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Preços dos fertilizantes no Brasil podem cair em 24/25, diz analista

Maísa Romanello, da Safras & Mercado, destaca condições climáticas favoráveis e bom andamento da safra como fatores que podem ditar os preços

Os preços dos fertilizantes no Brasil podem cair na safra 2024/25, segundo Maísa Romanello, analista da Safras & Mercado. A previsão foi feita nesta terça-feira (26), durante o primeiro dia da 7ª edição da Safras Agri Week.

Em 2023, o Brasil importou 39,4 milhões de toneladas de fertilizantes, um aumento de 8% em relação a 2022.

As entregas foram próximas do recorde de 2021 e cresceram 12% no mesmo período.

“Em 2021, tivemos uma rápida recuperação da demanda e as relações de troca foram bastante favoráveis, o que levou ao consumo recorde dos fertilizantes e à escalada dos preços. Em 2022, esperava-se um reequilíbrio desse setor. No entanto, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia levou os preços dos fertilizantes a patamares ainda mais altos, com o temor de que o país não conseguiria exportar os seus volumes. Já em 2023, os preços voltaram aos patamares médios e a demanda foi retomada”, disse.

Preços dos fertilizantes

ureia atingiu o pico em outubro de 2021 devido a uma forte demanda do Brasil e da Índia. Já no final do ano, o preço recuou. Mas, com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, os preços voltaram a subir rapidamente e atingiram um recorde em 2022.

MAP também apresentou um desempenho similar ao da ureia, havendo um aumento nos preços ao longo de 2021.

Em 2022, foi atingido um patamar recorde entre março e abril diante das consequências da guerra.

Já o potássio (KCL) obteve uma evolução nos preços em 2021, atingiu recorde em abril de 2022 e foi caindo gradualmente no segundo semestre de 2022.

“O KCL vem em queda até este ano, mas voltou a subir devido ao Brasil identificando bons preços no momento”, ponderou Romanello.

Panorama de oferta e demanda

Segundo a analista da Safras, os Estados Unidos têm sido o principal comprador de fertilizantes no primeiro semestre, mas ainda com uma demanda muito cautelosa.

Enquanto isso, a Europa tem aguardado por melhorias nas condições climáticas e há potencial para intensificar as suas compras em abril.

“No Brasil, apenas a importação de KCL é um fator de mercado importante. O Brasil não tem comprado fosfatados e nitrogenados de forma significativa no momento”, concluiu.

Mercado interno

Em 2023, o Brasil importou 39,4 milhões de toneladas de fertilizantes, apresentando um aumento de 8% em relação a 2022.

As entregas foram próximas do recorde de 2021 e cresceram 12% em relação a 2022.

Com isso, o Brasil apresenta preços mais baixos, pouca demanda nos primeiros meses, relações de troca ruins para soja e para o milho e o KCL com bons patamares.

Por fim, a analista falou sobre as perspectivas para a safra 2024/25.

“As condições climáticas devem ser mais favoráveis, bom andamento da safra nos Estados Unidos, Brasil e na Argentina, o que deve levar a uma possível queda nos preços dos grãos e também provocar piora nas relações de troca e bons preços para os fertilizantes entre maio e junho”.

Fonte: https://www.canalrural.com.br/