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março 2023

  • Soja: cultivo em sulco tem rendido 106 sacas por hectare no RS

    Sistema já é implantado em 500 mil hectares no estado. Veja quanto custa para implantar em uma lavoura, os benefícios e riscos

    Nesta safra, a área de soja no Rio Grande do Sul avançou cerca de 100 mil hectares sobre as regiões de terras baixas em comparação à temporada anterior. Agora, são 500 mil hectares cultivados neste sistema, de acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).

    Pesquisas vem aperfeiçoando o cultivo da oleaginosa em sulco, ou seja, quando o solo está um pouco mais baixo entrelinhas. Com o controle da umidade, a técnica tem alcançado bons resultados de produtividade.

    O técnico agrícola Emerson Peres é um estudioso desse sistema. Ele arrendou uma área de 70 hectares, em Camaquã, que estava degradada. “O sulco pode ser trabalhado em diversas dimensões. Aqui nesta área temos a largura de 1m 35 cm que comporta as plantadeiras tradicionais que têm 45 cm de largura entrelinhas, na qual duas linhas ficam centralizadas em cima do camalhão e a que cai no sulco é desativada e, assim, sucessivamente”, explica.

    Como funciona?

    Para que esse sistema opere é fundamental que o solo esteja suavizado ou nivelado. Funciona da seguinte forma: pelos valos ou sulcos a soja consegue receber água da irrigação e também escoar a chuva quando acontecem altas precipitações. Isso garante que o grão mantenha o seu potencial produtivo mesmo em anos de estiagem, como ocorreu nesta safra.

    A soja de Peres está com bastante vagens e sem sinais de seca. A água entra na hora certa. São colocados tubos na margem da lavoura e a irrigação entra no sulco de forma precisa, conforme a necessidade. A técnica sulco, ou sulco camalhão, quando há uma elevação do solo onde vai a raiz da planta, é estudada pela Embrapa há três safras.

    Segundo o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, José Maria Parfitt, trata-se de um processo irreversível em função dos resultados obtidos. “O produtor sabe que vai lucrar com isso. E outra coisa muito importante é que combina muito bem com o arroz porque numa resteva de soja em sistema sulco camalhão você só vai entaipar a lavoura e plantar arroz”

    Custo de implantação

    O Rio Grande do Sul conta com 70 mil hectares com a técnica e os resultados são animadores, com cerca de 30 sacas a mais por hectare e produtividade de 106 sacas por hectare. Os custos são relativamente baixos:

    • Suavisar o solo: média de 5 sacas/ha e só precisa ser feito no primeiro ano
    • Politubo: custa de duas a quatro sacas/ha
    • Sulcadora: a partir de R$ 60 mil

    O sistema atraiu um grupo de produtores do Paraguai que também cultiva grãos em terras baixas. “Isso é fantástico. Hoje já trabalhamos com irrigação em soja mas nossa preocupação maior é em momentos onde há muita água. Para nós, isso aqui seria o futuro. Nós do Paraguai, quando viajamos ao Brasil, estamos vendo o futuro. Vemos os acertos e os erros para não repetir”, destaca o produtor paraguaio Cristian Reinecke.

    Técnica já utilizada nos Estados Unidos

    No sulco também pode ser plantado milho e trigo, em sucessão ou rotação de culturas. A técnica já é muito usada nos Estados Unidos e também aparece em países como Uruguai e Argentina.

    No Brasil, além do Rio Grande do Sul, há alguns experimentos em Mato Grosso do Sul. O pesquisador Parfitt, da Embrapa, alerta que este é um sistema viável somente para terras baixas e não é viável em outras áreas produtivas em função da declividade e absorção de água do solo.

    O técnico agrícola Emerson Peres também pondera que um único evento de precipitação alta pode trazer um grande problema neste sistema, acabando com até 60% do potencial produtivo da soja.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Emater: todas as culturas do RS registram perdas por estiagem

    Nas lavouras de soja, a produtividade varia entre 300 quilos e 3.000 quilos por hectare, o que mostra a grande diferença das lavouras

    Avança a colheita de grãos no Rio Grande do Sul. Arroz e milho estão mais adiantados, e a colheita da soja alcança 4%. Todas as culturas registram perdas em função da estiagem.

    Conforme os dados divulgados pela Emater, o Rio Grande do Sul, que tem um calendário mais tardio, está começando a colheita da soja. O volume colhido até o momento é de 4%. Nas lavouras já colhidas, a produtividade está entre 300 e 3.000 quilos por hectare, o que mostra a grande diferença das lavouras. No entanto, grande parte da cultura ainda está em enchimento de grãos e maturação. A pouca umidade no solo deixa folhas secas e vagens debulhando ao natural. Na região de Bagé, há lavouras com baixa de 80%, e em Tupanciretã, município com maior área plantada, a produtividade não deve passar de 1.620 kg/ha.

    Na cultura do arroz, a colheita atingiu 34% da área. O tempo seco fez os trabalhos avançarem na última semana, e a produtividade é considerada boa, mesmo com a baixa de quase 6% na média do estado. A região da Fronteira Oeste tem perdas de 15%, e na região metropolitana de Porto Alegre, a radiação solar favorece a cultura.

    No milho, a colheita está bem adiantada e alcança 74%. A produtividade está na casa de 4.440 kg/ha, uma redução de quase 40%. A situação é bem diferente conforme as regiões, e o milho no sulco, em terras baixas, teve bons resultados. Pelo estado, ainda há lavouras em estágios menos avançados, como pendoeamento e colocação de espigas.

    Com a proximidade do inverno, os produtores que retiram as culturas de verão já fazem a implantação das coberturas e pastagens.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Governo aprova a compra de milho para venda em balcão

    A compra de milho tem como objetivo garantir o auxílio aos pequenos criadores que utilizam o produto na ração animal

    O governo federal aprovou a compra de até 85 mil toneladas de milho para atender o Programa de Venda em Balcão (ProVB), executado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Esta é a primeira aquisição para abastecer os estoques públicos utilizados pelo ProVB neste ano.

    A ação, segundo a Conab, tem como objetivo garantir o auxílio aos pequenos criadores que utilizam o produto na ração animal, por meio de vendas diretas a preços compatíveis aos do mercado atacadista de sua região.

    A portaria interministerial, que autoriza a aquisição do cereal, foi assinada pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Fazenda (MF).

    O documento, publicado nesta sexta-feira (24) no Diário Oficial da União (DOU), estabelece ainda o limite de até R$ 100,5 milhões para a equalização de preços na venda do milho, nas operações do ProVB.

    O volume atende o dispositivo da lei que determina que o limite para a compra de milho não poderá exceder a 200 mil toneladas anuais.

    Ainda de acordo com a portaria, que terá vigência até 31 de dezembro de 2023, a compra de milho para os estoques públicos fica condicionada à existência de disponibilidade orçamentária e financeira.

    O milho em grãos é o principal insumo da ração animal no Brasil.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Empresas vão produzir combustível a partir da canola

    Ação será conduzida por Corteva, Bunge e Chevron

    Corteva, a Bunge e a Chevron anunciaram nesta mês, que irão trabalhar juntas para introduzir híbridos de canola safra de inverno, que produzem óleo vegetal com uma pegada de carbono mais baixa.

    Contudo, o objetivo é tentar aumentar a disponibilidade de matérias-primas para o crescente mercado doméstico de combustíveis renováveis.

    Além disso, as empresas afirmaram que os híbridos de canola de inverno da Corteva podem ser usados em um sistema de cultivo duplo, seguindo a soja ou o algodão.

    A Bunge Chevron Ag Renewables, uma joint venture entre a Bunge e a petrolífera Chevron, planeja fechar negócio com agricultores para comprar a canola colhida na estação e usar o óleo para produzir combustível renovável.

    Canola safra de inverno nos EUA

    As três companhias ainda disseram que a canola safra de inverno, que planejam introduzir no sul dos Estados Unidos. Além do mais, vai criar uma nova oportunidade de receita para os agricultores com uma rotação sustentável de culturas, acrescentando que esperam conduzir um programa piloto no cultivo na temporada de 2022/23.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Frete sobe 11% em fevereiro puxado por safra de soja

    É o que mostra levantamento do Índice de Frete Repom (IFR)

    O preço médio do frete por quilômetro aumentou 11% ante janeiro e fechou a R$ 7,88 em fevereiro, apontam os dados do levantamento do Índice de Frete Repom (IFR). O valor foi divulgado nesta semana.

    O aumento foi impulsionado pelo frete do agronegócio, que subiu 27% na comparação mensal, e pelo início da safra de soja, já que o custo do transporte da oleaginosa aumentou 10%. Na comparação com fevereiro do ano passado, a alta do preço médio do frete por quilômetro foi de 20%.

    A fatia que corresponde ao diesel na composição do frete em fevereiro foi de 37,63%. Além disso, no dia 17 de fevereiro, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou a nova tabela do piso mínimo do frete, com redução de -5,72%, resultado da oscilação para menos no preço final do diesel S-10.

    “Temos outro item que vem ganhando relevância na composição do preço do frete por quilômetro rodado e se mantém em alta, que é o impacto dos juros” — Vinicios Fernandes

    “Mesmo com a redução no valor do combustível e, como consequência, no piso mínimo da tabela do frete, além dos reflexos do segmento agro e da soja, temos outro item que vem ganhando relevância na composição do preço do frete por quilômetro rodado e se mantém em alta, que é o impacto dos juros”, disse o diretor da Repom, Vinicios Fernandes, em nota.

    “Um contexto de altas taxas dificulta o acesso dos caminhoneiros ao crédito para capital de giro e para o financiamento de equipamentos. Além disso, o aumento pelo embarcador no prazo de pagamento do frete sobrecarrega ainda mais o bolso dos profissionais da estrada e diminui seu poder de compra”, prosseguiu Fernandes, conforme comunicado à imprensa da Repom.

    O Índice de Frete Repom (IFR)

    O IFR é um índice do preço médio do frete levantado com base nos 8 milhões de transações anuais de frete e vale-pedágio administradas pela Repom, marca da Edenred Brasil de soluções de gestão e pagamento de despesas para o mercado de transporte rodoviário de carga. A empresa atende a mais de 1 milhão de caminhoneiros em todo o Brasil.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja com genoma editado para tolerância à seca é aprovada pela CTNBio

    Comissão passa a considerar variedade como convencional e não transgênica, tornando os processos de pesquisa menos burocráticos

    A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) acaba de considerar como convencional a soja desenvolvida pela Embrapa para a tolerância à seca, a partir da técnica de edição gênica CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), ou seja, Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas.

    “Ao considerar essa soja como não transgênica, os processos de pesquisa são menos burocráticos e, portanto, conseguimos reduzir o prazo e os custos para que as cultivares tolerantes à seca cheguem ao mercado, com biossegurança assegurada”, comemoram Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja, e a pesquisadora Liliane Henning.

    “Além disso, não haverá a necessidade de conduzirmos o processo complexo de desregulamentação comercial de um produto transgênico, que é demorado e oneroso”, destacam.

    A decisão da CTNBio foi baseada na normativa que regula o uso de técnicas de edição genética no Brasil, a Resolução Normativa nº 16 (RN16), a partir de solicitação da Embrapa Soja (Centro Nacional de Pesquisa de Soja), sediada em Londrina (PR).

    Coleção de sementes de soja

    Primeiramente, os pesquisadores identificaram no Banco Ativo de Germoplasma (BAG), que é uma coleção de sementes com mais de 65 mil acessos de soja (tipos diferentes do grão), quais eram as fontes de tolerância à seca.

    “Essas fontes de tolerância não têm, necessariamente, as características de alta produtividade e sanidade das cultivares comerciais. Por isso, a estratégia da equipe de pesquisa foi utilizar uma cultivar altamente produtiva para alterar seu DNA – via técnica de edição gênica – essa característica que visa reduzir as perdas de produtividade quando da ocorrência de eventos de seca”, defende Nepomuceno.

    Nas casas de vegetação da Embrapa Soja, que são ambientes controlados, a planta editada se mostrou mais tolerante à seca que as outras plantas padrão com que foi comparada. Porém, ainda há necessidade de realizar testes a campo. A partir dessa aprovação da CTNBio, a Embrapa tem a possibilidade de validar a planta editada, em diferentes regiões produtoras de soja.

    “Com esta decisão da CTNBio, teremos condições como empresa pública de testar essa tecnologia a campo e, caso obtenhamos sucesso, reduzir as perdas por falta de água no campo”, explica o chefe-geral da Embrapa Soja.

    Ao se confirmar que a planta editada apresenta as características de tolerância à seca, a soja seguirá as mesmas etapas de desenvolvimento de uma cultivar convencional.

    “Essa soja passará pelos testes que avaliam seu valor quanto ao cultivo e uso, assim como seu comportamento nos diferentes ambientes de produção. Esse processo leva, em média, 3 anos”, explica Henning.

    Perdas causadas pela seca

    A seca é um problema complexo, de ampla abrangência territorial e tem longo histórico de severos danos causados à sojicultura nacional. Levantamento da Embrapa Soja mostra que, na safra 2021/22, os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul perderam mais de R$ 70 bilhões em grãos de soja não colhidos, devido à maior seca das últimas décadas.

    “A tecnologia que estamos desenvolvendo visa ajudar a mitigar estas perdas relacionadas com períodos de veranico”, explica Nepomuceno.

    Edição gênica na Embrapa Soja

    Técnicas para editar e modificar o DNA das espécies são utilizadas desde a década de 1980. Porém, uma das tecnologias mais promissoras na área de edição de genomas é denominada CRISPR. Essa técnica possibilita a identificação de genes de interesse no DNA da espécie em estudo e sua modificação, de acordo com as necessidades da pesquisa. Essa metodologia pode ser considerada revolucionária por permitir a manipulação de genes com maior precisão, rapidez e menor custo.

    A Embrapa Soja vem testando várias metodologias de edição gênica desde 2015. Em setembro de 2022, a CTNBio aprovou a primeira edição no genoma da soja, conduzida pela Embrapa com a técnica CRISPR para desativar alguns fatores antinutricionais (lectina).

    “A lectina, quando presente em rações de aves e suínos, dificulta a absorção de nutrientes, por isso a importância de sua inativação”, explica a pesquisadora Liliane Henning.

    A pesquisadora ressalta que na indústria de rações, esta inativação é feita por calor que gera custos ao setor. “Com a soja que desenvolvemos, a proposta é reduzir estes custos e aumentar a eficiência de ganho de peso em animais que utilizam estas rações”, ressalta.

    Tanto na soja mais tolerante à seca, quanto na soja com fatores antinutricionais desativados, a Embrapa tem utilizado a técnica de CRISPR-Cas9, após obtenção de licença junto à empresa Corteva.

    Harmonização na legislação mundial

    A decisão da CTNBio, respaldada na legislação brasileira (RN16), está alinhada com o que vem ocorrendo na maioria dos países que desenvolvem tecnologias para a agricultura, como os Estados Unidos, o Canadá, a Austrália, o Japão, a China e Argentina.

    “O entendimento é que a biossegurança é mantida quando as alterações no DNA feitas com técnicas de edição gênica reproduzem mutações que poderiam ocorrer naturalmente ou então serem obtidas por técnicas de melhoramento genético tradicional”, relata Nepomuceno. “Por isso, esses organismos com genoma editado não têm sido considerados organismos transgênicos mas, sim, convencionais”, reforça.

    Nepomuceno pontua que a União Europeia (UE), que era a única região do mundo que ainda considerava que qualquer técnica de alteração genética deveria ser considerada como transgenia, alterou sua posição em fevereiro de 2023.

    “A Europa era o último grande player mundial a considerar transgênicos esses organismos com genoma editado. Essa decisão da UE é um grande passo para a harmonização da legislação mundial no que diz respeito ao uso de técnicas de biotecnologia principalmente na agricultura”, ressalta Nepomuceno.

    Democratização no uso das técnicas

    Segundo ele, os países que adotaram inicialmente este procedimento já estão observando um aumento na formatação de pequenas e médias empresas trabalhando nesta área de edição gênica.

    “Está ocorrendo uma democratização no uso destas técnicas, permitindo mais opções tecnológicas ao setor produtivo. Se mais empresas participam desse mercado com diferentes tecnologias, isso favorece que custos reduzam no médio e longo prazo”, diz.

    A Embrapa já havia desenvolvido plantas tolerantes à seca via transgenia, utilizando genes de outras plantas em soja. “Infelizmente, a polêmica em cima desta tecnologia tão importante tornou o custo para uma liberação comercial proibitivo para empresas públicas como a Embrapa, ou nossas universidades. Agora, na era da edição gênica, temos uma grande chance de trazer tecnologias importantes para a agricultura”, explicam Nepomuceno e Henning.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Qualificação técnica marca o lançamento da Operação 365

    O programa tem como objetivo melhorar a qualidade do solo e o sistema produtivo no Rio Grande do Sul

    A Operação 365 tem como objetivo estabelecer um programa para estimular a melhoria da qualidade química, física e biológica dos solos agrícolas, visando elevar a sustentabilidade, a estabilidade produtiva das lavouras e maximizar a rentabilidade das propriedades rurais no Rio Grande do Sul. A CCGL, através da RTC – Rede Técnica Cooperativa e em conjunto com a EMBRAPA e outras instituições parceiras, realizou na última sexta-feira (17/03), no auditório da CCGL, a qualificação técnica para 97 técnicos de 18 cooperativas associadas, marcando assim o início oficial da Operação 365.

    Os técnicos habilitados na qualificação serão certificadores pelo programa e poderão realizar avaliação em talhões de produtores associados às cooperativas. Para que o produtor receba o certificado, os talhões deverão ser cadastrados na plataforma SmartCoop, que será o ambiente para o gerenciamento de dados registrados em cada talhãoA avaliação será feita através dos critérios do Índice de Qualidade do Manejo (IQM), estabelecido pela Operação 365. Nos critérios do IQM são avaliados fatores como: práticas de produção, uso de plantas de cobertura, permanência de palhada, indicadores de custo, questões físicas e químicas do solo, dentre outras.

    De acordo com o nível de certificação de cada talhão, o produtor estará apto a receber benefícios da cooperativa em que é associado. Os benefícios têm como objetivo valorizar os produtores que realizam o manejo adequado, fomentar o uso de boas práticas agrícolas, além de servir como exemplo para outros produtores. Para o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemanski, com o trabalho que será desenvolvido na Operação 365 todos têm a ganhar. – Com o sucesso de um produtor, seu município ganha, sua cooperativa ganha e o Estado vivencia os resultados positivos de uma boa safra. Além disso, a visibilidade das lavouras que estão no nível de excelência permite que as lavouras que não estão com bom resultado sejam diagnosticadas e, assim, surjam opções para soluções, completou Jorge.

    O Gerente de Pesquisa da CCGL/RTC, Geomar Corassa, ressalta que a Operação 365 é um trabalho coletivo em prol da agricultura. – Acreditamos que vamos contribuir para a melhoria da qualidade das áreas da produção do Rio Grande do Sul e, naturalmente, contribuiremos para o aumento da produtividade e da eficiência agrícola tanto de grãos, leite ou carne, completou Geomar.

    Fonte: ASCOM CCGL

  • IGC eleva projeção da safra global 22/23 de grãos, para 2,250 bilhões de t

    Caso confirmado, o volume total da produção ainda será 1,79% menor do que o estimado para a temporada 2021/22, de 2,291 bilhões de toneladas

    Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) aumentou sua previsão de produção global de grãos na temporada 2022/23, para 2,250 bilhões de toneladas, ante 2,248 bilhões de toneladas da previsão divulgada em fevereiro, principalmente por causa do aumento na projeção de produção de trigo, justificou o IGC.

    No entanto, caso confirmado, o volume total da produção ainda será 1,79% menor do que o estimado para a temporada 2021/22, de 2,291 bilhões de toneladas.

    A estimativa para o consumo mundial de grãos foi reduzida de 2,266 bilhões de toneladas para 2,261 bilhões de toneladas. A previsão de estoques passou de 579 milhões de toneladas para 586 milhões de toneladas.

    Para a soja em 2022/23, o IGC diminuiu a estimativa de produção em 8 milhões de toneladas.

    A previsão passou de 378 milhões de toneladas estimadas em fevereiro para 370 milhões de toneladas no relatório atual, em comparação com os 356 milhões de toneladas de 2021/22.

    “Com uma grande safra brasileira mais do que compensando safras menores em outras localidades, principalmente na Argentina, a produção mundial de soja 2022/23 deve aumentar 4%”, disse o IGC em comunicado.

    A projeção de consumo da oleaginosa para 2022/23 foi diminuída em 4 milhões de toneladas em relação a fevereiro, para 370 milhões de toneladas, enquanto para o ciclo 2012/22 ela foi projetada em 365 milhões de toneladas.

    Já a projeção de estoques em 2022/23 caiu para 46 milhões de toneladas, ante 49 milhões de toneladas previstas em fevereiro. O volume do estoque final de soja de 2021/22 foi mantido elevado 1 milhão de toneladas, para 46 milhões de toneladas.

    Quanto ao milho, o conselho reduziu a estimativa de produção de 1,153 bilhão de toneladas para 1,150 bilhão de toneladas em 2022/23.

    O volume representa queda de 70 milhões de toneladas ante o resultado de 1,220 bilhão de toneladas projetado para 2021/22.

    O consumo caiu de 1,180 bilhão de toneladas, previstas em janeiro, para 1,174 bilhão de toneladas, ante 1,219 bilhão de toneladas projetadas para 2021/22.

    Os estoques passaram de 255 milhões de toneladas para 256 milhões de toneladas.

    Em relação ao trigo, na temporada 2022/23, o IGC aumentou a produção de 796 milhões de toneladas para 801 milhões de toneladas.

    O volume continua maior do que as 781 milhões de toneladas previstas para 2021/22, projeção esta que foi mantida em relação a fevereiro.

    A estimativa de consumo também foi conservada em 789 milhões de toneladas, enquanto para 2021/22 ela é de 783 milhões de toneladas. A perspectiva para os estoques do cereal foi elevada em 4 milhões de toneladas, para 286 milhões de toneladas, enquanto para 2021/22 a estimativa é de 275 milhões de toneladas.

    Para a safra 2021/22, o IGC manteve sua previsão de produção global de grãos em 2,291 bilhões de toneladas. Em relação ao consumo mundial de grãos, a previsão passou de 2,295 bilhões de toneladas para 2,297 bilhões de toneladas.

    A previsão de estoques finais foi mantida em 596 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Bayer lança plataforma digital para o agro em parceria com Microsoft

    Informações de atividades de campo obtidas por máquina agrícolas, imagens de satélite, drones e outras fontes serão processadas pelo sistema

    Pouco mais de um ano depois firmar parceria com a Microsoft para desenvolver ferramentas digitais para o agronegócio, a Bayer anuncia os primeiros resultados do acordo: novas soluções para uso não somente dos agricultores, até então foco da estratégia digital da companhia, mas de toda a cadeia ao redor deles, ou seja,  indústria, varejistas, bancos, seguradoras, startups e outros agentes.

    Alguns dos serviços serão ofertados pela própria Bayer, os chamados “AgPowered Services”, utilizando o sistema da Microsoft Azure Data Manager for Agriculture, que coleta e organiza, de forma simplificada, milhares de dados compilados de diferentes fontes.

    Informações de atividades de campo obtidas por máquina agrícolas, imagens de satélite, drones e outras fontes serão processadas pelo Azure Data Manager, armazenadas em nuvem e convertidas em ferramentas mais facilmente utilizáveis por outras empresas para obter análises preditivas, por exemplo.

    “Como olhar para imagens de satélite e remover o efeito de ter nuvens nas imagens? Como usar essas imagens para prever se há doenças ou outras coisas acontecendo na plantação, ou usar os dados para prever como a safra avançará e de que forma isso pode mudar dependendo de ter dias ensolarados ou frios? Estes são exemplos de recursos que vamos oferecer, os AgPowered Services que, combinados com o Azure Data Manageer, permitirão às empresas avançar em suas atividades mais efetivamente”, disse, em entrevista, o presidente global da Climate FieldView, plataforma de agricultura digital da Bayer, Jeremy Willians.

    A oferta de soluções da nova plataforma, contudo, não se limitará aos serviços da Bayer, afirma Willians. “Nossa expectativa é que os clientes sejam capazes de selecionar diferentes grupos de recursos, conforme suas necessidades, e que adicionalmente outras empresas contribuam com tecnologias e recursos para a plataforma. Não será apenas a Microsoft e sua base ou a Bayer; com o tempo serão outras empresas”, afirmou o executivo.

    “Acredito que nos tornaremos algo similar à Amazon, que tem recursos para fornecer, tem seus próprios produtos para venda, mas também tem um marketplace para outras empresas que busquem solucionar um problema por meio da joint venture formada pela plataforma”, disse.

    Com dados próprios e outros fornecidos por parceiros ao longo do tempo – com o consentimento de produtores, seguindo normas legais de cada país, ressalta Willians -, a Bayer deve ampliar o escopo de suas soluções digitais, alcançando empresas de alimentos, bancos, montadoras, grandes e pequenas companhias, além de startups.

    Seu interesse, prevê a empresa, não será só a operação agrícola em si como também sua rastreabilidade, em monitorar o retorno das lavouras, correlacionar com emissões de carbono e outras atividades.

    “Quando um cliente entrar na nova plataforma, encontrará muitas soluções para escolher e poderá fazer parte do sistema às vezes compartilhando dados, às vezes comprando soluções”, disse Willians.

    Um dos parceiros globais da Bayer e Microsoft na estreia da iniciativa será a CNH Industrial, de equipamentos agrícolas, que compartilhará seus dados com a plataforma tendo em vista, em um futuro próximo, oferecer a produtores sistemas de mais fácil uso.

    Outro parceiro, de acordo com Williams, será a Land O’Lakes, empresa norte-americana de alimentos com atuação em todo o país. “Conhecemos muitos bancos interessados em ter recursos digitais que ajudem a avaliar como as operações agrícolas de clientes estão avançando, para usar essas informações em determinados serviços financeiros”, explica o presidente global da Climate FieldView.

    “Ainda teremos o Climate FieldView como a parte do que fazemos focado no produtor. Mas estamos realmente nos movendo para um espaço em que poderemos ter um impacto maior na agricultura, ajudar a indústria de alimentos a ser mais produtiva e sustentável, assim como outras empresas.”

    Após ser lançada neste mês em forma de teste para clientes, a companhia deve anunciar, “mais tarde”, em data a ser definida, o início da operação comercial. Os detalhes sobre como monetizar a nova plataforma ainda estão sendo discutidos, de acordo com Willians, mas a ideia é licenciar soluções, softwares ou aplicativos para as empresas clientes, assim como um usuário paga pelo pacote Office ou por um aplicativo qualquer.

    O número de clientes que poderão ser atraídos para a plataforma nesta nova etapa ainda não foi estimado, diz Willians, mas a perspectiva é que, inicialmente, a maior parte seja de grandes empresas com negócios relacionados ao agronegócio. “Nosso foco inicial tem sido os grandes players, mas acredito que as soluções serão úteis também para empresas de médio porte e também para as pequenas, como startups”, diz.

    A Climate FieldView, plataforma da Bayer focada no produtor rural e no monitoramento de lavouras, chega hoje a 23 países monitorando 220 milhões de acres (pouco mais de 89,030 milhões de hectares) em todo o mundo.  No Brasil, até o começo do ano passado, 22 milhões de hectares eram mapeados pela ferramenta.

    Apesar da perspectiva de cobrança pelas soluções ofertadas na plataforma conjunta com a Microsoft, grande parte do retorno das iniciativas digitais da Bayer vem da melhor avaliação que produtores e clientes passam a ter de seus produtos – agroquímicos e sementes – com o uso de soluções digitais e suas recomendações.

    “Sabemos hoje que as pessoas que já estão na plataforma Climate FieldView avaliam nossos produtos físicos melhor, nos dão pontuações mais altas; com eles, temos menos desgaste e eles compram mais produtos de nossa marca. O que as equipes comerciais acreditam agora é que podemos alavancar um maior engajamento e lealdade para gerar ainda mais valor para a empresa daqui para frente”, argumenta Willians.

    “Escolhemos estrategicamente gerar mais valor do uso do Climate FieldView por meio das vendas de produtos físicos e outros benefícios indiretos, em vez de necessariamente tentar gerar receita de assinaturas, mas é muito claro que o uso da plataforma gera valor para os agricultores e eles estão dispostos a compartilhar isso conosco. O equilíbrio exato entre ganhos diretos e indiretos é algo que vamos otimizar ao longo do tempo.”

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Milho: ‘Não devemos ter problemas de abastecimento no mercado interno’, avalia consultor em agronegócio

    Carlos Cogo falou sobre exportação, consumo e preços do cereal em participação no telejornal ‘Mercado & Companhia’

    Projeções indicam que, na atual safra, o Brasil deve superar os Estados Unidos e assumir a primeira posição no ranking de maiores exportadores de milho do mundo. Consultor em agronegócio, Carlos Cogo registra que o país deve enviar para o exterior 50 milhões de toneladas do cereal. Os norte-americanos, em retração, tendem a ficar na casa das 49 milhões de toneladas.

    Diante do cenário que se desenha, de que o Brasil deve aumentar o volume de exportação de milho, Cogo fez questão de animar os ânimos do mercado local. De acordo com ele, mais envios internacionais não são — e não deverão ser — sinônimos de desabastecimento local.

    milho - eua x brasil

    Foto: Renan Aguiar/Canal Rural

    “Não devemos ter problemas de abastecimento no mercado interno”, disse Cogo ao ser entrevistado pelo Canal Rural. “Há muito mais relatos de problema de abastecimento em anos de quebra da primeira ou segunda safra do que em função de exportações elevadas”, prosseguiu o especialista ao conversar com a jornalista e apresentadora Pryscilla Paiva durante a edição desta quarta-feira (15) do ‘Mercado & Companhia’.

    “Quanto mais exportação, mais estímulo à produção local” — Carlos Cogo

    “Um país que exporta em grandes volumes não tem histórico de desabastecimento de milho. Pelo contrário, até estimula ainda mais investimentos em tecnologia, produtividade e área plantada”, prosseguiu o entrevistado. “Quanto mais exportação, mais estímulo à produção local”, exemplificou.

    Ao Canal Rural, Cogo deu destaque aos principais destinos do milho exportado pelo Brasil. Ressaltou que após abrir mercado para o produto somente no ano passado, a China já é responsável por 12% da fatia de mercado. O Japão, contudo, aparece na ponta, com 18%.

    carlos cogo - milho - destinos

    Foto: Renan Aguiar/Canal Rural

    Milho: exportações x preços

    Carlos Cogo também falou sobre os preços do cereal diante da perspectiva de avanço das exportações pelo Brasil. Assim como a questão de abastecimento, ele acredita que os valores das negociações não devem ser alterados. “Não há correlação entre exportação e alta de preço”, afirmou o consultor em agronegócio ao destacar que o mercado segue paridade internacional de importação e exportação.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/