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21 de setembro de 2023

  • Arroz: chuvas limitam plantio e venda

    As chuvas intensas verificadas no estado do Rio Grande do Sul têm preocupado agentes do mercado de arroz, limitando consideravelmente o ritmo de negócios.

    Segundo colaboradores do Cepea, as adversidades climáticas dificultaram não apenas o transporte do grão como também a preparação do solo para as atividades pré-plantio, o que pode atrasar essa atividade.

    Quanto aos preços, o Indicador CEPEA/IRGA-RS do arroz em casca segue na casa dos R$ 100/saca de 50 kg. A alta na primeira quinzena de setembro (de 31 de agosto até 15 de setembro) foi de 2,3%.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Governo lança boletim para monitoramento de impactos do El Niño

    Conteúdo será atualizado mensalmente, fornecendo informações sobre o fenômeno

    O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre (Cenad), divulgou um boletim especial dedicado ao monitoramento, previsões e possíveis impactos do fenômeno El Niño no Brasil em 2023.

    O documento é resultado de uma colaboração entre órgãos nacionais oficiais, focada em monitoramento, regulação do uso das águas, gestão de riscos e previsão do clima e tempo. O conteúdo será atualizado mensalmente, fornecendo informações sobre o fenômeno. Além disso, servirá como apoio para órgãos federais e estaduais na tomada de decisões governamentais em relação ao país.

    Segundo o boletim, desde junho de 2023, as condições da temperatura da superfície do mar têm exibido um padrão típico do El Niño. Isso se manifesta como uma faixa de águas quentes no Oceano Pacífico Equatorial, que, próximo à costa da América do Sul, registra temperaturas superiores a 3 °C. Em agosto e setembro, observaram-se sinais de atividade convectiva anômala nesta região, associada ao desenvolvimento de nuvens profundas.

    Este ano, o El Niño já influenciou as chuvas no Rio Grande do Sul, onde foram registrados volumes de aproximadamente 450 mm de precipitação entre 1º e 19 de setembro. Por outro lado, a maioria dos estados do país enfrentou déficit de chuvas, com volumes abaixo da média histórica, especialmente na Região Norte.A previsão para o próximo trimestre (outubro, novembro e dezembro) indica uma maior probabilidade de chuvas abaixo da média nas regiões leste, centro e norte do Brasil. Entretanto, nas regiões Sul, parte de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, a previsão aponta uma maior chance de chuvas acima da média. Essas previsões refletem as características típicas do El Niño sobre o Brasil. Quanto à temperatura, há uma maior probabilidade de valores acima da média na maior parte do país.

    No que diz respeito ao armazenamento de água no solo, partes do sul de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, bem como a Região Sul, indicam a manutenção da umidade no solo, com valores superiores a 70%. Vale ressaltar que com a influência do El Niño, existe a possibilidade de ocorrência de grandes volumes de chuva, contribuindo para a elevação dos níveis de água no solo, com valores superiores a 90%, podendo levar a um excedente hídrico.

    Por fim, as vazões naturais nos rios Madeira e Xingu apresentam valores 35% abaixo da média e próximos à média para o mês, respectivamente. O armazenamento nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu 75,7%, enquanto na Região Nordeste, está em 48,1%. Essa é uma realidade mais favorável do que a observada nos últimos quatro anos para o mesmo período, embora haja uma situação crítica em pelo menos 12 sistemas hídricos locais regulados pela ANA.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • IBGE: pecuária brasileira colecionou recordes em 2022

    Valor da produção cresceu 17,5% e alcançou R$ 116,3 bilhões

    Produtos de origem animal, como leite de vaca, ovos de galinha e mel de abelha ajudaram a pecuária brasileira a atingir recordes no ano passado. O valor total da produção, que inclui ainda itens como ovos de codorna, lã, casulos de bicho-da-seda, camarão e peixes, foi de R$ 116,3 bilhões, um aumento de 17,5% em relação ao ano anterior. Os dados fazem parte da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Um dos recordes atingidos pelo Brasil foi o número de cabeças de gado. O país terminou 2022 com 234,4 milhões animais, um crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior. Mato Grosso é o maior estado produtor, com 34,2 milhões de cabeças – 14,6% do total nacional.

    Com 77,2 milhões de animais, o Centro-Oeste é a principal região produtora de gado. Mas o maior aumento de rebanho ficou com o Norte, impulsionado pelos pastos de Rondônia, do Pará, Tocantins e Acre.

    Apesar de Mato Grosso liderar o ranking nacional, o município com maior quantidade de cabeças é paraense: São Félix do Xingu, com rebanho de 2,5 milhões de animais. A cidade tem 65.418 habitantes, de acordo com o Censo 2022. Isso significa que o número de cabeças de gado é 38 vezes maior que a quantidade de moradores.

    Leite

    A produção de leite diminuiu 1,6% no ano passado, ficando em 34,6 bilhões de litros. De acordo com o IBGE, a redução ocorreu pelo fato de a criação de vacas ter ficado mais onerosa para pequenos produtores. “Foi observado um abandono da atividade por produtores menores, que têm visto os valores dos insumos aumentarem e concluído que o arrendamento da terra para a produção de grãos, atividade em expansão em partes do país, daria melhor retorno financeiro”, mostra a pesquisa.

    As regiões Sul e Sudeste são as maiores produtoras de leite. Cada uma responde por um terço da produção nacional. Minas Gerais tem a maior produção estadual. Foram 9,4 bilhões de litros, o equivalente a 27,1% do total do país. Castro, no Paraná, é o campeão municipal, com 426,6 milhões de litros.

    Apesar de a atividade leiteira ter decrescido, o valor total da produção aumentou 17,7%, alcançando R$ 80 bilhões. Isso mostra que o preço médio pago pelo leite ao produtor foi de R$ 2,31 – aumento de 19,7% em um ano. Esse, no entanto, não é o preço final para o consumidor, pois ainda são incluídos custos como frete, intermediários e margem de lucro dos estabelecimentos de venda.“O preço do leite continuou em ritmo de crescimento no ano de 2022, fruto da baixa oferta do produto, que levou a uma competição mais acirrada por parte dos laticínios, atingindo cotações recordes ao longo do terceiro trimestre, e aumento das importações ao longo do ano”, afirma a pesquisa do IBGE.

    Aves

    A produção de galináceos (grupo que inclui galinhas e aves para corte, como frango) obteve recorde e chegou a 1,6 bilhão de cabeças, representando aumento de 3,8%. Metade (49,3%) desse contingente fica em granjas da Região Sul. O Paraná é o destaque, com 29,7% do total nacional.

    Quando se leva em consideração apenas a quantidade de galinhas, a Região Sudeste lidera o ranking nacional, com 91,2 milhões dos 259,5 milhões de todo o país. O estado de São Paulo sozinho tem 21,2% de todas as galinhas que existiam no Brasil em 2022.

    A produção de ovos de galinha também foi recorde em 2022. O país produziu 4,9 bilhões de dúzias, 1,3% a mais que no ano anterior. O preço do ovo subiu 17,6%, fazendo crescer o valor total da produção brasileira, que apresentou alta de 19,1%, chegando a R$ 26,1 bilhões.

    Apesar de o ovo ter ficado mais caro, o IBGE explica que a concorrência com outros tipos de proteína manteve aquecida a demanda. “Em 2022, com a elevação generalizada dos preços no setor de proteína animal, o ovo ganhou ainda mais destaque, sendo uma opção mais acessível aos consumidores, uma fonte relativamente mais econômica em comparação às carnes”, explica o IBGE.

    Rebanhos de médio porte

    De acordo com a PPM, rebanhos de caprinos e ovinos cresceram no ano passado. O Brasil terminou 2022 com 12,4 milhões de caprinos (+3,9%) e 21,5 milhões de ovinos (+4,7%). O Nordeste é a região que lidera o ranking nacional de criação desses animais.

    Apesar de o Nordeste deter 69,9% dos ovinos do país, o Rio Grande do Sul se destaca com 15,6% do total nacional. Esse contingente faz com que o estado concentre quase toda a produção (95,4%) de lã do país.

    Suínos

    Mais um recorde da pecuária brasileira é representado pela quantidade de suínos, que atingiu 44,4 milhões de animais, alta de 4,3% em relação a 2021. De acordo com o IBGE, o consumo interno também seguiu em crescimento (7,8%), chegando a 18 quilos por pessoa no ano.

    A Região Sul concentrou 51,9% do total de suínos, sendo Santa Catarina o estado líder, com 22,1% do rebanho nacional, o que equivale a 9,8 milhões de cabeças.

    Mel

    A produção de mel em 2022 chegou a 61 mil toneladas, recorde da pesquisa do IBGE. A produção cresceu 9,5% em relação a 2021. O maior resultado foi no Nordeste, que registrou incremento de 16,5% na produção, sendo origem de 38,7% do total do país.

    “O crescimento da produção de mel está relacionado às condições climáticas favoráveis, que proporcionaram maior disponibilidade de recursos alimentares para as abelhas. A crescente demanda por produtos naturais e saudáveis, nacional e internacionalmente, também tem impulsionado a produção apícola nacional”, segundo o IBGE.

    Mesmo com destaque para o Nordeste, o ranking estadual se manteve com Rio Grande do Sul e Paraná no topo, com 14,8% e 14,2% do total nacional, respectivamente, seguidos pelo Piauí (13,7%).

    Aquicultura

    A produção de peixes em 2022 foi de 617,3 mil toneladas. Esse dado mostra aumento de 6% na atividade e de 16,4% no valor de produção, que chegou a R$ 5,7 bilhões. A Região Sul concentrou 220,7 mil toneladas (35,8% do total nacional). O Paraná foi o principal estado, responsável por 27,1% da piscicultura brasileira, com destaque para a cidade paranaense de Nova Aurora, líder do ranking nacional. De cada 100 toneladas de peixes produzidas no Brasil, 66,1 são tilápias, à frente dos tambaquis (17,8).

    A produção de camarão criado em cativeiro foi de 113,3 mil toneladas – 5,9% maior comparada ao ano anterior e mais um recorde identificado pela pesquisa do IBGE. O Nordeste concentrou 99,6% do total nacional, sendo o Ceará dono de mais da metade (54,1%) da produção do país. Dos 10 municípios com as maiores produções de camarão, oito estão no Ceará, sendo o campeão Aracati.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/