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agosto 2022

  • Produção de soja deve crescer 124,4% no Rio Grande do Sul, estima Emater

    Segundo a estimativa divulgada na 45ª edição da Expointer, a produção de soja 2022/23 pode atingir 20,56 milhões de toneladas

    Após um período de estiagem que limitou a produção de soja em 9,16 milhões de toneladas na temporada 2021/22, a safra verão 2022/23 deve ser 124,4% maior.

    Segundo estimativa divulgada nesta manhã pela Emater RS/Ascar, durante a 45ª edição da Expointer, em Esteio (RS), a produção de soja 2022/23 pode atingir 20,56 milhões de toneladas.

    Segundo dados obtidos entre 1º e 19 de agosto a partir de levantamento realizado em 497 municípios do estado, a produtividade da soja por área também tende a superar o ano anterior e ficar 112,7% maior em 2022/23, com 3,131 mil kg por hectare.

    Já área plantada com a oleaginosa é estimada em 6,569 milhões de hectares (+2,8% ante 2021/22).

    Segundo o diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri, é possível verificar uma mudança no “caminho da soja” no estado.

    “A soja está avançando na metade sul do Rio Grande do Sul. Isso é uma questão importante, mas que também nos preocupa, porque nessa região há necessidade de um manejo mais profissional”, disse.

    Na avaliação de Rugeri, apesar do custo dos insumos estarem elevados, a expectativa é que a oleaginosa alcance as previsões, especialmente com uma perspectiva climática favorável.

    meteorologista Flavio Varoni, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, avaliou, durante a apresentação dos resultados da Emater, que o mês de agosto está “transcorrendo bem” do ponto de vista climático. “Estamos tendo um inverno bem típico e favorável. A condição é boa para a gente trabalhar este ano”, disse.

    Varoni destacou que o La Niña tende atuar de forma mais expressiva sobre as culturas do Rio Grande do Sul durante a primavera, especialmente em outubro.

    Além da soja

    A safra aguardada para a cultura do milho também projeta boa recuperação para os produtores e para a economia gaúcha.

    De acordo com a estimativa inicial apresentada pela Emater/RS-Ascar, o milho deverá alcançar uma produção de 6.102.815 toneladas, ou seja, 104,54% maior do que a safra passada (2.983.634 ton), a serem cultivadas numa área de 831.786 hectares, 5,91% acima da safra anterior (785.335 ha), gerando uma produtividade média prevista de 7.337 kg/ha, o que representa 90,47% a mais do que a obtida na safra passada (3.852 kg/ha).

    “Apesar de a produção de milho aumentar há quatro anos, precisamos de políticas públicas de incentivo para essa cultura, a exemplo do Pró-Milho, que envolve todas as entidades do agro do Estado. Temos necessidade de atender as demandas das criações, importante pela pujança do setor de proteína animal”, observa Rugeri.

    No milho silagem, a produção esperada para a safra 2022/23 é de 13.835.615, ou seja 78,06% a mais do que a safra anterior, que foi de 7.770.047. Apesar da área diminuir -8,31%, passando de 398.587 hectares para 365.467 hectares, a produtividade estimada para esta safra é de 37.857 kg/ha, ou seja, de 93,01% superior aos 19.614 kg/ha de rendimento do milho silagem na safra passada.

    Já a safra de Arroz projeta para a safra de verão uma redução de área de -9,90%, passando de 957.185 hectares (safra 2021/2022) para 862.498 hectares (estimativa inicial do Instituto Riograndense do Arroz – Irga para 2022/2023). Isso vai fazer com que o RS tenha, para a próxima safra de verão (2022/2023), uma produção de 7.094.909 toneladas de arroz (a safra 2021/2022 foi de 7.708.517 toneladas), e uma produtividade média de 8.226 kg/ha, ou seja, de -1,10% menor do que a obtida na safra anterior, que foi de 8.315 kg/ha.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Mapa registra 50 defensivos agrícolas; confira lista

    Com o registro desses produtos hoje, já somam 69 defensivos agrícolas de baixa toxicidade registrados em 2022

    O Ato n° 38 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado nesta terça-feira (30) no Diário Oficial da União, traz o registro de 50 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores.

    Desses, 25 são produtos biológicos, sendo nove aprovados para uso na agricultura orgânica.

    Com o registro desses produtos hoje, já somam 69 produtos de baixa toxicidade registrados em 2022.

    Os produtos de baixo impacto são importantes para a agricultura não apenas pelos aspectos toxicológico e ambiental, mas também por beneficiar as culturas de suporte fitossanitário insuficiente, uma vez que esses produtos são aprovados por pragas-alvo e podem ser recomendados em qualquer cultura.

    Entre as novidades dos produtos biológicos, o fungo Cordyceps javanica, uma alternativa para o manejo de populações resistentes de mosca-branca, ganhou o seu primeiro registro no Mapa, com uso também aprovado para a agricultura orgânica.

    Os fungos entomopatogênicos estão entre os mais importantes inimigos naturais das moscas-brancas e penetram diretamente no inseto, sem necessidade de ingestão.

    Um outro controlador biológico, o nematoide Heterorhabditis bacteriophora, que detinha apenas um produto no mercado, agora recebeu autorização para uso em um produto para controle das lagartas Spodoptera frugiperda e Scaptocoris castanea.

    A spodoptera foi recentemente considerada como uma praga prioritária para a agricultura.

    Também para Spodoptera frugiperda tem o primeiro registro do nematoide entomopatogênico Steinernema carpocapsae, que além de controlar a lagarta Spodoptera também é indicado para o controle de moscas-dos-fungos (Bradysia matogrossensis) e do bicudo-da-cana-de-açúcar (Sphenophorus levis).

    Para a agricultura orgânica foram ofertados nove produtos, dentre eles o parasitoide Tetrastichus howardi, a vespinha parasitoide Telenomus podisi e os fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, aumentando o leque de opções para o agricultor.

    Já em relação aos produtos químicos registrados, pela primeira vez um produto formulado à base do ingrediente ativo Espiropidion será ofertado aos agricultores.

    Trata-se de um inseticida que estava em análise desde 2018 e é recomendado para o controle de pulgão, trips e mosca-branca nas culturas do algodão, feijão, soja e tomate.

    Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país.

    O registro de defensivos genéricos é importante para diminuir a concentração do mercado e aumentar a concorrência, o que resulta em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.

    Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • BNDES anuncia edital de R$ 100 milhões para compra de créditos de carbono

    Créditos de carbono representam a não emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, contribuindo para a preservação do meio ambiente

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou nesta terça-feira (30) seu segundo Edital de Chamada para Aquisição de Créditos de Carbono no Mercado Voluntário, no valor de até R$ 100 milhões.

    Com esta iniciativa, o banco pretende apoiar o desenvolvimento de um mercado para comercialização desses títulos, além de chancelar padrões de qualidade para condução de projetos de descarbonização da economia.

    Créditos de carbono representam a não emissão de gases do efeito estufa na atmosfera, contribuindo para a preservação do meio ambiente.

    Nesta segunda chamada, serão elegíveis projetos com foco em reflorestamento, redução de emissões por desmatamento e degradação florestal, energia (biomassa e metano) e agricultura sustentável.

    Os critérios para seleção envolvem a avaliação do proponente, do projeto e do preço.

    O resultado da chamada está previsto para início de novembro.

    Créditos

    Em maio, o BNDES divulgou o resultado da primeira chamada pública para aquisição de créditos de carbono.

    A operação-piloto, no valor de até R$ 10 milhões, selecionou cinco projetos de conservação e de energia em segmentos diversos e em três regiões distintas do país.

    As iniciativas eleitas foram desenvolvidas pela Biofílica, Solví, Sustainable Carbon, Carbonext e Tembici.

    O orçamento deste segundo Edital de Chamada para Aquisição de Créditos de Carbono no Mercado Voluntário será dez vezes maior do que a edição anterior (R$ 100 milhões). ]

    O limite para cada projeto, que na primeira chamada era de até R$ 2 milhões, agora pode chegar a até R$ 25 milhões. Também houve a retirada da exigência de emissão de créditos anteriores para os projetos concorrentes, a inclusão do setor agrícola como um dos escopos do Edital, além do aumento no número de instituições certificadoras.

    A estimativa é que o mercado voluntário precise crescer mais de 15 vezes até 2030 para cumprir as metas do Acordo de Paris, que pressupõe o atingimento do equilíbrio entre emissão e remoção dos gases causadores do efeito estufa até o ano de 2050.

    Nesse contexto, a negociação dos créditos de carbono é uma maneira de as empresas e países alcançarem suas metas de descarbonização.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Emater/RS: melhora da oferta de forragem aumenta produtividade leiteira

    Com as condições de luminosidade, temperatura e umidade favoráveis, a oferta de forragem melhorou significativamente, ajudando a elevar a produtividade e diminuindo os custos de produção do leite. A esse cenário favorável soma-se a elevação dos preços recebidos pelos produtores.

    As condições sanitárias foram adequadas e, com a redução da umidade e do barro no entorno das instalações, ocorreu uma redução importante no controle das mastites.

    Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite ainda se encontra em patamares inferiores na comparação com o mesmo período de anos anteriores devido ao clima adverso para o desenvolvimento das pastagens cultivadas de inverno, além da menor disponibilidade de feno e silagem decorrentes da estiagem do último verão.

    Porém, conforme as áreas com azevém, trevos e cornichão atingem melhores taxas de crescimento, a dieta das matrizes se qualifica com reflexo direto na produtividade.

    No regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, os bovinocultores de leite estão otimistas com os preços recebidos pelo litro de leite. Na regional de Caxias do Sul, a sanidade dos bovinos foi satisfatória, e o escore corporal das vacas de leite foi mantido.

    Na regional de Frederico Westphalen, as pastagens perenes de verão, como a tífton, jiggs, capim kurumi e pioneiro, já estão em brotação, e as áreas novas estão no início do preparo. A chuva dos últimos dias tem ajudado no desenvolvimento das culturas.

    Na regional de Ijuí, com a elevação no preço do leite pago ao produtor, os produtores estão estimulados a realizar novos investimentos na atividade. Na regional de Passo Fundo, a recuperação parcial das pastagens ampliou a oferta de alimentos volumosos a campo.

    Na regional de Pelotas, em Pedras Altas, o tempo favoreceu as pastagens devido à ocorrência de dias com bastante luminosidade, apesar da chuva intensa que ocorreu no início do período. Já em Rio Grande, as pastagens estão em ligeiro e discreto crescimento, mas a produção ainda está abaixo do esperado para a época. Em Pelotas, alguns produtores já planejam o plantio do milho no cedo para a silagem.

    Na regional de Porto Alegre, o baixo desenvolvimento das pastagens cultivadas em função do clima chuvoso tornou essencial o aumento na suplementação tanto de ração quanto de silagem.

    Na regional de Santa Rosa, a produção de leite diária está acima de 1,8 milhões de litros, apresentando normalização da produção para esta época. O predomínio de dias com temperaturas mais amenas é benéfico para o estado corporal dos animais, que permanecem por mais tempo pastejando. O preço do leite pago ao produtor em média, na região, continua aumentando, satisfazendo os produtores, uma vez que os valores são considerados muito bons se comparados com a média histórica.

    Na regional de Soledade, a oferta de pastagens está satisfatória para o rebanho leiteiro. As pastagens perenes de verão que haviam brotado em função do calor do mês de julho foram queimadas parcialmente pela geada. Com a redução do valor dos insumos, a relação entre o custo e o valor pago ao produtor pelo litro do leite está satisfatória.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Registro de Máquinas Agrícolas começa em setembro

    A partir do dia 30 de setembro, o registro não será mais feito no Departamento de Trânsito (Detran)

    De acordo com a lei 13.154/2015 é obrigatório o registro único de tratores e demais maquinários agrícolas, especialmente os que circulam em via pública. A partir do dia 30 de setembro, o registro não será mais feito no Departamento de Trânsito (Detran).

    A partir de agora o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é o responsável por emitir o Registro Nacional de Tratores e Máquinas Agrícolas (Renagro). Os produtores rurais poderão acessar a plataforma ID Agro Máquinas para a regulamentação do documento.

    Entre as vantagens do ID Agro estão a integração com o sistema da polícia que garante a procedência e origem do equipamento. O produtor precisa ter a nota fiscal do equipamento ou documento de compra e venda registrado em cartório.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/
  • Futuro do arroz aponta para a diversificação, diz Federarroz

    Tema da 33ª Abertura Oficial da Colheita de Arroz, que ocorre de 14 a 16 de fevereiro de 2023, foi lançado na 45ª Expointer

    Alternar culturas e consolidar as multisafras nas propriedades de arroz, esse é o caminho apontado para o setor, que vê a área plantada e as intenções de semeadura diminuírem a cada ano.

    Além de enriquecer o solo e facilitar o manejo, a diversificação de culturas também proporciona mais rentabilidade ao produtor, que há anos sofre com os baixos preços pagos pelo produto e o custo elevado dos insumos – situação que vem se agravando nos últimos dois anos.

    É sobre esse tema que deve tratar a 33ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, que ocorre de 14 a 16 de fevereiro de 2023, na sede da Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS).

    O lançamento oficial aconteceu nesta segunda-feira (29), na 45ª Expointer. A promoção é da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz).

    Ao longo de três dias de evento, o tema será tratado por pesquisadores, representantes setoriais, produtores e indústria, que irão compartilhar conhecimento sobre o setor que gera mais de 20 mil empregos diretos em 205 municípios gaúchos.

    A expectativa da Federarroz é que esta seja a maior já realizada, com a participação esperada de 10 mil pessoas.

    “O produtor de arroz agora é um produtor de grãos, que também faz integração com pecuária. É dessa diversidade que virá o resultado econômico. Por isso, as propriedades têm que se adaptar”, afirma o presidente da Federraroz, Alexandre Velho.

    A expectativa do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) é que haja uma redução de 10% de intenção de semeadura de arroz para a próxima safra.

    Por outro lado, o aumento na intenção de semeadura de soja é de 19,7%. A área de soja plantada em terras baixas deve chegar aos 500 mil hectares, o que comprova a inserção do arroz nos sistemas de produção múltipla de grãos. As pesquisas apontam para possibilidades de integração do arroz com outras culturas como milho e trigo.

    “O objetivo é buscar soluções para a monocultura, diminuindo a dependência dos produtores de arroz”, destaca Velho.

    Para o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Domingos Velho Lopes, a 33ª Colheita representa o conceito de “multiprodutor”, já que não se trata mais somente de arroz, mas de culturas diversas como soja, milho, pasto e floresta. “Com isso, somos exemplo de agricultura sustentável no mundo”, salientou Lopes.

    Estreante como um dos correalizadores da Colheita, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-RS) comemora a possibilidade de se aproximar de mais uma cadeia produtiva relevante para a economia rural do Estado. “Queremos nos somar à inteligência que é produzida pelas entidades setoriais e também pelos órgãos de pesquisa, como Embrapa e Emater, para que o evento seja maior e mais relevante”, comenta o superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Pesquisadores desenvolvem capim que permite prolongar o pastejo

    A descoberta é importante pois o capim é amplamente empregado na alimentação de gado leiteiro, especialmente na Região Sul

    Pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma nova cultivar de capim azevém (Lolium multiflorum Lam.) com produtividade de folhas até 20% maior em comparação às tradicionais da mesma espécie.

    Trata-se de um avanço importante uma vez que esse capim é amplamente empregado na alimentação de gado leiteiro, especialmente na Região Sul. Em produtividade de forragem, o material recém-desenvolvido gerou 2% mais do que as cultivares BRS Ponteio e a Fepagro, dois importantes materiais de azevém que estão no mercado. Chamada de BRS Estações, a nova cultivar ficou entre as mais produtivas em experimentos realizados no Paraná.

    Com lançamento agendado para 1º de setembro a BRS Estações apresenta ciclo produtivo longo, persistindo até novembro, de acordo com a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite Andréa Mittelmann.

    “O capim permite prolongar o pastejo, contribuindo para o enfrentamento do vazio forrageiro de primavera”, destaca a pesquisadora.

    “Por ser proveniente de populações adaptadas à Região Sul do Brasil, a planta tem boa adaptação e sanidade, além de possuir alta produtividade de forragem, com excelente qualidade, devido ao florescimento tardio e à excelente relação folha/colmo”, relata a pesquisadora da Embrapa Clima Temperado Fernanda Bortolini.

    A pesquisadora realça ainda a produtividade das sementes, por ter espigas densas e capacidade de ressemeadura natural. O analista da Embrapa Sérgio Bender diz que o capim se destaca, principalmente, pela boa produtividade das folhas, o que dá mais qualidade ao pastejo.

    Essa é a terceira cultivar de capim azevém desenvolvida pela Embrapa. A primeira, BRS Ponteio, ocorreu há uma década e foi considerada um sucesso pelo setor, com uma produtividade 7% maior que as concorrentes, na época. A segunda, BRS Integração, lançada em 2017, possui um ciclo mais curto (20 dias a menos), produzindo 5% a mais que a BRS Ponteio e se adapta bem aos sistemas de Integração Lavoura Pecuária (ILP).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Brasil será autossuficiente em trigo em até 5 anos, diz presidente da Embrapa

    Depois que o Brasil adaptou a produção do trigo ao solo do Cerrado, o país passou a contar com a possibilidade da autossuficiência

    O Brasil vai ser tornar autossuficiente na produção de trigo em até 5 anos.

    A previsão é do presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Celso Luiz Moretti.

    “Esse ano nós temos uma demanda estimada de 13 milhões de toneladas, mas o Brasil já vai produzir 9 milhões de toneladas. Ou seja, nós acreditamos que com essa velocidade, com esse crescimento que estamos vendo nos últimos anos é possível que em 5 anos o Brasil seja autossuficiente na produção de trigo”, previu.

    Segundo o presidente da Embrapa, depois que o Brasil adaptou a produção do trigo ao solo do Cerrado, o país passou a contar com a possibilidade da autossuficiência.

    Tradicionalmente, o trigo é produzido em regiões mais frias, como no sul do Brasil, na Argentina, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Ucrânia.

    O grão é uma das poucas commodities que o Brasil importa.

    “Há mais de 40 anos nós começamos a trabalhar com o melhoramento genético do trigo para fazer adaptação. E a partir de 2010, quando começamos a trazer o trigo ao Cerrado, começamos a desenvolver variedades adaptáveis. E isso tem crescido de forma bastante interessante, e que até impressiona as pessoas no mundo, que conhecem o trigo produzido em regiões frias. E a Embrapa mostrou que é possível produzir e colher trigo nos trópicos”, explicou.

    A produção mundial de trigo gira em torno 779 milhões de toneladas. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia — que respondem por 30% dessa produção — os preços aumentaram, e com o aumento da produção interna, o Brasil pode ter capacidade melhorada de importação e consumo interno.

    Embrapa premiada

    Especializada em desenvolver tecnologias que aumentem a produtividade, melhorem a qualidade e garantam a sustentabilidade da agricultura e pecuária, a empresa teve a pesquisadora Soja Mariangela Hungria incluída no ranking dos 100 principais cientistas em fitotecnia e agronomia do mundo.

    Hungria é a única cientista da América do Sul na lista. O ranking foi publicado pelo research.com, site com contribuições mundiais da ciência.

    O presidente da Embrapa lembrou que a pesquisa que levou Mariangela Hungria a fazer parte da lista, a fixação biológica de nitrogênio, foi desenvolvida pela empresa.

    “Foi uma tecnologia que começamos a trabalhar na década de 1990. É uma bactéria que é colocada junto com as sementes no solo, e como a maior parte do ar que nos circunda é nitrogênio, a bactéria captura o nitrogênio e entrega para a planta da soja. E isso reduz a necessidade do uso de adubo químico. Além de o produtor brasileiro economizar recursos, nos contribuímos para a redução de gases do efeito estufa”, disse.

    De acordo com Moretti, o Brasil vem se preparando com a ajuda da Embrapa para produzir com mais sustentabilidade, para ter uma agricultura digital, a partir do uso de drones, sensores, internet das coisas, inteligência artificial, e, por fim, a chamada biorevolução, que avança no uso da edição genômica das plantas e animais para ter produção mais produtiva, resistente e adaptada às mudanças climáticas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Com demanda aquecida, produtores apostam na canola

    Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Canola, a área com a cultura avançou 45% no Rio Grande do Sul nesta safra

    Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola) a área com a cultura avançou 45% no Rio Grande do Sul nesta safra.

    Com preço bom, alta demanda e ótima opção na rotação de culturas, a canola pode expandir para regiões que não apostavam no cultivo.

    Essa é a época de floração da canola, período que dura uns 70 dias e dá um espetáculo na lavoura.

    Dessa maneira, a cultura ganha cada vez mais espaço, especialmente na rotação de culturas.

    “Pensando em aumentar a produtividade, e no sistema de produção como um todo, inserir culturas de inverno é vantajoso”, diz o engenheiro agrônomo Lucas Marin.

    Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área com canola cresceu 30% nesta safra no Rio Grande do Sul, passando de 38 mil hectares na safra passada para quase 50 mil hectares em 2022.

    Por outro lado, a produção é estimada em 70 mil toneladas.

    No Brasil, apenas Paraná e Rio Grande do Sul plantam canola e os produtores gaúchos estão motivados pelas oportunidades e incentivo à produção.

    Canola

    Associação Brasileira dos Produtores de Canola diz que a área é bem maior. Ela pode chegar a 70 mil hectares, alta de 45%, em relação a safra passada.

    O que motiva a expansão é uma combinação de fatores como o novo zoneamento climático da cultura (Zarc), que abriu mais possibilidades de áreas. Além disso, há o baixo custo de implantação da lavoura e preços semelhantes ao da soja, uma boa forma de rentabilizar o produtor que sofreu com a estiagem.

    “Os produtores que entram nos projetos integrados, que compram as sementes de empresas que fomentam, eles já têm a garantia de compra e essas garantias hoje estão atreladas ao preço da soja”, afirma Vantuir Scarantti, presidente da Abrascanola.

    Da canola saem produtos como óleo comestível, biodiesel e até ração animal.

    Hoje as industrias estão localizadas no noroeste gaúcho, região que detém a maior área, mas a perspectiva com a expansão da cultura é alavancar todo o setor.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Resposta imunológica de novilhas Nelore é maior em sistemas ILPF

    Aumento de linfócitos após inoculação de antígeno foi maior nas novilhas que estavam em sistemas silvipastoris

    A resposta imunológica de novilhas Nelore em integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) a um antígeno foi maior do que a resposta de animais em pastagem solteira. O resultado obtido em pesquisa realizada na Embrapa Agrossilvipastoril (MT) ajuda a entender a dinâmica de verminoses no rebanho em diferentes sistemas produtivos. Além disso, pode ser extrapolado para outras doenças e parasitoses.

    O trabalho, feito em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e a Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte), fecha um ciclo de pesquisas sobre a sanidade animal relacionada aos nematoides. Além disso, abre novas perspectivas sobre o manejo do rebanho nas propriedades rurais.

    “A fazenda pode ter módulos diferentes, para categorias de animais. Se não for de interesse arborizar a fazenda toda, que tenha uma área com árvores onde  pode-se deixar os animais mais jovens”, afirma o pesquisador Luciano Lopes, da Embrapa.

    Resultados anteriores obtidos no mesmo experimento já demonstraram que novilhas Nelore em sistemas ILPF ganham mais peso e possuem maior precocidade sexual. “Na parte reprodutiva, vimos que há diferença entre os sistemas. Então é um ganho triplo. O ganho de peso por si só, o ganho de peso influenciando a precocidade sexual e, paralelamente, a melhor resposta imunológica. Para as novilhas, principalmente, seria bem interessante usar sistema ILPF”, avalia o pesquisador.

    Benefícios de novilhas em ILPF

    Uma série de pesquisas comprovou vantagens importantes na criação de novilhas em sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta:

    • Maior ganho de peso
    • Maior precocidade sexual
    • Melhor resposta imunológica

    O estudo mostrou que embora haja mais larvas de nematoides na fase de vida livre nos sistemas silvipastoris, as novilhas nesses locais apresentaram menor infestação de parasitos. Além disso, foi constatado que, quando se avalia a ocorrência de verminoses ao longo do ano, a alta ou baixa na incidência ocorre sem diferença significativa provocada pelo sistema produtivo. Dessa forma, animais criados em pasto a pleno sol ou em sistemas sombreados com árvores não precisam receber protocolos diferentes de vermifugação.

    Caminho da pesquisa

    O resultado obtido sobre a resposta imune do gado foi a última etapa de um trabalho que teve início analisando a ocorrência de nematoides (vermes) em pasto solteiro e em integração pecuária-floresta. A primeira constatação foi que a melhoria do microclima causada pela sombra das árvores favorecia a ocorrência de larvas de nematoides em fase de vida livre na pastagem.

    Porém, ao contrário do esperado, as novilhas que pastejavam em sistemas sombreados apresentaram menor contaminação do que aquelas que estavam em pastagem com menor carga de parasitas. Essa comprovação foi feita por meio da contagem de ovos dos nematoides presentes nas fezes dos animais.

    De acordo com Lopes, duas hipóteses foram cogitadas para explicação. A primeira era que a sombra também favorecia a ocorrência de coleópteros, como o besouro rola-bosta, que predam as larvas nas fezes depositadas no chão, impedindo a contaminação de um hospedeiro. A segunda está relacionada à resposta imune dos animais. A primeira hipótese foi refutada em pesquisas feitas no mesmo experimento da Embrapa Agrossilvipastoril, no qual não foi encontrada diferença na ocorrência de coleópteros nos sistemas.

    “Como as pastagens foram bem manejadas, tivemos maior carga de suporte de bovinos no pasto solteiro e maior quantidade de fezes. Isso favoreceu a ocorrência de coleópteros nesses locais. Além disso, a própria pastagem bem manejada já faz uma proteção, gerando melhor ambiência para os insetos. Assim, vimos que a abundância de comida tem maior impacto que a questão ambiental na população de coleópteros”, explica o pesquisador.

    Para avaliar a hipótese da resposta imune, parte das novilhas em três tratamentos diferentes (pasto solteiro, IPF com linhas simples de eucalipto e IPF com linhas triplas de eucalipto) foi desafiada por meio de uma vacina contra carrapatos. O objetivo era verificar a resposta imunológica aos antígenos entre os grupos de animais em diferentes sistemas e compará-los com as novilhas que não receberam o imunizante.

    Por meio de exame de sangue, verificou-se que a vacina teve efeito na proliferação de células de defesa e que as novilhas, nos dois sistemas com árvores, tiveram uma resposta celular mais eficaz, com maior proliferação de linfócitos, do que aquelas em pastagem sem sombra.

    “Linfócitos são células de defesa que produzirão anticorpos específicos para combater o antígeno. No caso de parasitose, a resposta celular é mais importante. Por isso, a gente olhou a proliferação dos linfócitos após a inoculação do antígeno por meio da vacina”, conta Lopes.

    De acordo com o pesquisador, a melhor resposta imune é o que explica a menor infestação de parasitos nas novilhas que pastejam no sistema silvipastoril.

    Verminoses

    As verminoses são responsáveis por grandes perdas na pecuária de corte, seja pela perda de peso ou pelo atraso no período reprodutivo. Dessa forma, o entendimento do ciclo dos parasitos em diferentes sistemas e das estratégias de controle são importantes informações para auxiliar o pecuarista.

    Nas pesquisas realizadas na Embrapa Agrossilvipastoril, observou-se que os bovinos estão mais vulneráveis às parasitoses do 6º ao 18º mês de vida. Após os 18 meses, o sistema imunológico já está mais bem desenvolvido e o animal, embora apresente o parasita, sofre danos menores.

    Outra comprovação foi a de que há variância ao longo do ano na carga parasitária dos animais, com maior incidência nos meses de fevereiro e março, fase final do período chuvoso, e em setembro, no fim da seca. Tal variação foi observada com o mesmo comportamento em todos os sistemas produtivos. Essa constatação reforça a recomendação de se fazer o controle estratégico, com vermifugação somente nos meses 5, 7 e 9, e não em todas as operações de manejo do rebanho no curral.

    “O pecuarista deve manter o controle estratégico, pois este é eficiente para manter o rebanho protegido. Assim ele evita vermifugações desnecessárias, reduz custos e atraso no processo de criação de resistência dos vermes ao princípio ativo usado no combate”, recomenda Lopes.

    Pela estratégia de controle, as vermifugações dos meses 5 e 7 ajudam a reduzir a parasitose, cujo pico se dá no fim das águas. Já a do mês 9 tem a função de diminuir a carga para o início das águas, fazendo com que a população do nematoide vá sendo reduzida ao longo do tempo.

    Publicação científica

    O resultado desta pesquisa está no artigo “Influence of silvopastoral systems on gastrointestinal nematode infection and immune response of Nellore heifers under tropical conditions” (Influência dos sistemas silvipastoris na infecção de nematoides gastrointestinais e resposta imune de novilhas Nelore em condições tropicais). O trabalho acaba de ser publicado pela revista Veterinary Parasitology.

    Além de Luciano Lopes (Embrapa Agrossilvipastoril), assinam a publicação Sheila Kamchen (Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT), Fagner Gomes (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Esalq-USP), Ulisses Natividade (Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), Luisa Magalhães (UFMG), Angelita Pimenta (UFMG) e Ricardo Araujo (UFMG).

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/