Esse era o nosso objetivo, mostrar que o uso de biocontroladores é uma forma de alcançar mais sustentabilidade, incrementando o manejo já praticado e obtendo resultados em produtividade satisfatórios ao produtor e com menor impacto ao meio ambiente”, pontua João Ascari.

    O Projeto Biológicos segue acontecendo na safra de algodão, e a proposta é que os tratamentos sejam repetidos por mais três safras (soja e algodão) para verificar a consistência dos dados, e com espaço para novas empresas parceiras.

    Nesta edição, participaram a Biocontrol e a Lallemand com o posicionamento de seus produtos bionematicidas, bioinseticidas e biofungicidas em dois tratamentos, o biológico e o integrado.

    Ensaio protetores

    Também conduzido em Sapezal na cultura da soja, este ensaio utiliza indutores de resistência, além de três diferentes biofungicidas e ainda fungicidas sítio-específicos.

    O papel dos indutores é auxiliar a planta a ter um sistema de defesa mais ativo e capaz de se defender dos patógenos mais rapidamente. Já os biofungicidas têm a responsabilidade de reduzirem e até impedirem o desenvolvimento das ameaças, e ainda podem atuar na indução de resistência das plantas.

    Doença presente na soja o ano inteiro

    A pressão de mancha alvo é considerada alta na região, além disso, o inóculo da doença está presente o ano inteiro devido as culturas de soja e algodão multiplicarem o patógeno.

    João Ascari explica que o ensaio é um pontapé para essa complexidade que vem surgindo no controle não só de mancha alvo, mas de cercospora também, e procura entender que outras alternativas são viáveis além dos multissítios, que ainda são fundamentais no controle, como alcançar mais produtividade e manejo anti-resistência a fungicidas.

    A cultivar utilizada é representativa na região do estudo e sensível às principais manchas foliares. Com o uso das ferramentas biológicas, o controle das doenças chegou a cerca de 30% em relação à testemunha sem fungicidas.

    Já o incremento em produtividade foi de até cinco sacas por hectare. “Os resultados para soja foram muito bons, chamou a atenção a forma como os biológicos e indutores têm contribuído no controle de doenças. Vamos investir mais energia nesse ensaio, replicando em outros CAD’s para comprovar o efeito também regional”, detalha o profissional.

    Uso racional de químicos

    A entomologista e pesquisadora da Fundação MT, Lucia Vivan, ressalta que para o controle de pragas nem sempre há aumento de produtividade, mas que é possível observar o uso mais racional de produtos químicos, redução de surtos de população e controle por períodos maiores se comparado ao controle químico.

    “Para o uso de produtos biológicos é importante que o produtor faça o monitoramento constante da sua área, identifique as primeiras infestações e acompanhe a flutuação populacional da praga. O manejo integrado com químico e biológico tem mostrado bons resultados em diferentes culturas”, completa.

    De 25 a 28 de abril este tema estará em evidência no XXIII Encontro Técnico Soja, evento tradicional da Fundação MT que acontece em Cuiabá, mas também com transmissão online.

    No dia 27, pesquisadores estarão reunidos no talk show “Aplicabilidade do uso de biológicos no sistema de produção”, onde vão trazer discussões sobre controle biológico e sustentabilidade e mostrar resultados de pesquisas em entomologia, fitopatologia e nematologia.

    Um dos estudos se refere ao Projeto Biológicos, que há quatro anos é realizado nas culturas de soja e algodão, e o Ensaio Protetores, iniciado mais recentemente nas mesmas culturas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/