Monthly Archives

outubro 2022

  • Fertilizantes: ritmo de importação atenua no Brasil

    Até o fim do primeiro semestre do ano, país havia importado cerca de 19,2 milhões de toneladas de fertilizantes

    Muito foi dito após o início dos conflitos entre a Rússia e Ucrânia, especialmente que as sanções impostas à Rússia restringiriam a oferta global de fertilizantes. Esta possibilidade fez com que os preços dos adubos disparassem no mercado internacional. Desta forma, quem quisesse comprar fertilizantes durante o segundo trimestre do ano pagaria um preço salgado. E o mercado brasileiro foi às compras.

    Até o fim do primeiro semestre do ano, o Brasil havia importado cerca de 19,2 milhões de toneladas de fertilizantes, 20% a mais do que no mesmo período do ano anterior. Contudo, uma vez já garantido boa parte dos volumes necessários para a safra, o ritmo de importação se atenuou e ao final de agosto, a diferença das importações em relação ao ano anterior diminuiu e 2022 está apenas 10% acima do ano passado.

    Melhor pagar mais caro do que não ter o fertilizante? O cloreto de potássio (KCl), já vinha a alguns meses sendo negociado a USD 795/t, um patamar bastante elevado em relação ao seu histórico. Após o início dos conflitos, o preço do KCl chegou a ultrapassar os USD 1.200/t. Ou seja: um aumento de mais de 50% em apenas algumas semanas. A ureia foi outro fertilizante que apresentou uma alta bastante expressiva nesse período, passando de USD 550/t para USD 985/t, uma alta de quase 80%.

    A necessidade de garantir o adubo para a safra fez com que muitos produtores fizessem a aquisição com um custo bastante elevado, mas ainda assim, com uma relação de troca aceitável, dado que a cotação da soja era bastante atrativa no período. Porém, nem todos os produtores pensaram dessa forma. Quando olhamos as entregas ao consumidor final ainda observamos atrasos.

    Fertilizantes: dados da Anda

    Até o final de julho deste ano, as entregas de fertilizantes reportadas pela Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) apontaram um atraso de 3% em relação ao ano anterior, especialmente nos estados que plantam a soja mais tarde. Este fato indica que sim, temos uma possibilidade de redução no consumo total de fertilizantes este ano no Brasil.

    Porém, com uma estimativa de área plantada maior do que no ano passado, ainda é cedo para apontar uma redução muito forte no consumo total deste ano. A combinação de aumento de área plantada e forte queda no volume total consumido implicaria em uma expressiva redução por hectare, algo que, dada as elevadas cotações das commodities, pode ser negativo para as margens dos produtores. As informações são do Rabobanl Agroinfo de setembro de 2022.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • La Niña pode voltar a afetar safra no Sul

    Mesmo mais fraco, o La Niña continua a influenciar o clima. Esta é a terceira safra de verão no Brasil sob influência de um oceano Pacífico equatorial mais frio. Os problemas que o fenômeno pode carretar, entretanto, ainda gera muitas dúvidas.

    “O que se sabe é que, na maior parte das vezes, o La Niña reduz as chuvas no Sul e gera aumento no Norte. Mas já houve ano em que choveu acima da média no Sul, apesar do fenômeno”, diz Felipe Gustavo Pilau, professor da Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ (Esalq) e sócio da startup de meteorologia Weather Service. “Teremos que esperar chegar outubro para ter um panorama mais assertivo”, afirma.

    É fato que a primavera começou mais favorável às culturas agrícolas do que foi nos últimos dois anos. “A região Sul está mais chuvosa que o normal. No Sudeste e na região central, que estavam com pouca chuva, a situação está se regularizando”, diz Pilau. A chegada das precipitações deve colaborar para o plantio de grãos dentro da janela ideal. Para as lavouras mineiras e paulistas de café, que sofreram com períodos de estiagem severa por dois anos, a umidade também é um alívio.

    Apesar de a primavera ter começado gelada no Centro-Sul, o risco de geadas em áreas agrícolas é baixo. “Podemos ter esse fenômeno em regiões serranas, na Campanha gaúcha e em regiões de planalto do Paraná e Santa Catarina. E, é claro, teremos uma oscilação grande de temperatura, que é um dos efeitos do La Niña”, observa Nadiara Pereira, meteorologista da Climatempo.

    Ela alerta, contudo, que as chuvas no Centro-Sul devem se tornar mais espaçadas ao longo da primavera. Assim, é possível que o verão apresente condições clássicas de La Niña, com precipitações concentradas mais na metade norte do país. “Áreas ao sul do Brasil, além da Argentina e do Paraguai, devem sentir esses efeitos”, afirma a meteorologista.
    Problemas à vista no Sul

    Segundo o sócio da WS, simulações do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe), indicam boas chances de chuva abaixo da média histórica no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e boa parte de Mato Grosso do Sul e São Paulo. “Isso pode atrapalhar as culturas de verão, principalmente a soja, levando a uma nova quebra no Sul”, diz Pilau.

    O sócio-diretor da Rural Clima, Marco Antônio dos Santos, reforça a importância de se olhar para além do La Niña. “O Atlântico, por exemplo, está esquentando”, disse, em evento organizado pela Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé). Ele lembrou que esse aquecimento do Atlântico influencia significativamente o clima no Brasil.

    Pilau concorda com o olhar mais amplo, até porque não existe uma relação direta entre a intensidade do La Niña e a quantidade de chuvas. “Se pegarmos séries históricas com vários anos e compararmos com a intensidade do La Niña, não existe uma correlação muito boa”, frisa.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • RTC/CCGL e cooperativas atualizam projeção para a safra de trigo no RS

    Dados foram coletados junto a 20 cooperativas parceiras da RTC

    Um novo levantamento realizado pela Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL) manteve os bons números para a safra de trigo 2022. Na área de atuação de 20 cooperativas, que juntas representam grande parte da área cultivada no RS, o levantamento segue consolidando uma produtividade recorde, ou seja, com uma média superior as médias históricas obtidas até o momento. A média projetada pelo levantamento foi de 56,6 sacos/ha (3396 kg/ha), muito similar a média projetada nos levantamentos anteriores realizados pela RTC/CCGL. A projeção vai de encontro com a condição atual das lavouras, onde 20% são consideradas excelentes e 80% boas. Condições regulares os ruins não foram reportadas neste levantamento. Considerando os números apurados pela RTC/CCGL no que tange a área cultivada com trigo no estado e mediante a confirmação destes números para a safra 2022, a expectativa é de que o RS caminhe para uma safra com produção recorde, estimada em 4,9 milhões de toneladas.

    Fonte: RTC/CCGL

  • 10 plantas brasileiras de esmagamento de soja interrompem atividades

    Unidades representam cerca de 8% da capacidade de processamento do país

    Até dez esmagadores de soja brasileiros interromperam as operações de processamento devido à queda nas margens de esmagamento e à demanda fraca, reduzindo o ritmo de moagem do país em 15 mil toneladas/dia. A informação foi transmitida pela Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), com base em informações colhidas pela agência Agricensus.

    Essas plantas desligadas representam coletivamente cerca de 8% da capacidade de processamento da oleaginosa no país, estimada em 194,4 mil t/dia, com a maior parte das operações concentrada nas regiões de Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, que respondem por cerca de 70% da capacidade total do país.

    As margens de esmagamento brasileiras para o resto do ano caíram em território negativo mais profundo nas últimas duas semanas, com margens calculadas para o quarto trimestre variando de US$ 56 a US$ 50t por mês, de acordo com dados da Agrinvest Commodities do Brasil.

    “As margens de esmagamento estão realmente ruins novamente”, disse Victor Martins, gerente sênior de risco da HedgePoint Global, à Agricensus. “Mas algumas usinas continuarão operando, pois é melhor moer com margens negativas do que ter o grão como estoque, para cumprir suas entregas – principalmente para importadores”, acrescentou.

    Plantas de esmagamento de soja desligadas antes do previsto

    As esmagadoras costumam fazer manutenção por volta de dezembro/janeiro, antes da colheita da soja no Brasil, mas este ano as plantas estão sendo desligadas mais cedo do que o previsto.

    “Não há muita liquidez no Brasil – muitos dos negócios de papel feitos na FOB Paranaguá são trituradores comprando hedges para vender no mercado interno (fixadores de biodiesel) – o mercado de biodiesel não tem estado muito ativo ultimamente, então pouca demanda disso também”, disse uma fonte do comércio local ao Agricensus.

    O Brasil é o segundo maior exportador mundial de óleo de soja, atrás da Argentina, e deve exportar 2,13 milhões de toneladas de óleo de soja e 18,8 milhões de toneladas de farelo de soja em 2022/23, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Mosaico comum: Saiba mais sobre a virose

    Vírus é transmitido por fungo de solo
    A doença causada pelos vírus denominados Soil-borne wheat mosaic virus (SBWMV), Wheat spindle streak mosaic virus (WSSMV) e mais recentemente, pelo Wheat stripe mosaic virus (WhSMV), é transmitida pelo fungo de solo Polymyxa graminis, um parasita radicular, que pode infectar a cultura do trigo, triticale,  centeio, cevada e outras gramíneas.

    As condições climáticas favoráveis da região sul do Brasil, com períodos de elevada precipitação, temperaturas amenas, entre 15 e 18ºC, aliados a solos de pH neutro (= 7,0) ou alcalinos (+ 7,0), favorecem a ocorrência do vetor da virose, devido à permanência do vírus nos esporos de sobrevivência do fungo, principalmente em áreas de maior compactação de solo.

    A campo, os  sintomas da ocorrência do vírus são caracterizados pela presença de estrias amareladas no limbo foliar e subdesenvolvimento da planta em reboleiras. Em cultivares específicas, pode haver enrosetamento, ou seja, excesso de afilhamento.

    A doença é de difícil controle devido ao longo período de sobrevivência do fungo no solo e grande número de culturas hospedeiras. Além de práticas culturais como descompactação do solo, rotação cultural, disponibilização de N, a adoção de cultivares resistentes é uma importante estratégia para evitar perdas.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Condutores de máquinas agrícolas agora devem portar registro

    Documento é necessário para veículos fabricados antes de 2016. Saiba como solicitar

    Desde o último sábado (1º), os condutores de tratores ou máquinas agrícolas fabricados antes de 2016 deverão estar com o Registro Oficial de Tratores e Máquinas Agrícolas (Renagro) quando forem se locomover ou estacionar em via pública.

    A obrigação, que entra em vigor neste mês, foi estabelecida por meio do Decreto 11.014/2022, publicado pelo governo federal em maio desse ano.

    O Renagro garante a propriedade do veículo e dá mais segurança na comercialização, além de facilitar a rastreabilidade e a fiscalização para coibir furtos e roubos. Cada documento contém um código específico e traz informações básicas sobre a máquina e o proprietário e tem validade em todo o território nacional.

    Como é feita a solicitação?

    A solicitação é realizada de forma online e a emissão é feita sem custos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O proprietário deverá enviar a nota fiscal e uma gravação do código do chassi sem indícios de adulteração. Importadores, fabricantes e concessionários são responsáveis por pré-cadastrar as máquinas.

    Embora o Renagro seja similar ao Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), emitido para os demais veículos, ele não prevê emplacamento.

    Os proprietários também são isentos do licenciamento anual e do Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Para as máquinas fabricadas antes de 2016 ou que não transitem em via pública, a emissão do documento é facultativa.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Emater/RS: disponibilidade de pastagens expressiva auxilia produção de leite

    disponibilidade de pastagens está mais expressiva, permitindo a melhoria do estado corporal de vacas em lactação, das novilhas e das vacas secas.

    As temperaturas amenas e a regularidade na oferta alimentar têm favorecido o manejo reprodutivo das novilhas e vacas.

    Segue a perspectiva de manutenção de baixos preços pagos pelo litro do leite, o que está causando problemas a diversos produtores para se manter na atividade. A preocupação aumenta mais devido ao custo de produção, pois houve novos aumentos de preço da alimentação concentrada em função do alto custo da soja, do milho e do trigo.

    Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite nas principais bacias da região da Campanha e da Fronteira Oeste continua em crescimento.

    Na regional de Frederico Westphalen, as pastagens anuais de inverno estão em final do ciclo, o que reduz a qualidade da forragem, impactando na produção do leite.

    Na de Ijuí, a produção de leite segue estável, porém houve necessidade de aumento do fornecimento de alimentos conservados, principalmente silagem, devido à diminuição da produção das forragens de inverno e ao fato das forragens de verão ainda não estarem com bom acúmulo, o que tem elevado os custos de produção.

    Na de Passo Fundo, os produtores estão com dificuldade para a manutenção dos níveis de produção de leite neste período de transição entre o inverno e a primavera, havendo necessidade do aumento do fornecimento de alimentos conservados.

    Na regional de Pelotas, em Arroio Grande, as matrizes estão sendo inseminadas para que entrem com cria, quando as pastagens de inverno já estiverem estabelecidas no próximo ano.

    Na de Porto Alegre, em Charqueadas, como resultado da realização de testes para detecção de animais com brucelose e com tuberculose bovina, houve o registro de sete animais reagentes para esta doença. Esses animais estão sendo encaminhados para abate sanitário, e a propriedade está fechada para compra e venda de animais (exceto vendas para abate dos animais negativados).

    Na regional de Santa Rosa, a produção de leite se manteve estável, porém os produtores já começam a se preocupar com o período de vazio forrageiro primaveril. Nas propriedades com áreas maiores de pastagens perenes de verão, como tífton, jiggs, capim kurumi e aruana, o vazio forrageiro será de menor intensidade.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/