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setembro 2023

  • Entregas de fertilizantes cresceram 2,4% no primeiro semestre

    Mato Grosso, líder nas entregas nacional de fertilizantes, concentrou o maior volume nos primeiros seis meses deste ano

    Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro encerraram junho de 2023 com 4,11 milhões de toneladas, crescimento de 15,7% em relação às 3,55 milhões de toneladas do mesmo mês de 2022.

    No acumulado do primeiro semestre, foram 18,61 milhões de toneladas, aumento de 2,4% ante as 18,18 milhões de toneladas referentes a igual período de 2022.

    Mato Grosso, líder nas entregas, concentrou o maior volume nos primeiros seis meses deste ano (25,2%), com 4,69 milhões de toneladas.

    Estado foi seguido por Paraná (2,34 milhões), Goiás (2,09 milhões), São Paulo (1,67 milhão), Rio Grande do Sul (1,62 milhão) e Minas Gerais (1,43 milhão).

    Produção nacional de fertilizantes

    A produção nacional de fertilizantes intermediários encerrou junho de 2023 com 454 mil toneladas, representando redução de 17,9% ante o mesmo mês de 2022.

    No acumulado do primeiro semestre, o total foi de 3,16 milhões de toneladas, com queda de 17% na comparação com as 3,81 milhões de toneladas do mesmo período de 2022.

    Importações

    As importações de fertilizantes intermediários alcançaram em junho 3,12 milhões de toneladas, com queda de 7,6%. No acumulado do primeiro semestre, o total foi de 17,21 milhões de toneladas, significando redução de 3,3% ante o mesmo período de 2022, quando se registraram 17,80 milhões de toneladas.

    No porto de Paranaguá, principal porta de entrada dos adubos, ingressaram, de janeiro a junho, 4,34 milhões de toneladas, indicando redução de 20,6% em relação a 2022, quando foram descarregadas 5,47 milhões de toneladas. O terminal representou 25,2% do total de todos os portos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços de produtos agropecuários têm queda no 2º trimestre, aponta Ipea

    Os preços da soja, por exemplo, tiveram uma queda acentuada de quase 19% no segundo trimestre de 2023, segundo o Ipea

    Os preços dos principais produtos agropecuários registraram uma queda no segundo trimestre de 2023 em comparação ao primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (5).Os preços da soja, por exemplo, tiveram uma queda acentuada de quase 19% (18,9%) no segundo trimestre de 2023, influenciados pelos amplos estoques no Brasil e pela safra recorde 22/23, que alcançou quase 155 milhões de toneladas (154,6 mi/t).

    milho registrou uma queda ainda mais significativa, chegando a quase 27% (26,8%), também devido aos amplos estoques decorrentes da safra recorde 22/23, estimada em 130 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Os preços do trigo caíram 11,2%, impulsionados pela elevada disponibilidade do cereal no país, uma demanda mais pontual por parte dos moinhos e pela expectativa de uma boa safra. Além disso, houve pressão devido ao aumento das estimativas de produção na Rússia.

    O algodão em pluma registrou uma queda de 21% no segundo trimestre devido à demanda enfraquecida e a uma safra recorde superior a 3 milhões de toneladas (3,03 mi/t).

    O café foi o produto que registrou o menor recuo no segundo trimestre, com uma queda de apenas 5%, diretamente ligada à recuperação na oferta de café arábica após as quebras de produção nas safras anteriores.

    Carnes

    Apesar das exportações brasileiras de carne bovina in natura registrarem o melhor desempenho no primeiro semestre de 2023, os preços domésticos do boi gordo caíram quase 7% (6,9%) no segundo trimestre. Isso se deveu a fatores como o aumento de estoques devido à suspensão das exportações para a China entre fevereiro e março e o aumento da oferta de animais prontos para abate.

    carne suína registrou uma queda de 11,7%, enquanto a carne de frango teve uma redução de 8,9%, ambas devido ao aumento da oferta de animais.

    Além disso, outros itens agropecuários também tiveram redução de preço no segundo trimestre de 2023, como ovos (-17,2%), leite (-0,3%), arroz (-3,5%), batata (-5,1%), laranja (-3,8%) e banana (-5,9%).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Importação de fertilizantes registra o melhor agosto da história

    Mesmo com a alta, as importações seguem abaixo de 2022

    A importação de fertilizantes no Brasil atingiu um marco histórico em agosto, registrando um volume de 4,34 milhões de toneladas. Esse valor representa um aumento significativo em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram importadas 3,44 milhões de toneladas.

    Giovani Ferreira, diretor de Conteúdo do Canal Rural, destacou a importância dos fertilizantes como insumo essencial para a produtividade das lavouras brasileiras. Ele ressaltou que o Brasil é altamente dependente das importações de fertilizantes, atendendo cerca de 80% das necessidades agrícolas do país.

    No entanto, Ferreira também apontou desafios para o setor. No ano anterior, houve uma queda nas importações devido ao aumento dos preços internacionais devido à guerra na Ucrânia. Essa elevação de custos levou os agricultores a adotarem práticas de uso mais racional dos fertilizantes.

    Embora agosto tenha registrado números recordes, as perspectivas para o ano como um todo continuam desafiadoras. Os preços dos fertilizantes permanecem elevados, e fatores climáticos, como o El Niño, podem impactar a produção agrícola, levando os produtores a buscar alternativas para reduzir custos.

    Apesar do recorde de agosto, as projeções indicam que as importações de fertilizantes em 2023 provavelmente não superarão os números de anos anteriores, representando um desafio adicional para o setor agrícola brasileiro.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preocupada com o clima, AgResource Brasil estima safra de soja menor

    Projeção da consultoria é de, ao menos, três milhões de toneladas de soja a menos do que a indicada pelas demais empresas de análise

    A AgResource Brasil estima que a safra 22/23 de soja foi ligeiramente maior do que a indicada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Assim, consolidou seu número em 155,05 milhões de toneladas para a safra de 2022/23, somente +0,29% maior do que os atuais 154,60 projetados pela entidade.

    Já para a temporada 2023/24, a consultoria é mais cautelosa do que as demais empresas de análise vêm estimando. Desta forma, projeta que o Brasil produzirá 159,40 milhões de toneladas, pelo menos três milhões de toneladas a menos da média projetada pelo mercado.

    Preocupações com o clima

    A projeção da AgResource Brasil é cautelosa devido à preocupação com clima que se projeta para o início da safra de soja nesta temporada.

    De acordo com o diretor-geral da consultoria, Raphael Mandarino, os modelos climáticos vêm prevendo um aumento do calor e diminuição de chuvas para vários estados importantes, como Mato Grosso e Goiás na 1ª quinzena de setembro.

    estimativa produção de soja 23/24

    Imagem: Divulgação AgResource Brasil

    “Isso pode trazer atrasos, replantios e acabar impactando o milho da safrinha do ano que vem”, ressalta.

    No entanto, mesmo com esses problemas, acredita-se em recorde na produção. Mandarino lembra que a participação da Argentina no mercado – com ao menos 40 milhões de toneladas de soja – trará um cenário parecido, ou pior, em relação aos preços no auge da colheita do que o observado neste ano.

    Produção de milho

    produção de milho AgResource

    Imagem: Divulgação AgResource Brasil

    A AgResource Brasil também revisou suas estimativas do mês de setembro para a produção de milho na safra 2022/23 para 133,63 milhões de toneladas, aumento de 1,15% em comparação ao mês anterior (132,11 milhões de toneladas em agosto).

    De acordo com o Mandarino, o principal motivo do aumento com relação à estimativa anterior são os “pequenos refinamentos de área e produtividade em alguns estados do país”.

    O número consolidado pela empresa é maior que os 129,96 milhões de toneladas do relatório de agosto da Conab.

    Para o diretor-geral, a Companhia deve aumentar a produção total em seu próximo relatório, considerando as exportações aquecidas e o line-up atual, que projeta uma alta demanda.

    “Também deve manter o protagonismo das exportações de milho ao Brasil no período de setembro a novembro”, declara.

    Até o mês de agosto, a AgResource Brasil trabalhava com uma projeção de exportação de 54 milhões de toneladas. Agora, estima em 56 milhões de toneladas como uma possibilidade real, ou até superior, dependendo da logística.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Milho: com cotações estáveis, cereal enfrenta liquidez reduzida

    Colheita está chegando ao fim, enquanto semeadura da temporada de verão 23/24 foi iniciada no Sul do país

    A liquidez está reduzida no mercado de milho, e as cotações seguem praticamente estáveis – o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) está na casa dos R$ 53/saca de 60 kg desde o início da segunda quinzena de agosto.

    Segundo informações do Cepea, produtores estão concentrados nos trabalhos de campo, com a colheita na reta final em muitas regiões e o início da semeadura da temporada de verão 2023/24 no Rio Grande do Sul e no Paraná.

    Entre os vendedores ativos no mercado, uma parte aceita negociar o milho a patamares inferiores, no intuito de liberar armazéns, ao passo que outros estão afastados, à espera de que as recentes valorizações nos portos sejam repassadas ao mercado interno.

    Do lado da demanda, consumidores se mostram estocados e/ou recebendo o produto negociado antecipadamente.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Governo apresenta scanner que calcula estoque de carbono no solo

    Com pouco mais de um metro de comprimento, tecnologia captura imagens digitais de alta resolução das raízes das plantas no solo

    Na Expointer, o governo do Rio Grande do Sul apresentou uma tecnologia que opera como um scanner de raízes, possibilitando a análise do nível de carbono no solo.

    Há cerca de quatro meses, o governo do estado comprou o dispositivo de fabricação americana por meio do Programa Avançar.

    Com pouco mais de um metro de comprimento, o instrumento assume a forma de um tubo que penetra o solo, capturando imagens digitais de alta resolução das raízes das plantas.

    As imagens são então processadas por um software, permitindo uma variedade de análises quantitativas.

    O investimento na aquisição desse equipamento totalizou cerca de R$470 mil por parte do governo.

    O pesquisador e engenheiro agrônomo da Seapi, Júlio Trindade, explica a tecnologia.

    “O equipamento foi adquirido pensando no Plano ABC+, de descarbonização da agricultura, e nos dá a possibilidade de fazer um diagnóstico das raízes das plantas e verificar o estoque de carbono no solo. Como as raízes se desenvolvem em função da captura do carbono, ao observar o crescimento das raízes, estamos vendo o estoque de carbono no solo em tempo real”, detalhou.

    Carbono no solo

    Segundo Trindade, por meio dessa ferramenta, será possível averiguar os efeitos provocados por diversas atividades do agronegócio.

    “O scanner servirá como um instrumento para fornecer números às cadeias produtivas interessadas em quantificar seus impactos”, acrescentou.

    Junto com o scanner, o governo adquiriu, por meio do Avançar, outros equipamentos de medição da emissão de gases de efeito estufa.

    Os instrumentos serão utilizados em lavouras, áreas comerciais, locais de experimentos científicos e outros ambientes naturais. Essas pesquisas irão viabilizar a obtenção de dados mais qualificados para reduzir o impacto de diversos sistemas produtivos ao meio ambiente.

    As técnicas de mensuração vêm ao encontro da corrida para reduzir e neutralizar as emissões de gases de efeito estufa.

    Calcular o estoque de carbono no solo é um importante passo para reduzir as emissões de carbono.

    As metas do Plano da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC+ RS), que visam reduzir as emissões na agropecuária gaúcha, foram lançadas pelo governo estadual em maio deste ano, durante a 4ª edição do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Confira dicas para intensificar pastagens com sucesso

    No universo pecuário, a gestão eficiente de pastagens é um fator primordial para o sucesso da produção

    No universo pecuário, a gestão eficiente de pastagens é um fator primordial para o sucesso da produção.

    Em entrevista para Scot Consultoria, a zootecnista e doutora em forragicultura Janaína Martuscello, falou sobre a escolha de forrageiras, intensificação de pastagens, capacidade de suporte, enfrentamento da seca, adubação, controle de plantas invasoras e recuperação de áreas degradadas.

    A especialista Janaina Martuscello ressaltou a importância da escolha adequada de forrageiras para uma produção pecuária bem-sucedida. Ela enfatizou que fatores como solo, clima, topografia e capacidade de manejo são cruciais para essa decisão. Confira:

    Scot Consultoria: Janaina, como o produtor pode fazer a melhor escolha de forrageira? Quais erros não se deve cometer?

    Janaina Martuscello: A escolha da planta forrageira depende de uma série de fatores que devem ser levados em consideração como, por exemplo, as condições de solo, de clima, a topografia e a capacidade de manejo que o pecuarista tem, sendo que este último fator pode ser muito negligenciado, pois o pecuarista, em alguns momentos, esquece que, muitas das vezes, não possui capacidade de manejar uma planta mais indócil, como plantas do gênero Brachiaria spp, que são um pouco mais fáceis de serem manejadas quando comparadas àquelas do gênero Panicum maximum. Quando o pecuarista escolhe uma forrageira errada, do gênero Panicum, por exemplo, e não tem conhecimento de como manejá-la, os resultados esperados não serão alcançados e o produtor acreditará que a culpa é da planta forrageira. Portanto, quando se faz a escolha da forrageira para a fazenda, ela tem que ser realizada de forma assertiva, efetuando a análise de solo, avaliando o sistema de produção que será utilizado e como é o método de pastejo da propriedade. Isso porque há diferença na escolha da forrageira se você for utilizar o pastejo com lotação contínua ou a lotação rotativa, então todos esses critérios precisam ser avaliados, pois uma das causas de degradação de pastagens no Brasil é, justamente, a escolha errada da forrageira. De forma geral, avaliar condições de solo, clima, topografia e capacidade de manejo, faz com que a escolha da planta forrageira se torne mais assertiva.

    Scot Consultoria: Quais as maiores vantagens da intensificação de pastagens? E as dificuldades?

    Janaina Martuscello: É necessário esclarecer o conceito de intensificação de pastagens, porque, muitas das vezes, o pecuarista acredita que intensificar uma área de pastagem é trabalhar com um número muito grande de piquetes, altas doses de adubos e irrigação, quando, na verdade, qualquer ação que se faça dentro da propriedade que aumente a sua produtividade, da forragem e, consequentemente, da produtividade animal, já é um sistema intensificado. Portanto, se a taxa de lotação sai de 1 UA/ha e passa, no próximo ano, para uma taxa de lotação de 1,2 UA/ha, você já está realizando o processo de intensificação do sistema. A maior vantagem da intensificação é, de fato, produzir bem dentro da propriedade e isso é muito importante, principalmente quando se considera o valor da terra atualmente. O pecuarista precisa descobrir o que está impedindo a propriedade de ter boa produtividade e apenas conhecendo qual é o seu maior problema, é que se conseguirá corrigi-lo e melhorar seu sistema de produção. Na grande maioria das vezes, a intensificação leva a algum custo, porém não considero isso uma desvantagem porque custo é diferente de investimento. Quando você intensifica de forma correta, fazendo uma avaliação total dos custos que serão necessários, você está fazendo um investimento, então isso irá trazer um retorno. Em resumo, para que a intensificação seja bem-feita, ela precisa ser planejada.

    Scot Consultoria: Como é possível calcular a capacidade de suporte do pasto? E a necessidade de forragem pelo rebanho?

    Janaina Martuscello: A capacidade de suporte é a quantidade de animais que seu pasto e sua fazenda suportam, sem que tenha início um processo de degradação. Então, uma das causas de degradação de pastagens é não respeitar a capacidade de suporte de uma fazenda. Existe uma preocupação muito grande por parte dos pecuaristas em relação à taxa de lotação, ou seja, quantos animais cabem dentro da propriedade. Porém, mais importante do que a taxa de lotação, é você conhecer a capacidade de suporte, ou seja, saber a produção de alimento para que, somente a partir daí, a estimativa de quantos animais você pode colocar seja realizada. A capacidade de suporte vai ser medida pela quantidade de alimento, ou seja, pela quantidade de capim disponível na fazenda ao longo dos meses. Então, fazer essa avaliação de produção de capim é essencial para que se possa determinar a melhor taxa de lotação.

    Scot Consultoria: Como o produtor pode proteger e preparar sua produção para o período de seca todos os anos?

    Janaina Martuscello: Costumo dizer que todo ano tem seca e isso não é novidade para ninguém.  Então, sabemos que, todos os anos, teremos a sazonalidade de produção. Isso porque as nossas gramíneas tropicais possuem uma produção sazonal, ou seja, há muita produção de forragem no período chuvoso que coincide, em grande parte do Brasil, com um período de muita luz e temperaturas mais elevadas, enquanto o inverno é marcado por ser um período seco, de menor disponibilidade de luz, água e temperatura, ocasionando uma queda na produção desses capins. Portanto, essa distribuição sazonal já é conhecida. É necessário potencializar a reserva daquilo que sobra no período das águas para que seja utilizada no período seco do ano. Existem várias estratégias a serem utilizadas para que seja possível fazer uma melhor distribuição dessa produção de forragem, entre elas a silagem, uma das técnicas mais utilizadas no Brasil, para que se possa ter alimento disponível no período seco do ano, algo que muitas vezes nem pensamos. Fazer uma silagem de capim tropical é completamente possível e tem trazido bons resultados. Em um sistema rotacionado, por exemplo, onde há divisão dos pastos por piquetes, é muito possível que você separe parte desses piquetes para que seja feita uma silagem do capim tropical que será destinado para o período mais seco do ano. Outras excelentes estratégias são a utilização de feno e de capineiras como segurança alimentar para o período seco do ano, e, também, o diferimento de pastagens, que nada mais é do que a separação de uma área no período seco do ano para que você consiga vedá-la, ou seja, não seja utilizada pelo animal, para que seja utilizada no período de seca. É importante salientar que o diferimento de pastagens, para trazer bons resultados no período seco, deve ser aliado a uma boa suplementação, para que a matéria seca (MS) de baixa qualidade do pasto diferido possa, então, ser degradada em nível de rúmen. É necessário tratar muito bem o pasto no período das águas para que ele entre melhor na seca. Então, se o pasto está “rapado” no “melhor período”, ficará muito difícil conseguir passar pela seca com segurança, pois a tendência é de haja perda da condição de escore corporal do rebanho e, em alguns casos no Brasil, podendo até acontecer a morte de animais por inanição. Portanto, fazer a adubação, cuidar do sistema radicular, fazer com que o solo tenha uma reposição de nutrientes e realizar um manejo por altura são estratégias excelentes para que esse pasto entre melhor no período mais seco do ano.

    Scot Consultoria: Existe uma fórmula mágica com relação à escolha da adubação para pastagens?

    Janaina Martuscello: Não existe uma fórmula mágica, como também não existe uma receita para todos os pecuaristas. Ouso dizer que também não existe uma receita igual para as várias partes de uma mesma propriedade. Não há uma fórmula mágica para a adubação de pastagens, o que existe é realizar uma interpretação de acordo com a análise de solo, para assim poder fazer a recomendação das necessidades. Dessa forma, a análise de solo é primordial e é o primeiro passo para que seja possível ter um “raio-x” do solo, além de servir como base para a recomendação de adubação, auxiliando na escolha da planta forrageira que será adotada. De forma geral, não existem doses genéricas de calcário, assim como não existem doses genéricas de adubos, tudo precisa ser avaliado de acordo com a análise de solo e os resultados.

    Scot Consultoria: Quais fatores favorecem a disseminação de plantas invasoras e quais os problemas causados pela presença de plantas daninhas nas pastagens?

    Janaina Martuscello: Plantas invasoras são conhecidas como plantas oportunistas, que representam um sinal claro de que algo está errado quando aparecem no pasto. Em geral, essas plantas invasoras aparecem quando ocorre um declínio na fertilidade do solo, ou seja, a não reposição de nutrientes dá a elas a oportunidade de surgirem e ocuparem os espaços vazios. Outro fator que faz com que os pastos fiquem muito propensos ao surgimento de plantas daninhas são os erros no manejo. A alta taxa de lotação determina que a planta forrageira não tenha capacidade de rebrota suficiente para competir com as plantas invasoras e, como elas são muito mais eficientes na utilização de recursos, ainda mais quando estes estão escassos, isso permite que elas consigam vencer a competição. Então é muito difícil conseguir fazer com que o seu capim, sua forrageira, estando em um ambiente errado, super pastejado e sem reposição de nutrientes, consiga competir com as plantas invasoras. Um manejo bem-feito, com reposição de nutrientes e com a utilização da planta forrageira adequada àquela região, é um passo imprescindível para que a forrageira consiga competir com eventuais plantas invasoras.

    Scot Consultoria: No Brasil, uma grande porcentagem das áreas de pastagens estão degradadas em diferentes níveis. Existem soluções para a recuperação dessas pastagens?

    Janaina Martuscello: Sim, é possível que se faça uma recuperação de uma área degradada. A recuperação, ou renovação, é um processo muito oneroso, por isso, muitas das vezes recomendamos que seja feita a partir da área menos degradada, porque o investimento vai ser menor e o retorno financeiro será maior. Com esse maior retorno, vamos fazendo a recuperação das áreas que estão mais degradadas. Como já citado, a escolha errada da forrageira, o manejo inadequado e a falta de reposição de nutrientes são os motivos para a ocorrência da degradação de pastagens. Porém, é claro que nenhum pecuarista deixa sua área de pastagem se degradar de propósito. Inúmeras vezes, há falta de recursos financeiros, ou até mesmo falta de conhecimento. Antes de decidir como fazer este processo de recuperação ou renovação de pastagens, é necessário avaliar o estado do pasto. Pastos com poucas plantas invasoras, poucos espaços vazios e com grande quantidade da forrageira de interesse, muitas das vezes, necessitam somente de uma simples recuperação, não há a necessidade de trocar a planta forrageira. Nesse caso específico, às vezes, um descanso ou somente uma calagem seria suficiente para fazer com que o pasto recupere a sua produtividade anterior. No entanto, quando encontramos pastos com muitos espaços vazios, com uma quantidade muito pequena da planta forrageira de interesse e solos compactados, é mais interessante que se faça uma reforma, ou seja, uma renovação, que nada mais é do que você fazer todos os tratos agronômicos, revolvendo o solo, para iniciar novamente essas áreas de pastagens, mas é possível fazer a recuperação. Vale salientar que o pecuarista deve avaliar qual a área que está menos degradada para que ele inicie esse processo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Fim da safra de soja explica desaceleração do PIB, diz IBGE

    Produto Interno Bruto avançou 0,9% de abril a junho na comparação com o primeiro trimestre de 2023, quando havia crescido 1,9% na margem

    A coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis, disse nesta sexta-feira (1) que o fim da safra de soja e a política monetária explicam a desaceleração no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2023 na comparação com o primeiro.

    O Instituto informou que o PIB avançou 0,9% de abril a junho na comparação com o primeiro trimestre de 2023, quando havia avançado 1,9% na margem – este dado foi revisado para alta de 1,8%, conforme informação divulgada também nesta sexta-feira pelo instituto.

    Segundo Rebeca, o Brasil manteve “crescimento importante”, apesar da desaceleração ante os três primeiros meses do ano.

    Recuo do agronegócio

    Ela atribuiu o fato à boa base de comparação do primeiro trimestre e, mais objetivamente, citou a taxa de juros elevada e o recuo do agronegócio (-0,9%), cujo PIB havia puxado o desempenho do primeiro trimestre.

    O movimento se deve ao fato de cerca de 60% da safra da soja já ter sido colhida nos primeiros três meses do ano.

    “Nós continuamos com um crescimento importante. Obviamente, a política monetária influencia a economia. Mas tem outros fatores que amenizam”, disse a coordenadora.

    E continuou: “A única atividade que caiu foi a agropecuária, mas isso não significa que seja um ano ruim para a atividade. A queda se deveu a essa comparação das safras.”

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/