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outubro 2022

  • LEITE: preço ao produtor segue em queda

    A inversão do movimento altista, que durou de fevereiro a agosto, esteve atrelada ao enfraquecimento da demanda por lácteos – que vem pressionando as cotações ao longo de toda a cadeia
    O preço do leite captado em setembro e pago aos produtores em outubro registrou queda de 6,5% frente ao do mês anterior, chegando a R$ 2,8481/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em relação à média de outubro do ano passado, porém, verifica-se avanço real de 15,5% (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro/22).

    A inversão do movimento altista, que durou de fevereiro a agosto, esteve atrelada ao enfraquecimento da demanda por lácteos – que vem pressionando as cotações ao longo de toda a cadeia – e ao aumento da oferta – tanto pelo incremento da produção quanto pelo crescimento das importações.

    Do lado da demanda, o consumo de lácteos seguiu retraído, tendo em vista a diminuição do poder de compra da população. Com vendas fracas e maior pressão dos canais de distribuição, os laticínios tiveram dificuldades em negociar os derivados. Em São Paulo, a pesquisa do Cepea mostrou reduções de 18,9% no preço médio do leite longa vida (UHT) de agosto para setembro, de 17,7% no do muçarela e de 12,8% no do leite em pó fracionado (400g), em termos reais.

    Já do lado da oferta, houve crescimento da disponibilidade de lácteos, devido ao incremento das importações. De acordo com dados da Secex, em setembro, o volume importado de lácteos chegou a 203,5 milhões de litros em equivalente leite, avanço de 14,9% frente ao de agosto. Com isso, o déficit da balança comercial bateu recorde e se aproximou de 195,4 milhões de litros em equivalente leite em setembro.

    Além disso, a produção de leite tem se recuperado nos últimos meses, ainda que sobre uma base produtiva menor. O crescimento na produção de leite se deve aos maiores investimentos na atividade – os quais, por sua vez, foram viabilizados pelo aumento expressivo dos preços ao produtor (sobretudo entre junho e agosto) e pela queda nos custos de produção.

    O Índice de Captação de Leite (ICAP-L) do Cepea se elevou em 2,2% de agosto para setembro, quinto avanço mensal consecutivo. Com isso, desde janeiro, o ICAP-L acumula incremento de 8,7%, e, desde setembro de 2021, de 10,9%.

    Tipicamente, é de se esperar que, com a aproximação do fim da entressafra, a produção ganhe fôlego no último trimestre do ano – o que reforça a tendência sazonal de preços em queda. Contudo, existe divergência na expectativa do setor quanto à intensidade que esse movimento baixista pode atingir. O desafio que se coloca para a indústria é o de fazer reduções no campo sem perder fornecedores para concorrentes.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Colheita do trigo inicia com expectativas altas

    A possibilidade é de safra recorde e com grãos de boa qualidade

    As expectativas do setor produtivo para a safra de trigo em 2022 estão altas, com possibilidade de safra recorde e com grãos de boa qualidade. Este foi o tema da reunião da Câmara Setorial do Trigo, realizada nesta quinta-feira (27/10) em formato híbrido na Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

    “Estamos, no momento, iniciando a colheita do trigo com uma expectativa excepcional quanto à qualidade e quantidade do grão a ser colhido”, pontuou o secretário Domingos Velho Lopes. A projeção de safra apresentada pela Emater/RS-Ascar em outubro aponta para uma produção de 4,7 milhões de toneladas de trigo, em uma área cultivada de 1,48 milhão de hectares, com produtividade média esperada de 3.210 quilos por hectare.“As regiões de Ijuí, Missões e Passo Fundo são as que apresentam a maior produtividade. A colheita, que está em 7%, está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado, em que já tínhamos 40% da área colhida. É que o La Niña empurrou o ciclo do verão e atrasou as culturas de inverno”, explica Neimar Peroni, da gerência de planejamento da Emater.

    O diretor e coordenador da Comissão do Trigo e Culturas de Inverno da Farsul, Hamilton Guterres Jardim, acredita que a safra pode chegar a 5 milhões de toneladas, em uma área de 1,5 milhão de hectares.

    “Eu nunca vi, em quase 40 anos na região das Missões, uma safra tão maravilhosa quanto a desse ano. As produtividades estão surpreendentes. O produtor investiu, viu nessa safra a oportunidade de recuperar as perdas passadas e está utilizando novas tecnologias em sementes. O trigo está sem falhas, sem micotoxinas. Estamos indo para a maior safra da história no Rio Grande do Sul”, avalia.

    De acordo com o analista Luiz Carlos Pacheco, da T&F Consultoria, o cenário se mostra favorável ao trigo gaúcho, pois o excesso de chuvas prejudicou a safra de trigo no Paraná, reduzindo sua qualidade, além de haver uma redução de produção na Argentina.

    “O Rio Grande do Sul vai dar o tom para a comercialização do trigo no Brasil, porque terá uma safra abundante e de qualidade. Os moinhos gaúchos vão tirar o atraso da lucratividade. Porém, o gargalo a ser observado é a disponibilidade no porto para a exportação”, alertou.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Semeadura de arroz no RS alcança quase 70% de área plantada

    A semeadura do grão no estado atingiu 68,43%
    O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz brasileiro, Até agora a semeadura do grão atingiu 68,43% no estado, ou seja, quase 70% do arroz gaúcho já foram semeados, de acordo com relatório de acompanhamento da safra 2022/2023.  Os dados foram divulgados pela Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Dos 862.498 hectares previstos, foram semeados até agora 590.174 hectares.

    A Zona Sul tem um total de 122.265 hectares semeados, o que corresponde a (87,62% de 139.543 hectares previstos). A Fronteira Oeste, por exemplo, semeou 212.535 hectares, ou seja, (81,96% da área estimada). E a região da Campanha tem 100.190 hectares semeados, o que significa (78,03%).

    A Planície Costeira Interna atingiu (56,99% de 123.830 hectares). Já a Planície Costeira Externa tem 42.567 hectares plantados (44,48% de 95.699 hectares) até o momento. Por fim, a região Central está com 42.052 hectares semeados (36,34% de 115.703 hectares).

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Pedilúvio: o que é e como utilizar a ferramenta?

    Problemas envolvendo o sistema locomotor são problemas relativamente comuns entre os bovinos, principalmente na estação chuvosa, impactando negativamente áreas como nutriçãoreprodução e bem-estar, e consequentemente, ocasionando grandes perdas econômicas.

    Uma das formas de prevenção e tratamento de doenças de casco em bovinos é a utilização de pedilúvios.

    O que é pedilúvio?

    Pedilúvios são recipientes geralmente instalados em corredores de entrada e saída da sala de ordenha, contendo uma solução desinfetante com a proposta de desinfetar os cascos do animal.

    O uso de pedilúvio é uma ferramenta essencial no controle das doenças podais. Estudos mostram que o uso de pedilúvio reduz a necessidade de tratamento típico de lesões no casco. Além disso, eles possibilitam a aplicação de forma rotineira e em grande escala, o que facilita o manejo da fazenda.

    Como utilizar o pedilúvio?

    Os animais devem passar pelo recipiente contendo a solução desinfetante para que a mesma aja sobre os cascos e evitem doenças podais. Geralmente usa-se como solução nos pedilúvios combinações de sulfato de cobre (CuSO4) e formaldeído. Ambas as soluções podem ser utilizadas com a mesma efetividade.

    O formol geralmente é mais barato que o sulfato de cobre. Além disso, como o formol é volátil, promove a desidratação da unha ou enrijecimento do estojo córneo do casco. Em compensação, por causa da volatilidade, seu período de atuação é menor, enquanto o sulfato de cobre, uma vez que o animal passa por ele, há uma aderência na pele, levando a uma ação mais prolongada.

    Tipos de pedilúvio

    • Pedilúvio de passagem:  Os animais passam em fila indiana, na saída da ordenha, no caso de animais em lactação. São duas caixas pelas quais o animal passa, uma contendo água e outra, desinfetante. O pedilúvio pode ser instalado entre piquetes para animais que não estão em lactação.
    • Pedilúvio de estação: Os animais não passam rapidamente por ele como no pedilúvio de passagem. Trata-se de uma caixa grande de desinfecção, onde se colocam animais os deixando presos de cinco a dez minutos. Esse sistema é um pouco mais eficiente do que o pedilúvio de passagem.

    Existem alguns cuidados que devem ser tomados para a utilização correta e efetividade dos pedilúvios. Entre eles:

    • Dimensionamento do pedilúvio;
    • Quantidade de animais;
    • Profundidade;
    • Condições dos cascos dos animais;
    • Diluição correta do produto desinfetante.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Produtores de soja do RS adiam semeadura pensando no La Niña

    Plantio apenas na segunda quinzena de novembro tende a evitar floração da planta em dezembro, mês de provável estiagem no estado

    O Rio Grande do Sul está liberado, desde 11 de outubro, a plantar a nova safra de soja, mas o ritmo de semeadura ainda é lento. Por enquanto, os produtores trabalham no preparo de solo para começar a instalar as sementes de forma mais intensa só a partir da segunda quinzena de novembro.

    Após perdas expressivas na temporada passada, agora a expectativa é voltar à casa de 20 milhões de toneladas produzidas, levando novamente o estado à vice-liderança de cultivo da oleaginosa, em uma área plantada de 6,5 milhões de hectares, de acordo com a Emater-RS.

    Na fazenda de Eduardo Gonçalves, no extremo sul de Porto Alegre, a área destinada à soja é de 250 hectares, 100 a mais do que na temporada 2021/22. Por lá, três tratores trabalham simultaneamente para deixar tudo pronto para a hora do plantio.

    “Não podemos reclamar muito da safra passada porque outros produtores sofreram bastante. Nós não sofremos tanto, mas esperamos colher mais do que no ano passado. Estamos no preparo de solo, abrindo áreas novas, e pretendemos plantar a partir de 15 de novembro”, conta.

    Plantio tardio tem justificativa

    A capital gaúcha, aliás, é uma das únicas do país com área rural, com aproximadamente mil hectares dedicados à soja. O grão, sozinho, respondeu por cerca de 20% do produto interno bruto (PIB) do Rio Grande do Sul em 2021.

    Os produtores do estado estão optando por iniciar o plantio da soja mais tardiamente para evitar a floração em dezembro, mês em que o fenômeno La Niña tende a ser mais severo, com períodos de estiagem.

    De acordo com o presidente da Aprosoja-RS, Carlos Fauth, a perspectiva do Rio Grande do Sul é de produzir entre 21 e 22 milhões de toneladas do grão, desde que o clima seja conforme às necessidades da cultura. “O produtor está investindo, está animado e espera que 2022/23 seja uma safra cheia e que consiga ter um preço de mercado adequado para pagar os custos de sua lavoura”.

    Custo de produção

    O estado planta soja de norte a sul, expandindo para regiões novas, como litoral e Campanha. A cultura também avança sobre terras baixas, como opção ao arroz.

    O coordenador de Culturas e Defesa Sanitária Vegetal do Emater-RS, Elder Dal Prá, afirma que, ao contrário do que costuma acontecer, o produtor que deixou para comprar adubos e defensivos próximo ao plantio, conseguiu adquiri-los com um valor menor. “É óbvio que ainda é um valor considerável. O custo vai ser um valor preponderante nesta safra, então aqueles agricultores que conseguirem racionalizar o seu uso, manejar o cultivo, serão aqueles que terão as melhores rentabilidades”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Grãos: maior produção de milho no Brasil tende a atenuar restrição de oferta mundial

    A colheita do grão na safra 2022/23 deverá registrar um incremento de 12,5% em relação ao último ciclo

    Com uma produção estimada em aproximadamente 127 milhões de toneladas de milho, a colheita do grão na safra 2022/23 deverá registrar um incremento de 12,5% em relação ao último ciclo.

    Este aumento tende a conter as pressões de uma restrição da oferta do grão no cenário mundial, diante de uma menor quantidade do produto norte-americano e de problemas de safra na União Europeia, como aponta a edição de outubro do boletim AgroConab, divulgado nesta quinta-feira (27) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    De acordo com o documento, a safra de milho na União Europeia deverá ser a menor registrada desde 2008. Além disso, o USDA confirmou um corte na produção e nos estoques do cereal nos Estados Unidos para a safra 2022/23. Isto deve pressionar os preços do grão no mercado internacional, influenciando também a cotação interna. Com este panorama, há uma tendência de aumento da demanda exportadora brasileira.

    Já para a soja, a análise mostra que problemas de escoamento de grãos no rio Mississipi, nos Estados Unidos, têm influenciado no maior valor dos prêmios de portos nacionais.

    Se por um lado há registro de elevação, os preços do grão no mercado apresentam queda, seguindo o comportamento das cotações internacionais. De acordo com o boletim, os principais fatores que pressionam para baixo os preços em Chicago são:

    1. a elevação dos estoques de passagem norte-americanos divulgada pelo USDA,
    2. o bom avanço da colheita nos Estados Unidos,
    3. a oferta mundial elevada
    4. a possibilidade de recessão no mundo

    Em contrapartida, a preocupação com o clima na América do Sul dá sustentação às cotações da oleaginosa.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preço do leite pago ao produtor recua 14% em setembro

    Em termos da oferta, no âmbito mundial a expectativa de crescimento é zero em 2022

    De 2015 a 2019, os preços reais ao produtor de leite no mercado mundial (convertidos do dólar para o real e deflacionados) se mantiveram entre R$1,31 e R$ 1,64 o litro, com média de R$ 1,40. É o que aponta a nota de conjuntura da CILeite/Embrapa divulgada nesta semana.

    Em 2020, a média de preços no Brasil foi de R$ 2,04/L, igual à mundial, de R$ 2,03/L. De modo similar em 2021, quando a média mundial foi de R$ 2,43/L, e do Brasil R$ 2,36/L. Ao longo do primeiro semestre de 2022 os preços do leite ao produtor no Brasil registraram aumentos mais acentuados devido ao período de entressafra e por uma redução histórica na oferta de leite, que caiu 9,1% no primeiro semestre. O pico dos preços ocorreu no mês de agosto de 2022, com valor 63% maior em relação ao mês de janeiro daquele ano.

    Em setembro de 2022, o preço do leite brasileiro teve queda de 14%. Ainda assim, esteve 28% acima da referência mundial adotada. Duas causas principais podem ser consideradas:

    1. Entrada no período de safra, momento em que há um aumento da oferta de leite;
    2. Um aumento atípico no volume de importações de lácteos, equivalente à 10% da produção nacional de leite.

    “Em termos de custo de produção, tomando-se como referência o custo da mistura 70% milho e 30% farelo de soja, os valores reais médios de 2022 para o mercado internacional e para o Brasil foram similares de R$ 1,93/kg e R$1,94/kg, respectivamente”, informa a CILeite/Embrapa. “Neste caso, ressalta-se que houve uma alta acentuada nos custos de produção após meados de 2020 e que segue incomodando o pecuarista. Com base nos nove meses de 2022, tanto no Brasil quanto no mercado internacional, os custos da mistura 70+30 foram 30% maiores em relação a 2021.”

    Oferta de leite no Brasil e no mundo

    Em termos da oferta, no âmbito mundial a expectativa de crescimento é zero em 2022. Para o Brasil a expectativa, de acordo com as estatísticas disponíveis do leite captado é de uma queda na produção de 6% em relação a 2021. No mercado atacadista, os preços dos principais derivados lácteos começaram a cair no fim de julho. Até o início de outubro, houve um recuo próximo de 30% para o leite UHT e para o queijo muçarela.

    Para o consumidor, o impacto de queda de preços geralmente chega um pouco mais tarde. Os preços do leite UHT tiveram aumentos ao longo do primeiro semestre com pico em julho, equivalente a 75% no acumulado do ano. De julho até setembro houve um recuo de 21%. Dessa forma, ainda há espaço para novos recuos nos preços ao consumidor, já que a desaceleração no atacado e no produtor foram mais acentuadas.

    A produção de leite tem movimento crescente até dezembro, quando se chega ao pico da safra. Por outro lado, espera-se também alguma retomada do consumo. Os indicadores macroeconômicos de emprego e renda estão melhores, a inflação mais controlada, os preços dos derivados lácteos mais baixos no varejo e os suportes financeiros do Governo Federal às famílias de baixa renda são alguns dos estímulos a demanda. Isso tende a colocar algum piso nas cotações, inibindo novas quedas acentuadas, até porque, conforme mencionado, o custo segue elevado.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ministério aprova registro de novos defensivos para controle de pragas

    Dos 46 novos produtos registrados, 18 são produtos de baixo impacto, dos quais seis com uso autorizado na agricultura orgânica

    Ministério da Agricultura acaba de aprovar o registro de 46 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores.

    Do total registrado, 18 são produtos de baixo impacto, dos quais seis com uso autorizado na agricultura orgânica.

    Medida nesse sentido está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, por meio do Ato Número 50, do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária.

    Conforme o ministério, a novidade é o registro do produto de baixa toxicidade com ingrediente ativo novo Phthorimaea operculella granulovírus, que teve aprovação para controle da traça do tomateiro, tornando-se uma boa opção para o manejo dessa praga.

    Outro ingrediente ativo inédito, à base do óleo essencial de Cinnamomum verum, teve dois produtos registrados para o controle da mosca-branca (Bemisia tabaci raça B) na cultura da soja. Bemisia tabaci é uma das pragas prioritárias para o Ministério da Agricultura.

    Já em relação aos registros químicos, ganha destaque os dois registros do herbicida Diquat (considerado o substituto do paraquat), aumentando as opções para o sojicultor na safra que se inicia.

    Para a agricultura orgânica, saiu o registro de uma isca formicida à base do extrato da planta Tephrosia candida. É o segundo registro de um formicida com base na especificação de Referência nº 4, para controle de formigas cortadeiras Atta sedens rubropilosa e Atta laevigata.

    O destaque dos nematicidas fica por conta dos dois produtos biológicos compostos por uma mistura de isolados de Bacillus paralicheniformis e Bacillus subtillis, com recomendação de controle de nematoide-das-galhas (Meloidogyne incógnita), nematoide-do-cisto da soja (Heterodera glycines) e nematoide das lesões (Pratylenchus brachyurus).

    Para o controle da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), uma das pragas prioritárias no ano de 2022, o agricultor terá disponível mais uma ferramenta de controle com Baculovírus, de uso aprovado para a agricultura orgânica, além de um produto à base de Bacillus thuringiensis, isolado S 234 e outro à base de Metarhizium riley, Cepa CCT7771.

    Outra praga também considerada prioritária, o fungo Sclerotinia sclerotiorum que causa o mofo-branco, teve o registro de dois produtos biológicos à base de Trichoderma afroharzianum, linhagem CEN 287.

    As culturas com suporte fitossanitário insuficiente, também conhecidas como minor crops, como araticum, atemóia, batata-yacon, cacau, cará, chalota, cherimóia, chuchu, cupuaçu, feijão-caupi, fruta-do-conde, gengibre, gergelim, grão-de-bico, graviola, guaraná, inhame, kiwi, lentilha, linhaça, mandioca, mandioquinha-salsa, maxixe, nabo, pinha, quiabo, rabanete e romã, poderão receber tratamentos com o fungicida flutriafol (classificado pela Anvisa como categoria 5 – Improvável de Causar Dano Agudo).

    “O registro de agrotóxicos para culturas com suporte fitossanitário insuficiente é importante para auxiliar no manejo de pragas pelos agricultores”, explicou o ministério.

    Conforme o governo, todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: mudanças climáticas são a maior preocupação de 72% dos produtores

    Tecnologias de agricultura digital podem auxiliar agricultor a prever e driblar problemas de estiagem ou excesso de chuva

    O agronegócio pode ser uma das principais vítimas do aumento da temperatura global causada pelas mudanças climáticas. A questão já é motivo de grande apreensão por parte dos produtores rurais. Segundo a Pesquisa sobre Cultura da Soja, realizada pela plataforma Climate Fieldview, esta é, inclusive, a maior preocupação de 72% dos sojicultores do país.

    Pelos dados do Sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC), o mundo já está 1,59º C mais quente do que no período pré-industrial. Tal fenômeno, motivado pela ação humana, tende a provocar alterações nos regimes de chuvas, gerando estiagens mais prolongadas em determinadas regiões e também precipitações em volumes excessivos que prejudicam diversas culturas em outras áreas.

    E o fenômeno não se limita ao Brasil: a Europa enfrenta a pior seca dos últimos 500 anos e viu mais de 270 mil hectares de terra serem atingidos por incêndios florestais.

    Problema persiste em 2022

    A expectativa para 2022 não é muito diferente. Apenas no início deste ano, a seca provocou um prejuízo recorde para os produtores de soja do Rio Grande do Sul. Os produtores do município de Giruá (RS), por exemplo, registraram a redução de 60 para cerca de 5 sacas de soja colhidas por hectare.

    Segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do estado (Fecoagro-RS), quase metade da safra esperada foi perdida, gerando um prejuízo estimado em R$ 36,14 bilhões.

    Esses números mostram que a elevação da temperatura média global coloca em risco toda a cadeia agrícola de produção. A baixa produtividade causada por esse problema climático não só provoca o desabastecimento, mas também aumento do preço dos alimentos, que eleva a inflação e torna o custo de vida mais caro.

    Como resultado, as mudanças climáticas podem gerar graves prejuízos econômicos para produtores e consumidores, colocando em risco a segurança alimentar e o bem-estar de uma população que não para de crescer.

    Por isso, o ideal é que esse momento histórico seja considerado uma oportunidade para o agronegócio investir em tecnologias sustentáveis e implementar boas práticas para maximizar a produção agrícola de modo eficiente e inteligente.

    Sustentabilidade e desenvolvimento agrícola andam juntos

    O conceito de sustentabilidade geralmente é associado apenas à preservação do meio ambiente. Porém, especialistas concordam que é impossível falar em preservação ambiental sem considerar que aspectos sociais e econômicos também afetam o meio ambiente.

    E a agricultura deve ser parte da solução. Além das estimativas de aumento da temperatura média global e suas consequências para o setor agrícola, o produtor ainda precisa lidar com outro desafio: o aumento da demanda por produtos agrícolas.

    Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), a produção agrícola precisa crescer quase 70% até 2050 para atender as necessidades de uma população mundial estimada em 9,8 bilhões de pessoas.

    Digitalização do campo

    Diante desse cenário, a Embrapa aponta a convergência tecnológica e a adoção de sistemas de produção agrícolas mais sustentáveis como algumas das megatendências que devem guiar os agricultores brasileiros até 2030.

    Na prática, além de adotar práticas de cultivo mais sustentáveis, como sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), rotação de cultura e Sistema Plantio Direto (SPD), o produtor também precisa investir na digitalização do campo, ou seja, na convergência tecnológica da fazenda.

    Isso significa que o agricultor precisa adotar sistemas integrados, ciência de dados, softwares de gestão, inteligência artificial, entre outros recursos da agricultura de precisão e da agricultura digital para otimizar a gestão e o manejo da lavoura.

    Como resultado, é possível criar estratégias mais assertivas para aumentar a produtividade por hectare, usar os recursos ambientais de forma mais eficiente, melhorar a rentabilidade da safra e se planejar para proteger a lavoura das adversidades climáticas.

    Impactos do déficit hídrico na soja

    A agricultura é responsável pelo consumo de 70% de toda água utilizada no mundo. E o Brasil está entre os 10 países com maior área equipada para irrigação, atividade essa que utiliza cerca de 72% do total deste recurso gasto na agricultura.

    A engenheira agrônoma da Climate Fieldview, Letícia Nelma Soares, lembra que as oscilações do clima, cada vez mais constantes, têm provocado déficit hídrico acentuado ao longo de algumas safras de soja, impedindo que a cultura expresse todo o seu potencial produtivo e reduzindo a produtividade.

    “Vale destacar que é na germinação/emergência da planta e na floração/enchimento de grãos em que a disponibilidade de água é mais crítica na soja”, destaca.

    Desta forma, buscar ferramentas que melhorem o manejo da água é essencial. “Temos no mercado algumas tecnologias que utilizam de inteligência artificial – a partir de sensores e imagens de satélite – para determinar o melhor momento para iniciar a irrigação. Temos dados de economia em até 60% no consumo hídrico das propriedades que já investiram”.

    Diferenças no desenvolvimento da lavoura

    Letícia conta que a ferramenta Fieldview permite observar o desenvolvimento da lavoura de soja, analisar a variabilidade do crescimento vegetativo das áreas e, consequentemente, identificar todas as possibilidades que podem estar causando essas diferencias em áreas tão aparentemente homogêneas.

    “Temos exemplos de agricultores que conseguiram identificar falha na utilização da irrigação por gotejamento analisando uma simples imagem de NDVI (mapa de índice de vegetação, gerado a partir de imagens de satélite), o que repercutiu em uma correção imediata no uso indevido do recurso hídrico”, afirma.

    Assim, frente ao cenário desafiador imposto pelo déficit hídrico nas regiões produtoras de soja, plataformas de agricultura digital apoiam os produtores a capturarem o maior número de dados possível dentro da sua atividade, permitindo analisar, de forma crítica, a realidade da lavoura.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • La Niña e custos mais altos apertam margens do produtor

    Três tendências que apontam projeções altistas para o mercado de soja e milho

    As incertezas quanto ao resultado da safra de soja e milho nos Estados Unidos, o terceiro ano consecutivo de La Niña nas lavouras da Argentina e no sul do Brasil, além do aumento de custos provocado pela valorização do dólar, dão a tônica do mercado de grãos na temporada de 2022/2023, de acordo com a head de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint Global Markets, Thais Italiani.

     “A incerteza do tamanho da oferta dos EUA tende a deixar o balanço ainda mais apertado. Conforme a colheita avança a produtividade vem se mostrando menor, e isso deve ter um impacto no balanço global de soja e milho”, observa a especialista.Segundo ela, a safra dos EUA já acumula três safras num cenário mais apertado do que o previsto anteriormente. “O milho deve registrar um déficit esse ano. “Isso, na nossa leitura, são pontos que podem deixar ainda mais apertado o balanço mundial do milho”, acrescenta a especialista da empresa especializada em inteligência de mercado, consultoria, gestão de risco e soluções de hedge para commodities agrícolas e de energia.

    Risco La Niña na América do Sul

    No ciclo de 2022/2023, ocorre o terceiro ciclo consecutivo de La Niña, o que deve trazer mais impactos à produção. “Esse é outro fator que aponta para uma tendência altista devido ao risco climático (prêmio climático). O fenômeno está muito forte na Argentina e um pouco menos no sul do Brasil. Esse é o risco que vemos para produção de soja e milho na América do Sul.

    Impactos da valorização do dólar no custo da produção

    Em relação à alta do dólar, a especialista observa que, a princípio, esse é um fator altista, pois aumenta a inflação e traz maior custo de produção para a safra. A valorização da moeda americana gerou alta nos custos, reduzindo a margem de ganho dos produtores.

    “O preço subiu, a remuneração está alta, porém o custo de produção está mais alto e subiram na mesma intensidade ou talvez até mais. Então, as margens dos produtores ficaram apertadas”, destaca Italiani. “Dado esse cenário de mais alta para commodities, a tendência é de um movimento altista nos próximos meses para soja e milho”, afirma.

    Para a head de Inteligência de Mercado da hEDGEpoint Global Markets, é o momento de colocar em prática gestão de ricos e estratégias de hedge para proteger contra flutuações desfavoráveis e preparar o negócio para os movimentos globais de oscilação de câmbio, preço e mudanças de oferta e demanda. “O câmbio também é imprescindível para completar o ciclo de gestão de risco integral em um mercado global como o de commodities. A fixação de câmbio, junto com a commodity, de maneira unificada e integrada, também é um instrumento para facilitar o controle e gerenciamento da sua posição”, afirma.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/