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fevereiro 2023

  • USDA prevê aumento das exportações do agronegócio brasileiro

    Milho, soja, carnes (bovina, suína e de frango) são destaques do relatório das perspectivas agrícolas para 2032 apresentado nos EUA

    As projeções das exportações de produtos do agronegócio brasileiro para os próximos 10 anos permanecem favoráveis.

    Milho, soja, carnes (bovina, suína e de frango) são destaques do relatório das perspectivas agrícolas para 2032 apresentado no encontro anual Agricultural Outlook Forum 2023, na última semana, em Washington D.C., nos Estados Unidos.

    As vendas externas de milho do Brasil devem passar de 47 milhões de toneladas (2022/23) para 69,1 milhões, em 2032/33.

    O Brasil passaria, então, a abastecer 30,7% das exportações mundiais, situadas hoje em 25,7%, devendo se igualar aos Estados Unidos no mesmo ano.

    O evento, promovido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), também destaca o crescimento para os embarques de soja brasileira para o próximo decênio. As exportações chegarão a 130,4 milhões de toneladas do grão, enquanto os Estados Unidos, 60,3 milhões de toneladas, em um total mundial de 215,2 milhões de toneladas.

    Desta forma, a participação do país nas exportações mundiais de soja deverá aumentar de 53% para 60,6%, enquanto os Estados Unidos terão recuo na sua participação de 33% para 28%, entre 2022/23 e 2032/33.

    No setor das carnes, o Brasil manterá a liderança mundial em carne bovina e de frango, com melhora na posição das vendas externas de carne suína, passando a terceiro maior exportador mundial, atrás de União Europeia e Estados Unidos.

    Finalmente, o relatório projeta o Brasil ainda como importador de trigo na perspectiva para 2032/33. As importações devem alcançar 6,2 milhões de toneladas.

    O Outlook é um evento mundial, tendo se iniciado como um fórum técnico, que reunia interessados locais. Além dos temas de interesse da agricultura americana, como renda, emprego, migrações, inovações, safras, mudanças climáticas, comércio internacional, aborda outros assuntos de interesse amplo.

    As apresentações e discussões desta edição contemplaram mais de 30 sessões, em dois dias (23 e 24 de fevereiro) de discussões de especialistas de diversas regiões do mundo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Agronegócio brasileiro avança com três safras por ano na mesma área

    Técnica de plantio direto, irrigação e melhoramentos genéticos têm permitido a agricultores brasileiros colher três safras agrícolas por ano na mesma área

    Colher três safras agrícolas na mesma área em um ano e alguns dias não é novidade para o agricultor Emílio Kenji Okamura.

    Cultivando cerca de 1,8 mil hectares em Capão Bonito, no sudoeste paulista, ele plantou feijão entre agosto e setembro para colher em dezembro; na colheita desse grão, iniciou o plantio da soja, para colher agora em abril; o que vai abrir espaço na sequência para o trigo, que ficará no ponto em setembro.

    “As condições de solo e clima em nossa região, que tem um regime de chuvas bem regulado, permitem fazer uma safra atrás da outra”, diz o agricultor, que está longe de ser um exemplo isolado no Brasil.

    A tecnologia do plantio direto, a irrigação e o melhoramento genético dos cultivares já permitem que os produtores brasileiros consigam colher até três safras agrícolas por ano numa mesma área.

    Em algumas regiões, é possível obter três safras cheias de grãos, como soja, milho e trigo, sem necessidade de arar, gradear ou adubar previamente a terra.

    O adubo é aplicado junto com a semente que vai para o solo quase no mesmo instante em que a cultura anterior é colhida. É cada vez mais comum nos campos brasileiros ver tratores com plantadeira “empurrando” a máquina colhedora.

    Segundo o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, um conjunto de técnicas e manejos, aliado à pesquisa, está permitindo que a chamada terceira safra avance em todas as regiões. Ele afirma que 70% dos quase 77 milhões de hectares cultivados já utilizam o plantio direto, o que tem permitido a colheita de safras sucessivas sobre o mesmo terreno – levando a safras recordes.

    Para este ano, a previsão é de colheita de mais de 300 milhões de toneladas de grãos.

    “Temos de levar em conta que a expansão da soja no Brasil contribuiu para essa evolução, pois, além de ser um grão altamente produtivo, a planta tem características que preservam e enriquecem o solo, evitando sua exaustão”, disse.

    A capacidade de produzir safras sucessivas na mesma área é um dos fatores que contribuem para aumentar a produção agrícola do Brasil sem abrir novas áreas de cultivo.

    Esse recurso se aproveita do plantio direto, uma prática conservacionista iniciada na década de 1970 pelos agricultores brasileiros.

    A técnica consiste em manter o solo sempre coberto por plantas ou resíduos vegetais – geralmente a palhada da cultura anterior – para fazer a semeadura e adubação sem necessidade de revolver o solo.

    A expansão da soja, que tem variedades precoces, com ciclo de 100 a 120 dias, ajudou a estreitar o calendário dos cultivos, possibilitando mais safras em menor tempo.

    Principal grão do Brasil, a soja entra em praticamente todos os esquemas de uso intensivo do solo, fazendo a rotação com milho safrinha, feijão, sorgo e cobertura verde. “Outros países produtores de grãos, como Argentina, EUA e toda a Europa, não conseguem isso porque têm invernos rigorosos”, disse Nepomuceno.

    Plantio prevê rodízio de grãos e cuidados para manter solo úmido

    Nas áreas cultivadas pela Cooperativa Agrícola de Capão Bonito, no sudoeste paulista, os 102 agricultores associados seguem um esquema de cinco safras em dois anos – um ano de três safras, outro de duas – e obtêm alta produtividade.

    A soja, plantada em 24 mil hectares, entra em todos os ciclos, em rotação com milho, milho safrinha, sorgo, trigo, feijão e cobertura verde. O solo fica o ano inteiro com alguma lavoura ou com plantas que aumentam a umidade, fazem a reciclagem de nutrientes e combatem doenças da terra.

    Um dos cooperados, o produtor Walter Kashima cultiva cerca de 2,5 mil hectares. Ele colhia em meados de fevereiro uma média 80 sacas (4.800 quilos) de soja por hectare. Na mesma área, ele estava semeando o milho que será colhido entre junho e julho deste ano. As três plantadeiras seguiam o rastro de palha triturada deixado pelas colheitadeiras e abriam sulcos para depositar a semente com adubo.

    Para fazer o plantio direto, os produtores deixam a palha e resíduos da cultura colhida sobre o solo, que, dessa forma, fica protegido do sol e da erosão. Essa cobertura mantém a umidade do solo, favorece o desenvolvimento de microrganismos e protege a reserva dos adubos usados na lavoura. Também evita a compactação do solo. Plantadeiras próprias para esse cultivo abrem sulcos no solo e depositam as sementes, junto com o adubo. O próprio equipamento cobre os sulcos com terra, favorecendo a germinação.

    Segundo Nepomuceno, o Brasil consegue alta produtividade mesmo com baixo uso de irrigação.

    “A maioria da área de grãos brasileira depende de chuva. Na soja, por exemplo, só 4% da área é irrigada. Irrigar 46 milhões de hectares é quase impossível. Além do custo, vamos ter o problema da água, bem escasso. Então, investimos no bom manejo, na rotação de culturas, e aí entra de novo a pesquisa, que nos permitiu desenvolver variedades de soja, por exemplo, com um sistema radicular mais profundo e que resiste mais à seca.”

    No Oeste do Paraná, agricultores também já fazem três safras seguidas em um ano, sempre incluindo a soja.

    O estado é o segundo maior produtor do Brasil, e colhe 20,7 milhões de toneladas nesta safra.

    O produtor Amauri Grisotti, de 52 anos, que cultiva 640 hectares no município de Toledo, escolheu um cultivar de soja precoce com ciclo de 120 dias para fazer a rotação com híbrido de milho superprecoce, de 140 dias. “Estou fazendo soja na safra, milho na safrinha e trigo no inverno. Nesse sistema, a produtividade total melhorou 20% porque a reserva de fertilizantes no solo é transferida de uma lavoura para outra”, disse.

    Pesquisador vê produção dobrar na próxima década

    Como o Brasil tem biomas com muita diversidade, as regiões agrícolas adaptam o manejo das lavouras usando as tecnologias disponíveis em cada área.

    A terceira safra no Mato Grosso costuma envolver soja, milho safrinha e cobertura verde; já no Paraná e interior de São Paulo, entram soja, milho e trigo ou sorgo; no Mato Grosso do Sul, soja, milho e pasto (braquiária); e no Rio Grande do Sul, Estado com temperaturas mais baixas, trigo, soja e olerícolas.

    “Temos agora o sistema de plantar soja no meio do milho, que ainda está no início, mas tem tudo para se expandir”, disse Alexandre Nepomuceno, da Embrapa.

    O uso de sistemas de produção intercalados pode levar o Brasil a dobrar a atual produção de grãos na próxima década, segundo o pesquisador. “Temos uma área de 120 milhões de hectares de pastagens, e metade disso é de pastagem degradada.

    Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) mostram que vamos aumentar, só de soja, de 10 milhões a 15 milhões de hectares, e a soja é uma grande recuperadora de solos, por isso recupera também as pastagens.”

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Estiagem no RS se agrava e soja tem perdas irreversíveis

    Sem chuva significativa desde novembro, região noroeste do estado tem sido a mais afetada até o momento, segundo a Emater-RS

    As primeiras estimativas para a safra 2022/23 projetavam lavouras que renderiam 20 milhões de toneladas de soja no Rio Grande do Sul. Assim, o estado voltaria à vice-liderança nacional no cultivo da oleaginosa após grande quebra na temporada passada. Contudo, bastaram alguns meses para que se desenhasse outro cenário.

    O produtor Vanderlei Fries, de São Pedro das Missões, no noroeste do estado, conta que desde 5 de novembro há déficit de chuva na região, com apenas 50 mm acumulados no periodo. “A soja que enraizou mais ainda está sobrevivendo, mas tem pés que não enraizaram, o sol pegou para valer e [a planta] acabou morrendo”, conta.

    Segundo ele, em uma área de 40 hectares, sua expectativa é de colher, no máximo, 12 sacas/ha. Situação parecida vive o produtor Astor Posselti, no Vale do Rio Pardo, com a soja plantada em novembro.

    “Depois de 40, 45 dias de estiagem a planta perdeu as folhas, tanto é que a soja hoje deveria estar fechando as linhas e a gente observa que todo espaço está aberto, com uma grande quantidade de folhas no chão. Acredito que a perda ficará em torno de 50% ou até mais”, conta.

    Lavouras tardias desenvolvem melhor

    O panorama do estado varia a cada região. No centro sul do estado, por exemplo, lavouras que foram plantadas mais tarde também tiveram chuva irregular, mas estão se desenvolvendo melhor.

    No entanto, em outras áreas gaúchas, a falta de precipitação foi mais sentida. Nestes lugares, é possível notar que muitas plantas abortaram as flores, o que compromete a produtividade. Levantamento feito pela Rede Técnica Cooperativa aponta perdas de cerca de 43%.

    Segundo a Emater-RS, o noroeste do estado está entre as regiões mais afetadas. Em Santa Rosa, por exemplo, mais de 50% das lavouras estão comprometidas.

    O gerente regional da Emater Santa Rosa, José Vanderlei Waschburger, conta que a fase climática atual é muito severa e fez que, além do abortamento de flores, houvesse menos vagens nas plantas que conseguiram chegar a esse estádio. “É um quadro que não tem como reverter nesse momento”, afirma.

    “Já vinha comentando com os produtores sobre a qualidade do grão dessas lavouras plantadas mais cedo e a expectativa era de não ter qualidade no grão. Então o receio do produtor, além dessa baixa produtividade, é que o pouco que sobre na lavoura não tenha viabilidade para comércio”, conta.

    Estimativas atuais para a soja do estado

    Durante a implantação das lavouras, a estimativa era de uma produtividade de 3.490 quilos por hectare (58 sacas/ha). Porém, atualmente a projeção para o estado é de 2.940 kg/ha (49 sacas).

    A Rede Técnica Cooperativa, que faz o balanço entre 21 cooperativas gaúchas, aponta que em algumas regiões o calor e a pouca uminidade pode trazer impactos ainda maiores, com perdas de 70%. Assim, apenas 1.140 kg por hectare (29 sacas) podem ser registradas.

    Em Júlio de Castilhos, na região central, a lavoura do produtor Moacir da Silva foi replantada em janeiro e estava com as plantas pequenas e até sementes mofadas que não germinaram. Com algumas pancadas de chuva irregulares, mesmo falhada, a plantação se desenvolveu.

    “Nesse último mês ela [a lavoura] pegou uns 140 mm de chuva. Claro que não nasceu muito bem, mas ela está bem diferente do que estava há uns meses . Ainda não fechou a linha, mas ainda tem espaço para recuperar um pouco. O dano foi grande”, conta.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Como a guerra na Ucrânia afetou o mercado de fertilizantes?

    Marcelo Mello, analista da StoneX fez um balanço de como se comportaram os preços dos fertilizantes, antes e depois da guerra

    Na última semana, a guerra na Ucrânia completou um ano, tendo deixado ao menos 210 mil mortos, dentre os quais 30 mil eram civis. O conflito teve impactos em diversas áreas, incluindo o mercado internacional de grãos e o setor de fertilizantes.

    Marcelo Mello, analista da StoneX, fez um balanço de como se comportaram os preços dos insumos, antes e depois do conflito.

    Antes mesmo do início da guerra, o mercado de fertilizantes já vinha sofrendo com a redução da oferta e a alta nos preços.

    Entre 2020 e 2021, durante a pandemia da Covid-19, o consumo de alimentos aumentou, os preços dos grãos dispararam e houve graves problemas logísticos, o que encareceu o frete e os próprios insumos. Uma semana antes dos russos iniciarem os ataques à Ucrânia, o então presidente Jair Bolsonaro visitou a Rússia, que é o maior produtor e exportador do conjunto NPK do mundo (nitrogênio, potássio e fósforo), para garantir o fornecimento ao Brasil.

    Quando a guerra teve início, em 24 de fevereiro, os preços dos fertilizantes apresentaram fortes altas até o final de março.

    No caso da ureia, o nitrogênio mais importante, ela subiu 70% em um mês, a partir de um patamar que já vinha bastante alto. No caso do MAP, ele subiu 45% e, no caso do potássio, ele subiu 53%, aproximadamente. Os três, chamados NPK, atingiram as máximas históricas.

    Apesar do aumento dos preços, o medo do desabastecimento foi maior e o Brasil, que importa 85% dos fertilizantes que utiliza, registrou um volume de compras nos primeiros meses após o início da guerra bem maior comparado ao mesmo período de 2021, já que as sanções à Rússia não incluíram as exportações desses insumos.

    De abril a julho, as compras de MAP aumentaram 40% e as de potássio aumentaram 55%. Em contrapartida, a demanda despencou porque os preços foram para a estratosfera, o que fez com que as importações diminuíssem a partir do terceiro trimestre.

    Entre agosto e dezembro, o Brasil importou 50% a menos de fósforo e potássio do que havia importado no ano anterior. Essa retração de compras teve influência na queda gradual nos preços nos meses seguintes. O MAP e o potássio, que eram as principais preocupações, começaram a cair a partir de abril e maio, respectivamente.

    Além disso, o impacto da guerra gerou o que os analistas chamam de ‘destruição de demanda’.

    Com exceção da Índia e da China, o mercado internacional de uma forma geral reduziu a utilização de fertilizantes, o que também ajudou a reduzir os preços.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Etanol de milho vai impactar nas exportações do cereal, afirma Abramilho

    De acordo com a entidade, tal situação já irá ocorrer nesta segunda safra

    Terceiro maior produtor mundial de milho, o Brasil deve aumentar a produção em 2023, mas avançará também no consumo interno, proporcionalmente. Parte desse avanço do consumo se deve à produção de etanol de milho, que se torna realidade em estados como Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso. As informações são da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), que lançou o plantio nacional do milho segunda safra no último dia 15, em Campo Grande (MS).

    Segundo a associação, o Brasil atingiu em 2022 a marca de 5,5 bilhões de litros de etanol de milho, um aumento de 800% nos últimos 5 anos. A expectativa para 2030 é de 10 bilhões de litros do combustível.

    “O Brasil se tornará líder nas exportações nesta safra 2022/23, ainda que produza apenas 10% de todo milho do mundo. Mas internamente acontecerá uma revolução no consumo do cereal, com previsão de valorização, muito devido ao etanol de milho, que deve abrir oportunidades para os produtores rurais. Assim como aconteceu em Mato Grosso, outros estados devem aproveitar dessa oportunidade. E pela necessidade de maior volume desse cereal, o Brasil deverá avançar na produção nos próximos anos, para seguir atendendo as exportações”, avalia Glauber Silveira, diretor-executivo da Abramilho.

    “A demanda da suinocultura e avicultura, junto à destinação do milho para produção de etanol, poderá virar uma chave” — Jaime Verruck

    Segundo o secretário da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de Mato Grosso do Sul (Semadesc), Jaime Verruck, o etanol traz a possibilidade de valorização do milho. “A demanda da suinocultura e avicultura, junto à destinação do milho para produção de etanol, poderá virar uma chave. Isso aconteceu em Mato Grosso, onde se pagava o preço mínimo do milho e depois do DDG, foi visível a valorização. Aqui em MS as duas usinas juntas demandarão 30% da safra do estado”, aponta Verruck.

    A partir dessa necessidade de maior volume de produção, em um cenário sustentável, especialistas defendem maior produtividade, sem aberturas de novas áreas. E segundo ele, isso passa pela escolha de híbridos ideais, já testados em suas regiões. “Área a ser plantada, a tecnologia que envolve a semente, fertilidade do solo, adução a ser utilizada no sistema e como este material se comporta ao complexo de molicutes (cigarrinha), esses são alguns dos pontos que o produtor rural precisa se atentar, a fim de estimular sua produtividade”, explica o gerente de produto e engenheiro agrônomo da Produce, Juliano Ribeiro.

    Milho, etanol, MS e MT

    Responsável pelo intermédio entre produtos de alta tecnologia e ao produtor rural, a Produce aponta para resultados obtidos em Mato Grosso, que precisam ser replicados, diante dessa maior demanda do cereal. “Podemos destacar colheitas realizadas em Mato Grosso, principalmente no Híbrido Coronel, com 196 sacas por hectare; em Nova Ubiratã, com 184 sacas por hectare; e em Vera com 157,73 sacas por hectare. Esses devem ser os alvos do produtor rural, principalmente pensando no crescente custo de produção, que não permite aventura na agricultura”, diz o diretor e co-fundador da Produce, Guilherme Trotta.

    Sobre as diferenças entre os híbridos destinados às tradings (exportação), para o milho destinado à ração bovina ou etanol, o agrônomo e gerente de produto da Produce, Juliano Ribeiro, esclarece que é utilizada a mesma régua para todos os fins, e que os novos mercados já estão demandando um crescimento de produção e melhoria na valorização do grão ao produtor. “O mercado de Mato Grosso, que hoje é o maior produtor de etanol de milho, consome mais de 20% de sua produção estadual, em Mato Grosso do Sul as usinas devem demandar 30%, nesse ritmo, precisaremos evoluir nossas produtividades, para seguir atendendo as exportações”, finaliza o agrônomo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita de soja alcança 25% da área no país, diz AgRural

    Os trabalhos avançam mais rapidamente em Mato Grosso, mas seguem em ritmo lento no Paraná e em Mato Grosso do Sul

    A colheita da soja 2022/23 atingia na quinta-feira (16), 25% da área cultivada no Brasil, ante 17% uma semana antes e 33% em igual período do ano passado, informou a AgRural.

    Segundo a consultoria, os trabalhos avançaram mais rapidamente em Mato Grosso, mas seguiram lentos no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Nesses estados, problemas de qualidade podem começar a surgir caso as chuvas continuem constantes, disse a AgRural.

    No caso do plantio da safrinha de milho, as lavouras foram implantadas em 40% da área prevista no Centro-Sul, ante 24% uma semana antes e 53% no mesmo período do ano passado.

    O avanço do plantio da segunda safra de milho foi puxado por Mato Grosso e Goiás.

    “No oeste do Paraná, onde o atraso é muito significativo, existe preocupação com a janela de plantio, que já se encerra em 28 de fevereiro”, disse a AgRural.

    Já a colheita do milho verão 2022/23 atingia na quinta-feira (16) 19% da área cultivada no Centro-Sul do Brasil, ante 14% na semana precedente e 29% um ano atrás.

    Produção de soja no Brasil

    A produção de soja no Brasil deve chegar a 152,8 milhões de toneladas, conforme estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O número é 21,8% superior ao registrado na temporada passada, que somou 125,5 milhões de toneladas.

    Já a produtividade média apontada pela entidade é de 3.528 kg/hectare (58,8 sacas), aumento de 16,6% ante o ciclo 21/22, que teve 3.026 kg/ha (50,4 sacas).

     Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Anec reduz previsão de embarques de soja, milho e farelo

    Por outro lado, a Anec elevou a expectativa de exportação de trigo da faixa de 350 mil a 489,6 mil toneladas para 400 mil a 670,4 mil t

    Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) reduziu a sua estimativa de exportação de soja em fevereiro para a faixa de 7,600 a 8,316 milhões de toneladas, ante o intervalo de 7,600 a 9,693 milhões de toneladas projetado na semana passada.

    O total deve ficar abaixo do embarcado em fevereiro do ano passado, 9,113 milhões de toneladas, mas bem acima dos 944,385 mil toneladas de janeiro deste ano, de acordo com a Anec.

    O atraso na colheita ainda limita a disponibilidade de grão para venda externa.

    A associação também revisou para baixo sua previsão de exportação de milho em fevereiro de 2,116 milhões para 1,911 milhão de toneladas.

    Para o farelo de soja, a entidade reduziu sua projeção de 1,860 milhão para 1,539 milhão de toneladas.

    A Anec elevou ainda sua expectativa de exportação de trigo para fevereiro da faixa de 350 mil a 489,6 mil toneladas para 400 mil a 670,4 mil toneladas.

    Na semana de 12 a 18 de fevereiro, saíram dos portos brasileiros rumo ao mercado externo 1,895 milhão de toneladas de soja, 244,162 mil toneladas de farelo de soja, 490,35 mil toneladas de milho e 170,392 mil toneladas de trigo.

    Para a semana de 19 a 25 de fevereiro, a Anec estima que sejam enviados ao exterior 3,033 milhões de toneladas de soja, 539,125 mil toneladas de farelo de soja, 376,924 mil toneladas de milho e 241,72 mil toneladas de trigo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Estiagem no RS: Emater aponta perdas consolidadas para soja, milho e arroz

    Mais de dois terços do municípios gaúchos já decretaram situação de emergência em função da seca

    No Rio Grande do Sul, a preocupação é com a falta de chuva. Mais de dois terços do municípios gaúchos já decretaram situação de emergência em função da estiagem. Zonas rurais sofrem com falta de água para o abastecimento de humanos e animais. Além disso, as perdas aparecem cada vez mais nas culturas de verão.

    Depois de dias de calor escaldante no último fim de semana fez frio no Rio Grande do Sul, com direito a geada em pleno fevereiro. Isso, contudo, não aliviou a situação de estiagem. Conforme a Emater do estado, a soja, o milho e o arroz já registram perdas.

    Na soja, por exemplo, 32% da cultura estão no enchimento de grãos e 45% na floração, que são fases críticas para a produtividade e dependem de umidade. Na região da Campanha, mesmo a oleaginosa plantada na várzea já tem perdas. Por cima, ela está verde, mas há muitas plantas secas por baixo e perdas na casa de 40%.

    Na Fronteira Oeste, onde eram previstos 105 mil hectares, foram plantados somente 96 mil. Na região de Santa Rosa, a soja plantada mais tarde ainda tem boas chances e o que se vê na maioria das áreas é irregularidade, com soja boa e soja ruim há poucos quilômetros uma da outra. Isso porque as chuvas também têm sido bem irregulares.

    Estiagem provoca perdas no milho e no arroz

    Para o milho, a situação é ainda um pouco pior. A falta de chuva atingiu a fase reprodutiva e rendeu espigas pequenas e mal formadas. A colheita está em 46% no Rio Grande do Sul. As perdas ultrapassam 50% na média das regiões. No entanto, também há lavouras plantadas mais tarde — e que ainda têm chance caso chova.

    A colheita do arroz foi aberta oficialmente na semana passada, no tradicional evento realizado na estação da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, no sul gaúcho. A cultura está em sua maioria no florescimento e enchimento de grãos. E aqueles produtores que usam pequenos arroios para irrigação estão em situação mais crítica. Em Cerro Branco, na região de Santa Maria, por exemplo, 30% das lavouras foram abandonadas por falta de água.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Agronegócio no Brasil equivale ao PIB da Argentina

    Em 20 anos, o PIB agrícola do Brasil saltou (em números deflacionados) de US$ 122 bilhões para US$ 500 bilhões, o equivalente a uma Argentina

    A safra recorde de mais de 300 milhões de toneladas esperada para o Brasil neste ano evidencia a proporção que o agronegócio tomou dentro da economia brasileira.

    Entre 2002 e 2022, o PIB agrícola do país saltou (em números deflacionados) de US$ 122 bilhões para US$ 500 bilhões – o equivalente a uma Argentina.

    De acordo com o economista José Roberto Mendonça de Barros, o agronegócio brasileiro apresentou um crescimento extraordinário nos últimos 40 anos, com destaque para os últimos 20 anos.

    “Diferentemente do que aconteceu no setor urbano, seja na indústria ou em serviços, o crescimento do agronegócio é persistente e essa é a primeira lição que o agro dá. Crescer sempre é mais importante do que crescer muito em alguns anos e cair nos anos seguintes. É um crescimento sustentável, o que torna o agronegócio bastante competitivo.”

    Esse crescimento, segundo especialistas, está calcado no investimento em pesquisa e nas políticas públicas para o campo, que têm propiciado sucessivos recordes na produção agrícola.

    Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil deve romper este ano a barreira das 300 milhões de toneladas de grãos, firmando-se como o terceiro maior produtor mundial de cereais, atrás da China e dos Estados Unidos.

    Em 20 anos, a safra de grãos subiu de 120,2 milhões de toneladas para 310,6 milhões, uma alta de 258%.

    Já a área plantada passou de 43,7 milhões para 76,7 milhões de hectares, um aumento de 76,5%.

    Os números mostram que a produção cresceu três vezes mais do que a área ocupada pelas lavouras, o que se deve ao ganho de produtividade, graças a investimentos em pesquisa e tecnologia.

    O destaque nos campos brasileiros é a soja, oleaginosa que se adaptou aos diversos microclimas do país, sendo cultivada tanto em regiões mais frias do extremo Sul quanto no clima tropical do Norte e do Nordeste.

    O Brasil ultrapassou os EUA e se tornou o maior produtor do grão, sendo também hoje o principal exportador.

    Enquanto a safra 2002/03 rendeu 47,4 milhões de toneladas de soja, a atual terá produção de 152,9 milhões, um aumento de 322%, segundo a Conab.

    milho, usado na rotação de culturas com a soja, cresceu 260%, de 47,4 milhões para 123 milhões de toneladas.

    PIB do agronegócio, calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo, só será divulgado no próximo mês, mas deve ficar próximo de US$ 500 bilhões, segundo a pesquisadora Nicole Rennó, da área de macroeconomia do Cepea.

    A queda no valor ocasionada pelos elevados custos do setor foi, em parte, compensada pelas boas safras.

    Dobrando a média

    engenheira agrônoma Tamires Tangerino, de 33 anos, consultora técnica da Stoller, empresa especializada em fisiologia vegetal e nutrição, tem aplicado seus conhecimentos para ajudar produtores do sudoeste paulista a atingir altos níveis de produtividade.

    No último dia 14, em um plantio comercial de soja da Cooperativa Agrícola de Capão Bonito, ela obteve produtividade de 6.672 kg por hectare, o dobro da média nacional e acima da excelente média regional, de 4.800 kg/ha – uma mostra do impacto da pesquisa como motor do crescimento.

    Soja e milho na mesma área

    Na área da Cooperativa Agrícola de Capão Bonito, é possível ter uma ideia da expansão da soja no sudoeste paulista. Em 2005, a cooperativa tinha 55 agricultores associados e nenhum tinha a soja como cultura principal – o feijão era o carro-chefe, e o milho só era plantado no verão.

    Hoje, com 102 associados, a cooperativa planta 24 mil hectares com soja, com produção média de 80 sacas por hectare e, no caso do milho, mais de 70% do total é cultivado na safrinha.

    Um dos cooperados, o produtor Walter Kashima, de 48 anos, que cultiva cerca de 2,5 mil hectares de soja próximo à área urbana de Capão Bonito, colhia na última quinta-feira, 16, uma média 80 sacas (4.800 quilos) de soja por hectare.

    Na mesma área, ele estava semeando o milho que será colhido entre junho e julho. “Estamos aproveitando a trégua dada pelas chuvas que têm sido insistentes. Esse solzinho está sendo uma bênção”, disse Kashima.

    Tropicalização

    A virada na agricultura brasileira começou com o advento da soja no Sul do Brasil, segundo o coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura.

    “Foi o grande pontapé inicial, pois a soja, de ciclo mais curto, permitiu fazer uma cultura de inverno depois dela, como o trigo, aveia ou sorgo. A soja possibilitou a segunda safra. Com o tempo, esse processo evoluiu para outras regiões do País, com outras características”, explicou.

    Nos estados onde não chove no inverno, como boa parte do Sudeste, do Centro-Oeste e do Nordeste, não era possível plantar uma segunda cultura, mas isso não deteve os produtores, segundo Rodrigues.

    A evolução prosseguiu com a irrigação, que possibilitou ao produtor fazer três culturas efetivamente agrícolas, como soja, milho e feijão, irrigando quando é preciso. “É uma soma de processos de evolução ao longo do tempo que começou com a soja, uma cultura praticamente nova no país”, afirma Rodrigues.

    Ele afirma se lembrar que, em 1965, quando se formou em Economia, havia no Brasil só 400 mil hectares de soja, produzindo 1.200 quilos (por hectare). Hoje tem 44 milhões de hectares, produzindo 3.600 quilos.

    “A evolução tecnológica, a tropicalização da soja e de outras culturas permitiram esse progresso espetacular na produtividade. Vamos evoluir muito mais, pois temos o principal, o empreendedorismo do agricultor brasileiro. O céu é o limite”.

    Para Mendonça de Barros, além dos recursos naturais, o Brasil evoluiu em tecnologia no campo.

    “Temos pesquisa, difusão de informação e competência das pessoas. Nosso setor agropecuário é aberto ao mundo, não tendo problema de limitações de mercado, por isso pode aumentar significativamente a produção. Organismos internacionais projetam que, diante do crescimento da demanda global de alimentos nos próximos 10 ou 15 anos, o Brasil será provedor de pelo menos 30% a 35%.”

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • RTC/CCGL aponta para redução significativa na safra de soja do RS

    Ausência de chuvas e temperatura elevada têm provocado danos às culturas

    A falta de chuvas persiste no RS e segue causando prejuízos às regiões produtoras de grãos nesta safra 2022/2023. Danos irreversíveis já haviam sido reportados para a cultura do milho, tanto aquele destinado à produção de grãos quanto à produção de silagem. Agora, a estiagem também acomete de forma significativa a soja. Uma estimativa realizada pela Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL) e divulgada nesta quarta-feira (15/02), estima quebras que, em média, já alcançam 43%. Durante a implantação da cultura, a estimativa inicial das cooperativas era de uma produtividade média de soja de 3490 kg/ha (58 sacos/ha). Em atualização realizada em janeiro, já em virtude dos danos provocados pela estiagem, a RTC revisou as estimativas para 2940 kg/ha (49 sacos/ha). Uma vez que as chuvas não retornaram e altas temperaturas foram registradas em grande parte das regiões, o novo levantamento apurou perdas ainda mais significativas, projetando uma  produtividade  média  de  1998 kg/ha. Em regiões onde os impactos têm sido mais severos, as estimativas já apontam para quebras de 70%, com produtividade estimada de 1140 kg/ha, ou seja, abaixo de 20 sacos/ha. Os dados foram coletados em 21 cooperativas ligadas à RTC/CCGL.

    Fotos: Tiago Hörbe

    Divulgação: ASCOM RTC/CCGL