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março 2023

  • Brasil deve exportar 14,8 milhões de toneladas de soja em março, projeta Anec

    Anteriormente, a entidade previa embarques de 14,6 milhões de toneladas da oleaginosa para o exterior durante o período

    A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) elevou a previsão de exportações de soja do Brasil de 14,662 milhões para 14,893 milhões de toneladas neste mês. A entidade também aumentou a projeção de embarques de milho para 549 mil a 845.063 toneladas, ante 549 mil a 803.219 toneladas previstas na semana passada.

    De farelo de soja, a Anec prevê que as exportações brasileiras devem atingir 2,091 milhões de toneladas em março. No relatório da semana anterior, a projeção era 1,905 milhão de toneladas enviadas para fora do país.

    Quanto ao trigo, o Brasil deve exportar 728.594 toneladas até 31 de março. Conforme o boletim anterior da Anec, 612.824 toneladas era o volume previsto na ocasião.

    Na semana de 5 a 11 de março, o Brasil embarcou para o exterior os seguintes volumes, segundo a Anec:

    • 3,431 milhões de toneladas de soja em grão;
    • 236.617 toneladas de farelo de soja;
    • 118.046 toneladas de milho; e
    • 73.954 toneladas de trigo.

    Exportações de soja até 18 de março

    Para a semana de 12 a 18 de março, a equipe da Anec estima que as exportações devem totalizar 3,371 milhões de toneladas de soja em grão. Para o período, a projeção indica envios de 396.796 toneladas de farelo, 389.164 toneladas de milho e 251.044 toneladas de trigo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Biodiesel pode ser um aliado na transição energética sustentável

    Adicionado à matriz energética brasileira, o biodiesel reduz a necessidade da importação do diesel e pode substituí-lo no longo prazo

    O biodiesel é um biocombustível alternativo ao diesel convencional, ou seja, aquele derivado do petróleo. Possui características muito similares ao óleo diesel, fazendo com que possa ser adicionado ao diesel comum sem prejuízo na combustão.

    Adicionado à matriz energética brasileira, o biodiesel reduz a necessidade da importação do diesel e pode substituí-lo no longo prazo. A principal vantagem está na questão ambiental, mas existe também um apelo social relacionado ao emprego e renda, sobretudo na agricultura familiar.

    Pode se tornar vetor de desenvolvimento local porque pode ser obtido de diversas fontes vegetais, tais como óleos de mamona, do dendê, da soja e até da bocaiuva (palmeira comum no Brasil Central). Também pode ser obtido da gordura animal e de rejeitos como o óleo de cozinha usado.

    Política em prol do biodiesel

    Para incentivar a inserção do biodiesel na matriz energética, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), ligado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, autorizou a mistura de 2% de biodiesel no diesel convencional em 2005, e se tornou compulsória em 2008. O PNPB prevê um aumento progressivo na mistura de biodiesel que hoje já é de 11% e deve chegar a 15% neste ano.

    O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve decidir, ainda esta semana, se mantém estagnada o percentual de biodiesel ao diesel convencional ou se retoma à prática de voltar a subir para chegar a 15% ainda em 2023.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Fertilizantes: Índice de Poder de Compra tem melhora em fevereiro

    Na composição do índice houve um ligeiro recuo, de 2%, nos preços dos insumos

    O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de fevereiro fechou em 0,98, ante 0,99 de janeiro e 1,02 em dezembro. O momento é o mais favorável dos últimos 20 meses — quanto menor o indicador, melhor é a relação de troca para o produtor rural — e revela a boa rentabilidade do produtor rural.

    Na composição do índice houve um ligeiro recuo, de 2%, nos preços dos fertilizantes, provocado principalmente pelo nitrogênio. Por outro lado, o preço das commodities continuou com pouca variação e caiu 0.3% em relação ao mês anterior.

    Atualmente, a atenção do mercado está voltada para a safra brasileira de grãos, com uma colheita recorde se aproximando e desafios das influências das mudanças climáticas, como a seca no Sul do Brasil e na Argentina. Além da entrada da demanda mais forte do hemisfério norte (com destaque para a maior movimentação no mercado dos Estados Unidos) que também está no radar do mercado de agronegócios.

    IPCF e Mosaic Fertilizantes

    O IPCF é divulgado mensalmente pela Mosaic Fertilizantes e consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas. A metodologia consiste na comparação em relação à base de 2017, indicando que quanto menor a relação mais favorável o índice e melhor relação de troca. O cálculo do IPCF leva em consideração as principais lavouras brasileiras: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ciclo do fenômeno La Niña chega ao fim; saiba mais

    Arthur Müller, meteorologista do Canal Rural, fala sobre a mudança climática

    Há três safras, o La Niña atuou no Hemisfério Sul, o que, entre outros problemas, provocou a estiagem no Rio Grande do Sul. Esse fenômeno, contudo, não seguirá ativo no decorrer dos próximos meses, informa Arthur Müller, meteorologista do Canal Rural.

    Com base em dados do National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), departamento mantido pelo governo dos Estados Unidos, Müller cita que o atual ciclo do La Niña chegou ao fim. Agora, há a presença da chamada fase neutra desse fenômeno de interação oceano-atmosfera: o El Niño Oscilação Sul (Enso). Porém, o efeito não é imediato, pois leva-se um tempo para a atmosfera começar a reagir a este sinal de águas superficiais mais quentes no oceano Pacífico Equatorial.

    “Existe a chance do [próximo] verão já começar sob a influência de El Niño” — Arthur Müller

    “As expectativas são que essa neutralidade dure até o fim da primavera 2023”, afirma Müller. “Existe a chance do [próximo] verão já começar sob a influência de El Niño”, informa o meteorologista ao fazer referência à estação que, no Hemisfério Sul, irá de 21 de dezembro deste ano a 20 de março de 2024.

    Dessa forma, a expectativa é de que a próxima safra de verão do Rio Grande do Sul não seja impactada pela estiagem. Com o El Niño, o estado sulista deve contar com o aumento das chuvas.

    Previsão do tempo além do La Niña

    Para além do fator envolvendo o fim do ciclo do La Niña, Arthur Müller destaca a previsão do tempo para os próximos dias. De acordo com ele, as chuvas irão se concentrar, de sábado (11) a terça-feira (14) sobre três pontos espalhados pelo país:

    1. Região Norte como um todo;
    2. Oeste nordestino; e
    3. Norte de Mato Grosso.

    Nessas áreas, a expectativa é de que a chuva tenha volumes de 50 a 120 milímetros. Por outro lado, o interior do Nordeste e o centro-sul do Rio Grande do Sul seguem sem previsão de acumulados até o início da próxima semana. O tempo seguirá quente e úmido nas demais faixas do país.

    Altos acumulados x baixa umidade

    Na relação da previsão do tempo com as atividades rurais, o meteorologista do Canal Rural apresenta — desta vez — dois alertas:

    • Soja

    Os altos acumulados de precipitação para os próximos dias na região Norte e no norte de Mato Grosso podem gerar transtornos durante a colheita da soja. Isso porque solo já se encontra bem úmido devido às chuvas dos últimos dias.

    • Trabalho de campo

    Devido à baixa umidade relativa e ao calor no interior do Nordeste e no sul do Rio Grande do Sul, um cuidado extra com a hidratação se faz necessário no trabalho de campo dessas localidades.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Grupo propõe mudança no calendário do plantio de soja no RS

    Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja vai encaminhar proposta para o governo federal

    No que depender da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, o calendário de plantio da oleaginosa no Rio Grande do Sul sofrerá mudanças. Nesta semana, o colegiado aprovou a ideia de avançar com a proposta de antecipar em 10 dias os períodos de vazio sanitário e de semeadura do grão no estado.

    Atualmente, o vazio sanitário do Rio Grande do Sul vai de 13 de julho a 10 de outubro, com o plantio liberado de 11 de outubro a 18 de fevereiro. Ou seja, a câmara defende a alteração para que o vazio sanitário à cultura seja definido de 3 de julho a 30 de setembro. Consequentemente, a semeadura ficaria liberada de 1º de outubro a 18 de fevereiro.

    A ideia da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja é implementar o novo calendário para a próxima safra, 2023-24. Em apresentação no estande do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar-RS) na Expodireto Cotrijal, evento que ocorre nesta semana no município gaúcho de Não-Me-Toque, o grupo avisou que encaminhará ofício nesse sentido ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

    Presente no encontro que se discutiu o tema, o diretor-geral adjunto da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn, afirmou que a ideia se dá com base em números e dados de órgãos técnicos.

    “É fundamental para adoção de políticas fitossanitárias, em especial sobre a ferrugem asiática da soja” — Ricardo Felicetti

    “A participação da Câmara — por meio de produtores, entidades representativas, técnicos e integrantes da cadeia produtiva da soja — é fundamental para adoção de políticas fitossanitárias, em especial sobre a ferrugem asiática da soja, uma das maiores ameaças fitossanitárias do Brasil na cultura”, ressalta Ricardo Felicetti, diretor do departamento de defesa vegetal da Seapi.

    Vazio sanitário da soja

    O vazio sanitário foi instituído pelo governo federal como uma das medidas fitossanitárias para o controle da ferrugem da soja, com pelo menos 90 dias sem a cultura e plantas voluntárias no campo. O Mapa também definiu o calendário de semeadura da oleaginosa como ação complementar para racionalização do número de aplicações de fungicidas e redução dos riscos de desenvolvimento de resistência do agente causal da doença.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • ‘Royalty na soja é fundamental para continuidade de investimentos’, diz diretor da Bayer

    Entidades do setor lançaram clube de inovação para discutir os desafios para os próximos dez anos na produção da oleaginosa

    A soja brasileira se consolidou como uma potência agrícola na última década, transformando a realidade de milhares de produtores. Para garantir que o grão siga esse caminho de sucesso, discutir os desafios para os próximos anos com todos os elos da cadeia é fundamental.

    Esse é o objetivo do Grupo de Inovação Soja, iniciativa que conta com a participação de 48 entidades de todo o país, como a Bayer. De acordo com o diretor de Negócios de Soja e Algodão da empresa, Fernando Prudente, a ação vem da necessidade de união dos atores responsáveis pelos altos níveis produtivos da oleaginosa.

     “A iniciativa é: aproveitar essa força que a gente já tem, que já existe, e criar uma estrutura, um guarda-chuva, que chamamos de Clube da Inovação Soja para que seja uma coalização para defender inovação, tecnologia e sustentabilidade na cultura da soja no Brasil”, destaca.

    Desafios para a próxima década

    Nos próximos dez anos, a área plantada com soja no país deve aumentar aproximadamente 24,4%, chegando em 51,5 milhões de hectares, especialmente em estados do Centro-Oeste e Nordeste. Já a produção pode atingir cerca de 180 milhões de toneladas. Os dados provém do estudo “Projeções para o Agronegócio”, feito pelo Mapa em parceria com Embrapa e Universidade de Brasília.

    Para alcançar esses índices, os desafios são muitos, como a recuperação de áreas degradas, o lançamento de novas cultivares resistentes a pragas e a mitigação dos efeitos da estiagem na lavoura.

    Entre as questões que também preocupam os membros do Clube é a segurança jurídica do setor. Empresas que lançam biotecnologias enxergam a manutenção do pagamento de royalties como essencial para continuar investindo no país.

    “O Brasil aprovou o marco regulatório na década de 1990 que deu segurança para todas as empresas, não só a Bayer, que pudessem investir e continuar investindo e tinham certeza, segurança desse retorno de investimento. Então a defesa da propriedade intelectual traz segurança jurídica para qualquer empresa continuar investindo no mercado brasileiro”, acredita Prudente.

    Defesa de royalties na soja

    O alto investimento no lançamento de uma nova biotecnologia resistente às principais pragas que atacam a soja é o principal argumento das empresas. Eestima-se que do início do desenvolvimento da semente até o registro no mercado sejam gastos em torno de 115 milhões de dólares.

    Segundo o presidente da Associação Brasileira de Sementes de Soja (Abrass), Gladir Tomazelli, a segurança jurídica é uma necessidade para todos. “É para quem provém a biotecnologia, para quem provém a genética, para quem planta, para quem multiplica. É de vital importância para o avanço das tecnologias para todos os elos da cadeia. Então todos nós devemos fazer o nosso papel de produzir dentro da legalidade para que todos os elos da cadeia tenham a possibilidade de ganhar com essas tão avançadas ferramentas”, declara.

    A quebra de patentes na Argentina tem servido de alerta às entidades que compõem o Clube da Inovação Soja. “O Brasil seguiu e segue esse caminho de defesa de propriedade intelectual. Na Argentina foi o contrário. Eles não conseguiram acertar toda a cadeia e hoje várias empresas saíram daquele mercado por não ter essa segurança”, completa Prudente, da Bayer.

    Por aqui, as empresas já começam a preparar as sementes que serão utilizadas pelos produtores no final da próxima década, sempre ampliando o espectro de ação de resistência a novas pragas e defensivos. Contudo, desafios ainda persistem, como biotecnologias resistentes a percevejos, variedades que não se concentrem apenas no aumento de produtividade, mas, também, no incremento de proteína e óleo do grão.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Trigo transgênico: aprovação traz tranquilidade ao setor, afirma entidade

    Abitrigo entende que decisão dá fim a risco operacional no mercado nacional

    A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) divulgou nota favorável à aprovação do plantio, da importação e da comercialização do trigo transgênico, HB4, da Bioceres. O posicionamento foi apresentado na última sexta-feira (3).

    O documento assinado pelo presidente da entidade, Rubens Barbosa, pondera que a medida resolve o risco operacional que existia desde a aprovação da importação de farinha com trigo geneticamente modificado. Dessa forma, a instituição avalia que a decisão de agora leva “tranquilidade aos diferentes atores do mercado”.

    A Abitrigo reforça que é a favor do desenvolvimento de inovações que tragam benefício à saúde e à segurança alimentar dos brasileiros. Com isso, sinaliza que vai se limitar a “oferecer comentários sobre o aspecto mercadológico da decisão”.

    Trigo transgênico no Brasil

    Como, segundo a entidade, não ocorreram manifestações contrárias ao trigo transgênico desde a aprovação da importação de farinha, e pesquisas realizadas no período deram sinais de que os brasileiros não se opunham ao uso, a entidade acredita que “a palavra final ficará com os consumidores”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Milho: colheita de verão atinge 35,4% no Brasil

    É o que aponta o mais recente levantamento da consultoria Safras & Mercado

    A colheita da safra de verão 2022/23 no Brasil de milho atingia 35,4% da área estimada de 4,188 milhões de hectares até sexta-feira (3), segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado.

    Os trabalhos de colheita atingem 67,2% da área no Rio Grande do Sul, 50,9% em Santa Catarina, 28% no Paraná e 22,4% em São Paulo. Em Goiás, o total colhido chega a 7,1% e em Minas Gerais em 4,8%. No Mato Grosso do Sul, o índice chega a 3,2%. Já no Mato Grosso o total colhido é de 4%.

    No mesmo período do ano passado, a colheita atingia 44,8% da área estimada de 4,385 milhões de hectares da safra verão 2021/22. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 33,5%.

    Desempenho da safrinha de milho

    O plantio da segunda safra de milho 2023 no Centro-Sul do Brasil, popularmente conhecida por safrinha, atingiu 57% da área estimada de 14,952 milhões de hectares, também segundo levantamento da Safras & Mercado, com dados até 3 de março.

    Os trabalhos atingem 33,5% da área no Paraná, de 2,28 milhões de hectares. Em São Paulo, o plantio ocupa 26,8% da área prevista de 527 mil hectares. Em Mato Grosso do Sul, o plantio chegou a 44,6% dos 2,196 milhões de hectares previstos. Dos 2,413 milhões de hectares projetados em Goiás, o plantio alcançou 50,7%. Já em Mato Grosso, o cultivo está em 78,9% dos 6,653 milhões de hectares previstos. Enquanto isso, em Minas Gerais o plantio está em 18,5% dos 883 mil hectares.

    No mesmo período do ano passado o cultivo atingia 70% da área de 14,809 milhões de hectares da safrinha 2022, enquanto a média de plantio para o período nos últimos cinco anos é de 65,2%.

    Na região do Matopiba, os trabalhos atingem 21,2% da área estimada em 1,244 milhão de hectares. No mesmo período do ano passado, o plantio era de 15,9% de 1,192 milhão de hectares cultivados na safrinha 2022. Já a média de plantio para o período nos últimos cinco anos é de 11,8%.

    Até agora, o plantio atinge 40,3% da área prevista de 348 mil hectares no Tocantins e de 7,2% dos 194 mil hectares esperados na Bahia. A semeadura atinge 16,9% no Maranhão e 12,3% no Piauí.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Pecuária leiteira do Brasil é de baixo carbono, destaca estudo

    Pesquisa da Embrapa aponta que, em sistemas intensivos em pastagem, são necessárias 52 árvores por vaca para chegar ao leite carbono zero

    Um estudo conduzido pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) aponta que são necessárias 52 árvores por vaca nos sistemas intensivos de produção para chegar ao leite carbono zero. O plantio de árvores é uma estratégia de compensação da emissão de gases de efeito estufa (GEEs).

    Podendo ser usado por pecuaristas para o desenvolvimento de uma pecuária mais sustentável e voltada para a descarbonização. Em sistemas extensivos (baixo nível tecnológico), essa quantidade é de 33 eucaliptos.

    O trabalho, divulgado na publicação internacional Frontiers in Veterinary Science, avaliou o efeito de vacas holandesas (HPB – Preto e Branco) e de jersolandas em diferentes níveis de intensificação – pastejo contínuo com baixa taxa de lotação e rotacionado irrigado com alta taxa de lotação – e a interação entre esses dois fatores na mitigação de GEEs.

    No experimento, foi realizado o balanço de carbono entre as emissões de GEEs (inclusive de metano – CH4 entérico) e as remoções de GEE, por meio do sequestro de carbono do solo. Essas variáveis ​​foram usadas para calcular o número de árvores necessário para mitigar a emissão e o efeito poupa-terra.

    Segundo informações da Embrapa, foram considerados dois diferentes modelos produtivos brasileiros a pasto – extensivo e intensivo. O trabalho também comparou duas raças, a HPB e a jersolanda, tradicionalmente utilizadas no País para a produção de leite.

    Considerando apenas a raça, na comparação entre as holandesas e as jersolandas, estas são mais eficientes em relação às emissões. Com o plantio de 38 árvores por vaca, o produtor faz a compensação; os que utilizam a raça holandesa precisam de oito árvores a mais por vaca.

    De acordo com a pesquisadora Patrícia P. A. Oliveira, a pecuária brasileira é realizada principalmente em pastagens. Dessa forma, a demanda de redução das emissões e da pegada ambiental, dá uma vantagem a mais ao País. Sendo os bovinos criados a pasto, a necessidade de árvores para a compensação das emissões de GEEs é menor, porque na contabilização do balanço de carbono, o sequestro de carbono do solo, positivo nos dois sistemas testados, contribui na compensação das emissões.

    A produção de leite brasileira e as questões de sustentabilidade

    O Brasil produz 35 bilhões de litros de leite por ano, ocupando o terceiro lugar no ranking mundial. As propriedades, a maioria de pequeno e médio porte, estão distribuídas em 98% dos municípios brasileiros, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total, mais de quatro milhões de pessoas estão envolvidas na produção de leite no país.

    “As gramíneas são a principal fonte de alimento para o gado leiteiro em sistemas baseados em pastagens de qualidade comprometida” — Patrícia P. A. Oliveira

    No entanto, a produtividade é muito baixa na maior parte dessas fazendas. A média de litros de leite por vaca em lactação é em torno de quatro litros ao dia no Brasil, enquanto a média mundial é próxima a 10 litros diários. “Esse cenário discrepante de baixa eficiência sistemática pode ser explicado pelo modelo de produção adotado. As gramíneas são a principal fonte de alimento para o gado leiteiro em sistemas baseados em pastagens de qualidade comprometida, que muitas vezes são manejados abaixo de sua taxa de lotação potencial, com uma média nacional de uma vaca por hectare”, complementa a pesquisadora.

    O setor, além de ter a demanda de elevar a produtividade, viu aumentar nos últimos anos as expectativas dos consumidores em relação à qualidade do produto e às questões de sustentabilidade e bem-estar animal. É crescente a preocupação com as mudanças climáticas. No Brasil, a agropecuária é responsável por 33,6% das emissões brasileiras de GEE, sendo 19% vindas da fermentação entérica. O rebanho bovino contribui com 97% das emissões de metano, sendo 86% do rebanho de corte e 11% do gado leiteiro.

    “Estratégias para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, como mudanças no manejo de sistemas de produção de leite a pasto, por meio da intensificação da utilização de forragem e uso de raças e cruzamentos de animais mais especializados, podem contribuir para compensar as emissões de GEE. Comparados aos sistemas leiteiros tradicionais são sumidouros de carbono. Essas ações – melhorar a fertilidade do solo e manejo das pastagens, a nutrição e a genética animal são pontos básicos e de fácil adoção – podem contribuir para o balanço de carbono das fazendas leiteiras e diminuir a necessidade de outros procedimentos externos, como a compra de créditos de carbono para compensar as emissões”, enfatiza a pesquisadora.

    A intensificação sustentável dos sistemas de produção de pecuária leiteira pode se tornar uma tecnologia chave para a mitigação das mudanças climáticas. “Resultados de experimentos de longo prazo nesta área são importantes para regiões tropicais e subtropicais e precisam ser realizados, mesmo sendo bastante onerosos e laboriosos”, acrescenta.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Lavouras registram quebra de 30% no Rio Grande do Sul

    Situação se dá mesmo diante da melhora na condição registrada na última semana

    Na última semana, as chuvas ocorreram de maneira mal distribuída no Rio Grande do Sul, com os volumes variando de 35 a 50 milímetros na média. Mesmo irregulares, as chuvas ajudaram a soja. Apesar de ainda precisar de umidade, 85% da cultura já está largando flores ou vagens. Na região de Santa Rosa, há muitas lavouras com perdas irreversíveis e já aconteceram os primeiros acionamentos do Proagro. Segundo a Emater-RS, a situação é bem desigual no estado.

    “Nesse momento, a gente já estima perdas superiores a 6 milhões de toneladas do que tínhamos previsto”, alerta o coordenador da área de culturas da Emater-RS, Elder Dal Prá. “No entanto, temos ainda chance de ter boas produtividades em algumas regiões. Nesses anos, as precipitações são heterogêneas. Nas regiões nordeste, dos campos de cima da serra e do planalto, nós temos uma safra quase que normal. E ainda temos a região leste, de Camaquã a Joaguarão, que podemos ter boas produtividades.

    Na região de Bagé, produtores rurais aproveitam a umidade e, assim, fazem plantio e replantio Muitos, contudo, já desistiram e guardam os insumos comprados para a safra de inverno. Quem planta agora fica de fora do zoneamento agrícola de risco climático — e a lavoura não pode ser segurada.

    “Teremos uma diminuição do potencial produtivo dessas áreas. Outra situação que agrava é a ocorrência de ferrugem asiática, que é a principal doença do cultivo [de soja]. Se começarmos a ter precipitações regulares e temperaturas não tão elevadas, nesses plantios tardios também podemos ter ocorrência de ferrugem e, como consequência diminuir, a produtividade. Os agricultores devem realizar o plantio mesmo fora de época? Devem! Mas devem ter ciência de que o risco é maior”, afirma Dal Prá.

    Lavouras de milho e arroz no RS

    No milho, a colheita avança. Até o momento 54% das lavouras já foram colhidas no Rio Grande do Sul. As de ciclo avançado têm as maiores perdas. Em Caçapava do Sul, por exemplo, 88% das lavouras são consideradas perdidas. Em Erechim, 40% das lavouras estão no enchimento de grãos. Na região de Ijuí, as lavouras semeadas em dezembro e janeiro estão em boas condições.

    “O impacto não se dá só nesse cultivo, se dá em função da falta desse cereal para a alimentação de aves, suínos, gado de corte e leite” — Elder Dal Prá

    “A região nordeste [gaúcha] é a exceção, mas o restante do estado tivemos perdas consolidadas de 80 a 90% na média de alguns municípios. E o milho é um grão que é transversal dentro das cadeias”, lamenta o coordenador da Emater-RS. “O impacto não se dá só nesse cultivo, se dá em função da falta desse cereal para a alimentação de aves, suínos, gado de corte e leite”, explica Elder Dal Prá.

    No arroz, a colheita avança para 4% da área no Rui Grande do Sul. E há preocupação com as temperaturas abaixo de 10 graus registradas na semana passada, que podem interferir no potencial produtivo de lavouras na Fronteira Oeste e na Campanha.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/