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Governo lança boletim para monitoramento de impactos do El Niño

Conteúdo será atualizado mensalmente, fornecendo informações sobre o fenômeno

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastre (Cenad), divulgou um boletim especial dedicado ao monitoramento, previsões e possíveis impactos do fenômeno El Niño no Brasil em 2023.

O documento é resultado de uma colaboração entre órgãos nacionais oficiais, focada em monitoramento, regulação do uso das águas, gestão de riscos e previsão do clima e tempo. O conteúdo será atualizado mensalmente, fornecendo informações sobre o fenômeno. Além disso, servirá como apoio para órgãos federais e estaduais na tomada de decisões governamentais em relação ao país.

Segundo o boletim, desde junho de 2023, as condições da temperatura da superfície do mar têm exibido um padrão típico do El Niño. Isso se manifesta como uma faixa de águas quentes no Oceano Pacífico Equatorial, que, próximo à costa da América do Sul, registra temperaturas superiores a 3 °C. Em agosto e setembro, observaram-se sinais de atividade convectiva anômala nesta região, associada ao desenvolvimento de nuvens profundas.

Este ano, o El Niño já influenciou as chuvas no Rio Grande do Sul, onde foram registrados volumes de aproximadamente 450 mm de precipitação entre 1º e 19 de setembro. Por outro lado, a maioria dos estados do país enfrentou déficit de chuvas, com volumes abaixo da média histórica, especialmente na Região Norte.A previsão para o próximo trimestre (outubro, novembro e dezembro) indica uma maior probabilidade de chuvas abaixo da média nas regiões leste, centro e norte do Brasil. Entretanto, nas regiões Sul, parte de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, a previsão aponta uma maior chance de chuvas acima da média. Essas previsões refletem as características típicas do El Niño sobre o Brasil. Quanto à temperatura, há uma maior probabilidade de valores acima da média na maior parte do país.

No que diz respeito ao armazenamento de água no solo, partes do sul de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, bem como a Região Sul, indicam a manutenção da umidade no solo, com valores superiores a 70%. Vale ressaltar que com a influência do El Niño, existe a possibilidade de ocorrência de grandes volumes de chuva, contribuindo para a elevação dos níveis de água no solo, com valores superiores a 90%, podendo levar a um excedente hídrico.

Por fim, as vazões naturais nos rios Madeira e Xingu apresentam valores 35% abaixo da média e próximos à média para o mês, respectivamente. O armazenamento nos reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN) atingiu 75,7%, enquanto na Região Nordeste, está em 48,1%. Essa é uma realidade mais favorável do que a observada nos últimos quatro anos para o mesmo período, embora haja uma situação crítica em pelo menos 12 sistemas hídricos locais regulados pela ANA.

Fonte: https://www.canalrural.com.br/