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fevereiro 2023

  • Ferrugem asiática: custos ultrapassam US$ 2 bi por safra no Brasil

    Fungo causador da doença apresenta mutações que conferem resistência aos três principais grupos de fungicidas sítio-específicos

    Desde sua introdução no Brasil, em 2001, a ferrugem asiática da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é a mais severa doença da cultura, podendo levar a perdas de até 80%, se não controlada. Segundo levantamentos do Consórcio Antiferrugem, os custos com a doença ultrapassam US$ 2 bilhões por safra no Brasil, considerando a aquisição de fungicidas e as perdas de produtividade que ela provoca.

    De acordo com as informações da Embrapa, as estratégias de manejo estão centradas em práticas como o vazio sanitário. Ou seja, o período de, pelo menos, 90 dias sem plantas vivas de soja no campo, para a redução do inóculo do fungo. Além disso, ajudam também no controle a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeadura no início da época recomendada. E também para adoção de cultivares resistentes, respeito ao calendário de semeadura e a utilização de fungicidas.

    Atualmente, o fungo P. pachyrhizi apresenta mutações que conferem resistência aos três principais grupos de fungicidas sítio-específicos e novas mutações podem ser selecionadas ao longo do tempo. “O fungo causador da doença é capaz de se adaptar a algumas das estratégias de controle, seja pela perda da sensibilidade aos fungicidas ou pela ‘quebra’ da resistência genética das cultivares de soja”, explica Cláudia Godoy.

    Por isso, a recomendação da Embrapa é para que os produtores adotem as estratégias de manejo disponíveis, com o intuito de preservar os fungicidas e as cultivares disponíveis. “Todas as estratégias, quando utilizadas de forma conjunta, têm permitido um manejo adequado da doença”, orienta Godoy.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Conab aponta boas condições da safra de verão

    Situação positiva se dá na maior parte do Brasil, avisa a companhia

    Segundo o monitoramento dos cultivos da safra de verão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as lavouras se encontram em boas condições de desenvolvimento na safra 2022/2023. As exceções são, conforme o material divulgado nesta semana, o Rio Grande do Sul e partes da Bahia e de Minas Gerais.

    Ainda de acordo com o estudo, a safra de verão atual está evoluindo de forma similar ou acima da média nos principais estados produtores do país. O que indica, nesse sentido, um bom potencial produtivo das lavouras de soja e milho primeira safra.

    O “Boletim de Monitoramento Agrícola”, da Conab, avalia a situação agrometeorológica e o comportamento dos índices de vegetação obtidos a partir de dados de clima, da fenologia e do sensoriamento remoto para analisar a condição do desenvolvimento das áreas cultivadas em diversas regiões produtoras.

    Informações da Conab sobre a safra de verão de grãos

    O dado mais recente mostra que os maiores volumes de chuva na primeira quinzena de fevereiro ocorreram nas regiões Norte e parte das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Dessa forma, o desenvolvimento das lavouras e o início da segunda safra de grãos foi favorecido.

    Por outro lado, o excesso de precipitações em algumas áreas causaram danos pontuais às lavouras e interromperam as operações de colheita da primeira safra.

    Ainda de acordo com o boletim, os menores índices de chuva foram registrados em parte da região Nordeste, no Sudeste e, sobretudo no Rio Grande do Sul. No Matopiba, contudo, o menor volume de chuvas foi suficiente para a demanda hídrica das lavouras e favoreceu o início da colheita de primeira safra.

    No Rio Grande do Sul, as chuvas foram irregulares, segundo a Conab. Devido às altas temperaturas, permaneceu, a condição de restrição hídrica, principalmente para as lavouras em floração e enchimento de grãos.

    O boletim é resultado da colaboração entre Conab, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Grupo de Monitoramento Global da Agricultura (Glam). Além disso, o material conta com o auxílio de agentes colaboradores que disponibilizam dados pesquisados em campo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Inteligência artificial identifica plantas doentes

    Ação se dá por meio de simulação de processo cerebral, informa a Embrapa

    Equipamento que permite capturar e simular sinais cerebrais começou a ser testado no Brasil, em 2022, para detecção de doenças em estágio inicial, em cultivos de plantas como por exemplo a soja, por meio de inteligência artificial (IA). O trabalho é feito a partir de parceria entre a Embrapa e as empresas Macnica DHW e InnerEye, esta última desenvolvedora do BrainTech, equipamento que faz a captura dos sinais neurais de especialistas por meio de um capacete com eletrodos, similar a um eletroencefalograma (EEG).

    O sistema, então, simula o funcionamento cerebral no momento em que especialistas visualizam imagens de plantas doentes, automatizando a rotulagem e tornando a etapa mais rápida e eficiente. Com isso, os pesquisadores esperam dar rapidez às tomadas de decisão, reduzindo perdas em empreendimentos rurais e racionalizando o uso de recursos naturais.

    “Essa é uma iniciativa pioneira da Embrapa que está unindo a tecnologia disruptiva BrainTech, trazida com exclusividade pela Macnica DHW para o Brasil. Associando sinais neurais EEG e AI é possível criar uma máquina que imita o cérebro humano com alta confiabilidade”, observa o gerente de Soluções IoT & AI da Macnica DHW, Fabrício Petrassem.

    De acordo com as informações da Embrapa, o teste e a validação do sistema tiveram a participação do desenvolvedor Yonatan Meir, da InnerEye, que veio de Israel em agosto, especialmente para essa finalidade.

    “Por meio da captura de ondas cerebrais, a solução da InnerEye é capaz de identificar o julgamento e a classificação de uma imagem observada por uma pessoa, permitindo que essa imagem seja rotulada de forma automática e imediata”, explica Meir.

    Além disso, o sistema já é utilizado em aeroportos europeus na identificação de objetos perigosos em malas.           Em 2019, a Macnica DHW buscou a Embrapa para, em parceria, explorar a tecnologia no setor agropecuário, com possíveis novas aplicações. A primeira foi a detecção precoce de doenças em plantas, cujos experimentos começaram em abril de 2022.

    O experimento com plantas doentes

    “As ferramentas de IA evoluíram muito e, com dados de boa qualidade, conseguem resolver quase qualquer problema”, indica o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital Jayme Barbedo, que lidera o projeto pela Empresa. O desafio, segundo aponta, é a obtenção desses ‘dados de qualidade’, que além de coletados precisam ser rotulados por especialistas. Um processo custoso e demorado em que o equipamento vai auxiliar.

    Os primeiros resultados do experimento foram positivos, pois o equipamento ajudou a identificar, com alta acurácia, as folhas doentes (oídio e ferrugem da soja) e saudáveis. Agora, o projeto deve ir além da detecção de plantas doentes/não doentes e avançar na identificação do tipo de doença presente no cultivo da soja, iniciando pelas comercialmente mais significativas. Também está sendo articulada a inclusão das culturas de milho e café nos experimentos com os respectivos centros de pesquisa da Embrapa.

    Em abril, o equipamento foi trazido ao Brasil para a sede da Macnica DHW, multinacional japonesa, localizada em Florianópolis (SC). Lá, foi montada a estrutura para o experimento de captura dos sinais cerebrais dos fitopatologistas Cláudia Godoy e Rafael Soares da Embrapa Soja. Ambos avaliaram cerca de 1,5 mil imagens de folhas doentes e saudáveis para os testes com o capacete coletor.

    A etapa da prova de conceito mostrou que os modelos gerados a partir dos eletroencefalogramas dos especialistas são capazes de lidar bem com imagens, permitindo treinar a máquina na identificação de plantas doentes.

    “A junção das imagens rotuladas – doente/saudável – com os sinais cerebrais dos especialistas resultou na melhora do desempenho do modelo, indicando a viabilidade do uso da IA”, aponta Barbedo.

    Primeiras impressões

    “A experiência foi muito interessante, porque o sistema aprende a identificar imagens de folhas doentes a partir da contagem que é feita de forma silenciosa quando se visualiza as doentes e as sadias, que passam rapidamente em uma tela de computador pela identificação dos sinais cerebrais”, relata Cláudia Godoy. “Com a evolução do treinamento artificial, essas tecnologias de reconhecimento podem ser utilizadas por pessoas que não têm muito conhecimento de doenças, auxiliando no manejo”, detalha.

    De acordo com Soares, para esse experimento foram escolhidas duas doenças: a ferrugem asiática, doença economicamente mais importante que afeta a cultura, e o oídio, relevante na Região Sul do Brasil. “Essas doenças foram escolhidas pois, além do impacto que geram para a cultura da soja, causam dois tipos distintos de sintomas foliares na planta, e também porque havia uma disponibilidade adequada de imagens para a avaliação”, explica Soares.

    Para o pesquisador, o aprimoramento de ferramentas de manejo de doenças da soja é relevante porque “detectar e diagnosticar doenças é uma das maiores dificuldades encontradas no manejo da cultura, e tecnologias inovadoras que agreguem informações a essas práticas são desejáveis e necessárias”, destaca.

    O sistema

    O sistema “imita” o funcionamento cerebral de especialistas no momento em que visualizam imagens de plantas doentes, automatizando a rotulagem e tornando a etapa mais rápida e eficiente. A ideia é simular, tão próximo quanto possível, o processo cerebral de um especialista quando identifica algo ou toma uma decisão, como foi feito com os fitopatologistas.

    O primeiro passo é a calibragem do modelo, ajustando o capacete com os eletrodos na cabeça do especialista para identificar seus sinais cerebrais. “Cada pessoa tem um padrão cerebral diferente, ou seja, os sinais elétricos do cérebro são distintos de pessoa para pessoa. Por isso, é necessário fazer uma calibração para cada uma para o modelo entender o que ela está pensando”, explica Barbedo.

    Uma vez que o sistema ‘aprendeu’ como a pessoa funciona, começa o processo de rotulagem da base de dados.         As instruções aos especialistas é para que enumerem (1, 2, 3 …) as folhas doentes quando as virem na tela, que apresenta três imagens por segundo. O sistema vai capturando os sinais cerebrais emitidos a cada novo estímulo, diferente de quando se visualiza uma folha saudável.

    Segundo o líder do projeto, o processo de contagem não é obrigatório, mas reforça os sinais cerebrais, tornando mais fácil a diferenciação entre o que é doente e o que é saudável. O sistema permite a apresentação de até dez imagens por segundo.

    Confiabilidade dos resultados sobre plantas

    Com duração média de meia hora, cada sessão possibilitou rotular mais de mil imagens, tarefa que no sistema manual demoraria dias. Além do ganho em agilidade no processo de rotulagem, Barbedo destaca a confiabilidade do sistema, “que tem mecanismos de correção de possíveis erros, tornando o modelo que é treinado mais confiável”.

    O sistema consegue identificar se o especialista piscou ou está perdendo atenção no processo de visualização das imagens em sequência por meio dos sinais neurais. Nesses casos, o sistema descarta o resultado e reapresenta a imagem posteriormente. O sistema BrainTech gera uma curva indicativa da atenção, pausando o experimento para descanso quando cai para um nível crítico à confiabilidade dos resultados.

    Além disso, o sistema é capaz de detectar o nível de certeza do especialista ao visualizar a imagem, o que é chamado de soft label. A utilização desse parâmetro permite a melhor calibragem do modelo conforme o nível de experiência de cada especialista; por consequência, isso traz maior acurácia na decisão do modelo de IA.

    Aplicações no agro

    A tecnologia abre diversas possibilidades de aplicação no setor agropecuário. Os modelos treinados poderiam ser embarcados em maquinário agrícola, aplicativos de celular e atuar em atividades com carência de mão de obra especializada.

    Sobretudo, a aplicação mais racional de defensivos, com menos custo econômico e menor impacto ambiental, e a produção de alimentos de forma mais limpa e sustentável seriam possíveis com modelos treinados embarcados em maquinários, que identificassem, em tempo real e em parcelas específicas, a necessidade de aplicação de defensivos ao passar nas linhas de produção.

    “Embarcar esse modelo em um aplicativo de celular daria ao produtor agilidade na tomada de decisão quando identificadas doenças e sintomas de patologias, acelerando a adoção das medidas necessárias”, indica Barbedo.

    O pesquisador aponta, ainda, a pertinência do uso da tecnologia na estratégia de rotação das pastagens da pecuária leiteira, área em que faltam especialistas. A escolha dos piquetes mais apropriados para maximizar a produção do leite é feita por técnico experiente em identificar a melhor localização e a quantidade ideal de animais.

    “O sistema poderia simular a atividade desse especialista para fazer uma locação tecnológica. A maioria das propriedades não tem alguém com essa expertise”, conclui.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Nova ferramenta emite alertas de ferrugem asiática para manejo antecipado

    Dezessete cooperativas em municípios do Rio Grande do Sul contam com equipamento que coleta esporos da doença de forma inteligente

    O Rio Grande do Sul registrou 15 casos de ferrugem asiática na safra 2021/22 de soja. Na atual temporada, com dados levantados até esta quarta-feira (15) pelo Consórcio Antiferrugem, foram nove. A depender de uma nova ferramenta, que contabiliza esporos na lavoura e emite alertas para o manejo antecipado, as ocorrências tendem a diminuir.

    Na região de Cruz Alta, noroeste gaúcho, a fazenda do produtor Daniel Elias Weber aposta na cultura há cinco décadas e já sofreu com os impactos da doença. No ciclo 2016/17, por exemplo, as perdas de produtividade foram de 15%.

    Em anos mais chuvosos a incidência [da ferrugem] é maior e o controle é um pouco mais difícil, mas sempre fazemos o manejo preventivo”, declara. Segundo ele, o monitoramento constante é fundamental para avaliar se é preciso aplicar fungicidas a cada 15 dias ou em intervalos menores.

    Nova ferramenta de controle

    A ferrugem asiática é reconhecida como a principal doença da soja, com perdas de 10% a 90% da produtividade, dependendo da severidade. Nesta esfera, a coleta e análise dos esporos torna-se imprescindível na redução de danos.

    No Rio Grande do Sul, um projeto inédito monitora a ferrugem em áreas de 17 cooperativas. Ao todo, são 25 municípios com estações que capturam e fazem a contagem do fungo que, em seguida, são enviados para laboratórios.

    “Semanalmente recebemos de todas as cooperativas as lâminas [contendo esporos] e todas elas possuem uma demarcação já registrada pelo equipamento. Quando chega ao laboratório, com o auxílio do microscópio, fazemos uma varredura nela, em toda área demarcada, contabilizando ou não o número de esporos presentes na lâmina. Com esses dados, ele [o produtor] consegue ter uma dimensão melhor do que fazer ou não na lavoura”, conta a laboratorista de fitopatologia Suelen Hammarstron.

    Previsão de aparecimento da doença

    As cooperativas contam, também, com um aplicativo com mapa que indica os locais em que a ferrugem asiática foi detectada. O pesquisador de fitopatologia, Carlos Pizolotto, informa que  os dados de monitoramento de esporos são combinados com informações de previsões climáticas. “Temos algorítimos dentro do modelo matemático que simulam o ciclo de vida do patógeno. Essa previsão é para os próximos cinco dias”.

    Segundo o engenheiro agrônomo Vagner Ramalho Júnior, os dados são importantes para que se tenha assertividade e previsão da possibilidade de ocorrência da doença. “Assim, conseguimos ser mais certeiros na primeira entrada de aplicação de fungicidas porque os custos de produção aumentaram muito nos últimos anos”.

    A ferrugem asiática foi identificada pela primeira vez em 2001, no Paraná. De acordo com o Consórcio Antiferrugem, ao longo de 20 anos, a doença já causou perdas de R$ 150 bilhões.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • China quer diminuir dependência de soja brasileira, diz gerente da CNA

    Diante desse cenário, é importante que os produtores e exportadores brasileiros diversifiquem a pauta de exportação

    China busca alternativas para reduzir a dependência da soja brasileira e isso pode ter consequências preocupantes para os exportadores brasileiros.

    Segundo a gerente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) na Ásia, Camila Chen, os chineses estão investindo em produtos alternativos, como proteínas artificiais criadas em laboratório, que possam substituir o farelo de soja na ração animal.

    Além disso, a China está comprando milho em volumes recordes do Brasil.

    Diante desse cenário, é importante que os produtores e exportadores brasileiros diversifiquem a pauta de exportação e busquem oportunidades em outros setores, como as frutas, por exemplo.

    Camila Chen destaca que o mercado chinês está aberto para todo tipo de alimento, como as frutas, e cita o exemplo bem-sucedido do melão brasileiro, que foi liberado para entrar no mercado chinês em 2019.

    Segundo a gerente da CNA, o mercado chinês é gigante e complexo.

    Ela dá três dicas para os produtores e exportadores brasileiros que desejam investir no país: conhecer o mercado e entender os hábitos de consumo dos chineses, estudar as políticas aplicadas pelo governo chinês que indicam tendências de setores a serem desenvolvidos e ter uma visão de longo prazo.

    Além disso, ela destaca a importância de investir na marca e persistir para obter o retorno esperado.

    Para os empresários e produtores brasileiros que desejam investir na China, Camila recomenda que consultem a CNA no Brasil, que oferece informações e ajuda na China.

    Em resumo, é fundamental que os exportadores brasileiros fiquem atentos às mudanças no mercado chinês e busquem novas oportunidades para garantir a sustentabilidade de seus negócios.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Área cultivada com arroz cai 12% no Rio Grande do Sul

    A área total semeada com arroz no estado foi de 839.972 hectares, uma redução de 12% em relação à safra passada

    A área total semeada com arroz no Rio Grande do Sul foi de 839.972 hectares, uma redução de 12% em relação à safra passada (957.185 ha).

    Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apresentou os dados da semeadura da safra 2022/2023 nesta terça-feira (14), na Abertura Oficial da Colheita de Arroz.

    “O corte foi maior que o estimado na intenção de plantio, que era de 10%”, diz a engenheira agrônoma Flávia Miyuki Tomita, diretora técnica do Irga. “Todas as regionais do Irga diminuíram a área nesta temporada. “A menor redução foi na Zona Sul, com 14,99%”, relata a diretora. Já a soja em terras altas foi prevista em 505 mil hectares no estado, alta de 19% em relação a 2021/22, quando atingiu 426 mil hectares. “A soja está bem estabelecida na rotação como o arroz”, complementa.

    A situação das lavouras gaúchas de arroz, em função da seca que assola o Rio Grande do Sul, também preocupa.

    A afirmação foi feita pelo presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.

    “Grande parte das lavouras está em fase reprodutiva, o que é muito preocupante”, explica Velho, acrescentando que o custo de produção também deve ter atenção total dos rizicultores. “A situação é mais crítica na parte Central e Fronteira Oeste gaúcha”, acrescenta.

    Conforme o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz, Rodrigo Machado, 12 mil hectares plantados com o cereal já foram abandonados na Fronteira Oeste. “Uruguaiana, Maçambará e São Borja são as cidades que têm a pior situação”, enumera. “Na Depressão Central, são mais 2,1 mil hectares abandonados”, frisa.

    De qualquer forma, mesmo com o déficit hídrico atual, ainda é cedo para estimar a produção de arroz da safra 2022/23, segundo Machado. “A colheita é muito incipiente”, pondera. “Qualquer estimativa agora é precipitada”, adverte.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: manejo com bioinsumos auxilia no controle pragas e doenças nas lavouras

    Conforme especialistas, o uso de bioinsumos cresce pelo menos 90% ao ano nos últimos três anos e vai duplicar até 2030 no Brasil

    A utilização de bioinsumos para o controle de pragas e doenças nas lavouras, em especial de soja, cresce pelo menos 90% ao ano nos últimos três anos e deve duplicar até 2030 no Brasil na avaliação de especialistas. Um dos fatores para isso é a demanda mundial por uma agricultura sustentável.

    Flávio Medeiros, professor do Departamento de Fitopatologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), comenta que, além do interesse do produtor por insumos de origem biológica, o aumento de empresas com produtos de qualidade, volumes necessários para atender a essa demanda crescente, auxiliaram para o incremento da adoção dos bioinsumos nos últimos anos.

    “Os biológicos são uma opção que somada à várias outras medidas – como escolha de cultivares, época de semeaduras, aplicação de fungicida, rotação de culturas – entra como mais uma ferramenta para agregar em relação a manejo de doenças, em relação ao aumento de produtividade das lavouras e produção mais sustentável”, apontou o pesquisador durante o Open Sky Soja realizado em três principais regiões produtora de Mato Grosso, pela Proteplan, empresa mato-grossense de pesquisa agrícola.

    Uso correto de biológicos traz ganho à produtividade

    Resultados de pesquisas agrícolas mostram que o uso correto de biológicos na lavoura podem proporcionar ganho de no mínimo uma saca por hectare de soja. Segundo Medeiros, os bioinsumos garantem mais flores à planta de soja, o que poderá gerar mais vagens, e com isso as plantas tendem a aumentar o potencial produtivo.

    Para garantir a eficiência do uso dessa tecnologia e do bom crescimento da planta da soja é necessário que produtor e equipe conheçam as particularidades da sua lavoura e de sua região. Só depois de informações nas mãos é que se decide qual, como e onde os organismos podem ser introduzidos na cultura.

    manejo integrado e a adoção de ações multidisciplinares são apontados pelo pesquisador como essenciais para a garantia da performance produtiva da planta de soja. Além de saber o momento certo de introduzir os microrganismos, também é importante criar o nicho favorável. Ou seja, o que é preciso fazer para que esse microrganismo tenha sua melhor performance.

    A presença de palhada, a rotação de culturas, a aplicação bem no início do ciclo, com umidade do solo são ferramentas apontadas por Medeiros como itens fundamentais para conciliar com a aplicação do produto biológico para maximizar a eficiência do produto em relação ao alvo que se deseja aplicar e com isso ter uma menor redução de produtividade decorrente das ocorrências de doenças radiculares.

    “Quando se aplica o microrganismo, ele tem ainda um efeito fisiológico na planta. Vimos resultados com relação a maior atividade antioxidante no teço inferior, por exemplo, de folhas. Isso vai reduzir os sintomas de doenças, mas também vai aumentar a retenção foliar, e com isso temos maior fotossíntese, maior enchimento de grãos e maior produtividade. Então há várias métricas que o controle biológico encaixou como uma ferramenta importante para trabalhar o manejo integrado”, explicou.

    Bioinsumos devem ser integrados ao manejo integrado

    Os bioinsumos disponíveis no mercado devem ser, segundo o pesquisador Flávio Medeiros, empregados para o manejo de doenças de plantas dentro de uma proposta de manejo integrado. Para as doenças radiculares tem produtos que são voltados exclusivamente para controle de nematoides, tem produtos específicos para controle de doenças fúngicas, e tem produtos que manejam os dois problemas.

    “Em relação a parte área, temos duas abordagens: uma é para patógenos necrotróficos, pensando na colonização dos restos culturais para evitar a esporulação do fungo e a outra a proteção do tecido foliar combinando com mecanismos diferentes dos fungicidas, ou seja, tendo um maior espectro de ação e através de mecanismo de ação diferentes para ter redução na severidade da doença”, disse o especialista.

    Na palestra realizada em Campo Verde (localizado na região sudeste de Mato Grosso), o professor explicou que os bioinsumos são tecnologias baseadas em bactérias e em fungos. Ambos agem no controle de pragas e insetos transmissores de doenças a partir da introdução de seus inimigos naturais no sistema.

    “Mas eles não devem ser usados isoladamente. São mais uma ferramenta que podem ser otimizadas às práticas de manejo integrado, que inclui o uso em conjunto com os produtos químicos. Quanto mais diversificado o sistema de produção, mais diversificado é o conjunto de microrganismos”, destacou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita de soja 22/23 atinge 17% da área, diz AgRural

    Maior intervalo de tempo firme ajudou a colheita a “tomar impulso” em vários estados do Brasil, com destaque para Mato Grosso

    A colheita da safra brasileira de soja 2022/23 atingia na quinta-feira (9) 17% da área cultivada, ante 9% uma semana antes e 24% em igual período do ano passado, de acordo com dados da AgRural, divulgados nesta segunda-feira (13).

    Conforme a consultoria, o maior intervalo de tempo firme ajudou a colheita a “tomar impulso” em vários estados do Brasil, com destaque para Mato Grosso, onde 44,10% dos 11,8 milhões de hectares destinados para a cultura já foram colhidos.  No Rio Grande do Sul, onde ainda não há soja pronta para retirada do solo, as lavouras seguem perdendo produtividade devido ao calor e à irregularidade das chuvas.

    Por outro lado, nos demais estados do país, a expectativa é de rendimentos “muito bons”, de acordo com a empresa.

    Milho verão

    Em relação ao milho primeira safra (verão), a área colhida no Centro-Sul alcança 14%, ante 10% uma semana antes e 23% um ano atrás. Já o plantio da segunda safra (safrinha) atinge 25% da área esperada, em comparação com 12% uma semana antes e 42% no mesmo período do ano passado.

    Os trabalhos mantiveram-se concentrados em Mato Grosso, mas as plantadeiras também já começaram a entrar em ação em Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.

    Segundo a AgRural, de um modo geral, os produtores ainda têm tempo para tirar o atraso do plantio da safrinha até o fim de fevereiro ou meados de março, “dependendo das janelas locais de semeadura”.

    Para a consultoria, há preocupação, porém, no sudoeste e no oeste do Paraná, onde o atraso é muito grande e o plantio dificilmente será feito dentro da janela, já que há previsão de mais chuvas para essas regiões.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ministério da Agricultura registra fungicida inédito no Brasil

    Foi registrado um fungicida com ingrediente ativo Tiafenacil; o produto é um novo herbicida, usado no plantio direto

    O Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou o Ato n° 05, no Diário Oficial da União desta segunda-feira (13), tornando público o registro de 22 produtos formulados, sendo um fungicida inédito no Brasil.

    Essa publicação divulga quais foram os produtos formulados que foram registrados e efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores.

    Dos produtos registrados hoje, quatro são de materiais biológicos inofensivos a seres humanos e outros animais.

    Eles são compostos por Beauveria bassiana, Bacillus licheniformis, Bacillus subtilis Trichoderma harzianum, Trichoderma viride; além do baculovirus de Spodoptera frigiperda, específicos de lagartas.

    “Até uns três anos atrás, grande parte dos produtos que eram utilizados para o controle de pragas eram de origem química e poucos de origem biológica. Porém, de alguns anos pra cá esse cenário vem mudando e hoje percebemos que os produtos de origem biológica vêm ganhando mercado. Isso é demonstrado pelo crescente número de registro de produtos de baixo impacto para controle de pragas”, explica a diretora do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Mapa, Edilene Soares.

    Em relação aos produtos químicos, foi registrado um fungicida com ingrediente ativo Tiafenacil, que é inédito no Brasil.

    Este produto é um novo herbicida, muito usado em procedimentos adotados no plantio direto, em especial as dessecações pré-plantio e pré-colheita nas culturas agrícolas de algodão, feijão, milho e soja. O ingrediente ativo em questão já está aprovado nos Estados Unidos da América e na Austrália.

    Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país.

    Os novos registros são importantes pois diminuem a concentração do mercado de defensivos e aumentam a concorrência. Isso acaba resultando em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.

    Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pela Anvisa, pelo Ibama e pelo Mapa, órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, respectivamente, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Estiagem preocupa produtores de soja do RS, diz Emater

    O levantamento fechado nesta semana mostra que 47% da área de soja está em floração, fase que exige umidade

    Produtores de soja do Rio Grande do Sul continuam preocupados com os efeitos da estiagem.

    Segundo a Emater, as chuvas recentes foram irregulares e de baixo volume, insuficientes para alterar o quadro de déficit hídrico.

    O levantamento fechado nesta semana mostra que 47% da área de soja está em floração, fase que exige umidade. Outros 32% da área se encontram em germinação e desenvolvimento vegetativo e 21% em fase de enchimento de grãos.

    Para a próxima semana, a previsão é de calor e chuvas expressivas no Rio Grande do Sul.

    “A aproximação de uma nova frente fria provocará chuva, com possibilidade de temporais na Zona Sul, Campanha e Fronteira Oeste”, afirmou a Emater/RS.

    São esperados volumes entre 15 e 20 milímetros em grande parte das localidades do estado.

    No extremo sul, Campanha e Fronteira Oeste, as precipitações oscilarão entre 35 e 50 milímetros e podem superar 60 milímetros em alguns municípios, informou a Emater.

    No que se refere ao milho, a colheita no Rio Grande do Sul atinge 39% da área estimada.

    Do total, 14% da área está em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo, 11% em floração, 18% em enchimento de grãos e 18% em fase de maturação, afirmou a Emater. Quanto às lavouras de arroz, 47% estão em floração, 30% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 20% em enchimento de grãos e 3% em maturação.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/