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9 de maio de 2023

  • Carne bovina: exportação brasileira ‘despenca’ em abril, diz Abrafrigo

    As exportações brasileiras de carne bovina diminuíram 43% na receita e 25% no volume, quando comparado com o mesmo período de 2022

    As exportações de carne bovina brasileira sofreram uma queda significativa em abril deste ano, tanto em receita quanto em volume. As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

    De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (8), as exportações totais (incluindo produtos in natura e processados) diminuíram 43% na receita e 25% no volume.

    Em abril de 2022, o Brasil arrecadou US$ 1,104 bilhão com as exportações de carne bovina, enquanto em abril de 2023 esse valor caiu para US$ 626,9 milhões.

    Em termos de volume, as exportações passaram de 186.565 toneladas em abril de 2022 para 140.709 toneladas em abril de 2023.

    No 1º quadrimestre de 2023, as exportações caíram 28% em receita e 12% em volume em relação ao mesmo período do ano anterior.

    A queda nas exportações pode ser atribuída em grande parte à diminuição das importações pela China, que garantiu uma receita de US$ 2,233 bilhões e comprou 344.270 toneladas de carne bovina brasileira de janeiro a abril de 2022.

    Já no mesmo período deste ano, a receita foi de US$ 1,326 bilhões e a movimentação de 269.136 toneladas, o que significa uma queda de 40% em receita e 22% em volume.

    Os preços médios também tiveram uma queda significativa, passando de US$ 5.916 em abril de 2022 para US$ 4.455 em abril de 2023, uma redução de 24,7%.

    No acumulado deste ano, os preços médios caíram 18%, passando de US$ 5.486 para US$ 4.506.

    Em janeiro deste ano, as compras da China resultaram em US$ 485,2 milhões em divisas, com movimentação de 100.164 toneladas. Em fevereiro, a receita foi de US$ 355,7 milhões, com importações de 72.537 toneladas. Em março, a receita foi de US$ 278 milhões e a movimentação de 55.534 toneladas. Já em abril, a receita caiu para US$ 208 milhões e o volume para 40.901 toneladas.

    No quadrimestre, os Estados Unidos se posicionaram como o segundo maior cliente do Brasil. Porém, a receita proveniente do país teve uma queda significativa de 23,7%, passando de US$ 436,5 milhões em 2022 para US$ 333 milhões em 2023. A movimentação também sofreu queda, de 79.198 toneladas para 75.241 toneladas, representando uma redução de 5%.

    Chile também apresentou uma redução em suas receitas, que passaram de US$ 128,2 milhões para US$ 120 milhões, o que representa uma queda de 6,4%. O volume de exportação de 25.757 toneladas para 25.431 toneladas também teve uma redução de 1,3%.

    Por sua vez, o Egito gerou uma receita de US$ 211,4 milhões em 2022, com uma movimentação de 55.273 toneladas. Já em 2023, a receita sofreu uma queda significativa, chegando a US$ 117,6 milhões (-44,4%), enquanto o volume de exportação de 33.071 toneladas representou uma redução de 40,2%.

    No geral, enquanto 65 países aumentaram suas compras do Brasil, outros 74 reduziram, o que pode ter impactos significativos na economia do país.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Mapa lança plano de ação estadual para ABC+ no RS

    Estado tem como meta a adoção de tecnologias sustentáveis em 4,6 milhões de hectares até 2030, o que deve resultar numa redução de emissões de 75 mi/t de CO2

    Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o governo do Rio Grande do Sul lançaram a versão estadual do plano setorial para adaptação à mudança do clima e baixa emissão de carbono na agropecuária, o ABC+. Com isso, o estado deve avançar na produção sustentável das lavouras e da pecuária.

    O plano ABC+RS foi elaborado por um grupo gestor estadual composto por profissionais de diversas instituições públicas e privadas ligadas ao agronegócio.

    As metas contemplam ações como avanços no sistema de plantio direto e maior adoção de bioinsumos nas lavouras, irrigação, recuperação de áreas degradadas, adoção de sistemas integrados de produção, terminação intensiva de gado, manejo de florestas plantadas e destinação de resíduos da produção animal. O objetivo é evoluir em produção sustentável.

    “O Plano ABC+ é desenvolvido a nível nacional e os estados começaram a implementar ações a partir de maio do ano passado. Aqui no RS, 116 mil produtores já receberam orientações de órgãos como Emater e Senar. A meta é de que as tecnologias sustentáveis sejam adotadas em 4,6 milhões de hectares até 2030 no estado, o que vai resultar numa redução de emissões de 75 milhões de toneladas de CO2″, diz Marjorie Kauffmann, secretária do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul.

    A redução dos gases é considerada fundamental para os desafios climáticos e que impactam diretamente produtores gaúchos com cenários recorrentes de estiagem, por exemplo. No estado, produtores já financiaram R$ 520 milhões em recursos do Pronaf ABC+ e do Programa ABC+ com foco em tecnologias que devem elevar a produção gaúcha a um novo patamar, produtivo e sustentável.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Milho e Sorgo: Novas cultivares com potencial produtivo elevado chegam ao mercado

    Recém-desenvolvidos pela pesquisa, materiais apresentam boa produtividade sem pesar no bolso do produtor

    Duas novas cultivares de milho desenvolvidas pela Embrapa estão disponíveis para a próxima safra e têm em comum o bom potencial produtivo em condições de baixo e médio investimento, com sementes acessíveis. O híbrido BRS 2107, indicado para produção de grãos em lavouras de baixo e médio investimento e a BRS 4107, uma variedade de polinização aberta, para lavouras de baixo investimento.

    De acordo com as informações da Embrapa, ambas são de ciclo precoce-normal, com elevada resistência ao acamamento e quebramento de colmo, apresentam ampla adaptabilidade e estabilidade, sendo recomendadas para todas as regiões do Brasil, tanto na safra como na safrinha.

    Além disso, outra novidade é o híbrido de sorgo granífero, BRS 3318, superprecoce, apresenta alto potencial produtivo de grãos, estabilidade de produção e baixo fator de reprodução de nematoides.

    “O híbrido de sorgo granífero BRS 3318 foi desenvolvido a partir de demanda de mercado por um sorgo mais produtivo com alta sanidade foliar e baixo fator de reprodução de nematoides. Esse híbrido foi selecionado pelo seu excelente desempenho nas áreas de Cerrado, Triângulo Mineiro e Oeste Baiano, com produção de grãos acima de 5 t/ha”, relata o pesquisador da Embrapa Cícero Beserra de Menezes.

    “O objetivo é ofertar uma semente de custo e qualidade mais acessível ao produtor, ajudando a balizar o mercado de sementes. O número de cultivares de sorgo disponíveis no mercado nacional é bastante limitado, quando se compara com outros cereais, de forma que é preponderante o lançamento de mais cultivares para dar ao produtor mais opções de assertividade de plantio, uma vez que a segunda safra é muito afetada por variações climáticas de seca e frio”, diz Menezes.

    O novo sorgo BRS 3318 apresenta uniformidade, ciclo superprecoce e estabilidade de cultivo. É um híbrido simples, para a produção de grãos. Além disso, a cultivar já está registrada para as regiões brasileiras do Centro-Oeste e Sudeste, e deverá ter sua extensão de uso finalizada nesta safra para outras regiões.

    Com alto potencial produtivo, é estável e resistente ao acamamento. Uma de suas principais características é apresentar baixo fator de reprodução/multiplicação para o nematóide Pratylenchus brachyurus. Possui tolerância ao alumínio no solo e tolerância à seca. Todas essas características fazem dessa cultivar uma alternativa importante para sucessão de soja, especialmente para plantios na safrinha.

    Em tese, tanto as cultivares de milho como a de sorgo foram desenvolvidas pelos pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (MG). Testadas em várias regiões brasileiras, elas têm em comum o elevado potencial produtivo dentro das suas categorias, para atender a necessidades significativas do setor de grãos, incluindo pequenos, médios e grandes produtores.

    Milho de baixo custo de sementes: variedade BRS 4107 e híbrido BRS 2107

    “As duas cultivares de milho, a variedade BRS 4107 e o híbrido top-cross BRS 2107, têm características agronômicas equilibradas, ambas com ótima relação custo/benefício para o segmento de baixa/média tecnologia, sendo adequadas para produção de grãos em condições menos favoráveis”, explica o pesquisador Lauro José Moreira Guimarães.

    Esses materiais são indicados para cultivo em todo o território brasileiro, para plantios tanto na safra como na safrinha. Apresentam boa resistência a várias doenças, níveis de produtividade comparáveis às melhores cultivares em categorias similares (variedades e híbridos duplos), com estabilidade de produção e resistência a acamamento e quebramento.

    Segundo Guimarães, o BRS 2107 destaca-se por apresentar heterose, obtida pelo cruzamento entre parentais vigorosos e geneticamente complementares, sendo uma excelente alternativa para agricultores familiares que querem aprimorar a produção, substituindo variedades de polinização aberta por um híbrido com excelente potencial produtivo e baixo custo de sementes em relação a outros tipos de híbridos.

    Os desafios do milho

    O milho é cultivado em todos os estados brasileiros, em uma diversidade de sistemas produtivos, abrangendo desde a agricultura familiar até a agricultura empresarial. Para Lauro Guimarães, os grandes desafios da cultura passam por formas de manter e aumentar a produtividade com sustentabilidade.

    Ele cita duas das grandes mudanças que ocorreram nos últimos anos: o aumento da área da segunda safra de milho, que hoje responde por cerca de 76% da produção, segundo levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 2023 e o aumento dos custos, abrangendo sementes, fertilizantes, defensivos, combustíveis e maquinário, entre outros.

    “Isto tem feito com que os produtores busquem alternativas de acesso a uma genética competitiva a preços mais razoáveis”, diz Guimarães.

    “Grande parte das lavouras são destinadas à produção de grãos, com direcionamento, principalmente, para rações, etanol, produtos para alimentação humana e para diversas aplicações industriais. Além disso, existe relevante produção de milho verde e de forragem para animais na forma de silagem”, analisa o cientista.

    Dessa forma, diversos tipos de cultivares de milho estão disponíveis no mercado brasileiro, com peculiaridades e características que atendem a vários cenários produtivos, desde sistemas de cultivo altamente tecnificados, com uso de biotecnologias e altas taxas de aplicação de insumos, até sistemas de produção da agricultura familiar com baixos investimentos, conforme descrito pelos pesquisadores Israel Pereira Filho e Emerson Borghi, no levantamento de cultivares realizado em 2022.

    De acordo com Guimarães, “nesses diferentes cenários são utilizados tipos de cultivares diferentes, como os híbridos simples (HSs), híbridos triplos (HTs), híbridos duplos (HDs), entre outros tipos, convencionais ou portadores de tecnologias transgênicas. Por exemplo, os híbridos simples BTs são transgênicos e apresentam alto potencial produtivo além de resistência a pragas, e são os tipos de cultivar mais recomendados para sistemas de produção mais tecnificados. Esses tipos de híbridos são altamente responsivos aos investimentos em adubação, e a outras práticas de manejo, mas são os materiais com sementes de mais alto custo”.

    Por outro lado, Guimarães comenta que “existem cultivares que apresentam maior facilidade no processo de multiplicação de sementes, e por consequência, obtém-se menor custo para esse insumo. Além disso, com a adoção desses tipos de cultivares, geralmente, são recomendados menores taxas de aplicação de adubos e outros insumos, o que torna a implantação e condução da lavoura menos onerosa”.

    “Sementes de menor custo também podem compor uma importante estratégia no planejamento da sucessão de cultivos (soja – milho) em propriedades mais tecnificadas, principalmente em situações de maior risco climático – como no fechamento da janela de segunda safra”, detalha o cientista.

    Vantagem para a agricultura familiar

    Na maioria dos casos, a agricultura familiar prática sistemas de produção com menores investimentos e nesse contexto, a restrita disponibilidade de sementes melhoradas especificamente para este segmento pode trazer ainda mais vulnerabilidade aos agricultores menos capitalizados.

    “Muitas vezes, os pequenos produtores utilizam cultivares antigas ou de ‘milho de paiol’, mas para avanços produtivos, é sabido que a substituição desses tipos antigos por sementes melhoradas é uma recomendação prática, com custo relativamente baixo, e que pode trazer ganhos expressivos em termos de produtividade”, frisa Guimarães.

    Ele destaca que a Embrapa é a única empresa que oferece todos os tipos de cultivares de milho para o mercado brasileiro, atendendo desde sistemas de baixo investimento até sistemas mais tecnificados.

    “As cultivares geradas pela Embrapa são disponibilizadas por sementeiros privados, geralmente de pequeno porte, e, muitas vezes, esses parceiros têm capilaridade em regiões menos favorecidas, e podem atender à demanda de agricultores diretamente e a diversos programas de governo”, conta o pesquisador.

    Licenciada

    A proprietária e técnica da empresa Di Solo Sementes, Giovanna Baccarin Di Salvo considera uma grande oportunidade trabalhar com o sorgo BRS 3318. “É uma cultivar que tem um potencial produtivo muito bom e controla a reprodução de nematoides no solo, atendendo todas as regiões do Brasil. A maioria dos nossos clientes são produtores de soja, sendo o sorgo BRS 3318 um híbrido complementar nos cultivos de sucessão à soja, que se encaixa de maneira estratégica em nosso portfólio”, relata Di Salvo.

    Lançamento

    O lançamento das três cultivares acontecerá dia 15 de maio de 2023, durante a abertura da 15ª Semana de Integração Tecnológica (SIT), na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, Minas Gerais. O evento vai acontecer nos dias 15 a 18 de maio de 2023, quando a Embrapa Milho e Sorgo comemora regionalmente os 50 anos da Embrapa e os 15 anos da SIT.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/