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junho 2023

  • Novo modelo de análise revela alta sustentabilidade em sistemas de integração agrícola

    O modelo comprava que sistemas que integram lavoura, pecuária e floresta são mais sustentáveis

    Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Embrapa e outras instituições apresentou um modelo inovador de análise que mede a sustentabilidade de sistemas de integração agrícola. Esse modelo coleta métricas econômicas, ambientais e sociais e constatou que as fazendas que adotam práticas de integração, como lavoura, pecuária e floresta, obtiveram os melhores resultados nessas três dimensões.

    De acordo com as informações da Embrapa, o estudo utilizou uma escala numérica para cada variável analisada, permitindo comparações e categorizações. Os resultados confirmaram que os índices de sustentabilidade nos sistemas de integração foram superiores aos de estabelecimentos dedicados exclusivamente à produção de grãos ou pecuária.

    Publicado no periódico Agronomy for Sustainable Development, o artigo propõe um modelo baseado na lógica difusa, formato por 18 indicadores que avaliam a sustentabilidade de sistemas agrícolas. Além disso, o estudo apresenta 22 casos de estudo com os sistemas produtivos mais comuns na fronteira agrícola de Mato Grosso, abrangendo os biomas da AmazôniaCerrado e Pantanal.

    Os pesquisadores destacaram que o modelo de análise leva em conta o conhecimento científico e a percepção de especialistas na definição dos indicadores, considerando a grande variabilidade de desempenho dos sistemas agrícolas. Além do mais, o modelo abrange as interações entre as dimensões econômica, ambiental e social da sustentabilidade, podendo ser adaptado a diferentes contextos ambientais e socioeconômicos.

    “Escolhemos esse método porque incorpora as principais características dos modelos multicritério já descritos na literatura científica para avaliar a sustentabilidade de sistemas agrícolas, além de oferecer a vantagem de compatibilizar variáveis contínuas e categóricas e considerar a imprecisão inerente à análise da sustentabilidade, oferecendo um resultado numérico”, diz o pesquisador Júlio César dos Reis, da Embrapa Cerrados (DF), um dos autores do artigo.

    O conjunto de indicadores e o modelo de análise foram construídos associando as atividades produtivas aos efetivos resultados econômicos, ambientais e sociais, indicando que a sustentabilidade é considerada como um todo, e não como a soma de seus componentes.

    A estrutura do modelo forma um índice de sustentabilidade (IS) composto por três indicadores parciais (correspondentes às três dimensões da sustentabilidade), cada um com seis sub indicadores, calculados a partir de dados levantados em cada fazenda.

    Desempenhos elevados e equilibrados geram maiores índices de sustentabilidade

    Os sistemas de integração em propriedades apresentaram valores médios e altos para o índice de sustentabilidade (IS). Duas fazendas, uma com Integração Pecuária-Floresta (IPF) e outra com Integração Lavoura-Pecuária (ILP), destacaram-se com os maiores índices de sustentabilidade (91,87 e 91,78, respectivamente), demonstrando um equilíbrio favorável nas três dimensões: econômica, social e ambiental.

    A fazenda com IPF possui especialização na produção de madeira de teca para exportação, combinada com uma pecuária de alta tecnologia. Apesar dos níveis medianos de lucratividade e produtividade, os altos índices sociais e econômicos são explicados pela eficiência e expertise na produção de teca. Destacam-se também a eficiência no uso de fertilizantes e pesticidas, bem como os serviços ecossistêmicos proporcionados pelas florestas, como a redução da perda de solo, sequestro de carbono e baixo escoamento superficial. Esses fatores contribuem para um elevado índice de sustentabilidade ambiental.

    Por sua vez, a propriedade com ILP demonstrou um alto desempenho produtivo baseado em práticas de gestão voltadas para melhorar os resultados financeiros e operacionais. Estratégias de comercialização foram adotadas para mitigar os impactos negativos da volatilidade dos preços das commodities, e houve divisão de lucros com os funcionários. Além disso, o sistema pecuário é focado exclusivamente na engorda de gado, aproveitando pastagens consorciadas com o cultivo de milho.

    A propriedade realiza três safras ao longo do ano, sendo duas de grãos (soja e milho) e um período de três meses para engorda dos animais na mesma área. Essa fazenda obteve o segundo maior lucro (969,91 dólares por hectare) entre as 22 fazendas analisadas e apresentou um desempenho ambiental semelhante à fazenda com IPF, especialmente em relação à redução da perda de solo, ao uso de fertilizantes e às emissões de gases de efeito estufa.

    No entanto, os pesquisadores também identificaram desempenhos desequilibrados em propriedades com sistemas de integração, com resultados elevados nos indicadores econômicos e ambientais, mas um desempenho social mais baixo, o que comprometeu o índice de sustentabilidade. Uma das propriedades, com sistema de ILP, apresentou baixa escolaridade e atratividade no emprego, enquanto outra, também com ILP, teve valores baixos em treinamentos, cursos e qualidade do emprego.

    Segundo os autores, os diferentes resultados entre os sistemas de integração demonstram que é difícil estabelecer uma conclusão geral sobre os benefícios da intensificação sustentável, pois eles são específicos para cada contexto.
    “O simples fato de as fazendas utilizarem sistemas de integração não garante um elevado IS. Elas precisam ter um desempenho elevado e equilibrado entre as três dimensões da sustentabilidade”, diz o pesquisador Geraldo Stachetti, da Embrapa Meio Ambiente (SP).

    Já as propriedades de pecuária receberam os valores de IS mais baixos. Mesmo uma fazenda que utiliza manejo de pastagem, melhoramento genético e sistemas de confinamento dos animais não alcançou bons resultados. Apesar de ter apresentado o melhor desempenho econômico entre as propriedades de pecuária, o baixo IS se deve aos baixos desempenhos social e ambiental. Com isso, as propriedades foram agrupadas em três categorias.

    Categoria A – desempenho alto

    Há apenas três fazendas, sendo uma com IPF e duas com ILP, que apresentaram bom desempenho econômico e excelente desempenho ambiental, porém desempenho mediano no indicador social.

    Categoria B – desempenho mediano

    Contempla quase todas as fazendas de grãos e apenas duas com sistemas de integração e foi dividida em dois subgrupos: B1, composto, em geral, por aquelas que apresentaram bom desempenho econômico associado a indicadores social e ambiental medianos; e B2, formado por fazendas que apresentaram baixo desempenho econômico associado a indicadores social e ambiental medianos.

    Categoria C – desempenho baixo

    Reúne todas as fazendas de pecuária e duas de grãos, e também foi dividida em dois subgrupos: C1, com propriedades caracterizadas por valores muito baixos em duas ou nas três dimensões da sustentabilidade; e C2, com as três fazendas que obtiveram resultados muito baixos nas três dimensões e, consequentemente, com os piores IS.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Plantas daninhas: plataforma mostra resistência a herbicidas; acesse dados online

    Ferramenta gratuita desenvolvida em conjunto entre Embrapa e Bayer ajuda produtor a planejar melhor estratégias de controle; pesquisa nacional acaba de incluir resultados referentes a Mato Grosso

    Pesquisadores da Embrapa e da Bayer estão monitorando a resistência de plantas daninhas a herbicidas em Mato Grosso. O trabalho faz parte de um esforço nacional, que conta com a participação de especialistas em todo o país, e os resultados estão disponíveis em uma plataforma online de acesso aberto.

    De acordo com as informações da Embrapa, na plataforma é possível verificar os locais onde foram coletadas sementes de biótipos com suspeita de resistência às espécies de plantas daninhas envolvidas e a qual herbicida e mecanismo de ação elas são resistentes.

    “A ideia é que o site sirva de alerta para os produtores. Ao verem que há resistência em sua região, eles podem planejar as estratégias de controle, seja com a rotação de moléculas e de mecanismos de ação, com uso de herbicidas pré-emergentes, por exemplo, ou ainda com o manejo cultural usando plantas de cobertura”, afirma a pesquisadora da Embrapa Agrossilvipastoril Fernanda Ikeda.

    O trabalho

    A identificação de populações de daninhas resistentes tem início com coletas em campo, em expedições realizadas às principais áreas agrícolas do estado, onde são coletadas sementes de plantas-escape com suspeita de resistência. Também pode haver o envio de sementes pelos produtores e consultores que encontrarem populações suspeitas de resistência.

    Coletadas ou recebidas, as sementes são semeadas em vasos em casas de vegetação. As plantas passam por um processo inicial de avaliação, no qual são expostas às doses recomendadas dos herbicidas selecionados para os testes de cada espécie na fase e condições ideais de aplicação. Aqueles indivíduos que sobrevivem ao controle são classificados previamente como resistentes. São esses dados que são lançados na plataforma.

    “Nem todas as plantas que sobrevivem em áreas de lavoura são resistentes. Muitas vezes a sobrevivência decorre de fatores diversos como aplicação em dose menor do que a recomendada, aplicação com a planta estressada ou em estádio avançado, mistura de produtos, falta de ajuste no pulverizador, vento durante a aplicação, entre outros. Por isso, muitas das amostras coletadas acabam se mostrando suscetíveis nesse primeiro teste”, explica o pesquisador da Embrapa Algodão Sidnei Cavalieri.

    Para se chegar ao diagnóstico definitivo de resistência é preciso avaliar se a característica de resistência é hereditária, ou seja, se ela passa para as gerações seguintes. Além disso, pode haver diferentes níveis de resistência, que são identificados em estudos de curva dose-resposta com uso de doses crescentes do herbicida e com repetições.

    Os ensaios de curva dose-resposta também estão sendo feitos na Embrapa Agrossilvipastoril. Como são mais demorados, optou-se em um primeiro momento por lançar a plataforma com os dados da primeira avaliação em casa de vegetação.

    “Este já é um importante indicativo para o produtor. Ele consegue ver como está o cenário na região dele, se há pressão de seleção de resistência para algum produto ou mecanismo de ação e pode usar essas informações na tomada de decisão”, diz Cavalieri.

    A expectativa é que a plataforma seja atualizada aos poucos com novas amostras coletadas e testadas. Além disso, futuramente também devem ser contempladas informações com a comprovação de resistência.

    Resultados em Mato Grosso

    As coletas de sementes de plantas daninhas em Mato Grosso se concentraram em 2018, 2019 e 2021. Três espécies de maior impacto econômico no estado foram priorizadas: capim pé-de-galinha (Eleusine indica), capim-amargoso (Digitaria insularis) e buva (Conyza spp.).

    Até o momento, foram avaliados 196 biótipos de capim pé-de-galinha, sendo 24% classificados como suscetíveis a todos os herbicidas, 54% como resistentes a um ou mais inibidores da ACCase (clethodim, fenoxaprop-p-ethyl e haloxyfop-p-methyl), 5% resistentes ao glyphosate (inibidor da EPSPs) e cerca de 17% com resistência a um ou mais inibidores da ACCase e ao glyphosate.

    “Vimos que 70% das amostras tiveram algum indicativo de resistência com herbicidas do grupo químico dos ariloxifenoxipropionatos (FOPs), enquanto apenas 13% tiveram resistência ao clethodim apenas ou combinado com outro(s) FOP(s) e/ou glyphosate”, destaca Ikeda.

    Para o capim-amargoso foram avaliados 116 biótipos. Cerca de 69% foram classificados como suscetíveis a todos os herbicidas, 22% resistentes ao glyphosate e 8% com resistência a um ou mais inibidores da ACCase (a maior parte classificada como resistente ao haloxyfop) e ao glyphosate.

    A buva, que assim como o capim-amargoso tem dispersão pelo vento, contou com resultado de apenas 19 biótipos. Número maior foi avaliado, mas a falta de germinação de sementes limitou os dados. Dos biótipos analisados, 21% foram suscetíveis a todos os herbicidas testados (2,4-D, chlorimuron-ethyl, diquat, amônio-glufosinato, glyphosate e saflufenacil), 42% resistentes ao glyphosate e 37% com resistência ao chlorimuron e um ou dois dos herbicidas avaliados (2,4-D, glyphosate, glufosinato de amônio). Não foi encontrado nenhum biótipo com resistência a diquat e saflufenacil.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Valor Bruto da Produção Agropecuária em 2023 é estimado em R$ 1,179 trilhão

    As lavouras têm um faturamento previsto em R$ 835,5 bilhões e a pecuária de R$ 343,8 bilhões

    As estimativas do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), obtidas com base nas informações de safras, indicam um valor de R$ 1,179 trilhão para 2023, superior em 3,8% em relação ao valor de 2022, que foi de R$ 1,135 trilhão, de acordo com nota do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

    De acordo com o informe, o valor é influenciado pelos preços agrícolas, que têm sofrido redução para vários produtos, entre eles milho, soja e trigo, que têm forte relevância no cálculo do VBP. Os preços recebidos pelos produtores de soja e milho estão, respectivamente, 8,93% e 14,37% abaixo dos preços do mês de abril.

    As lavouras têm um faturamento previsto em R$ 835,5 bilhões, 6,3% acima do obtido no ano passado. Tiveram bom desempenho produtos como amendoim, arroz, banana, cacau, cana-de-açúcar, feijão, laranja, mandioca, milho, soja e tomate.

    A pecuária, com faturamento de R$ 343,8 bilhões, apresenta uma retração real de 1,8% em relação a 2022.Contribuição positiva é dada pela carne suína, leite e ovos, e contribuição negativa vem de carne bovina (- 7,3%) e carne de frango ( -6%).

    Poucos produtos agrícolas neste ano estão tendo redução do VBP, como algodão pluma, com retração de -7,3%, batata inglesa (-8,1%), café (-4,5%) e trigo (-12,8%). Esse resultado ocorre devido principalmente à retração de preços, como no caso do algodão, café e trigo.

    Recorde no VBP

    O VBP estimado para este ano é um valor recorde em uma série analisada que iniciou em 1989. Na composição deste indicador, vários produtos têm neste ano o mais alto valor obtido.

    Os cinco produtos mais relevantes da série são: soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão, que respondem por 58,25% do VBP total.

    No ranking dos estados, os cinco primeiros são: Mato Grosso, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás, gerando neste ano 60,4% do VBP do país.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Leite: parlamentares gaúchos querem taxa de 12% para importações do Mercosul

    Frente da Assembleia Legislativa do RS reivindica adoção imediata e em nível nacional de uma Tarifa Externa Comum para evitar novas baixas no preço pago ao produtor

    A Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, da Assembleia Legislativa do estado, reivindicou a adoção imediata, em nível nacional, de uma Tarifa Externa Comum (TEC) de 12% para importação de leite e derivados do Mercosul. A intenção, conforme nota da assembleia divulgada nesta quarta-feira (14), é evitar novas baixas no preço pago ao produtor, hoje em R$ 2,70 por litro, de acordo com o presidente da frente, o deputado estadual Elton Weber (PSB).

    O pedido foi enviado em ofício ao ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira. A frente propõe que a medida tenha validade de seis meses.

    Importações de leite e derivados em 2023

    As importações de leite e laticínios da Argentina e do Uruguai para o Brasil tiveram uma receita total de US$ 263,2 milhões entre janeiro e abril de 2023, 286,4% a mais que nos primeiros quatro meses do último ano.

    Em volume, o total foi de 69,9 mil toneladas, o que representa um crescimento de 230,6%, segundo apuração da assembleia legislativa gaúcha na plataforma Comexstat, do governo federal. Para o Rio Grande do Sul, as importações desses dois países tiveram receita de US$ 34,1 milhões, 230,7% a mais que no período de janeiro a abril de 2022.

    “O Rio Grande do Sul é o terceiro estado que mais importou. Esse cenário prejudica muito o agricultor lá na ponta. E vamos lembrar: a concessão de subsídios desses países alcança mais de 50% de seus produtores”, disse Weber, na nota.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: programa reúne tecnologias para combater a seca na cultura

    Estiagem no Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul em 2021/22 reduziu a produção do grão em 403 milhões de sacas

    Um programa de ações coordenadas de pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e transferência de tecnologias pretende mitigar os efeitos da seca na cultura da soja.

    Desenvolvido pela Embrapa, o programa de Tecnologias para o Enfrentamento da Seca na Soja (Tess) deve ser expandido por meio de parcerias a fim de responder ao problema que vem se agravando nos últimos anos.

    A seca ocorrida nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, na safra 2021/2022, reduziu a produção de soja em 403 milhões de sacas, segundo estimativas da Embrapa Soja (PR), o que representou prejuízo da ordem de US$ 14,9 bilhões, considerando o preço médio, em maio de 2022, de US$ 36,79 por saca de 60 Kg.

    “Com esses esforços coordenados, queremos gerar soluções agronômicas de impacto expressivo para a mitigação da seca na sojicultura brasileira e reduzir esses prejuízos”, declara o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno.

    Menos de 10% da área é irrigada

    Segundo estimativas da Embrapa, na safra 2022/23, entre os 43 milhões de hectares de soja produzidos no Brasil, a grande maioria das áreas é conduzida em regime de sequeiro. Assim, somente 2 milhões de hectares são produzidos com irrigação, ou seja, menos de 10%.

    Nas áreas de produção, é frequente a ocorrência de períodos com pouca chuva, associada a altas temperaturas e intensa insolação.

    “É consenso que a seca é o fator que causa os maiores prejuízos à soja brasileira, entre todos os fatores inerentes ao ambiente de produção”, diz Nepomuceno. “É um problema complexo, de ampla abrangência territorial e que tem longo histórico de severos danos causados à sojicultura nacional”, destaca.

    Inovações para redução de danos

    O líder do programa Tess, o pesquisador José Salvador Foloni, explica que a iniciativa pretende consolidar redes de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de transferência de tecnologias (TT) para ampliar o aporte de inovações e intensificar a adoção de estratégias agronômicas para reduzir os danos da seca nas lavouras.

    O pesquisador cita como exemplos aprimorar os modelos de Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e de distinção de ambientes para a indicação de cultivares e de tecnologias agronômicas mitigadoras do problema.

    Foloni também destaca a importância de outras medidas, como:

    • Ampliação do uso do sensoriamento remoto para monitorar lavouras comerciais;
    • Intensificação das práticas de manejo conservacionista do solo no âmbito do sistema plantio direto (SPD);
    • Incremento do uso de corretivos e fertilizantes para a construção do perfil do solo em camadas mais profundas para o sistema radicular das culturas.

    Investimentos em genética

    Os cientistas do Tess ainda pretendem elevar os investimentos em edição gênica, fenotipagem e melhoramento genético para acelerar processos de obtenção de cultivares mais tolerantes à seca, assim como promover avanços nas práticas fitotécnicas e de posicionamento agronômico de bioinsumos para tornar as lavouras mais resilientes ao déficit hídrico.

    “O programa pretende atuar de forma multidisciplinar, associando diferentes áreas do conhecimento para que haja avanços agronômicos significativos, de forma articulada para atender agricultores nas diferentes regiões sojícolas do Brasil”, informa Foloni.

    O pesquisador conta que o Tess contempla ampla programação de transferência de tecnologia e estabelecimento de uma rede de parcerias da Embrapa em todo Brasil, para que o conhecimento já gerado e disponível seja compartilhado, de forma ágil e assertiva, para aqueles que precisam da informação qualificada para produzir soja.

    “Nosso objetivo é também promover a capacitação de profissionais de assistência técnica e agricultores, por meio de dias de campo e cursos presenciais e no formato de educação a distância (EAD), visando intensificar a adoção de tecnologias mitigadoras da seca”, explica o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Soja, Adeney de Freitas Bueno.

    Além disso, objetiva-se utilizar diferentes canais de comunicação, redes sociais e plataformas digitais de comunicação para divulgação massiva das informações sobre as estratégias de mitigação da seca.

    Estratégias de manejo do solo

    Entre as principais estratégias recomendadas para contornar o problema da seca está a diversificação de culturas e a adoção de práticas de manejo do solo.

    Essas práticas podem melhorar a construção de perfil do solo, aumentando o armazenamento de água disponível para as culturas, assim como o enraizamento em profundidade e o menor escorrimento superficial das enxurradas (erosão).

    “A oferta hídrica para a soja no SPD tem forte relação com a ausência de revolvimento do solo por operações mecanizadas, manutenção permanente de palhada em superfície nos talhões e rotação de culturas comerciais e de cobertura que tenham alto aporte de biomassa (parte aérea e raízes)”, defende o pesquisador da Embrapa Henrique Debiasi.

    Além de todas as tecnologias que compõem o SPD, Debiasi enfatiza que outros procedimentos para a conservação do solo e da água são fundamentais para a sustentabilidade agronômica das áreas de produção que envolvem a soja como, por exemplo, a construção de terraços e a semeadura em nível.

    Edição gênica para tolerância à seca

    Para acelerar os processos de obtenção de cultivares mais tolerantes à seca, a Embrapa Soja vem conduzindo pesquisas em biotecnologia com ênfase nas técnicas de edição gênica.

    Em março de 2023, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)considerou como convencional (não transgênica) a soja desenvolvida pela Embrapa para a tolerância à seca, a partir da técnica de edição gênica CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou seja, Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas).

    Essa técnica possibilita a identificação de genes de interesse no DNA da própria soja e a edição desses genes para que possam expressar determinadas características agronômicas importantes para a cultura como a tolerância à seca. A metodologia CRISPR é considerada revolucionária por permitir a manipulação de genes com maior precisão, rapidez e menor custo.

    Os pesquisadores da Embrapa utilizaram o conhecimento sobre a genética da soja envolvida nas respostas da leguminosa para desenvolver a planta editada com tolerância à seca.

    “Com essa decisão da CTNBio, teremos condições, como empresa pública, de testar essa tecnologia no campo, e, caso obtenhamos sucesso, reduzir as perdas por falta de água na lavoura”, explica a pesquisadora Liliane Henning.

    “Ao se confirmar que a planta editada apresenta as características de tolerância à seca, a soja seguirá as mesmas etapas de desenvolvimento de uma cultivar convencional”, destaca Nepomuceno.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Trigo absorve mais CO2 do que emite, diz pesquisa

    Os cientistas observaram que durante o ciclo produtivo, o trigo absorveu dióxido de carbono, neutralizando as emissões dos períodos de pousio

    Pesquisa conduzida pela Embrapa Trigo (RS) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) comprovou que o trigo é capaz de sequestrar mais carbono do que emite para a atmosfera.

    Os cientistas observaram que durante o ciclo produtivo, o trigo absorveu um total de 7.540 kg de dióxido de carbono (CO2) por hectare da atmosfera, neutralizando as emissões dos períodos de pousio (sem plantas de cobertura do solo ou cultura geradora de renda sob a forma de forragem ou produção de grãos), e garantindo a oferta líquida de 1.850 kg de CO2 por hectare.

    Os resultados deram origem ao artigo CO2 flux in a wheat/soybean succession in subtropical Brazil: a carbon sink.

    A pesquisa contou com a instalação de uma torre de fluxo, em uma lavoura de grãosem Carazinho, município na região norte do Rio Grande do Sul.

    Esse equipamento é utilizado pela UFSM para avaliar a emissão de gases de efeito estufa (GEE) desde a década de 1990.

    O objetivo foi avaliar as diferenças entre emissão e retenção de carbono (balanço) no sistema de produção trigo-soja, quantificando os fluxos de CO2 em lavoura comercial de grãos.

    Utilizando o método de Covariância de Fluxos Turbulentos ou Eddy Covariance (EC), a torre de fluxo capturou informações capazes de identificar o balanço de carbono em cada etapa do sistema de produção ao longo do ano.

    A pesquisa envolveu dez profissionais de diferentes segmentos, como engenheiros-agrônomos, físicos, matemáticos e profissionais da ciência da computação.

    De acordo com a professora Débora Roberti, do departamento de Física da UFSM, apesar do equipamento apresentar alto custo para aquisição (que pode chegar a 180 mil dólares), ele permite uma resposta rápida sobre os fluxos de gases no sistema, gerando uma sólida base de dados em apenas um ano, enquanto outras técnicas de campo demandam longos períodos de tempo para uma resposta segura em relação ao balanço de carbono no ambiente.

    “O método que utilizamos ajudou a estabelecer parâmetros para orientar o manejo mais eficiente das áreas agrícolas na retenção de carbono em prol de um sistema de produção de grãos mais sustentável”, explica a pesquisadora, lembrando que as informações geradas podem chegar ao produtor de forma prática, ajudando na tomada de decisão: “Traduzimos uma série de algoritmos numa linguagem simples, acessível ao produtor e à assistência técnica, para que os conhecimentos possam ser adotados na lavoura”, acrescenta.

    Trigo “descarbonizante”

    A torre de fluxo foi instalada em uma lavoura de grãos, conduzida sob sistema de plantio direto, semeada com trigo no inverno e com soja no verão.

    O balanço de carbono foi registrado em cada etapa do sistema de produção, abrangendo o cultivo do trigo, o pousio de primavera (entre a colheita do trigo e a semeadura da soja), o cultivo da soja e o pousio de outono (após a colheita da soja até a entrada da cultura de inverno).

    Para avaliar o balanço de CO2, a pesquisa considerou a retenção no sistema de produção e a emissão para a atmosfera, descontado o carbono que foi exportado nos grãos colhidos.

    “Na avaliação dos resultados, o trigo mostrou que é capaz de retirar mais carbono da atmosfera do que emite, ou seja, é uma cultura “descarbonizante”, que ajuda a reduzir gases de efeito estufa da atmosfera como o CO2”, constata Genei Dalmago, também pesquisador da Embrapa.

    O balanço de carbono em cada etapa da produção de grãos, após descontada a quantidade extraída pelos grãos na colheita, mostrou que o trigo incorporou no sistema 5,31 gramas (g) de CO2 por metro quadrado (m²) ao dia; a soja, 0,02 g (ou seja, praticamente zero); e os dois períodos de pousio emitiram 6,29 g.

    O trigo apresentou o que os pesquisadores chamam de “balanço negativo” de carbono, já que a cultura sequestra mais carbono do que emite para a atmosfera. A cultura do trigo absorveu um total de 7.540 kg por hectare de CO2 da atmosfera durante o ciclo, neutralizando as emissões dos períodos de pousio e garantindo a oferta líquida de 1.850 kg/ha, comprovando a possibilidade de o trigo atuar como cultura “descarbonizante” na produção de grãos do Sul do Brasil.

    Os resultados da pesquisa apontam ainda os impactos negativos do pousio no sistema de produção de grãos em relação à emissão de CO2. Em apenas 30 dias, foi capaz de emitir 27% de todo o carbono que o trigo e a soja acumularam em 11 meses de cultivo.

    “É possível observar que o pousio no sistema de produção emitiu CO2, principalmente após a colheita do trigo, quando o calor acelera a decomposição dos restos culturais. No experimento, foram apenas 15 dias de pousio na primavera, com a emissão de 11,5 gramas de CO2 por metro quadrado por dia, um valor muito alto que precisa ser sanado no sistema”, avalia Dalmago.

    Segundo ele, o cultivo de inverno ajuda a equilibrar o sistema, já que a soja absorve praticamente o mesmo valor de CO2 que emite, enquanto o trigo retira CO2 da atmosfera.

    O pesquisador alerta, porém, que já existem alternativas para reduzir ou eliminar o pousio entre as culturas no outono, como plantas de cobertura, plantas para produção de grãos ou, ainda, para a produção de forragens.

    “Esse foi um estudo inicial que buscou verificar o desempenho do trigo na fixação do CO2 no sistema de produção de grãos do Sul do Brasil, mas acredito que outras culturas de outono e inverno e mesmo plantas de cobertura possam apresentar um balanço de carbono ainda mais negativo”, conta o pesquisador.

    Gouvêa complementa destacando que o projeto está em busca de parcerias para ampliar a infraestrutura de avaliação e monitoramento, especialmente de novas torres de medição, que poderão ser instaladas em diferentes ambientes de produção de grãos da Região Sul:

    “Nossa meta é ampliar o estudo, contemplando diferentes sistemas de produção e combinando novas variáveis como a fixação de carbono no solo, a influência do regime de chuvas e de outras variáveis meteorológicas, a topografia, maiores teores de lignina nas espécies e a sua relação com a decomposição das plantas, entre outras”, pontua.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Do cenário de escassez aos recordes de produção: o salto na indústria leiteira

    Embrapa Gado de Leite completa 50 anos impulsionando a produção e a produtividade da cadeia de leite no país, graças à pesquisa científica, parcerias público-privadas e avanços genéticos

    Na década de 1970, o Brasil enfrentava uma série de crises no abastecimento de diversos produtos agrícolas. Filas enormes eram comuns para comprar itens essenciais como feijão, arroz, carne e leite. No caso do leite, em 1973, a produção nacional não chegava nem a 8 bilhões de litros anuais, com uma média de produtividade por vaca inferior a 700 litros por ano. No entanto, o panorama mudou consideravelmente na cadeia leiteira desde então.

    Hoje, o Brasil já supera a marca de 35 bilhões de litros de leite produzidos anualmente, com a produtividade média do rebanho sendo mais de três vezes superior à registrada há 50 anos. Esse progresso notável na produção e na produtividade da indústria leiteira brasileira é resultado principalmente da pesquisa científica, impulsionando um aumento de quase 100 litros por habitante nesse período, elevando o consumo médio de leite de 75 litros para 170 litros recentemente.

    Pesquisa científica e parcerias público-privadas

    O ponto de virada na evolução da indústria leiteira ocorreu com a criação da Embrapa Gado de Leite em 26 de outubro de 1976, na época denominada Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Leite (CNPGL). Naquele momento, os desafios de pesquisar, desenvolver e transferir tecnologias para uma atividade presente em praticamente todos os municípios brasileiros, com diferentes níveis de tecnificação, eram enormes.

    A missão inicial da unidade de pesquisa era “viabilizar o aumento do consumo de leite e derivados por meio do aumento de sua oferta”.

    O programa de implantação da unidade determinava que os estudos deveriam estar focados na implantação de sistemas de produção que permitissem uma abordagem abrangente dos problemas a serem resolvidos pela pesquisa.

    Para atender a essas questões, em 1977, foi criado dentro da Embrapa o “Sistema de Produção de Gado Mestiço”, com um rebanho de composição genética mestiça entre as raças holandesa e zebu, criado principalmente a pasto, com uma escala de produção e um modelo de exploração de média tecnologia que representava uma grande parcela das fazendas produtoras de leite do Brasil naquela época.

    Além disso, foi estabelecido o Projeto de Acompanhamento de Fazendas, um trabalho pioneiro de prospecção dos problemas da atividade e transferência de tecnologias. Foram realizadas ações de acompanhamento do desempenho de sistemas de produção de leite, inicialmente em propriedades de Minas Gerais e Rio de Janeiro, e posteriormente em todo o país.

    Cruzamentos genéticos e seleção para aprimorar raças leiteiras

    Foi nesse momento que o foco inicial se voltou para as raças bovinas, dando início às pesquisas sobre o mestiço leiteiro brasileiro e estratégias de cruzamento para produzir uma raça leiteira que reunisse as características de alta produção inerentes ao Bos taurus (como a raça holandesa) com a adaptabilidade às condições tropicais, características do Bos indicus (como a raça gir).

    Essas bases foram essenciais para os programas de melhoramento animal voltados à produção de leite em condições tropicais, coordenados pela Embrapa em parceria com as associações nacionais de criadores.

    O modelo de parceria público-privada foi um grande sucesso, resultando no desenvolvimento da raça gir leiteiro, pioneira em 1985, seguida da raça guzerá em 1994 e do girolando em 1997, que impulsionaram significativamente a produtividade e permitiram a disseminação de genética superior adaptada às diferentes regiões do país. Além disso, a pesquisa também se concentrou na avaliação genética das raças holandesa em 2003 e, mais recentemente, da raça jersey, em 2022.

    Profissionalização da cadeia produtiva

    É importante lembrar que, até o início da década de 1980, a pecuária nacional não possuía critérios objetivos e precisos para a organização da reprodução. De maneira empírica, os pecuaristas realizavam cruzamentos entre animais com características de interesse, como boa produção leiteira, mas nem sempre obtinham descendentes com o mesmo desempenho.

    Para resolver esse problema, a Embrapa Gado de Leite traçou o perfil genético dos reprodutores e organizou o primeiro sumário com o valor genético dos animais, orientando e organizando a reprodução. Essa ação não apenas profissionalizou a cadeia produtiva do leite ao destacar o valor reprodutivo de cada animal por meio da genética, mas também foi pioneira nesse trabalho no país. Posteriormente, surgiram os sumários para o gado de corte e outras criações animais.

    Outro destaque na atuação da Embrapa Gado de Leite é o melhoramento genético vegetal. Até o início da década de 1980, os sistemas pecuários no Brasil eram predominantemente extensivos, baseados no uso de pastagens de gramíneas pouco produtivas e de baixo valor nutricional, resultando em baixas taxas de lotação e desempenho animal. Atualmente, as cultivares melhoradas associadas ao manejo adequado das pastagens se expandiram por todos os biomas do país.

    A Embrapa Gado de Leite desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento de diversas forrageiras, começando com o capim-elefante pioneiro, destinado à alimentação de vacas leiteiras, seguido por outras variedades como o capim-braquiária e o capim-elefante napier.

    Transferência de tecnologia 

    Ao longo dos anos, Embrapa Gado de Leite desenvolveu e promoveu uma ampla variedade de programas de treinamento e extensão rural, que incluíam dias de campo, cursos, palestras, publicações técnicas, programas de rádio e TV, além de consultorias diretas aos produtores e empresas.

    A aproximação com o setor produtivo e a sociedade civil organizada foi uma constante durante os 50 anos de existência da Embrapa Gado de Leite, permitindo que as tecnologias desenvolvidas chegassem aos produtores e fossem efetivamente aplicadas, contribuindo para o crescimento e a sustentabilidade da atividade leiteira no Brasil.

    Futuro da indústria leiteira brasileira

    A pesquisa científica, aliada a parcerias público-privadas, contribuiu para o desenvolvimento de raças adaptadas às condições tropicais, o aprimoramento genético de rebanhos e pastagens, além da disseminação de tecnologias e conhecimentos aos produtores rurais.

    Esses avanços têm impulsionado a indústria leiteira nacional, que hoje ocupa posição de destaque mundial. Com um futuro promissor, o setor leiteiro brasileiro continua em constante evolução, buscando soluções inovadoras para enfrentar os desafios e atender às demandas do mercado, garantindo o abastecimento de um produto essencial para a alimentação e o desenvolvimento do país.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: mercado, clima, plantio nos EUA, demanda. O que esperar?

    Analista relembra fatos importantes da semana passada e indica o que deve ficar no radar do produtor para os

    O relatório de oferta e demanda da soja produzido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe poucas modificações significativas para as safras 2022/23 e 2023/24. A avaliação é do analista de mercado da Grão Direto, Ruan Sene.

    O especialista relembra outros fatos importantes da semana passada e destaca o que merece a atenção do produtor nos próximos dias. Acompanhe:

    O que aconteceu de importante?

    • Diminuição na demanda de soja: resultou em aumento nos estoques dos Estados Unidos e em um acréscimo de 0,84 milhão de toneladas nos estoques globais. Houve, também, um leve decréscimo na expectativa de produção da Argentina para a próxima safra.
    • Plantio e clima norte-americano: as condições climáticas, com baixa ocorrência de chuvas, aceleraram o progresso das lavouras, alcançando níveis superiores a 90%, conforme relatado pelo USDA. No entanto, essa situação também trouxe preocupações em relação às plantações em campo, que necessitam de um clima favorável para o seu pleno desenvolvimento.
    • Dólar encerrou a semana em queda: a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, manterá a taxa de juros estável na próxima semana e de que o Comitê de Política Monetária (Copom), no Brasil, começará a reduzir a taxa Selic em agosto, gerou resposta positiva do mercado. No Brasil, o foco continua no cenário político e econômico, com expectativa em torno do relatório preliminar da reforma tributária.

    Diante destes cenários, o contrato de soja com vencimento em julho/23 finalizou a semana cotado a US$ 13,88 o bushel (+2,66%) e o contrato com vencimento em março/24 encerrou a US$ 12,12 o bushel (+1,76%).

    Com a desvalorização do dólar junto às valorizações de Chicago, a semana para a soja fechou positiva em relação à anterior.

    O que esperar do mercado da soja nesta semana?

    De olho no clima

    Apesar do rápido progresso no plantio dos Estados Unidos, a cultura da soja vem sofrendo perda de qualidade, especialmente na região do cinturão agrícola.

    A preocupação para os produtores norte-americanos é a seca que tem se espalhado pela região. Para mitigar ou, pelo menos, tentar reduzir o dano, é crucial que as previsões de chuvas para o cinturão se concretizem nos próximos 15 dias. Esta semana começará a trazer chuvas para o sul de Iowa, Illinois, Indiana e Ohio.

    Fundos de investimento com viés positivo para Chicago

    Sene lembra que o mercado, que tenta antecipar movimentos, tem entendido que as adversidades climáticas podem trazer problemas na produção.

    “Esse acréscimo no prêmio de risco oferece oportunidades para os produtores que ainda não comercializam sua próxima safra e melhora, também, a relação de troca para os fertilizantes”.

    Demanda em movimento

    Após um mês de exportações expressivas no Brasil, espera-se que os números comecem a declinar nos próximos meses, especialmente com a entrada do milho no mercado.

    “Já para os Estados Unidos, as compras da semana anterior poderão atrair atenção de outros países, que também poderão manifestar interesse de compra”, enfatiza Sene.

    Dólar poderá continuar em queda

    A semana será marcada por grandes oscilações no dólar, diante dos importantes dados econômicos que serão divulgados. Entre eles, está o anúncio da taxa de juros norte-americana, que deverá ser mantida. No Brasil, também espera-se manutenção.

    Brasil: maior exportador de farelo de soja

    Com a quebra já consolidada da Argentina, somado à produção recorde no Brasil, o país poderá assumir a liderança do ranking de exportação mundial de farelo de soja.

    De acordo com o analista da Grão Direto, isso foi confirmado pelas projeções do USDA, na última sexta-feira (9) e deverá se consolidar nos próximos meses.

    “Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar uma semana positiva, mas a queda projetada para o câmbio tende a neutralizar a valorização dos preços no mercado interno brasileiro”, finaliza Sene.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • China eleva em 20% as importações de soja do Brasil

    Veja para quais outros países o Brasil mais enviou soja e quais os estados que mais embarcaram o grão entre janeiro e maio deste ano

    A China importou 34,432 milhões de toneladas de soja do Brasil até maio de 2023. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o volume é 20% superior às 28,741 milhões de toneladas em 2022.

    O país é o maior comprador da oleaginosa brasileira, respondendo por 70,23% do volume até aqui.

    Em segundo lugar, ficou a Espanha, com 1,749 milhão de toneladas, 17% abaixo de igual período
    do ano passado.

    A Tailândia aparece em terceiro lugar, com 1,328 milhão de toneladas, alta de 17% ano a ano.

    No geral, as exportações brasileiras de soja em grão totalizaram 49,026 milhões de toneladas até abril de 2023. Em igual período do ano passado foram 43,027 milhões de toneladas.

    Mato Grosso lidera envio de soja

    As exportações de soja de Mato Grosso totalizaram 17,295 milhões de toneladas em 2023. Segundo dados da Secex, o volume é 3% superior ao embarcado pelo estado no mesmo período de 2022 e corresponde a 35,28% das exportações brasileiras até o momento.Depois de Mato Grosso, o ranking dos estados que mais enviaram soja ao exterior estão:

    • Goiás: 5,598 milhões de toneladas
    • Paraná: 3,702 milhões de toneladas
    • São Paulo: 3,467 milhões de toneladas
    • Mato Grosso do Sul: 3,423 milhões
    • Minas Gerais: 3,318milhões de toneladas

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: Porto de Santos lidera exportações do Brasil em maio

    São Luís, no Maranhão, foi o segundo local que mais registrou embarques de soja no país. Farelo também teve grande saída

    O Porto de Santos, em São Paulo, foi o principal exportador de soja em grão do Brasil em maio de 2023. Ao todo, foram 5,475 milhões de toneladas no mês, contra 4,310 milhões de toneladas em maio de 2022.

    Em seguida, aparece São Luis, no Maranhão, que embarcou 2,135 milhões de toneladas no mês. Já o Porto de Belém/Bacarena (PA) exportou 1,914 milhão de toneladas. Paranaguá (PR), por sua vez, trabalhou com 1,891 milhão de toneladas.

    Ao todo, o Brasil exportou 15,585 milhões de toneladas de soja em maio. Em 2023, o volume acumulado chegou a 49,026 milhões de toneladas, uma alta de 14% ano a ano.

    Farelo de soja

    Além do grão, o Porto de Santos (SP) também foi o principal responsável pelas exportações de farelo de soja em maio de 2023, embarcando 1 milhão de toneladas do subproduto.

    Fechando o pódio, aparecem:

    • Paranaguá (PR): 933,5 mil toneladas
    • Rio Grande (RS): 398,4 mil

    O Brasil exportou 2,709 milhões de toneladas de farelo em maio deste ano. Em igual período de 2022, foram 1,957 milhão toneladas, ou seja, o número atual é 38,4% superior.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/