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dezembro 2023

  • Preço do leite pago ao produtor acumula perdas de 23,8% em 2023

    Depois de cair por seis meses consecutivos, o preço do leite recebido por produtores subiu 1,3% em novembro, para R$ 1,9981/litro

    Depois de cair por seis meses consecutivos, o preço do leite recebido por produtores subiu 1,3% em novembro, para R$ 1,9981/litro.

    A informação é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

    Ainda assim, a desvalorização acumulada em 2023 é de 23,8%, em termos reais.

    Em relação a novembro de 2022, a baixa é de expressivos 24,5%.

    O comportamento dos preços foi heterogêneo entre as bacias leiteiras acompanhadas pelo Cepea.

    Em Minas Gerais e em Goiás, os valores ficaram estáveis.

    No Paraná, o avanço esteve abaixo de 2%, enquanto em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os aumentos superaram os 5%.

    Já em São Paulo e na Bahia, as médias seguiram em movimento de queda.

    Até outubro, a desvalorização do leite esteve atrelada ao excesso de oferta, em decorrência do aumento da produção doméstica e das importações crescentes.

    Porém, a captação dos laticínios tem se desacelerado desde setembro, o que explica a mudança no comportamento dos preços em novembro.

    O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 0,7% de outubro para novembro, pressionado por recuos mais intensos nos estados da Região Sul.

    A limitação da produção de leite, por sua vez, se deve à combinação de clima adverso à atividade (seca e calor no Sudeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul) com margens espremidas dos pecuaristas.

    Margem dos pecuaristas

    A pesquisa do Cepea mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira na “Média Brasil” registrou alta de 0,6% em novembro, influenciado pelas valorizações dos concentrados, adubos, corretivos e alguns medicamentos.

    Ainda que, no acumulado do ano, o COE apresente retração, a diminuição do preço do leite supera a desvalorização dos insumos no mesmo período e, com isso, estima-se que a margem bruta dos pecuaristas tenha recuado expressivos 69% em 2023.

    Nesse contexto, os investimentos na atividade tendem a diminuir, o que contribui para enxugar a oferta.

    Importação de lácteos

    Com a queda no preço do leite, as importações chegaram a perder força em setembro, porém, voltaram a crescer em outubro e novembro.

    Dados da Secex mostram que as compras externas de queijos puxaram a alta de 5% nas importações de novembro e que, no acumulado de 2023, o volume adquirido supera em mais de 70% o registrado no ano anterior.

    Ainda assim, os estoques de lácteos estiveram, no geral, mais limitados em novembro – o que ajudou a frear a queda no preço de alguns lácteos e a elevar, ainda que levemente, as cotações do UHT e da muçarela em São Paulo.

    Contudo, essa pequena valorização foi insuficiente para garantir rentabilidade aos laticínios, e o movimento de alta não deve se persistir em dezembro, prejudicado pela diminuição do consumo e pelo acirramento da concorrência entre laticínios domésticos e entre os produtos brasileiros e importados.A expectativa dos agentes de mercado é que os preços registrem entre estabilidade e alta em dezembro, ainda influenciados pela produção limitada no campo.

    Porém, a continuidade desse movimento nos próximos meses vai depender da reação do consumo e dos volumes de lácteos importados.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ministério da Agricultura publica Zarc para cereais de inverno

    As atualizações dos Zarcs consideraram os principais riscos climáticos para cereais de inverno, como trigo, triticale, cevada e aveia

    O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quinta-feira (28), no Diário Oficial da União, as Portarias de 393 a 449 que aprovam o Zoneamento Agrícola de Riscos Climático (Zarc), ano-safra 2023/2024, para o cultivo dos cereais de inverno, como trigo, triticale, cevada e aveia.As atualizações dos Zarcs consideraram os principais riscos climáticos para esses cultivos, como excesso de chuva no período de colheita, geada ao redor do período crítico da emissão das espigas e panículas e seca no estabelecimento das lavouras e na fase de enchimento de grãos, em escala municipal, de acordo com o ciclo de cada cultivar e da disponibilidade de água (AD) de cada solo.

    agrometeorologista da Embrapa, Gilberto Cunha, que coordenou a equipe responsável pela atualização dos Zarcs, destacou que a nova metodologia utilizada permitiu uma melhor discriminação dos limites de risco – 20%, 30% e 40% – em escala municipal.

    “A nova metodologia atende os anseios dos segmentos ligados à produção, que não se sentiam adequadamente contemplados nos três tipos de solos que vinham sendo até então considerados, e dos profissionais da área de seguro agrícola, que reivindicavam, na esfera privada, uma melhor discriminação espacial dos riscos climáticos que afetam a agricultura brasileira”, disse Cunha.Os agricultores que seguem as recomendações do Zarc estão menos sujeitos aos riscos climáticos e podem ser beneficiados pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) e pelo Programa de Subvenção ao prêmio do Seguro Rural (PSR). Muitos agentes financeiros só liberam o crédito rural para cultivos em áreas zoneadas.

    Os resultados do zoneamento em escala municipal, para três grupos de cultivares, com a indicação de períodos favoráveis de semeadura em três níveis de risco (20%, 30% e 40%) e, agora, para seis níveis de disponibilidade de água nos solos, segue o mesmo protocolo estabelecido pelo Mapa.

    As consultas podem ser feitas por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos” ou no aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, disponível nas lojas de aplicativos: iOS e Android.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita de milho verão alcança 1% no RS, diz Emater; plantio de soja atinge 94%

    Segundo a entidade, o estande das lavouras implantadas a partir do início de dezembro é superior ao observado nas lavouras de novembro

    O Rio Grande do Sul iniciou a colheita de milho verão, informou a Emater/RS/Ascar. Segundo a empresa, 1% da área plantada do estado já foi colhida nas regiões Celeiro, Alto Médio Uruguai e na Fronteira Noroeste. A semeadura do cereal alcançou 90% da área estimada no estado, segundo boletim semanal. Das lavouras plantadas, 11% estavam em maturação e 37% em enchimento de grãos.

    “As projeções de rendimento permanecem variáveis: parte dos cultivos mantém o potencial inicial, e parte sofreu reduções devido à incidência de pragas, de doenças ou de danos decorrentes de eventos climáticos adversos ao longo do ciclo de desenvolvimento”, observou a entidade. De acordo com a Emater, as lavouras implantadas em setembro apresentam alto potencial produtivo, o que pode compensar as perdas nas áreas plantadas mais cedo.

    A semeadura da soja da safra 2023/24 atingiu 94% da área estimada no estado. O plantio foi concluída nas regiões do Alto Uruguai e Planalto e está na reta final do Planalto Médio e no Noroeste. “A região com maior defasagem no plantio da soja é a Campanha, onde a recorrência de chuvas foi mais significativa, prejudicando principalmente as operações em terras baixas. O desenvolvimento das lavouras de soja, ao longo da semana, foi bastante positivo, pois houve crescimento adequado e emissão de folhas maiores, bem desenvolvidas e de coloração verde mais intensa, além de alongamento dos entrenós”, apontou a Emater.

    Da oleaginosa semeada, 3% encontram-se em floração e 97% em desenvolvimento vegetativo e/ou em germinação. Segundo a entidade, o estande das lavouras implantadas a partir do início de dezembro é superior ao observado nas lavouras de novembro, o que gera menor necessidade de replantio.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Plantio de soja está quase finalizado no Sul; acompanhe situação das lavouras

    Paraná e Rio Grande do Sul concentram esforços no monitoramento, prevenção e o controle da ferrugem asiática, pior doença da soja

    No Paraná, 34% das lavouras de soja já estão com as vagens de soja formadas. Na comparação com o mesmo período de 2022, esse número era de 18%. O avanço é puxado especialmente pelas regiões norte e oeste do estado.
    Mesmo diante do bom resultado, há atraso nas regiões sul e no sudoeste paranaenses, locais que concentram produção de feijão.
    Com toda a área completamente semeada com soja, a situação das lavouras segue assim, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral-PR):
    • 30% das plantas estão em desenvolvimento vegetativo;
    • 36% na fase de floração;
    • 34% já estão frutificando.

    Em relação às condições das lavouras, 88% apresentam boas condições, 11% estão em situação média de qualidade e 1% foram consideradas ruins.

    Soja no Rio Grande do Sul

    No Rio Grande do Sul, as condições estão favoráveis para um avanço significativo da semeadura da soja em boa parte do estado, apesar de algumas restrições mais acentuadas na região sul devido ao volume mais elevado de precipitações.

    O plantio atingiu 90% da área destinada à cultura, recuperando parcialmente o atraso, causado pelas condições climáticas adversas por conta do excesso de chuvas e alta umidade do solo, que impediram a correta deposição de sementes e a ampliação dos cultivos.

    Atualmente, 99% das lavouras estão germinando e 1% já entraram esta semana na fase de floração.

    Tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul há uma concentração de esforços no monitoramento e na elaboração de estratégias para a prevenção e o controle da ferrugem asiática.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços agrícolas: analistas veem de acomodação a leve recuperação em 2024

    Mercado diverge sobre o direcionamento das cotações de commodities no próximo ano, mas há entendimento que não deve haver movimentos expressivos para baixo ou para cima

    Após um ano marcado pela queda significativa dos preços das principais commodities agrícolas, com redução de até 50% nos preços da soja e do milho, 2024 tende a trazer mais estabilidade aos preços dos produtos agropecuários.

    Analistas de mercado divergem sobre o direcionamento das cotações das commodities no próximo ano, de acomodação a leve recuperação nas cotações. Mas são unânimes em indicar que não deve haver movimentos expressivos tanto para baixo quanto para cima.

    Impactos do El Niño sobre preços agrícolas

    Parte da cautela deve-se aos impactos do El Niño, que ainda podem se refletir na produção – estimada em 312,3 milhões de toneladas de grãos pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – e, consequentemente, na precificação dos produtos agrícolas. O consumo interno, dependente do crescimento econômico, ainda é uma incógnita na visão dos analistas.

    Segundo o sócio-diretor da MB Agro, José Carlos Hausknecht, o cenário ainda está em aberto para os preços das commodities agrícolas, especialmente pelo início conturbado da safra de grãos.“Os problemas climáticos estão gerando insegurança em relação à oferta brasileira, sobretudo de soja, o que pode impulsionar ou pelo menos sustentar os preços de grãos. A depender da evolução da safra, teremos preços mais remuneradores de soja e também de milho safrinha. Se houver tendência de quebra de safra, poderemos ter uma elevação maior de preços. No momento, vemos que ainda é possível colher uma safra de mais de 300 milhões de toneladas, trabalhando safra de soja de 156 milhões de toneladas e entre 85 milhões e 90 milhões de toneladas de safra de milho, mas há muitas variáveis a serem definidas”, afirmou Hausknecht.

    Preços sob controle

    O economista da E2 Economia Fábio Moraes engrossa o coro dos que veem 2024 como um ano de preços agropecuários sob controle. Lá fora, de acordo com ele, a oferta cresce de acordo com a demanda e o fiel da balança recairá sobre a colheita do Hemisfério Sul. Nesse contexto, em situações normais, o Brasil se beneficiaria primeiro porque colhe sua safra antes.

    “Mas o clima seco no Centro-Oeste tem nos levado a acreditar que a safra não será tão boa. Deverá ficar no zero a zero em relação ao ano passado”, disse Moraes.

    Na E2 Economia, de acordo com ele, já se trabalhava com uma perspectiva de uma produção de grãos menor. Era dado como certo que, com o atraso do plantio da soja empurrando a semeadura do milho para frente, haveria uma redução de 10 milhões a 15 milhões de toneladas do cereal na safra 2023/2024.

    Argentina

    O equilíbrio poderá ser ditado pela Argentina, que deverá produzir de 130 a 132 milhões de toneladas de grãos em 2024, bem acima das 82 milhões de toneladas previstas para 2023. As estimativas citadas pelo economista da E2 Economia são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Bolsa de Cereales.

    “Ou seja, uma queda de 35% seguida de uma elevação próxima de 58% de volume. 45 milhões de toneladas a menos em 2022 e agora 48 milhões de toneladas a mais”, apontou Moraes.

    Ipea acredita em recuperação tímida

    O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) espera uma “recuperação tímida” nos preços dos grãos. “Vemos uma alta abaixo da vista em 2022, decorrente da pandemia. Para a soja, ainda temos uma safra boa, apesar de não ser tão grande quanto a última, enquanto para o milho temos perspectiva de queda entre 6% e 10% na produção, o que é relevante porque pareia outros alimentos, como proteínas”, observou o pesquisador e economista do Ipea José Ronaldo Souza Junior.

    Já o algodão tende a apresentar uma safra maior e sem reações na demanda, portanto sem expectativa de alta significativa nos preços.

    Em contrapartida, a analista da Tendências Consultoria Gabriela Faria prevê arrefecimento dos preços dos grãos, em virtude da estimativa de uma safra de grãos 2023/24 ainda robusta, acima de 300 milhões de toneladas.

    “Prevemos uma queda de preços ainda maior para grãos, não de dois dígitos, abaixo de 10%, mas uma nova redução. A perspectiva é que os preços agrícolas acompanhem os preços menores dos insumos em 2024. A maior produção dos Estados Unidos deve gerar um melhor balanço entre oferta e demanda global, mas temos riscos como a oferta do Brasil e as definições relacionadas ao petróleo, que refletem no custo de produção”, afirmou Faria.

    Para ela, no segundo semestre de 2024, poderia haver uma alta após a consolidação da safra de verão, mas não no curto prazo. “Temos que considerar que países que estavam com problemas na produção neste ano se recuperaram e devem ter maior produção em 2024”, observou. Essa conjuntura se reflete na pecuária, que deve seguir com “oferta forte” de animais e tendência de continuidade dos preços mais baixos, na opinião da economista. “A forte produção deve segurar os preços”, pontuou.

    Do lado do setor produtivo, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avalia que os preços dos grãos tendem a se manter estáveis em 2024, sem espaço para aumento significativo das cotações. Isso se daria por dois fatores: consumo mais lento e uma produção ainda robusta na safra 2023/24, embora haja perdas nas lavouras, segundo o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi.“Os preços tendem a se manter estáveis tanto para soja quanto para milho, porque boa parte dos estoques internacionais está maior e o consumo não será tão firme com economia mundial em lento crescimento. A tendência é que não tenhamos recuperação dessas cadeias em virtude também da recuperação da produção na Argentina e nos Estados Unidos”, afirmou Lucchi em coletiva de imprensa da confederação para apresentação das perspectivas para 2024, no início de dezembro.

    Pecuária bovina

    Na pecuária bovina, Lucchi destacou que os abates ainda elevados e o pequeno crescimento no consumo interno e nas exportações da proteína vermelha podem vir a comprometer o aquecimento do mercado. Na avaliação dele, apesar dos riscos climáticos que podem comprometer parcela da produção 2023/24, a safra ainda será robusta.

    “É uma safra grande que não tende a impulsionar preços. Precisamos avaliar ainda como será o clima em dezembro e janeiro em termos de El Niño para avaliar como será a quebra e se pode haver reação de preço”, relatou. “A produção ainda será grande e não a ponto de gerar pressão inflacionária”, pontuou.

    Na pecuária, Souza Junior considera que possa haver aumento dos preços da carne bovina se as exportações se normalizarem e se o movimento de retenção de fêmeas for intensificado. “O nível de abate ainda continua elevado em relação ao ano passado, mas, se as exportações derem vazão ao volume, podemos ter alta de preços; frangos e suínos reagem à proteína concorrente e, por isso, a tendência é de aumento de preços também no médio prazo”, observou.

    Ainda em relação à pecuária, o sócio-diretor da MB Agro espera o início de reversão do ciclo de oferta em 2024, mas de pequena movimentação. “A inversão do ciclo depende da retenção de fêmeas pelos pecuaristas, a qual acreditamos que começará somente no segundo semestre do ano que vem. Pode haver firmeza no mercado internacional, o que poderia sustentar os preços em níveis superiores, mas abaixo de 2021 e 2022. Para suínos e frangos, os preços dependerão do custo de ração, o que, por sua vez, está atrelado à oferta de milho”, apontou.

    Na contramão dos demais produtos agrícolas, as fontes citam o açúcar como a commodity “fora da curva” em relação aos preços no próximo ano. O adoçante tende a se valorizar em virtude da queda da produção na Tailândia e na Índia, importantes players internacionais, e eventuais limitações da oferta do Brasil por dificuldades no escoamento da produção. “A expectativa de redução mundial de oferta tende a favorecer o produtor brasileiro de cana-de-açúcar com preços superiores. É um problema de oferta em nível mundial que deve refletir nos preços nacionais, embora tenha boa produção, em virtude dos preços firmes do mercado externo”, apontou Souza Junior. “Há demanda pelo açúcar brasileiro e cenário de oferta global limitado. Por isso, os preços não devem ceder tanto”, completou Faria da Tendências.

    Em relação às demais commodities softs, o cenário é difuso para café e suco de laranja, este último impulsionado pelos problemas recentes na quebra da produção em virtude das doenças que afetaram a safra de laranja. “Os preços para laranja continuam firmes dados os sérios problemas de greening nas lavouras paulistas”, afirma Hausknecht. “Para o café, será ano de bienalidade positiva, de tendência de safra cheia e sem espaço, até o momento, para aumento de preços”, acrescentou o pesquisador do Ipea.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

     

  • Embrapa registra ocorrência maior e precoce de percevejos na soja

    Pesquisador da entidade alerta sobre a importância do monitoramento semanal de percevejos com pano de batida

    A safra 2023/24 vem sendo marcada por instabilidades climáticas muito intensas, o que está afetando também a ocorrência de percevejos, uma das mais importantes pragas da soja, afirma o chefe de Pesquisa & Desenvolvimento da Embrapa Soja, Adeney de Freitas Bueno.

    Segundo ele, o percevejo geralmente é de ocorrência mais acentuada no período de enchimento dos grãos da soja. Porém, nesta safra, a praga tem sido observada mais cedo e com populações mais altas.

    Monitoramento com pano de batida

    Neste sentido, a orientação é para que o produtor faça o monitoramento semanal da sua lavoura com o pano de batida para saber o momento ideal de realizar o controle da praga, assim como escolher o inseticida mais adequado para sua lavoura.

    Desta forma, ele consegue garantir produtividade com equilibrado custo de produção. Isso porque, de acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Samuel Roggia, estudos da entidade juntamente com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) mostram que não há prejuízos de produtividade na soja com infestação de dois percevejos por metro (pano).Assim, segundo ele, produtores que costumam fazer quatro ou mais aplicações de inseticidas em uma safra podem reduzir essas entradas pela metade, desde que se atentem ao monitoramento semanal.

    “Apenas com mais de dois percevejos por pano de batida é que o produtor deve entrar com a aplicação. Do contrário, a praga não compromete o rendimento da lavoura”.

    O pesquisador lembra que, atualmente, estão disponíveis no mercado inseticidas dos grupos 1, 2, 3, 4 e 30.“Apesar de o grupo 30 ser o mais novo, não significa que todos os produtores devam utilizá-lo e nem que ele vai ser o melhor para todas as situações. As populações de percevejos não migram a grandes distâncias, então um produto que é bom em um talhão pode não ser o melhor em outro”.

    Assim, de acordo com ele, a melhor forma de identificar qual o melhor inseticida é entrando com o pano de batida antes e após a aplicação do inseticida para verificar se houve a sobrevivência ou resistência dos insetos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Excesso de chuva e calor provoca queda na produção de leite

    Além do estresse térmico, os eventos climáticos extremos ocorridos durante a primavera, como inundações, granizo e geadas, também podem ter afetado a produção de leite

    As condições climáticas registradas durante a primavera de 2023 no Rio Grande do Sul podem ter impactado negativamente a produção de leite no estado.

    Um comunicado agrometeorológico do governo informou que a elevada umidade relativa do ar e as grandes amplitudes térmicas registradas durante o trimestre levaram a períodos de estresse térmico nos animais, o que pode ter reduzido a produção.

    A situação mais crítica tendo ocorrido em novembro, em Porto Vera Cruz, no Vale do Uruguai.

    Neste município, houve queda de 7,8 quilos/vaca/dia entre as vacas que produzem entre 25 kg/dia e 40 kg/dia.

    Entre as vacas com produção entre 25 kg/dia e 40 kg/dia de leite, a queda média estimada variou entre 3,2 kg/dia, em outubro, e 5,5 kg/dia, em novembro.

    A perda média mínima estimada ocorreu em Bento Gonçalves (2,6 kg/dia) em outubro.

    O estudo mostrou que, na primavera, a queda média estimada para o trimestre variou de 1,5 kg/dia (em outubro) a 3,3 kg/dia (em setembro e novembro) entre aquelas com produção entre 5 kg/dia e 20 kg/dia. Neste cenário, a maior queda foi também em Porto Vera Cruz, no mês de novembro, com queda na produção de 4,4 kg/dia.

    O estudo explica que as maiores perdas médias estimadas de produção de leite são atribuídas às vacas com maior potencial de produção. Isso se deve à maior produção de calor corporal, devido às altas taxas metabólicas desses animais, dificultando as trocas calóricas com o meio ambiente, em situações que conciliam temperatura e umidade relativa do ar elevadas.

    O material também mostrou que o Vale do Uruguai e o Baixo Vale do Uruguai registraram períodos mais elevados de estresse térmico aos animais durante a primavera, com Itaqui e São Borja, ambos no Baixo Vale do Uruguai, sendo as localidades com maiores situações de estresse térmico, além de Porto Vera Cruz.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • El Niño deve provocar verão quente e seco no Brasil; veja previsão

    O verão começa nesta sexta-feira (22), às 00h27, com previsão de temperaturas acima da média na maior parte do país, com exceção do extremo Sul

    verão começa nesta sexta-feira (22), às 00h27, com previsão de temperaturas acima da média na maior parte do país, com exceção do extremo Sul.

    Sob influência do fenômeno El Niño, o verão será mais quente e mais seco.

    “Estamos prevendo que o verão vai ser mais quente que o normal em todo o país. Só no extremo sul as temperaturas podem ficar dentro do normal, mas nas regiões norte e central, as temperaturas devem ficar acima do esperado”, afirmou o meteorologista Caio Coelho, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

    Segundo ele, a previsão é que o El Niño perca intensidade apenas no fim do verão.

    Uma das características do fenômeno climático é a diminuição das chuvas na região Norte e Nordeste, e aumento da precipitação sobre a região Sul.

    “As chuvas devem continuar acima do que é esperado para essa época do ano na região Sul, principalmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina”, detalhou a meteorologista Marília Nascimento, do Inpe.

    Já na faixa norte do país, a chuva estará abaixo da normal climatológica. “Principalmente na área mais ao leste, em direção ao Nordeste, e também no semiárido”, completou.

    Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, deve chover dentro na normalidade para a época.

    “O verão começa com chuvas mais abundantes devido à atuação da zona de convergência do Atlântico Sul, e não descartamos a possibilidade de pancadas de chuvas intensas que atinjam essa faixa que engloba a região Centro-oeste e o Sudeste do país e uma área ao norte da região Sul”, explicou Marília.

    Dias mais longos

    Até 20 de março de 2024, por causa da inclinação do seu plano de órbita, os raios solares atingem mais diretamente o hemisfério sul do planeta Terra.

    “Os dias são maiores, o Sol nasce mais cedo e se põe mais tarde, e isso acontece já a partir da primavera e tem o seu ápice no início do verão”, informou a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional.

    Mudanças climáticas

    Os cientistas alertam que as mudanças climáticas estão tornando os eventos climáticos extremos, como o El Niño, mais frequentes e intensos. Isso pode ter um impacto significativo na agricultura, no fornecimento de água e na saúde pública.

    A população deve se preparar para o verão com as seguintes recomendações:

    • Fique hidratado, beba bastante água e sucos naturais.
    • Use roupas leves e frescas, de preferência de algodão.
    • Evite atividades físicas ao ar livre durante o período mais quente do dia.
    • Se estiver no litoral, tome cuidado com as altas temperaturas e a correnteza.
    • Se estiver em áreas propensas a secas, tome medidas para economizar água.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ferrugem-asiática dispara 234% na safra 23/24 de soja

    Dados do Consórcio Antiferrugem comparam média de incidência das últimas cinco safras com a atual. Especialista dá dicas de combate

    Nas últimas cinco safras, a média de casos de ferrugem-asiática nas lavouras de soja registradas até o dia 20 de dezembro foi de 33. Nesta temporada 2023/24, já são 111. Com isso, as ocorrências da pior doença a afetar a cultura estão 234% superiores agora.Os dados são provenientes do Consórcio Antiferrugem, iniciativa liderada pela Embrapa Soja. De acordo com a instituição, esse aumento vertiginoso se deve ao fato de a região Sul do país ter tido um inverno menos rigoroso, favorecendo a emergência da soja voluntária, que já estava com inóculos do fungo.

    A concentração de casos nos três estados da região justificam a explicação:

    • 83 registros no Paraná;
    • 17 no Rio Grande do Sul;
    • 4 em Santa Catarina.

    Também já foram reportados três casos em São Paulo, dois em Minas Gerais e dois em Mato Grosso do Sul.

    Cenário propício à ferrugem

    A maior distribuição de chuvas, intercaladas com veranicos, efeitos do fenômeno climático El Niño, tem dificultado o estabelecimento da soja, com atraso no plantio e necessidade de replantios em diversos locais, como em Mato Grosso, maior produtor da oleaginosa.

    Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de portfólio nacional de fungicidas para soja na Bayer, Carlos Toscano, esse cenário se torna muito propício para a ocorrência da ferrugem asiática.

    “É a doença mais agressiva que temos na cultura da soja, podendo ocasionar perdas de até 90% caso não seja controlada. Nesta safra já temos relatos da ocorrência dos sintomas da doença de forma muito precoce nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e em países vizinhos como Paraguai e Bolívia”, afirma.

    Manejo contra a doença

    O foco do agricultor nesse momento é adotar a melhor estratégia de manejo de fungicidas, sempre atento aos desafios que a ferrugem traz, de acordo com Toscano.

    Segundo ele, as medidas mais importantes para a redução dos danos da doença são os seguintes:

    • Usar o sistema de plantio direto com culturas que ajudem a recobrir o solo com palhada;
    • Respeitar o período de vazio sanitário;
    • Dentro de um limite agronômico, semear mais cedo para evitar as épocas mais favoráveis às doenças;
    • Usar produtos químicos ou biológicos preventivamente;
    • Escolher produtos eficazes, com doses assertivas para controlar as principais doenças da soja, como a ferrugem asiática, mancha alvo, mofo branco e podridão de grãos;
    • Escolher variedades de soja que possuam tolerância a alguns destes problemas;
    • Uso de ferramentas digitais que contribuem para o monitoramento e controle efetivo nos talhões afetados.

    Além disso, segundo o engenheiro agrônomo da Bayer, para maximizar os ganhos com a cultura da soja, o agricultor deve levar em consideração o manejo contra a ferrugem e demais doenças fúngicas nos seguintes momentos:

    • Aplicação do vegetativo: sua função é reduzir a pressão inicial de doenças;
    • Pré-fechamento da linha: aplicação mais importante e, assim, deve-se usar o produto mais robusto, preferencialmente misturas mais completas com ativos altamente eficientes. “Essa aplicação do pré-fechamento não deve ser postergada em função da aplicação do vegetativo”, adverte;
    • 2ª aplicação: deve ocorrer até 14 dias após a aplicação dos produtos pré-fechamento. “Nesse momento, a preocupação com a ferrugem e a podridão de grãos deve ser redobrada, dando preferência ao uso de produtos com uma carboxamida moderna e eficiente”, instrui.;
    • 3ª e 4ª aplicações: deve-se utilizar misturas de triazol+estrobirulinas, sempre acompanhadas de fungicidas protetores.

    “Portanto, vale a atenção do produtor para a adoção de boas práticas, tais como respeitar os intervalos de aplicações de até 14 dias; associar fungicidas sistêmicos juntamente com os multissítios e usar volume de calda e doses dos produtos conforme recomendado em bula e buscando sempre a melhor tecnologia de aplicação dentro dos melhores períodos do dia. Tudo isso contribuirá para um melhor controle da doença e minimização dos prejuízos”, finaliza Toscano.

    Na safra 2022/23 de soja, foram reportados 295 casos de ferrugem-asiática. Mais uma vez, o Paraná liderou em número de casos, com 83 na ocasião, seguido de Mato Grosso do Sul, com 57.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Reta final: plantio da soja chega a 91% da área; veja situação de cada estado

    O atual número está abaixo de igual período do ciclo passado e da média histórica das últimas cinco temporadas

    O plantio da safra 2023/24 de soja no Brasil chegou a 90,9% da área, estimada em 45 milhões de hectares. O dado foi levantado até a última sexta-feira (8), pela consultoria Safras & Mercado. No relatório anterior, de 1 de dezembro, a semeadura abrangia 83,3%.

    O atual número está abaixo de igual período do ciclo passado, apontado em 94,7%, e mais inferior ainda se comparado à média histórica das últimas cinco temporadas, de 95,2%.

    Ao todo, três estados já concluíram os trabalhos de implantação da lavoura de soja: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Veja a evolução dos demais:

    • Rio Grande do Sul: 78%
    • Paraná: 100%
    • Mato Grosso: 100%
    • Mato Grosso do Sul: 100%
    • Goiás: 94%
    • São Paulo: 95%
    • Minas Gerais: 85%
    • Bahia: 95%
    • Santa Catarina: 90%
    • Maranhão: 60%
    • Piauí: 62%
    • Tocantins: 75%
    • Outros: 67%

    Entre uma semana e outra, o estado que mais avançou no plantio foi o Rio Grande do Sul, partindo de 51% para 78%.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/