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junho 2023

  • Exportações brasileiras de soja e milho podem cair, diz Conab

    Com as quedas nas cotações e nos prêmios de exportação, a tendência é que os produtores optem por manter estoque

    No mês de maio, as exportações de soja atingiram 15,59 milhões de toneladas, em comparação com 14,34 milhões no mês anterior e 10,64 milhões no mesmo período de 2022.

    Apesar desse aumento, espera-se uma diminuição nas vendas internacionais da oleaginosa nos próximos meses.

    De acordo com a análise do Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na quarta-feira (21), o crescimento recente das exportações se deve, em grande parte, às vendas antecipadas e à preparação para a nova safra.

    No entanto, devido à queda nas cotações e nos prêmios de exportação, que declinaram mais intensamente desde março, é provável que os produtores optem por manter a soja em estoque, aguardando uma melhoria nos preços previstos para o segundo semestre.

    Demanda da China e impacto nas inspeções em cargas de soja

    A Conab informa também que a China, mesmo importando um quantitativo recorde de 34,4 milhões de toneladas de soja em grãos do Brasil até agora, adotou um processo de inspeções mais demorado para as cargas de soja que chegam ao país.

    Isso prolonga os tempos de liberação do produto e torna o escoamento mais lento e custoso em território chinês, o que pode atrasar o comércio com aquele país.

    Exportações de milho já apresentam queda devido à redução nos prêmios e cotações

    No caso do milho, as exportações já apresentaram uma leve queda, atingindo 0,38 milhão de toneladas em maio, em comparação com 0,47 milhão de toneladas observado em abril. Essa queda é influenciada pela diminuição dos prêmios e cotações, o que tem provocado uma redução significativa nas vendas externas.

    superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth, destaca que as excelentes condições da lavoura brasileira neste ano, aliadas ao início do plantio da safra americana, estão pressionando os preços em Chicago, em meio às previsões de uma oferta mundial recorde.

    No entanto, a seca esperada para as próximas semanas nos EUA tem adicionado prêmio às cotações naquele país, devido à preocupação com as condições climáticas.

    Fretes e implementação do novo corredor de importação de fertilizantes

    No mês de maio, foi implementado o novo corredor de importação de fertilizantes do Arco Norte, no porto do Itaqui, em São Luís/MA.

    Essa nova infraestrutura interliga o Terminal da Copi, no Maranhão, ao Terminal Integrador de Palmeirante, em Tocantins, e possibilita o transporte da produção de grãos até o porto do Itaqui, enquanto o retorno é utilizado para o transporte de fertilizantes.

    Essa nova infraestrutura tem uma capacidade operacional inicial de 1,5 milhão de toneladas por ano e atende aos produtores sediados em vários estados. Com essa melhoria, a cadeia produtiva de grãos desses estados tende a buscar sua autossuficiência no abastecimento de fertilizantes.

    Além disso, é importante ressaltar que o frete ferroviário pode ser até 40% mais barato do que o rodoviário em percursos superiores a 800 quilômetros, o que pode resultar em economia significativa.

    Variações nos preços de fretes rodoviários e movimentação nos portos

    Em relação aos preços de fretes rodoviários, houve aumento na média das cotações no Distrito Federal e nos estados do Piauí, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, enquanto houve variação negativa nas praças do Paraná, Minas Gerais e Tocantins.

    Nos estados da Bahia e Goiás, os valores contratados se mantiveram estáveis.

    No que diz respeito ao escoamento de milho, os portos do Arco Norte voltaram a ganhar participação em relação aos demais portos do país, representando 35,8% da movimentação nacional em maio, em comparação com 26,1% no mesmo período do ano anterior.

    Quanto à soja, 38,9% das exportações brasileiras foram escoadas pelo porto de Santos no mesmo período, em comparação com 40,9% no exercício anterior. As cargas para exportação do país tiveram origem principalmente nos estados de Mato Grosso, Goiás, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços do leite cru indicam queda após período de altas consecutivas

    O comportamento incomum dos preços em 2023 se deve à safra pouco expressiva, o que resultou em oferta limitada e, consequentemente, valorização das cotações

    Depois de um período de altas consecutivas nos primeiros quatro meses do ano, os preços do leite cru sinalizam uma queda. O comportamento incomum dos preços em 2023 se deve à safra pouco expressiva, o que resultou em oferta limitada e, consequentemente, valorização das cotações. No acumulado do ano, os preços subiram 11,8%, atingindo R$ 2,8961 por litro em abril, o que representa um aumento de 9,3% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando a correção pela inflação.

    No entanto, a tendência de alta dos preços deve se encerrar no terceiro quadrimestre, o que é incomum para o setor, uma vez que historicamente esse período é marcado por elevação das cotações devido à queda sazonal na produção.

    Em maio, os preços sofreram uma queda devido à pressão dos produtos importados e ao fraco consumo interno. Segundo relatos de colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a concorrência entre os laticínios na venda de derivados para os canais de distribuição aumentou significativamente nesse período.

    As importações de lácteos tiveram um aumento de 43% em maio, em comparação ao mês anterior, totalizando 208,8 milhões de litros em equivalente leite. Esse volume é três vezes maior do que o adquirido em maio de 2022. No acumulado do ano, as compras externas somam quase 878 milhões de litros, um aumento de 213,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

    Além disso, o custo operacional efetivo da pecuária leiteira registrou uma queda de 2,31% entre abril e maio, considerando a média dos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Esse movimento foi impulsionado pela desvalorização de alguns dos principais insumos que influenciam os custos de produção, como concentrados, adubos e corretivos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Colheita da soja 2022/23 está concluída, diz Conab

    Entidade também levantou dados da colheita de milho primeira e segunda safras, algodão, arroz, feijão e do plantio de trigo

    A colheita da safra brasileira de soja 2022/23 atingiu toda a área plantada estimada no país até o último sábado (17), avanço de 0,1 ponto porcentual na comparação com os 99,9% reportados na semana anterior.

    Os dados são de levantamento semanal de progresso de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A entidade estima que o país deve produzir 155,7 milhões de toneladas do grão. A área plantada foi indicada em 44 milhões de hectares e a produtividade média está projetada em 3.537 kg/ha (58,9 sacas).

    Milho primeira e segunda safras

    Quanto ao milho, 87,1% da área plantada da primeira safra 2022/23 (verão) foi colhida, avanço semanal de 2,1 pontos porcentuais. Há atraso na comparação anual ante os 90,8% colhidos em igual período da temporada 2021/22.

    Assim, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina já concluíram a colheita do grão, enquanto o Piauí está atrás nos trabalhos de campo, com 50% da área colhida.

    Em relação à segunda safra de milho 2022/23, chamada de safrinha, a Conab informou que a colheita atingiu 5,3% no país na última semana, avanço de 3,6 pontos porcentuais ante o registrado até 10 de junho.

    Há atraso ante a temporada anterior, quando 11,1% das lavouras estavam colhidas. O estado de Mato Grosso é o mais adiantado, com 10,9% dos trabalhos.

    Colheita de arroz, algodão e feijão

    O plantio de trigo da safra 2023 avançou 13,1 pontos porcentuais na semana, alcançando 60% da área estimada no país. A semeadura do cereal está acima do nível registrado em igual período da safra anterior, quando 55,4% da safra havia sido plantada.

    Goiás, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Mato Grosso já concluíram o plantio. Em Santa Catarina o cultivo está atrasado, com registro de semeadura de apenas 7% da área.

    Quanto à safra 2022/23 do arroz, toda a área plantada já foi colhida, avanço de 0,2 ponto porcentual ante a semana anterior. Em igual período da temporada passada a colheita também já havia se encerrado. A Conab informou também que o país concluiu a colheita da primeira safra de feijão 2022/23.

    Já a colheita de algodão 2022/23 avançou 2,2 pontos porcentuais na semana, alcançando 3,1% da área total no último sábado – abaixo do 4,2% registrado em igual período da temporada anterior.

    A retirada da fibra do campo começou pelos estados de Minas Gerais (8%), Mato Grosso do Sul (5%), Bahia (5%) e Mato Grosso (2,6%).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Estiagem e alta dos insumos prejudicaram margens no RS

    O economista da Farsul Ruy Silveira destacou que o aumento dos custos, em algumas regiões, chegou a 30%, em média

    Levantamento de custo de produção agrícola no Rio Grande do Sul mostrou margens apertadas para as culturas de soja, milho, trigo e arroz na safra 2022/23, considerando a seca de variados níveis que atingiu os municípios visitados.

    O dado faz parte do Programa Campo Futuro, da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

    A coleta de dados ocorreram de 29 de maio a 2 de junho nos municípios de Carazinho, Cruz Alta, Tupanciretã, Uruguaiana, Bagé e Camaquã.

    A produtividade média da soja variou de 18 sacas por hectare, em Bagé, até 37 sacas em Camaquã e Carazinho. De forma geral, a expectativa de colheita era de cerca de 60 sacas.

    Em relação ao arroz, a produtividade esperada de 180 sacas por hectare não foi atingida em Uruguaiana, que colheu 160 sacas. Já o trigo surpreendeu os produtores de Carazinho e Cruz Alta, que colheram safras recordes.

    Os insumos pesaram nos custos de produção, principalmente, fertilizantes e herbicidas. Em Carazinho, os fertilizantes para o milho subiram 68% e os herbicidas para a soja, 146%.

    O economista da Farsul e responsável pelo levantamento no Estado, Ruy Silveira, destacou que o aumento dos custos, em algumas regiões, chegou a 30%, em média. Segundo ele, os resultados desta safra 2022/23 foram mais difíceis em termos financeiros do que a anterior. “Embora em termos de produção, da quebra de safra, esta não foi tão grande quanto a anterior, ela se espalhou mais, foi bem mais uniforme. Não teve uma região que foi atingida e outras não sofreram nada. Foi bem ampla, a gente viu que todas as regiões tiveram quebras significativas”, avaliou.

    Em relação ao trigo, Silveira classificou como um ano singular. “Foi o melhor ano que a gente já viu da série histórica, embora os custos estejam extremamente elevados. O que identificamos nas regiões, principalmente, em Carazinho e Cruz Alta, foi que a produtividade foi ótima, histórica. Foi um inverno muito frio e seco. A chuva que faltou no início da safra de verão foi o que ajudou o trigo no período de colheita”, explicou.

    O economista comentou que em Carazinho, por exemplo, os produtores conseguiam cobrir os custos das lavouras de trigo e garantiram uma média de R$ 600,00 por hectare, “o que é muito considerável para a realidade do trigo. Em Cruz Alta o negócio ficou bem mais apertado, mas, mesmo assim, sobrou cerca de R$ 100,00 de margem e em Tupanciretã, que é outro levantamento que a gente também tem de trigo, quebrou. Não pagou nem o custo operacional”, ponderou.

    Silveira também ressaltou que as regiões em que o levantamento considera apenas uma cultura, como Bagé, com soja, e Uruguaiana, com arroz, a pressão em termos de caixa foi maior por não haver outra cultura para dar suporte.

  • Condição das safras de milho e soja nos EUA piora na semana, avalia USDA

    Cerca 55% da safra de milho do país apresentava condição boa ou excelente até o domingo (18), piora de 6% ante a semana anterior

    Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou na terça-feira (20) que 55% da safra de milho do país apresentava condição boa ou excelente até o último domingo (18), piora de 6 pontos porcentuais ante a semana anterior. Na data correspondente do ano passado, essa parcela era de 70%. Além disso, 96% da safra tinha emergido, ante 94% um ano antes e na média dos cinco anos anteriores, disse o USDA em seu relatório semanal de acompanhamento de safra.

    Quanto à soja, 54% da safra tinha condição boa ou excelente, queda de 5 pontos porcentuais ante a semana anterior. Na data correspondente do ano passado, essa parcela era de 68%. De acordo com o relatório, 92% da safra tinha emergido, em comparação a 81% um ano antes e na média dos cinco anos.

    O USDA informou também que 38% da safra de trigo de inverno do país apresentava condição boa ou excelente até o último domingo, estável ante a semana anterior. O USDA disse ainda que 94% da safra tinha perfilhado, em comparação a 90% um ano antes e 93% na média dos cinco anos anteriores. O documento mostrou que 15% da safra tinha sido colhida, ante 23% um ano antes e 20% na média de cinco anos.

    O relatório mostrou que 98% da safra de trigo de primavera tinha emergido, em comparação a 87% um ano antes e 95% na média. O USDA disse ainda que 51% da safra tinha condição boa ou excelente, queda de 9 pontos porcentuais ante a semana anterior. Segundo o USDA, 10% da safra tinha sido colhida, ante 2% um ano antes e 10% na média de cinco anos.

    O relatório mostrou também que 47% da safra de algodão tinha condição boa ou excelente, piora de 2 pontos porcentuais na semana. Um ano antes, essa parcela era de 45%. Além disso, produtores tinham semeado 89% da área total prevista até o último domingo, em comparação a 95% um ano antes e 94% na média dos cinco anos anteriores. O USDA informou ainda que 19% da safra tinha florescido, ante 21% em igual período do ano passado e na média.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Consumo de fertilizantes deve aumentar no Brasil em 2023, dizem analistas

    O movimento é puxado pela recomposição dos volumes aplicados pelos produtores nas lavouras, em meio à queda dos preços dos insumos

    consumo de fertilizantes deve avançar este ano no Brasil, estimam consultorias e bancos. As projeções de alta nas entregas variam de 2,5% a até 10%.

    O movimento é puxado pela recomposição dos volumes aplicados pelos produtores nas lavouras, em meio à queda dos preços dos insumos.

    Em 2022, após as cotações dos fertilizantes acumularem alta de 200%, o volume entregue ao mercado brasileiro recuou 10,4% na comparação anual, para 41,078 milhões de toneladas, conforme dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), que representa a indústria.

    Para o acumulado de 2023, a perspectiva do mercado é de aumento nas entregas em relação a 2022, em virtude do recuo acumulado ao longo do ano nos preços dos fertilizantes, em média de 40% no custo importado dos insumos, e do fato de os produtores gastarem no ano anterior parte da reserva acumulada nos solos.

    Até março, contudo, as entregas estavam 1,2% abaixo do reportado no primeiro trimestre do ano passado, a 8,553 milhões de toneladas, conforme a Anda.

    A consultoria StoneX vê aumento entre 2,5% e 5% nas entregas ao mercado em relação a 2022, para entre 42 milhões e 43 milhões de toneladas. Mas o número ainda pode ser revisado, pondera o diretor de Fertilizantes da StoneX, Marcelo Mello.

    “As compras dos adubos pelos produtores estão significativamente atrasadas, de 16% no fim de maio em relação ao ano passado e ao ano anterior. Para uso no segundo semestre, 44% estavam comercializados ao fim de maio e a janela de compra está ficando estreita. Esse atraso pode eventualmente vir a se refletir nas entregas totais do ano e gerar um nó logístico mais complexo na véspera da safra”, disse Mello.

    Itaú BBA vê alta de 7% nas entregas, para 43,592 milhões de toneladas ao longo deste ano.

    Já o Rabobank estima crescimento de 10% no volume entregue ao mercado, para 45,2 milhões de toneladas.

    A perspectiva do banco é de aumento, sobretudo, no consumo de fosfato e de potássio este ano. “Embora os agricultores ainda precisem recuperar as compras de fertilizantes para a próxima temporada de plantio, esperamos que o consumo aumente em 2023 e retorne à linha de tendência”, aponta o analista sênior de Insumos Agrícolas do banco, Bruno Fonseca, em relatório recente sobre o mercado.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • CCGL – SmartCoop/RTC anunciam adesão à RIAGRO-RS

    CCGL – SmartCoop/RTC tem o prazer de anunciar sua adesão à Rede de Inovação do Agronegócio do RS (RIAGRO-RS), uma comunidade com outros 19 ICTs e mais de 95 startups especializadas em agronegócio, representando mais de 70% das AgTechs. O anúncio foi feito durante o Encontro das Cooperativas SmartCoop, realizado na quarta-feira (14/06) no auditório da CCGL.

    Nossa rede está entusiasmada em fazer parte dessa rede dinâmica e inovadora, dedicada a impulsionar o acesso a tecnologias e recursos para o setor agrícola. Nossa participação tem como objetivo central integrar os produtores no ecossistema de inovação digital, proporcionando a eles informações precisas e atualizadas, alinhadas aos princípios do cooperativismo.

    Através dessa parceria estratégica, pretendemos fortalecer a competitividade do agronegócio, fornecendo soluções que impulsionam o crescimento sustentável e a eficiência operacional. Junte-se a nós nessa jornada de transformação, em que a tecnologia e a colaboração estão moldando o futuro do agronegócio no Rio Grande do Sul.

    Fonte: Divulgação CCGL

  • Sistema de pastagens de alta performance eleva produção de carne e bezerros por área, diz estudo

    Pesquisa da Embrapa revela aumento de 30% na produtividade por hectare, além de significativa redução nas emissões de gases de efeito estufa

    Composto por tecnologias de baixo impacto, o Sistema Guaxupé permite intensificar a atividade pecuária, com menor investimento econômico e benefícios para o meio ambiente. Desenvolvido pela Embrapa, em parceria com pecuaristas do Acre, esse modelo de produção orienta estratégias para a obtenção de pastagens com alta produtividade de forragem de qualidade e de longa duração. O que eleva a rentabilidade de sistemas pecuários a pasto.

    De acordo com a Embrapa,  as pesquisas confirmaram aumento de 30% na produtividade de carne e de bezerros por hectare, além de redução nas emissões de gases de efeito estufa na atividade.

    Indicado para solos sem aptidão para a agricultura, devido à baixa capacidade de drenagem, o Sistema Guaxupé utiliza tecnologias e práticas gerenciais sustentáveis para a produção pecuária intensiva a pasto. Sendo um resultado de 25 anos de pesquisa e recomendado para as condições ambientais específicas do Acre, o modelo se baseia no uso de diferentes forrageiras para diversificar e manter as pastagens produtivas:

    • consórcio de forrageiras com leguminosas capazes de fornecer nitrogênio para o solo;
    • controle preventivo de plantas daninhas, para reduzir gastos com reforma; e
    • manejo adequado do pasto, para garantir a oferta contínua de forragem para o rebanho.

    Segundo o pesquisador Carlos Mauricio de Andrade, coordenador dos estudos, todos os conceitos e tecnologias do sistema orientam a formação de pastagens permanentes de alta performance produtiva, que resultam em melhor capacidade de suporte e maior ganho de peso dos animais, com baixo investimento em insumos (rações e adubos).

    “Esse sistema de intensificação propõe uma nova forma de combinar alternativas tecnológicas já disponibilizadas pela pesquisa, para obter um modelo de produção rentável, que mantenha produtivo por muitos anos, com viabilidade econômica e reduzido impacto ambiental”, ressalta.

    Lançamento da tecnologia

    O sistema Guaxupé será lançado em evento realizado na Fazenda Guaxupé, em Rio Branco (AC). Resultados de pesquisas e experiências de pecuaristas parceiros serão apresentados a produtores rurais, técnicos de instituições de apoio à produção pecuária, estudantes de graduação e gerentes de casas agropecuárias na próxima quarta-feira, 21 de junho.

    A capacidade gerencial de cada produtor é determinante no processo de adoção das tecnologias. Quando bem implantado, ao mesmo tempo em que melhora a produtividade e rentabilidade na atividade pecuária, o sistema assegura serviços ecossistêmicos fornecidos pelas pastagens consorciadas com leguminosas, como ciclagem de nutrientes e sequestro de carbono.

    “A sua adoção em larga escala é uma alternativa para tornar a pecuária a pasto mais sustentável na Amazônia e pode contribuir para a abertura de novos mercados nacionais e para inserir a carne produzida no Acre em mercados internacionais que buscam uma produção mais limpa”, avalia Andrade.

    Diversificação inteligente de forrageiras

    Estudos confirmam que pastagens cultivadas podem se manter produtivas por muitas décadas. No entanto, para alcançar essa longevidade é necessário investir na diversificação inteligente de forrageiras. A escolha das cultivares deve ser criteriosa e priorizar espécies adaptadas às condições locais do solo e do clima da propriedade rural. Além disso, é necessário levar em consideração fatores como pragas e doenças existentes na região e características do rebanho que utilizará a pastagem. O Sistema Guaxupé recomenda utilizar diferentes opções de forrageiras indicadas pela pesquisa para a região, na formação das pastagens, e ocupar cada metro quadrado do solo.

    Conforme Andrade, outra orientação é dar preferência para forrageiras estoloníferas, por apresentarem alta tolerância ao encharcamento ou alagamento do solo. Além disso, como essas forrageiras se reproduzem por meio de caules (estolões) que enraízam nos nós, conseguem se alastrar na pastagem e colonizar espaços descobertos no solo e competir com plantas daninhas, característica que assegura a sua persistência. “O resultado são pastos biodiversos duradouros e sustentáveis, que não demandam investimentos periódicos em reforma, especialmente em solos mal drenados”, afirma o cientista.

    Estudos de zoneamento edafoclimáticos mostram que mais de 80% das áreas com pastagem no Acre apresentam solos pouco permeáveis e com baixa capacidade de drenagem. O encharcamento do solo causa deficiência de oxigênio nas raízes das plantas, que ficam sujeitas ao ataque de patógenos responsáveis pela Síndrome da Morte do Braquiarão (SMB), principal fator de degradação de pastagens na Amazônia.

    Com isso, desde o surgimento dessa doença no Acre, em meados da década de 1990, a Embrapa investe em programas de melhoramento genético de forrageiras para selecionar e recomendar novas cultivares para o bioma, adaptadas ao encharcamento.

    “Já testamos e recomendamos dez cultivares de gramíneas e quatro espécies de leguminosas – incluindo duas cultivares de amendoim forrageiro (Arachis pintoi) – com excelente ou boa adaptação à Síndrome da Morte do Braquiarão. Os capins tangola, humidícula e a grama-estrela-roxa são os mais indicados para formação de pastagens em solos com alto risco de alagamento”, informa o pesquisador.

    Pastagens autossuficientes em nitrogênio

    A consorciação de gramíneas com leguminosas forrageiras, que fornecem nitrogênio para o solo, é uma estratégia eficiente para manter a produtividade e assegurar vida longa às pastagens. Pesquisas realizadas no Acre e em outras regiões do Brasil mostram que pastos formados somente com gramíneas precisam de reposição anual de nitrogênio, via adubação química, para se manter improdutivos.

    O amendoim forrageiro é a leguminosa mais indicada para o consórcio de pastagens no trópico úmido brasileiro e o carro-chefe no processo de intensificação pecuária no Sistema Guaxupé.

    De acordo com Giselle Lessa, coordenadora do Programa Nacional de Melhoramento do Amendoim Forrageiro, a planta consegue capturar nitrogênio do ar e fixar no solo, por processo biológico, e pode ser consorciada com diferentes tipos de gramíneas. O consórcio com essa leguminosa garante à pasta auto suficiência em nitrogênio, melhora a fertilidade do solo, aumenta a produção de forragem e contribui com o processo de descarbonização da pecuária brasileira.

    Além de proporcionar um aporte natural desse nutriente essencial para o desenvolvimento das plantas, o amendoim forrageiro possui teores de proteína bruta entre 18% e 29% e alta digestibilidade, aspectos que elevam a qualidade nutricional da dieta do rebanho.

    “Modelos pecuários de produção intensiva que se baseiam na associação de gramíneas e leguminosas forrageiras bem adaptadas, produtivas e economicamente viáveis, fornecem aos animais os nutrientes necessários para a produção de carne e leite, reduzem custos com adubação nitrogenada, proporcionam economia para o produtor rural e ganhos em produtividade, e conferem maior competitividade à atividade pecuária”, ressalta a pesquisadora.

    O pesquisador da Embrapa Acre, Judson Valentim, explica que o uso de gramíneas consorciadas com amendoim forrageiro possibilita suprir a necessidade de nitrogênio nas pastagens, a baixo custo, e favorece produtores de regiões mais distantes, especialmente do Norte do País, que compram fertilizantes nitrogenados a preços elevados e enfrentam dificuldades na logística para aquisição.

    “Pastagens consorciadas com amendoim forrageiro alcançam eficiência máxima quando a presença da leguminosa representa 20% a 40% da massa de forragem. Nessas condições, em pastos manejados de acordo com recomendações técnicas, a planta consegue incorporar até 150 quilos de nitrogênio na pastagem, o equivalente a 330 quilos de ureia por hectare/ano. Entretanto, para consolidar o consórcio com essa leguminosa são necessários em torno de quatro a cinco anos. É preciso que o produtor esteja ciente que a adoção desta e outras tecnologias que compõem o Sistema Guaxupé requer investimento, trabalho e paciência. Os resultados são de médio e longo prazos, porém, altamente compensadores”, enfatiza.

    Tolerância zero com plantas daninhas

    Pecuaristas que adotam o Sistema Guaxupé utilizam uma estratégia proativa no manejo de plantas daninhas, que garante a manutenção de pastagens sempre “limpas”. Contudo, o trabalho inclui o monitoramento rotineiro das áreas, para controlar os focos iniciais de infestação e prevenção de proliferação. As medidas de controle envolvem aplicação localizada de herbicidas seletivos ou catação mecânica (enxada), para preservar as forrageiras. De forma complementar, os produtores realizam o replantio de falhas nas pastagens, com mudas de forrageiras estoloníferas.

    “Para manter o alto desempenho das pastagens biodiversas é essencial adotar tolerância zero com plantas daninhas, por meio de uma postura vigilante. A adoção de medidas preventivas resulta em pastagens mais produtiva e com custo de manutenção decrescente, já que essas áreas ficam cada vez menos propensas a reinfestações”, diz

    Andrade, que acrescenta, ainda, que esses cuidados também beneficiam o meio ambiente, na medida em que reduzem o uso de herbicidas.

    Pasto bem manejado e gado bem alimentado o ano todo

    Além da diversificação de forrageiras, uso de leguminosas e manejo efetivo de plantas daninhas, o Sistema Guaxupé tem como pilar o manejo adequado das pastagens, por meio de técnicas que levam em consideração características da fazenda, do rebanho e dos pastos formados.
    Para manejar bem as pastagens é necessário conhecer o seu funcionamento, em especial o impacto do pastejo na produtividade e estabilidade das forrageiras, no consumo de pasto e no desempenho produtivo do rebanho. Como a produção e a qualidade do pasto variam durante o ano, o sistema recomenda planejar os ajustes de lotação da pastagem.

    “O bom manejo também exige observar a altura e estrutura dos pastos para realizar as adequações necessárias em cada módulo de pastejo rotacionado, como tempo de pastejo e descanso, remanejamento de piquetes e outros cuidados que influenciam o consumo da forragem e a produtividade animal. Também é importante planejar estratégias de gerenciamento do rebanho, época da estação de monta e o descarte de animais no período mais propício para adequar a demanda de alimento do rebanho à oferta de forragem. Esses cuidados, aliados a estratégias de suplementação, ajudam a manter o rebanho bem alimentado durante os 365 dias do ano, com redução de custos e manutenção da produção”, orienta Valentim.

    Fazendas-referência

    O produtor Luiz Augusto Ribeiro do Vale, proprietário de duas fazendas-referência no Sistema Guaxupé, em Rio Branco, conta que com a adoção gradativa das tecnologias foi aprendendo a fazer pecuária de maneira planejada. Durante muito tempo realizou o processo de formação de pastagens de forma aleatória e ouviu de muitos profissionais que o consórcio com leguminosas era inviável. Ele conta que a parceria com a Embrapa mostrou que a técnica é possível e rentável e proporciona alto rendimento e estabilidadeà pastagem e aumento na produção de arrobas por hectare e no lucro da atividade.

    “Começamos com puerária e depois incluímos o amendoim forrageiro. A planta se consolidou e hoje temos pastagens consorciadas com mais de vinte anos, que se mantém produtivas, com taxa de lotação de até três unidades animal (UA) por hectare, média considerada excelente para a região. Esse resultado é fruto dos cuidados com o manejo e manutenção das pastagens consorciadas, que possibilitam manter uma boa distribuição da oferta de forragem para o gado, aliados à adoção de estratégias de suplementação que ajudam a potencializar a qualidade da dieta bovina e o ganho de peso dos animais”, destaca.

    Outro produtor parceiro, o pecuarista Francisco Sales, iniciou a adoção das tecnologias do Sistema Guaxupé quando percebeu a degradação das pastagens de sua fazenda, no município de Bujari, devido à morte do capim braquiarão, em 1998. Ele considera que, graças às orientações recebidas de pesquisadores da Embrapa, fez a escolha certa das gramíneas e leguminosas para substituir as pastagens acometidas pela Síndrome da Morte do Braquiarão.

    “O amendoim forrageiro combina muito bem com gramíneas estoloníferas, formando pastagens com rendimento produtivo excepcional. Mantemos o rebanho bem alimentado e o ganho de peso animal supera em 30% o obtido em pastagens tradicionais, resultado que paga qualquer investimento. Além disso, com o consórcio temos uma melhoria contínua na qualidade dos solos da propriedade, devido ao aporte de nitrogênio disponibilizado pela leguminosa”, ressalta.

    Potencial de uso do sistema

    O Sistema Guaxupé foi idealizado para atender particularidades da bovinocultura de corte do Acre, quanto à predominância de solos mal drenados, e sem aptidão para a agricultura intensiva, e as relações de troca menos favoráveis da carne bovina com fertilizantes, rações e outros insumos da produção.

    O estado tem cerca de 23 mil estabelecimentos rurais envolvidos nas diferentes etapas do processo de produção na pecuária de corte (cria, recria e engorda) e uma demanda crescente por tecnologias sustentáveis para melhoria da eficiência nessas atividades, fatores que também confirmam o potencial de uso do sistema.

    Na opinião de Marcos Roveri, gerente-executivo da Unipasto, empresa parceira da Embrapa nas pesquisas com forrageiras há mais de 20 anos, o atual cenário da pecuária no Acre e outros estados brasileiros impõe a necessidade de inserção de sistemas ancorados na diversificação de pastagem, fixação biológica de nitrogênio e outras estratégias de produção sustentável.

    “O Brasil possui, aproximadamente 120 milhões de pastagens cultivadas, com baixa diversidade de espécies forrageiras. Mais da metade dessa área (60%) é plantada apenas com o capim brachiaria brizantha, cultivar Marandu, altamente susceptível à Síndrome da Morte do Braquiarão. Além disso, 90% da carne produzida no País ainda é oriunda de sistemas extensivos. Diversificar essas pastagens, combinando diferentes tipos de gramíneas e leguminosas, adaptadas a cada região, é uma forma de conferir maior sustentabilidade aos sistemas de produção, com conservação ambiental,” declara o gerente.

    As fazendas parceiras no desenvolvimento do sistema funcionam como vitrine para demonstração das práticas e tecnologias sustentáveis desse modelo de produção. Nesses espaços de compartilhamento de saberes realizamos cursos, dias de campo, oficinas e outras atividades técnicas com diferentes públicos, incluindo produtores rurais, técnicos de empresas de assistência técnica pública e privada e pesquisadores do Acre, de outros estados e do exterior.

    “As experiências dos pecuaristas, especialmente com pastos consorciados com leguminosas, mostram que é possível produzir de forma sustentável. Para ampliar a adoção do Sistema Guaxupé vamos intensificar a agenda de capacitações, já em andamento, com abordagem individual para cada tecnologia. Esse trabalho conjunto com instituições de assistência técnica e gerencial, públicas e privadas, e programas de apoio e fortalecimento da produção pecuária do estado, busca formar multiplicadores desses conhecimentos”, afirma o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Acre, Daniel Lambertucci.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Mapa registra 55 novos defensivos agrícolas; confira

    Também foram registrados defensivos com um ingrediente ativo de última geração para o combate de um amplo espectro de pragas

    Ato nº 26 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado nesta segunda-feira (19), no Diário Oficial da União, traz o registro de 55 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores.

    Desses, 13 são considerados biológicos, sendo sete destinados à agricultura orgânica.

    Ao todo, em 2023 foram registrados 121 produtos, sendo 28 classificados como de baixo impacto, o que evidencia a crescente preocupação com práticas agrícolas sustentáveis.

    Os produtos biológicos contêm fungos, bactérias, vírus e insetos predadores, representando uma abordagem inovadora e amigável ao meio ambiente no controle de pragas e doenças nas plantações.

    Entre os produtos químicos registrados hoje, cinco apresentam uma nova substância ativa denominada isocycloseram.

    Trata-se de um ingrediente ativo de última geração para um amplo espectro de pragas, com um modo de ação inédito.

    Sua eficácia proporciona controle imediato e prolongado, mesmo em doses reduzidas. Esses produtos são recomendados para diversas grandes culturas e, em especial, para o combate às formigas.

    Os produtos com esse ativo puro foram classificados pela Anvisa como categoria 5, ou seja, produto improvável de causar dano agudo. “Nessa categoria, por exemplo, temos os produtos de origem biológica”, explica a relata a chefe da Divisão de Registro de Produtos Formulados do Mapa, Tatiane Almeida.

    O isocycloseram já é registrado na Austrália e constou na lista de priorização de culturas de suporte fitossanitário insuficiente (minor crops) do Canadá em 2022, para o controle de tripes em pepinos.

    Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. Os novos registros são importantes pois diminuem a concentração do mercado de defensivos e aumentam a concorrência. Isso acaba resultando em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.

    Com a publicação do Ato n° 26, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reafirma o compromisso em fomentar práticas agrícolas sustentáveis, aliando a proteção das plantações à preservação do meio ambiente, e garantindo assim a qualidade e a segurança dos produtos agrícolas brasileiros.

    Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pela Anvisa, pelo Ibama e pelo Mapa, órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, respectivamente, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: fixação biológica de nitrogênio proporcionou economia bilionária em químicos

    Estudo conduzido pelo IDR-Paraná e Embrapa Soja mostram benefícios ambientais e econômicos da prática na soja brasileira

    A fixação biológica de nitrogênio (FBN) possibilitou aos produtores de soja economizar US$ 15,2 bilhões em fertilizantes químicos na safra 2019/2020, revela estudo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) e da Embrapa Soja.

    A tecnologia permite o fornecimento de nitrogênio para as plantas sem que seja preciso recorrer à adubação com ureia.

    “Esse valor equivale a quase 4% do PIB gerado pelo agronegócio no Brasil, o que demonstra sua enorme contribuição para os sistemas de produção de soja”, avalia o pesquisador do IDR-Paraná, Tiago Santos Telles.

    Como funciona a fixação biológica?

    A FBN é um processo natural. Certos tipos de bactérias que vivem no solo podem se fixar nas raízes (formando os chamados nódulos) de determinadas plantas, como a soja, e com elas estabelecer um processo de simbiose.

    Esses microrganismos são capazes de capturar o nitrogênio da atmosfera — que vegetais não conseguem aproveitar — e convertê-lo em amônia, forma na qual o nutriente é assimilado pelas plantas.

    Os pesquisadores utilizaram modelos matemáticos para analisar os seguintes dados:

    • Área cultivada
    • Produção
    • Rendimento
    • Demanda de nitrogênio pelas lavouras
    • Preço pago pela ureia
    • Doses de inoculante comercializadas em 11 safras (2009/10 a 2019/20).

    Assim, na safra 2009/10, por exemplo, a FBN foi responsável por uma economia de US$ 3,2 bilhões em ureia.

    “Comparando com a safra 2019/20, a poupança propiciada pela prática mais que dobrou em 11 anos”, contabiliza Telles.

    Ele acrescenta que, no mesmo período, a adoção de inoculantes aumentou 16% ao ano, em média.

    O que é a inoculação na soja?

    Inoculação é a adição de bactérias fixadoras de nitrogênio às sementes de soja antes do plantio. É normalmente feita com biofertilizantes contendo grande quantidade de cepas desses microrganismos selecionadas pela pesquisa.

    De acordo com Telles, na safra 2019/20, a inoculação foi utilizada em cerca de 25% das lavouras comerciais de soja no Brasil, com ganhos de produtividade que propiciaram um lucro de US$ 914 milhões.

    “Como a soja não é espécie nativa, esse sucesso se baseia em mais de meio século de seleção de cepas, cultivares, inoculantes e tecnologias de inoculação desenvolvidas para nossas condições de solo e clima”, explica o pesquisador.

    Como ganho adicional, Telles ressalta que, na safra 2019/20, a tecnologia da FBN evitou a emissão na atmosfera de 183 milhões de toneladas de gases de efeito estufa.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/