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dezembro 2022

  • O primeiro modelo de risco de ocorrência de ferrugem asiática desenvolvido no Rio Grande do Sul é do sistema cooperativista

    RTC/CCGL realiza monitoramento de esporos em 25 municípios do Rio Grande do Sul

    A soja tem grande peso na balança comercial do agronegócio brasileiro, sendo o principal grão exportado no país. Considerando-se o complexo de doenças que acometem a cultura, a ferrugem asiática é a principal delas. A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e pode se manifestar em qualquer momento do desenvolvimento da cultura, principalmente no início do florescimento (R1).

    Em virtude do grande risco que a doença representa para a cultura da soja, as cooperativas associadas à CCGL manifestaram demanda por uma ferramenta para auxiliar na previsão de ocorrência da doença e para obter maior assertividade no manejo.

    Em agosto de 2021, teve início a Rede de Monitoramento por meio de coletores de esporos. O projeto é coordenado por Carlos A. Pizolotto, Pesquisador de Fitopatologia da CCGL e tem como objetivo auxiliar no monitoramento da flutuação de inóculo do patógeno durante todo o ano. A rede surgiu por meio de uma parceria entre a multinacional BASF e as cooperativas. A empresa realizou a doação de 25 coletores de esporos, os quais funcionam com aquisição controlada de ar, onde todo o material é depositado na área de coleta de uma lâmina de microscopia.

    O monitoramento é realizado através de coleta de esporos, as lâminas são substituídas a cada sete dias e são enviadas para o Laboratório de Fitopatologia da CCGL para leitura em microscópio óptico, com a finalidade de identificar e quantificar os esporos do fungo. Os coletores de esporos estão instalados em 25 municípios, contemplando a área de atuação das 17 cooperativas: Coopermil, Cotrirosa, Coopatrigo, Cotripal, Cotricampo, Agropan, Cotrijuc, Camnpal, Coagril, Cotribá, Cotrisal, Cotrijal, Cotriel, Coasa, Cotrisul, Cooperoque e CCGL.

    Carlos A. Pizolotto explica que os dados do monitoramento de esporos estão sendo utilizados em um modelo de previsão de risco de ocorrência de ferrugem, o qual traz a previsão de risco de ocorrência da doença para até cinco dias, possibilitando ao produtor maior assertividade e robustez na escolha do programa de aplicação de fungicidas. – No Rio Grande do Sul, existem algumas redes de monitoramento de esporos do fungo causador da ferrugem, no entanto, em nenhum destes projetos tem-se utilizado modelos de previsão de risco de ocorrência da doença, o que torna o modelo de previsão desenvolvido pela CCGL e pela empresa Sensor On o primeiro modelo de previsão de risco de ocorrência de ferrugem do RS – completou Carlos.

    O modelo não tem o intuito auxiliar o produtor na tomada de decisão de aplicar ou não fungicida, o produtor deve seguir com o programa de aplicações calendarizadas, devido ao complexo de doenças que afetam a cultura da soja. O Pesquisador da Embrapa e parceiro da pesquisa, José Mauricio Cunha Fernandes, ressalta que com o alerta é possível realizar o manejo de forma inteligente e obter maior eficiência de controle da ferrugem asiática, além de maior rentabilidade e, consequentemente, benefícios em termos econômicos para a propriedade, visto que, sem os cuidados adequados, as perdas podem chegar a 90% em lavouras.

    O modelo de previsão está disponível na plataforma digital SmartCoop para consulta dos técnicos das cooperativas, trazendo um cenário totalmente disruptivo, com o intuito de não apenas se observar a flutuação de inóculo do patógeno e, sim, trazer cenários de previsão de risco de ocorrência da ferrugem, fazendo com que os produtores deixem de ser apenas reativos nas tomadas de decisão para o controle da doença e sim proativos e assertivos no manejo da ferrugem.

    Fonte: ASCOM CCGL

  • RTC/CCGL estima perdas significativas na safra de milho do RS

    A safra de milho 2022, no Rio Grande do Sul, vem sendo acometida por mais uma estiagem. Em algumas regiões do Estado, já é a quarta consecutiva. Uma estimativa realizada pela Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL) e divulgada nesta segunda-feira (19/12), estima que em áreas de milho sequeiro (sem uso de irrigação), em média, os prejuízos relacionados à quebra de safra já alcançam 42% em relação à expectativa de produção inicialmente traçada pelas cooperativas. Devido às altas temperaturas e à ausência de chuvas, especialmente durante os meses de novembro e dezembro, várias regiões já contabilizam perdas superiores a 70%. Os dados foram coletados em 20 cooperativas ligadas à RTC/CCGL e, destas, metade já consolidam perdas superiores a 50%.

    A estiagem também já começa a causar interferência sobre a cultura da soja. Até o momento, na área de atuação das cooperativas, 11% da área destinada à soja ainda não foi semeada, enquanto que, da área semeada, 15% ainda não está emergida. Este panorama também é um reflexo da falta de chuvas, que resulta em umidade do solo inadequada para a semeadura, estabelecimento e desenvolvimento da cultura.

    Fonte: ASCOM CCGL

  • RTC, UFRGS e YARA apresentam resultados do 1º ano do projeto

    Reunião contou com dados importantes para agricultura e apresentações internacionais

    Para avaliar o primeiro ano do projeto sobre mitigação das emissões de gases de efeito estufa em sistemas de produção, RTC/CCGL, Yara e UFRGS se reuniram na primeira quinzena de dezembro, no auditório da cooperativa. Os participantes apresentaram e discutiram os resultados do experimento de manejo de adubação nitrogenada em cobertura no milho para ensilagem e grão que visa aprimorar as pesquisas sobre o tema e atender as necessidades dos produtores assistidos.

    Conforme o Pesquisador da Yara International (Brasil) – Global Maize Expert, Vitor Vargas, o principal objetivo era obter os principais indicadores de performance de produção de silagem, produtividade e qualidade, e informações da área ambiental, principalmente o carbono e questão hídrica. — A primeira avaliação dos resultados é positiva, porém em função das condições climáticas, não foi possível identificar grande diferenças neste primeiro ano de pesquisa, mas a tendência é melhorar nos próximos anos — completa, Vitor.

    Conforme Cimélio Bayer, Professor do Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da UFRGS e Pesquisador Produtividade em Pesquisa PQ-1A do CNPq, o projeto trouxe resultados positivos e pioneiros em nível de Brasil. — O grande resultado que encontramos neste primeiro momento, importante para agricultura nacional, é que as emissões de óxido nitroso, derivados de fertilizantes nitrogenados, é de 4 a 20 vezes menor que índices preconizados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) — destaca Cimélio.

    O evento contou, ainda, com duas apresentações internacionais. Petra Junklewitz, Pesquisadora Senior da YARA International (Alemanha) Global Grassland Expert, que trabalha com pastagens perenes e anuais na Europa, com foco em cultivos temperados e desenvolve estudos para pastagens tropicais realizou uma apresentação sobre manejo de pastagens europeias. E Tizita Sileshi, Director Food Chain & Sustainability Americas da Yara Internacional, palestrou sobre o que a Europa e a empresa estão prospectando para os próximos anos em termos de sustentabilidade nos sistemas produtivos e área de fertilizantes. Também participaram do evento pesquisadores, estudantes e profissionais da área agrícola.

    Sobre o projeto:

    O experimento foi implantado no dia 05 de outubro de 2021, na área de pesquisa e tecnologia da CCGL, com a instalação de equipamentos para que durante três anos os pesquisadores determinem o impacto dos fertilizantes nas emissões de óxido nitroso, que é um importante gás de efeito estufa, 298 vezes mais potente que o dióxido de C (CO2).

    O Pesquisador da RTC/CCGL Jackson E. Fiorin explica que esta pesquisa visa comparar 3 fontes de nitrogênio (ureia comum, ureia protegida com NBPT e nitrato de amônio) em diferentes doses em cobertura, sendo possível avaliar a probabilidade de perdas de nitrogênio e a eficiência de cada fertilizante na produção de grãos, silagem e estimativas na produção de carne e leite.

    A Engenheira Agrônoma e Professora do Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da UFRGS, Dra. Amanda Posselt Martins, salienta que o experimento visa aprimorar o conhecimento da adubação nitrogenada do milho para ensilagem, atualizando o Manual de Calagem e Adubação e atendendo as demandas dos produtores de leite, que são os principais usuários.

    A pesquisa nesta área é uma solicitação das empresas que produzem alimentos, especialmente de lácteo, pois a silagem de milho é a principal fonte energética para a bovinocultura de leite no Brasil.

    Fonte: ASCOM CCGL

     

  • Processamento de soja cresce quase 6% neste ano e projeção para 2023 indica safra recorde

    Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais atualiza estatísticas e divulga a primeira projeção para a safra 2023

    O processamento de soja cresceu 5,8% em relação ao mesmo período de 2021, puxado principalmente pelo incremento das exportações de farelo e óleo de soja, que registraram 15,8 milhões de toneladas  e 1,8 milhão de toneladas  respectivamente. Diante destes volumes, a receita esperada com exportações de todo o complexo soja – grão, farelo e óleo – é de US$ 59,2 bilhões em 2022. 

    A informação é da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), com base em dados de janeiro a outubro deste ano, verificados a partir da amostra representativa de cerca de 85% do esmagamento no país.

    A estimativa da produção de soja e seus derivados também sofreu pequenos ajustes em relação à última atualização, sendo: i) soja em grão de 127 milhões de toneladas para 127,7 milhões, ii) farelo de soja de 37,5 milhões de toneladas para 38 milhões, e iii) óleo de soja de 9,9 milhões de toneladas para 10,05 milhões. O processamento de soja no ano também deve saltar de 49 milhões de toneladas para 49,7 milhões.

    Safra 2023

    A primeira projeção da Abiove para o próximo ciclo aponta para um recorde histórico na produção de soja, 153,5 milhões de toneladas. Isto se deve a uma maior produtividade – 3.700 quilos por hectare, contra 3.080 observados em 2022 – e um ligeiro aumento da área plantada – dos atuais 41,3 milhões de hectares para 43,1 milhões no próximo ano. Em 2023, o processamento do grão também deve ser o maior já registrado em toda a série histórica, 52,5 milhões de toneladas.

    Outro crescimento substancial fica por conta das exportações de soja em grão, de 77,5 milhões de toneladas em 2022 para 93 milhões no ano que vem. Já os volumes de farelo e óleo destinados ao mercado internacional indicam uma pequena retração quando comparados aos números deste ano. Farelo de soja de 20,2 milhões de toneladas para 20 milhões e óleo de soja de 2,4 para 1,6 milhões de toneladas exportadas. Porém, a geração de divisas proveniente das exportações dos três produtos do complexo soja pode atingir a marca de US$ 65,8 bilhões em 2023.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Farsul estima crescimento de 58,6% na produção de grãos em 2023

    Se tudo ocorrer com normalidade, o Rio Grande do Sul irá colher pela primeira vez na história, mais de 40 milhões de toneladas

    Rio Grande do Sul pode colher a maior safra de verão da história em 2023, caso o clima permitir.

    A expectativa é do presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira.

    Os bons resultados da safra de inverno de 2022 permitiram um aumento da área de verão para a temporada atual.

    A alta projetada para o ano que vem, incluindo verão e inverno é de 4,5%. O otimismo leva em conta os preços vantajosos.

    A área total para 2023 é projetada em 10,566 milhões de hectares. Em caso de normalidade climática, a produção deve crescer 58,6%, chegando a 40,867 milhões de toneladas.

    A Farsul também projeta faturamento recorde em 2023.

    O Valor Bruto da Produção (VBP) deve crescer 51,5%, ou R$ 28,97 bilhões.

    Segundo o oeconomista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, a estiagem que atingiu a última safra foi responsável pela perda de 31% da produção gaúcha. Somente na soja, o impacto foi de 54%.

    Assim, com a normalidade climática, a expectativa para a próxima safra é de resultados positivos. Um destaque foi a redução da área das lavouras de arroz, “se adequando ao mercado que o grão vive. Houve aumento no milho, na soja, e um grande aumento no trigo. Fizemos uma conta e vimos que estamos crescendo numa área conhecida, na nossa própria área, ocupando melhor o inverno, que, aliás, é justamente esse o principal objetivo do programa Duas Safras”, comentou.

    O economista anunciou que, se tudo ocorrer com normalidade, o estado irá colher pela primeira vez na história, mais de 40 milhões de toneladas. O faturamento dos produtores também deverá ter crescimento. A soma de toda produção deve girar nos R$ 140 bilhões.

    Para a economia nacional, a projeção da equipe econômica é de que o PIB de 2022 tenha um crescimento de 2,92% em 2022 e 0,73% para 2023.

    Já para o Rio Grande do Sul, a estimativa é de uma queda de 3,64% em 2022 e alta de 5,86% em 2023. Na agropecuária gaúcha o movimento deve ser de uma queda de 53% em 2022 e crescimento de 59% em 2023, impacto direto da estiagem na economia gaúcha.

    “O Rio Grande do Sul teria crescido significativamente mais do que o Brasil neste ano não fosse nossa estiagem e esses números vão de encontro com aquilo que nós prevíamos lá no início do ano”, disse Luz.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ministério da Agricultura aprova 45 novos defensivos agrícolas

    Dos novos defensivos agrícolas, 22 são produtos de baixo impacto, sendo 15 aprovados para uso na agricultura orgânica

    Ato n° 57 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado nesta quarta-feira (7), no Diário Oficial da União, traz o registro de 45 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores.

    Desses, 22 são produtos de baixo impacto, sendo 15 aprovados para uso na agricultura orgânica.

    Com a publicação de hoje, 112 produtos de baixo impacto registrados em 2022. Este é, até o momento, o maior número de registros de produtos desse perfil em um mesmo ano

    “O ano de 2022 é o nosso novo recorde de registros de defensivos agrícolas de controle biológico. A expectativa é que este número aumente até o final do ano”, destaca o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, André Peralta.

    Os produtos considerados de baixo impacto têm ingredientes ativos biológicos, microbiológicos, semioquímicos, bioquímicos, fitoquímicos e reguladores de crescimento, podendo ser autorizados para uso em vários casos na agricultura orgânica.

    Dos 22 produtos registrados, os produtores rurais terão interessantes alternativas, incluindo um extrato de alho e pimenta para controle do ácaro-purpureo em citros e o uso da joaninha Cryptolaemus montrouzieri na agricultura orgânica, para controle da cochonilha-rosada.

    As novidades desse segmento ficam por conta dos fungicidas, como um produto a base do extrato vegetal de Rheum palmatum para controle de oídio, antracnose e mancha de alternária em mais 50 culturas agrícolas.

    Tem também o primeiro produto registrado à base de Trichoderma koningiopsis para controle de mancha de fusarium em todas as culturas agrícolas de ocorrência deste fungo.

    Um herbicida classificado pela Anvisa na Categoria 4 (pouco tóxico) vai facilitar os produtores de alho e cebola. O produto à base do ingrediente ativo Octanoato de Ioxinila, que havia sido descontinuado no mercado, vem sendo aguardado para uso, principalmente pelos produtores da Região Sul.

    Nova opção química

    Também se destaca no Ato nº 57 o deferimento de produto formulado à base da nova substância Afidopiropeno para controle de insetos sugadores nas seguintes culturas: algodão, batata, feijão, fumo, melancia, melão, soja e tomate.

    Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. O registro de defensivos genéricos é importante para diminuir a concentração de mercado e aumentar a concorrência, o que resulta em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.

    Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Após queda em 2022, CNA projeta alta de até 2,5% do PIB agro em 2023

    O agronegócio brasileiro deverá fechar 2022 com um ‘tombo’ de 4,1%, após ter registrado recordes em 2020 e 2021

    Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) prevê de estabilidade a crescimento de 2,5% para o PIB do agronegócio em 2023 na comparação com o previsto para este ano.

    Segundo a CNA, isso se deve aos elevados custos de produção, que devem permanecer no próximo ano, e da tendência de queda nos preços internacionais das commodities agrícolas.

    “Entretanto, mesmo com a projeção de alta menor do PIB, o resultado sinaliza uma recuperação se comparado com o PIB do agronegócio deste ano, que deverá fechar em queda de 4,1%, depois de registrar recordes em 2020 e 2021, reflexo da forte alta dos custos com insumos no setor, especialmente pela elevação dos preços dos defensivos e fertilizantes, que superaram os 100% de alta neste ano”, explicou a CNA.

    Para o Valor Bruto da Produção (VBP), que mede o faturamento da atividade agropecuária “dentro da porteira”, a tendência para o próximo ano é de um crescimento de 1,1% em relação a 2022, “mostrando um ritmo menor de expansão, puxado pelo comportamento da pecuária, que deve ter uma receita 2,3% menor em 2023 em relação a este ano”.

    Já no ramo agrícola, a receita deve ter alta de 2,8%.

    A estimativa para a safra de grãos 2022/2023 é de um aumento de 15,5% (ou 42 milhões de toneladas) em relação à safra 2021/2022, atingindo 313 milhões de toneladas.

    Esse crescimento é reflexo da elevação na área plantada, estimado em 76,8 milhões de hectares na safra atual. Apenas na cultura da soja, a área pode chegar a 43,2 milhões de hectares, superando em 4% o ciclo anterior.

    “A oleaginosa também deve recuperar a produtividade, favorecida pelas condições climáticas, em 17% na comparação com a safra passada e a produção deve totalizar 153,5 milhões de toneladas”, informou a CNA.

    Balanço do agronegócio em 2022

    Segundo a CNA, este ano foi marcado, entre outros fatores, por uma forte alta dos custos com insumos no setor agropecuário, principalmente pela elevação dos preços de defensivos e fertilizantes.

    Esta será a principal razão para a queda prevista de 4,1% do PIB do agronegócio em 2022.

    “Também contribuíram para pressionar o PIB para baixo as reduções de produção em atividades importantes, como soja e cana-de-açúcar”, explicou a entidade.

    Já o Valor Bruto da Produção deve alcançar R$ 1,3 trilhão em 2022, crescimento de 2,2% em relação a 2021.

    No ramo agrícola, a receita deve subir 3,3% em relação a 2021, alcançando R$ 909,3 bilhões. Na pecuária, a previsão para este ano é de estabilidade, com aumento 0,1%, alcançando R$ 448,5 bilhões.

    As principais cadeias que mais influenciam no VBP são a soja, a carne bovina e o milho, que, somados, representam 58,4% do total.

    No comércio exterior, de janeiro a novembro deste ano, as exportações brasileiras de produtos agropecuários totalizam US$ 148,3 bilhões, superando em 23,1% o total vendido em todo o ano de 2021, de US$ 120,5 bilhões. Nos onze primeiros meses de 2022, o agro respondeu por 48% das vendas externas totais do Brasil.

    Ano de desafios

    Para a entidade, o próximo ano será de desafios, tanto no ambiente interno quanto no cenário externo.

    De acordo com a entidade, do lado doméstico, há incertezas sobre o controle das despesas públicas e a condução da política fiscal que devem impactar os custos do setor agropecuário, sobretudo em questões tributárias.

    “A taxa Selic [juros básicos da economia] deve se manter elevada no próximo ano, acarretando mais custo para o crédito para consumo, custeio e investimento. E o crédito privado deve se consolidar como alternativa para o produtor financiar sua produção nas próximas safras”, avaliou.

    O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, explicou que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição pode elevar o risco de endividamento do governo, o que levaria à alta da inflação e consequente aumento dos juros. Ele defendeu essa flexibilização do teto de gastos por um prazo menor e não por quatro anos, como defendia a equipe de transição.

    Ontem (6), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou a medida para dois anos. Pela proposta, serão destinados R$ 175 bilhões para pagamento do Bolsa Família, no valor de R$ 600 mensais, mais R$ 150 por criança de até 6 anos em 2023, além de recursos para ampliar investimentos.

    Lucchi concorda que é preciso revisar e criar uma nova regra para o teto de gastos. “Acho viável ter uma nova regra. Por exemplo, dinheiro de convênios, trabalhamos a questão dos fertilizantes, buscamos recursos para o Serviço Geológico do Brasil, mas não poderia ampliar recursos externos porque esbarrava na lei do teto. Então, cabe uma análise, o que tem que tomar cuidado são os valores colocados para o próximo ano e o período [prazo para flexibilização]”, disse.

    Instituída em 2016, a Emenda Constitucional do Teto de Gastos limita o aumento do orçamento público ao crescimento da inflação do ano anterior.

    Já no cenário internacional, as previsões de desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) mundial podem influenciar o comportamento das exportações brasileiras do setor no próximo ano. Também há estimativas de queda de crescimento econômico de alguns dos principais parceiros comerciais do Brasil, como China, Estados Unidos e União Europeia, além da incerteza na disponibilidade global de grãos e de insumos causados pela guerra da Rússia na Ucrânia.

    Comércio exterior

    Apesar dos desafios, o ano de 2023 tem boas perspectivas para que o Brasil continue aumentando a sua participação no comércio agrícola internacional.

    Na avaliação da CNA, a expectativa é de que o comércio internacional de bens deve desacelerar, com previsão de aumento de apenas 1% no volume transacionado, bem abaixo dos 3,4% esperados para esse ano, segundo dados da Organização Mundial de Comércio.

    “Neste contexto, o comércio agrícola deve seguir a mesma linha, crescendo a níveis menores do que em anos anteriores em razão do crescimento mais lento das importações da China, a retomada econômica mundial em função da pandemia de covid-19 e o conflito entre Rússia e Ucrânia e seus impactos – aumento preço insumos, crise energética, redução da oferta de grãos”, diz a entidade.

    Por outro lado, a previsão é de que haja aumento das importações mundiais dos principais produtos exportados pelo Brasil, embora a taxas inferiores às registradas nos anos anteriores.

    O consumo mundial de soja deve aumentar 1% em 2023, concentrado nos países em desenvolvimento, que devem responder por 74% desse consumo no ano que vem.

    A CNA diz que vai seguir atuando para defender os interesses do produtor rural no exterior, para evitar a imposição de barreiras comerciais injustificadas e a taxação das exportações, além de seguir com ações de promoção do agro brasileiro e de abertura comercial.

    O projeto Agro.BR deve ser intensificado. Ele trabalha com a internacionalização de pequenos e médios produtores rurais de cadeias menos tradicionais, como mel, pescado e frutas.

    “A CNA também espera o avanço de acordos comerciais e vai monitorar e subsidiar o governo para evitar prejuízos aos produtores rurais brasileiros na questão das diligências devidas, com atenção especial para os mercados dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia”, completou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Tecnologia permite selecionar cultivares de soja com sementes de melhor qualidade

    Para desenvolver a tecnologia, os pesquisadores analisaram os cerca de 60 mil genes da oleaginosa

    Com as mudanças climáticas globais os produtores de soja têm se deparado com novos problemas na lavoura, que têm resultado em grandes prejuízos econômicos. Um deles é a formação de sementes esverdeadas, em contraste com as de coloração amarela, próprias para a comercialização.

    Sobretudo, esse fenômeno é causado pela retenção de clorofila na semente e no grão em função de variações climáticas nas lavouras, como a ocorrência de temperaturas extremas e a falta de chuva no período de desenvolvimento da semente de soja, além de fatores genéticos, explica Edvaldo Aparecido Amaral da Silva, professor da Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu.

    Estudo da semente da soja

    Por meio de um projeto selecionado para uma das chamadas conjuntas lançadas em bioeconomia, o pesquisador estabeleceu uma colaboração com colegas da Wageningen University and Research, dos Países Baixos, e da Embrapa Soja. Com o objetivo de avançar no entendimento dos mecanismos básicos associados à degradação da clorofila nas oleaginosas, um dos principais fatores limitantes para o desenvolvimento de soluções para o problema da semente verde.

    O estudo resultou no desenvolvimento de marcadores moleculares (SNPs, na sigla em inglês) que possibilitam selecionar precocemente genótipos da oleaginosa com tolerância à formação de sementes verdes.

    No entanto, para desenvolver a tecnologia, os pesquisadores analisaram os cerca de 60 mil genes da soja e encontraram dez genes candidatos. Um deles revelou-se o mais promissor para evitar o problema da semente verde. “Nossa expectativa é reduzir de 13 para seis anos o tempo de espera para se obter uma nova cultivar de soja que não apresente o problema da semente verde”, afirmou Amaral da Silva.

    Renovação da cooperação científica

    A Fapesp e a NWO mantêm um acordo de cooperação científica desde 2012, que foi renovado no início de novembro por mais cinco anos. O objetivo da parceria é estimular a colaboração em pesquisa de longo prazo entre o Brasil e os Países Baixos por meio do financiamento de pesquisas conjuntas com o intuito de fortalecer a posição internacional em ciência dos países e o impacto global dos resultados.

    O financiamento é concedido para consórcios interdisciplinares e transdisciplinares de São Paulo e grupos de pesquisa dos Países Baixos. Os projetos apoiados devem estar alinhados com agendas de pesquisa nacionais, bem como iniciativas internacionais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da Organização das Nações Unidas (ONU).

    Colaboração conjunta

    “A colaboração da Fapesp com a NWO é uma de nossas parcerias internacionais mais estratégicas e a renovação do acordo pela segunda vez é reflexo do sucesso dessa colaboração. Temos lançado chamadas quase anualmente e os projetos apoiados são acompanhados de perto pelas duas agências, com a organização de encontros que facilitam o aprendizado e a troca de experiências. Além das chamadas bilaterais, atuamos em colaboração no âmbito do Global Research Council [GRC, entidade que congrega agências de fomento à pesquisa de diversos países], sendo coanfitriões da Reunião Anual do GRC que será realizada em Haia em 2023″, disse Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fapesp.

    Em agosto, as duas agências lançaram uma chamada de propostas conjunta com o tema “Biomateriais projetados: materiais avançados para a saúde”. A chamada foi a nona lançada conjuntamente pelas duas instituições.

    “Já havíamos lançado anteriormente três chamadas na área de bioeconomia, com uma abordagem transdisciplinar bastante explícita, o que significa que gostaríamos que as equipes de pesquisadores com projetos apoiados trabalhassem em conjunto com o governo, organizações não governamentais e outros tipos de parceiros industriais e sociais para que os resultados das pesquisas tenham impacto”, disse Anita Hardon, membro do comitê executivo da NWO, na abertura do workshop.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: plantio da safra brasileira atinge 91,9%

    A produção do país na temporada para a oleaginosa deverá totalizar 154,53 milhões de toneladas

    O plantio da safra de soja 2022/23 do Brasil atingiu 91,9% da área total esperada até o dia 2 de dezembro. A estimativa parte de levantamento da consultoria Safras & Mercado. Na semana anterior, o plantio estava em 87,3%. A semeadura está atrasada na comparação com igual período do ano passado (94,5%) e em linha com a média dos últimos cinco anos (91,9%).

    No Paraná, o plantio chega a 99%, contra média para o período de 99,6%. No Rio Grande do Sul, os trabalhos estão em 74%, contra média de 78%. Em Mato Grosso, o plantio terminou (média do período é 99,6%).

    Em Mato Grosso do Sul, os trabalhos também terminaram (média para o período de 99,8%). Em Goiás, o plantio chega a 97%, levemente abaixo da média de 97,4%. Em São Paulo, a semeadura é de 90% (97,4% na média) e em Minas Gerais atinge 97%, contra média de 98,0%.

    A produção brasileira de soja em 2022/23 deverá totalizar 154,53 milhões de toneladas, com elevação de 21,3% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 127,44 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por Safras & Mercado. Se confirmada, será a maior safra da história.

    Relatório anterior sobre plantio da soja

    Em 15 de julho, quando foi divulgado o relatório anterior, a projeção era de 151,5 milhões de toneladas. A elevação sobre a estimativa anterior é de 2%.

    Levantamento da Safras indica aumento de 3,7% na área, estimada em 43,74 milhões de hectares. Em 2021/22, o plantio ocupou 42,16 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.038 quilos por hectare para 3.551 quilos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • BNDES aprova novas regras do programa para descarbonização

    Com orçamento de R$ 2 bilhões, o objetivo desta ação é ampliar a adesão de empresas ao programa que estimula a redução nas emissões

    O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a alteração das regras do Programa BNDES de Incentivo à Redução de Emissões de CO2 no Setor de Combustíveis (RenovaBio). Com orçamento de R$ 2 bilhões, o objetivo desta ação é ampliar a adesão de empresas ao programa que estimula a redução nas emissões, ao fornecer descontos de até 0,4% nas taxas de juros para clientes que comprovem melhoras de indicadores ambientais. A iniciativa também visa fortalecer a política de descarbonização da matriz de combustível do Brasil.

    Em seu novo formato, o BNDES RenovaBio estipula as metas de redução de emissões de carbono de acordo com o estágio atual de eficiência energético-ambiental de cada cliente. Para aqueles considerados mais eficientes, a meta exigida será reduzida para 2%. Por outro lado, clientes que ainda necessitam melhorar seus padrões de emissão terão metas aumentadas para 10%. Para as demais empresas o percentual de redução permanecerá em 5%.

    Além disso, haverá redução da taxa de juros inicial, formada pela TLP ou por referenciais de custo de mercado, uma taxa de risco de crédito, mais a remuneração básica do BNDES, que passará de 1,5% para 1,3% ao ano. Caso o cliente comprove, após o período de carência, ter alcançado as metas de redução de emissão de CO2 definidas pelo programa, a taxa de juros inicial será reduzida em até 0,4%.

    “Temos o potencial de evitar a emissão de 2,2 milhões de toneladas de carbono anualmente” — Bruno Aranha

    “As mudanças propostas buscam reconhecer que os padrões atuais de emissões do setor de biocombustíveis são heterogêneos, sendo necessário pensar em metas compatíveis com a realidade de cada cliente. Considerando apenas as operações já aprovadas, temos o potencial de evitar a emissão de 2,2 milhões de toneladas de carbono anualmente. Esperamos que essa medida amplie o potencial de impacto do Programa e possamos acelerar a descarbonização do setor”, explicou o diretor de crédito produtivo e sustentável do BNDES, Bruno Aranha.

    BNDES RenovaBio

    O programa financia empresas produtoras de biocombustíveis para estimulá-las a melhorar sua eficiência energético-ambiental. Aquelas que, ao longo do período de pagamento dos empréstimos, alcançarem as metas de redução de emissão de CO2 estipuladas pelo programa usufruem redução na taxa de juros.

    Outro objetivo do RenovaBio é fomentar o aumento de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira. Lançado no início de 2021, o Programa teve até o momento 10 operações aprovadas, que somam aproximadamente R$ 900 milhões em financiamentos. Em média, as operações aprovadas projetam crescimento médio de 4% da eficiência energético-ambiental. Com isso, as usinas apoiadas terão potencial para emitir cerca de 2,2 milhões de créditos de descarbonização, os chamados CBIOs.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/