Daily Archives

5 de dezembro de 2024

  • Maior estudo oficial de resistência a carrapaticidas no mundo é apresentado na Seapi

    Pesquisa realizada em 2023 em propriedades gaúchas foi pauta da reunião da Câmara Setorial da Carne Bovina

    O estudo “Inquérito de prevalência da multirresistência a carrapaticidas no RS”, desenvolvido pelos Departamentos de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) e de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), foi apresentado nesta quarta-feira (04/12) na reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina.

    A médica veterinária e coordenadora do Serviço de Doenças Parasitárias da Seapi, Nathalia Bidone, mostrou que das 176 propriedades analisadas de diferentes regiões do estado que apresentaram multirresistência a carrapaticidas, 98% têm multirresistência a quatro ou mais carrapaticidas (173 propriedades), 71% apresentam resistência a todos os carrapaticidas testados (125 propriedades) e 6% têm alta resistência a todos os carrapaticidas testados (10 propriedades).

    “A resistência é um processo natural intrínseco aos parasitas, mas ela pode ser acelerada quando se registra uma grande utilização de um produto ou de um princípio ativo”, destaca Bidone. Além disso, os dados apontam que a forma de escolha do produto pode não ser a mais adequada. Apenas 1% escolhem por testes de eficácia, a maioria escolhe por indicação de terceiros ou conhecimento próprio (45%), e apenas 38% por recomendação do veterinário.

    Outros resultados revelam que quanto maior a propriedade, maior o índice de multirresistência a carrapaticidas, que o uso de formulações injetáveis aumenta em cinco vezes a chance de multirresistência e que a frequência maior de tratamento, além do indicado que é de, no máximo, cinco vezes ao ano, aumenta também a incidência de carrapatos com maior resistência a carrapaticidas.

    O estudo foi feito a partir de uma amostragem aleatória de diferentes regiões, contato e visitas a 302 propriedades, de 120 municípios, com aplicação de questionário, coleta de carrapatos em 206 propriedades e testes em laboratório no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF). O artigo foi publicado na revista Medical and Veterinary Entomology (veja versão abaixo).

    A coordenadora da Seapi afirma que não tem uma resposta pronta para as questões levantadas pelo estudo, que é preciso repensar estratégias junto com a cadeia produtiva para combater o problema. “Nós estamos pensando em algumas ações, enquanto Secretaria, mas elas estão sendo debatidas e construídas junto com a cadeia produtiva”, afirma Nathalia Bidone.

    O presidente da Associação de Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (AICSUL), Moacir Berger, destaca que a questão dos carrapatos causa perdas consideráveis para o mercado coureiro. “É o nosso segundo maior problema, depois da questão da rastreabilidade. Estamos perdendo mercado se não enfrentarmos estas questões”, destaca.

    A médica veterinária Ana Cláudia Mello Groff, também do DDA/Seapi, apresentou perspectivas sobre o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT). Segundo ela, é necessário discutir ao longo de 2025 sobre a utilização da vacina RB51, em substituição a vacina B19. Outra questão é a evolução do PNCEBT na cadeia de corte, através da elaboração de um plano de trabalho. O Rio Grande do Sul é um dos estados com mais propriedades de leite certificadas contra estas duas doenças, mas afirma que é preciso avançar mais nas propriedades de corte.

    Ao final da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina foi eleito o novo coordenador. O atual coordenador, Gilson Hoffmann, agradeceu a todos pela parceria e passou o cargo para o professor do Departamento de Zootecnia da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), José Fernando Piva Lobato. O professor destacou que vai trabalhar visando os produtores do Rio Grande do Sul e seus problemas. “Nem todos os pecuaristas são iguais e nós precisamos buscar soluções para cada um deles, entendendo as suas diferenças”, destacou.

    Veja aqui o estudo completo:  Artigo publicado na Medical and Veterinary Entomology

    Fonte: Seapi/RS

  • Mesmo na entressafra, preço de arroz recua 14% em novembro

    De acordo com o Cepea, comercialização envolvendo grão em casca no mercado spot do Rio Grande do Sul continua lenta

    O indicador do arroz em casca Cepea/Irga-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) acumulou forte queda de 13,95% em novembro, encerrando o mês a R$ 102,23 por saca de 50 kg. A média mensal, de R$ 111,66 por saca, ficou 6,39% menor que a de outubro/24 e 1,94% inferior à de novembro de 2023, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI de novembro de 2024).

    Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) afirmam que o movimento de baixa é considerado atípico para este período de entressafra, quando a menor disponibilidade de cereais, historicamente, sustenta os valores.

    Segundo o centro de pesquisas, a comercialização envolvendo arroz em casca no mercado spot do Rio Grande do Sul continua lenta. Produtores têm resistido aos preços oferecidos pelas indústrias, apostando em recuperação nas próximas semanas.

    Já a demanda está limitada, com compradores locais mostrando pouco interesse em adquirir o produto e/ou optando por ofertas mais baixas envolvendo sobretudo o arroz depositado e a prazos de pagamento alongados, ainda conforme pesquisas do Cepea.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: regulamentação dos bioinsumos e a produção sustentável

    Aprovado no Senado, o projeto facilita a adoção de bioinsumos, promovendo práticas agrícolas sustentáveis e eficientes, beneficiando, também, os produtores de soja

    O Senado aprovou, nesta terça-feira (3), o PL 658/2021, que estabelece o marco legal dos bioinsumos, um avanço para a agricultura sustentável no Brasil. Aprovado na Câmara, o projeto segue para sanção presidencial e representa um avanço para os produtores de soja, que poderão adotar alternativas biológicas aos produtos químicos, aumentando a eficiência e a sustentabilidade das lavouras.

    O PL 658/2021 traz uma importante segurança jurídica para o setor agrícola, organizando o mercado de bioinsumos e permitindo o desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis. Para os produtores de soja, isso significa maior acesso a alternativas mais econômicas e ecológicas, que podem reduzir a dependência de produtos químicos importados, melhorar a saúde do solo e aumentar a produtividade das lavouras de forma sustentável.

    Fabrício Rosa, diretor-executivo da Aprosoja Brasil, ressaltou a importância do PL 658/2021, destacando que a regulamentação representa um avanço para a agricultura brasileira. Segundo ele, o projeto oferece segurança jurídica, permitindo que os produtores de soja e outros setores possam adotar práticas mais sustentáveis sem enfrentar riscos legais.

    O marco legal também reforça a posição do Brasil no mercado agrícola global, aumentando sua competitividade e criando novas oportunidades para atrair investimentos internacionais. Para a soja brasileira, um dos principais produtos de exportação, o projeto traz benefícios diretos, incentivando a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis e tecnologias inovadoras.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/