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maio 2023

  • Prazo para Declaração Anual de Rebanho abre na quinta-feira (1)

    O prazo para a Declaração Anual de Rebanho, obrigação sanitária de todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais, inicia-se na quinta-feira (1/6) e vai até 31 de outubro. Assim como no ano passado, a atualização cadastral conta com informações detalhadas sobre a propriedade rural e os sistemas de produção animal. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) espera receber 380 mil declarações, correspondentes ao número de estabelecimentos que trabalham com produção animal registrados no Sistema de Defesa Agropecuária (SDA).

    Os formulários estão disponíveis no link www.agricultura.rs.gov.br/declaracao e podem ser entregues de duas formas. Na primeira, o produtor comparece à Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária de referência e informa verbalmente os dados a serem lançados. Com uma opção fácil de geração de senha do Produtor Online, ele assina digitalmente a declaração. Na segunda opção, o produtor baixa os formulários no site da Seapi, preenche e os entrega na Inspetoria de Defesa Agropecuária (IDA) ou no Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de seu município.

    “É de extrema relevância conhecer exatamente como está distribuída a população animal em nosso Estado, seja por espécie ou faixa etária. Um sistema robusto, com informações de qualidade, é a base para políticas públicas mais assertivas, em prol da sanidade dos rebanhos”, destaca a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Rosane Collares.

    A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade. Formulários específicos devem ser preenchidos para cada tipo de espécie animal que seja criada no estabelecimento, como equinos, suínos, bovinos, aves e peixes, entre outros. No formulário de caracterização da propriedade, há campos como situação fundiária, atividade principal desenvolvida na propriedade e somatória das áreas totais, em hectares, com explorações pecuárias. Já os formulários específicos sobre os animais apresentam questões sobre finalidade da criação, tipo de exploração, classificação da propriedade e tipo de manejo, entre outros.

    Fonte: https://www.rs.gov.br/inicial

  • Complexo soja: queda nas cotações impacta na relação entre volume e receita

    Brasil exportou 52 milhões de toneladas do complexo soja de janeiro a maio deste ano, mesmo volume alcançado em 2022, mas os embarques geraram receita menor do que em 2022

    De acordo com o Comex Stat, de janeiro a maio deste ano, foram exportadas 52 milhões de toneladas do complexo soja (que inclui farelo, grão e óleo), o que gerou receita de US$ 28,8 milhões. No mesmo período de 2022 foi embarcado igual volume de produtos, mas com uma receita superior, de US$ 29,7 milhões.

    De acordo com Giovani Ferreira, diretor de conteúdo do Canal Rural, a queda nas exportações tem impactado na relação entre volume e receita cambial do complexo soja.

    “A gente não tem uma perspectiva de alta no preço das commodities neste ano. Devemos exportar mais do que no ano passado. Fizemos quase 80 milhões de toneladas de grãos em 2022 e em 2023 devemos exportar 95 ou 96 milhões de toneladas, mas com uma receita cambial menor do que a do ano passado”, disse Ferreira.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Catar retira restrições à carne bovina brasileira após caso atípico de ‘vaca louca’

    Anúncio se soma à recente reabertura dos mercados da Tunísia, Palestina e Rússia, informa o Ministério da Agricultura

    O governo federal informa que o Catar anunciou nesta segunda-feira (29) o fim das restrições à carne bovina brasileira, impostas pelo país em razão do caso atípico da doença da “vaca louca” ocorrido em fevereiro, no Pará.

    O anúncio se soma à recente reabertura dos mercados da Tunísia, Palestina e Rússia, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

    Diferentemente da forma clássica da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) – doença conhecida como “mal da vaca louca” -, a forma atípica é de ocorrência natural e espontânea no rebanho bovino, não representa risco à saúde pública, lembra o ministério em nota. Tampouco justifica restrições à importação, conforme diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

    Em função do caso, o Catar havia incluído o Brasil, em 5 de março, na lista de medidas de precaução, que submetia o produto a condições restritivas.

    Exportações de carne bovina ao Catar

    Segundo o Mapa, em 2022 as exportações de carne bovina para o Catar somaram cerca de US$ 36,9 milhões, o equivalente a 6 mil toneladas do produto.

    No primeiro trimestre de 2023, a corrente de comércio entre o Brasil e o Catar foi de US$ 231,6 milhões; nesse período, as exportações de proteína animal ao Catar corresponderam a aproximadamente 75% do total exportado pelo Brasil.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Drones garantem 66% de precisão no monitoramento de pastagens

    Experimentos reforçam a qualificação de drones para aumentar a eficiência da agropecuária

    Pesquisas da Embrapa apontam que o uso de drones para o monitoramento da cobertura e altura de pastagens alcançou 66% de acurácia no Cerrado baiano.

    Os experimentos, realizados entre 2019 e 2021, reforçam a qualificação dessa ferramenta de sensoriamento remoto para aumentar a eficiência da agropecuária, com otimização do tempo, produtividade do trabalho no campo e ampliação da capacidade de observação e controle da produção rural.

    A pesquisa foi desenvolvida na Fazenda Trijunção, no município de Cocos, interior da Bahia, em sistema de pecuária de corte com pastejo rotacionado e uso da braquiária BRS Piatã.

    Segundo a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul (RS) Márcia Silveira, o trabalho comparou os dados digitais da altura do pasto e cobertura do solo, captados a partir das imagens feitas por drones, com os valores observados a campo, a partir de métodos tradicionais de medição, como a avaliação por equipe treinada e mensuração com régua de manejo, bem como avaliação de cobertura do solo e amostragem de forragem.

    “O nosso objetivo foi verificar se um drone comum, passível de ser adquirido por um produtor, aliado a um treinamento de máquina, pode auxiliar na estimativa da cobertura vegetal e altura da planta”.

    Segundo ela, o objetivo era avaliar se o uso correto dessa ferramenta pode ajudá-los na tomada de decisões relacionadas ao manejo do gado, mediante esse comparativo entre as imagens geradas pelo drone e as informações obtidas no campo, considerando medição de altura, corte de forragem e cobertura do solo pela planta forrageira.

    De acordo com a Embrapa, as bandas de imagens realizadas por drones em diferentes épocas, durante dois anos, foram comparadas com três classes de cobertura do solo, que representam o manejo de uma propriedade pecuária:

    • Pré-pastejo;
    • Em pastejo; e
    • Pós-pastejo.

    Além de contar com uma categoria denominada de solo exposto.

    O software R-Studio, de recuperação de dados, foi usado para validação do algoritmo e análise das imagens captadas pelo drone.

    Dessa forma, a fórmula aplicada combinou as diferentes bandas da imagem para predizer a classe de cobertura e altura do pasto. A avaliação da precisão do padrão desenvolvido foi realizada a partir da análise da matriz de confusão (erro) e da matriz de acerto do programa.

    Potencial de drones na pecuária brasileira

    A pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo (MG) e líder do Projeto Trijunção, do qual esse estudo faz parte, Flávia Santos, destaca que o desenvolvimento dos procedimentos para processamento e a análise de imagens de drones realizados pela Embrapa durante a pesquisa reforçam os benefícios do uso do sensoriamento remoto como ferramenta auxiliar no manejo de pastagens.

    “Futuramente, os estudos podem servir como base para a criação de novos produtos, como aplicativos para smartphones, otimizando ainda mais o trabalho no campo”, acrescenta.

    “Com o banco de dados referente a apenas dois anos já foi possível visualizar o potencial desse tipo de informação. Vamos continuar fazendo o monitoramento para obter mais dados e aumentar a robustez do script para o treinamento de máquina. Esperamos, com mais dados, extrapolar esse tipo de informação para diferentes tipos de pastagens”, pontua a pesquisadora.

    Quantidade e qualidade da forragem

    O uso de vants (veículos aéreos não tripulados) é mais uma estratégia para aumentar a eficiência da atividade pecuária, auxiliando no planejamento e manejo das pastagens, a partir do equilíbrio entre oferta e demanda de alimento para os animais.

    O ponto-chave está na disponibilidade de forragem em quantidade e qualidade, além da manutenção das condições de persistência e rebrote das plantas de forma rápida e vigorosa.

    “A altura pode ser utilizada como critério prático para definir o momento ideal de pastejo, bem como permite identificar a necessidade ou não de realização de ajustes de carga animal, visando estabelecer condições ótimas de utilização do pasto mediante os principais processos envolvidos no crescimento e utilização das plantas forrageiras sob pastejo”, diz Márcia.

    Segundo ela, para que essas recomendações de altura possam ser respeitadas, faz-se necessário o monitoramento das áreas de pastagem com maior frequência, no sentido de tomar decisões de ajuste de carga e rotação dos animais entre as áreas de forma mais efetiva.

    “Logo, a utilização de técnicas de monitoramento, como o sensoriamento remoto, apresenta-se como promissora no auxílio às tomadas de decisão referentes ao manejo de pastagens”, conclui.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Confinamento: estudo mostra que nutrição representa 90% do custo de produção

    Levantamento da empresa Ponta considerou bovinos machos em terminação com período de confinamento entre 30 e 200 dias

    nutrição animal tem sido, há quatro anos, a maior vilã dos confinamentos bovinos no Brasil e o cenário deve se repetir em 2023. A avaliação é da Ponta, empresa de tecnologia com foco na gestão da informação e da precisão na pecuária.

    Conforme estudo da empresa, no primeiro trimestre deste ano, o investimento por boi confinado alcançou R$ 1.667,16. Já a nutrição dos animais atingiu R$ 1.492,65 por cabeça, representando quase 90% do custo total de produção.

    O levantamento, que considerou bovinos machos em terminação com período de confinamento entre 30 e 200 dias, também aponta que a alimentação do gado representou 89% dos custos de produção no ano passado, mesmo percentual do início do monitoramento, em 2019. Em 2020 e 2021, foram de 88% e 91%, respectivamente.

    Dólar e Ucrânia afetam custo da nutrição

    O dólar fortalecido e a guerra na Ucrânia devem continuar a causar impacto no valor da nutrição animal, baseada especialmente em milho e farelo de soja. Por isso, o veterinário e líder de Estratégia da Ponta, Marcelo Ribas, disse em nota que é fundamental que o pecuarista invista em tecnologias para otimizar os rendimentos da fazenda.

    “A escalada de preço vem se repetindo com crises sequenciais desde 2019 e se agravou com a chegada da pandemia de covid-19. Por isso, é fundamental ter animais e processos produtivos mais eficientes para poder garantir a margem da fazenda. Uma das soluções está na automatização dos processos que envolvam justamente a nutrição animal”, disse.

    Automatização no confinamento

    Margens estreitas exigem eficiência na engorda. Um dos fatores decisivos para garantir um processo de nutrição estratégico dentro das propriedades é o uso de tecnologias de automatização, que permitem o planejamento de compra de insumos e de dieta e gestão de estoque, na avaliação da Ponta. São softwares robustos de gestão que levam a um maior controle da operação e dos custos.

    Conectada à tecnologia que automatiza a fabricação de ração e o fornecimento do trato dos animais, o que se tem é a redução do tempo de cada operação e, principalmente, o menor desperdício de alimentos.

    Inovação tecnológica constante é uma das apostas da Ponta, que projeta um crescimento de receita de cerca de 150% para os próximos três anos, quando o faturamento deverá chegar a R$ 47,9 milhões.

    Responsável pela gestão de mais de R$ 22 bilhões em ativos, considerando apenas o valor dos animais gerenciados, a companhia atende a 68% do mercado de confinamento no país, gerindo informações de mais de 7 milhões de cabeças (a pasto e confinamento) de nove países, em quatro continentes.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Abiove atualiza dados do complexo soja. Números surpreendem

    Entidade revisou dados de produção do grão de soja, do farelo e do óleo, além de ter elevado expectativas para a exportação da commodity

    A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) atualizou as projeções para a safra 2022/23 e as estatísticas mensais do complexo soja até o último mês de março.

    De acordo com os dados mais recentes, a produção da oleaginosa na atual safra cresce em relação à projeção do mês passado, de 153,6 milhões de toneladas para 155 milhões.

    Este incremento de 1,4 milhão de toneladas se deve à revisão positiva das inteligências das empresas associadas à entidade com base em informações sobre área plantada e produtividade.

    Farelo e óleo de soja

    O processamento da soja também cresce em 500 mil toneladas, de 52,5 milhões da última estimativa para 53 milhões no atual cenário, muito em função da maior procura por farelo e óleo no mercado motivada por fatores como o aumento da mistura de biodiesel adicionado ao diesel comercial de 10% para 12%.

    Segundo a Abiove, vale destacar que nos três primeiros meses deste ano, o esmagamento chegou a 12,1 milhões de toneladas, um salto de 5,6% em comparação ao mesmo período do ano passado (11,5 milhões).

    Por falar em coprodutos da soja, a produção de farelo teve um incremento de 1%, de 40,2 milhões de toneladas para 40,6 milhões. Já a estimativa de produção do óleo de soja ficou mantida em 10,7 milhões de toneladas.

    Aumento das exportações

    Mais uma vez, a demanda internacional por produtos do complexo brasileiro da soja elevou as projeções de exportação para este ano, conforme a entidade.

    O grão cresce de 93,7 milhões de toneladas aferidas na projeção anterior para 95,7 milhões no atual balanço.

    A comercialização do farelo aponta para um pequeno crescimento:

    • 21 milhões de toneladas para 21,4

    A exportação de óleo de soja não sofreu variação e segue em 2,1 milhões de toneladas.

    Com estes números, a expectativa é de que as divisas com exportações do complexo soja fiquem na casa dos US$ 66 bilhões neste ano. A saber:

    • Soja em grão: US$ 52,6 bilhões
    • Farelo: US$ 10,7 bilhões
    • Óleo de soja: US$ 2,6 bilhões

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Como será a margem de troca para a soja e o milho em 23/24?

    Consultores de mercado avaliam preços da oleaginosa e do cereal nos últimos dois anos e mostram o que ainda está em jogo para o produtor

    A pandemia e a guerra da Rússia contra a Ucrânia fizeram as principais commodities agrícolas atingirem os maiores patamares da história. Em março do ano passado, a soja chegou a 16,89 dólares o bushel, valorização de 79,8% em comparação ao período pré-emergência sanitária.

    Já o milho foi cotado a 8,15 dólares o bushel, 114% a mais em comparação à mesma época. No entanto, o custo de produção acompanhou essa evolução. Nesta última safra, quando o produtor foi colher, muitos perceberam que não conseguiam pagar o investimento que fizeram na lavoura.

    De acordo com o analista da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, em 2022 o agricultor precisou comprar os insumos em um dos maiores níveis em muitos anos. “Quando se compara o que ele gastou e o que ele está faturando, muitos produtores estão no zero a zero. Nos anos anteriores estava acostumado a ter margem positiva”.

    Oferta maior, preços menores

    Para os consultores, o movimento de pressão baixista para as commodities deve continuar nas próximas safras por causa de uma oferta maior e uma demanda ainda tímida. A soja, por exemplo, está no chamado “mercado invertido”, com preços ainda elevados no curto prazo, mas com queda acentuada nos contratos mais longos, especialmente em 2024.

    Segundo o analista da Cogo Inteligência, Carlos Cogo, há uma recuperação da oferta no mercado global, o que leva os preços a caírem de forma acentuada.

    “A soja está se aproximando de patamares próximos de 12 a 12,5 dólares por bushel, ante os 15 a 16 que tivemos desde a guerra até bem pouco tempo atrás. O contrato que está para vencer agora ainda está 15 dólares por buschel. A partir daí, 14, 13,50 e, na sequência do segundo semestre, de 13 até 12 dólares por bushel”.

    Relação de troca para soja e o milho

    Quanto à relação de troca para a próxima safra, os analistas acreditam que será melhor em relação à última, mas pior em comparação a 2020/21.

    “Essas margens estão projetadas em 21% de margem bruta e, teoricamente, de 0% de margem líquida. Só que o milho vem de margens em 2021 de 64%, depois em 2022 de 55%. É uma queda bastante acentuada. O importante agora é olhar que a partir de agora a relação de troca melhora muito. Os fertilizantes estão em franca queda de preços no mercado global”, enfatiza Cogo.

    Ele lembra que os nitrogenados, fosfatados e o potássio caíram entre 45% e 65% em dólares. “Isso vai levar a uma baixa bastante acentuada do custo de produção para a próxima temporada da safra de milho e segunda safra de 2024. E as margens já estão projetadas ao redor de 33%, ou seja, bem maiores que as atuais e já com a leitura de preços menores que foram praticados nos últimos dois anos”.

    Sobre a soja, a situação é um pouco mais preocupante. “Nós temos o que chamamos de tempestade perfeita. Hoje essa rentabilidade da soja no Cerrado, em termos brutos, cai para 13%. Lembrando que a soja tinha deixado uma margem bruta em 2021 de 62% e em 2022 de 53%. A margem líquida da soja na lavoura de verão está zerada e o prognóstico no ano que vem é a mesma coisa”, afirma Cogo.

    Exportações para a China

    O preço do milho, pensando a médio e a longo prazo, também deve continuar recuando. Porém, o cenário é um pouco melhor, já que o Brasil agora é um grande exportador do grão, principalmente para China.

    “A china tem uma produção de milho perto de 270 milhões de toneladas, mas vai consumir 300, ou seja, ela já tem um déficit de 30. Tem grandes estoques, mas rapidamente caem e os chineses, nessa situação de pandemia, de escassez, têm a tendência de trabalhar com estoques grandes, então vão continuar comprando. O Brasil vai ter 50 milhões de toneladas para exportar, além de atender toda a demanda interna”, explica Brandalizze.

    Para Cogo, o mercado internacional ainda tem estoques relativamente curtos em relação à demanda. “E isso só pode melhorar no início do ano que vem. Então, até lá os preços futuros estão bastante sustentáveis na casa dos 5 dólares o bushel, tanto para o primeiro semestre quanto para o segundo. Desta forma, os preços estão bastante sustentados em termos globais”.

    Ampliação de portos

    Os analistas fazem um alerta: é preciso investir na ampliação dos portos. O Brasil vem batendo recorde de produção a cada safra e a capacidade de embarque é a mesma há anos.

    “Os portos estão lotados de navios chegando, esperando, e nós estamos embarcando de 14 a 15 milhões de toneladas por mês, quando deveria estar embarcando de 20 a 25 milhões de toneladas para dar fluxo”, considera Brandalizze. “Quando tem problemas e o navio fica parado, temos que indenizar o navio e cada um custa de 30 a 50 mil dólares por dia”, completa.

    O analista lembra, ainda, que o prêmio hoje está variando entre 160 a 200 pontos negativos. “Ou seja 1,60 a 2 dólares abaixo de Chicago por bushel. Isso dá 4 dólares a menos por saca que poderia estar se tivesse prêmio zero. Estamos perdendo em torno de 3,7 bilhões de dólares por estar trabalhando com prêmio negativo com essa dificuldade de embarcar rápido. Isso dá mais de 18 bilhões de reais. É um dinheiro gigantesco que deixa de circular no mercado brasileiro”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Fertilizantes especiais apresentaram crescimento de 33,2% em 2022

    Anuário da Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo) mostra, também, os estados que mais consumiram fertilizantes especiais

    O mercado de fertilizantes especiais teve mais um período de crescimento em 2022, encerrando o ano com elevação média de 33,2% e faturamento de R$ 22,193 bilhões. As informações são do Anuário da Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo).

    Ainda que o aumento de preços tenha impactado a receita, a variação foi menor do que a observada em 2021. O aumento médio dos preços foi de 12,6% a 16,4%, dependendo da categoria de produto. Com esses dados, a entidade afirma que houve crescimento real da indústria.

    Os resultados positivos foram, segundo a Abisolo, favorecidos pelos seguintes fatores:

    • Expansão da adoção dos produtos da indústria pelos agricultores em função do aumento da percepção de valor;
    • Crescimento da área plantada de culturas de grande importância econômica e o valor agregado aos produtos, decorrente dos ganhos tecnológicos incorporados;
    • Maior investimento em tecnologia, considerando a atratividade dos preços das commodities agrícolas.

    Protagonismo dos agricultores

    O presidente do Conselho Deliberativo da Abisolo, Clorialdo Roberto Levrero, ressalta o protagonismo dos agricultores nos resultados do setor, uma vez que compreendem cada vez melhor os benefícios da utilização dos fertilizantes especiais para o aumento da produtividade no campo.

    “Nossa indústria possui uma ampla variedade de soluções e entrega ótimos resultados a partir da compreensão das particularidades de cada produtor, de cada perfil de negócios e do ambiente onde está inserida a produção”.

    Ao detalhar o crescimento do setor, o presidente da entidade esclarece que os dados apresentados se referem ao valor de venda da indústria para revendedores de insumos (51,5%), para cooperativas (10,1%) e para produtores (38,5%).

    Em função desses percentuais, o valor total do mercado de fertilizantes especiais a preços pagos pelos produtores é significativamente superior.

    Investimentos da indústria

    Por parte da indústria de fertilizantes especiais, Levrero pondera a importância dos investimentos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Em 2022, o montante aportado nestas ações foram da ordem de R$ 460 milhões ante a R$ 440 milhões no ano anterior.

    Outro ponto destacado pelo anuário da Abisolo é o crescimento dos negócios em todas as categorias de produtos, com destaque para os fertilizantes minerais especiais, com o crescimento de 37%, seguidos pelos fertilizantes orgânicos (25,5%) e pelos organominerais (22,7%).

    Quando analisado o desempenho dos produtos, considerando o seu modo de aplicação, o maior destaque foi para os produtos para aplicação via solo, que tiveram crescimento de 66,2% em relação ao ano anterior, seguidos pelos de aplicação via folha (22,6%), os para aplicação via sementes (17,9%) e o para aplicação via fertirrigação e hidroponia (3,8%).

    Ainda de acordo com o relatório, os cinco estados que mais consumiram fertilizantes especiais foram:

    • Minas Gerais – 20,22%
    • São Paulo – 16,4%
    • Mato Grosso – 13,46%
    • Goiás – 10,86%
    • Paraná – 9,39%

    Expectativas para 2023

    Em relação às expectativas para 2023, o presidente informa que o setor segue otimista. “A pesquisa que realizamos indica uma expectativa de crescimento médio de 32% em 2023″, apontou Levrero.

    Quanto ao mercado dos condicionadores de solo de base orgânica, o setor teve crescimento de 16,2% em 2022. Para a Abisolo, parte deste crescimento se justifica pelo aumento da conscientização dos produtores, visto a importância da construção e da recuperação do solo para o aumento da eficiência dos processos nutricionais e para melhoria da performance da produção.

    Assim, a maior expansão se deu nos condicionadores sólidos (51,9%). Já os líquidos apresentaram retração nas vendas (8,4%).

    A respeito do mercado dos substratos para planta, o faturamento em 2022 foi 7,9% superior no ano passado quando comparado ao de 2021. Porém, o desempenho ficou aquém das expectativas da indústria, que esperava um crescimento no consumo de hortaliças e de frutas – seus principais mercados.

    A Abisolo ressalta que, em um ano de incertezas políticas, de alta inflação nos preços dos alimentos e de queda no poder de compra de uma parcela dos consumidores, as expectativas não se consolidaram.

    O setor entende que 2023 será um ano de recuperação e dependendo da conjuntura, espera obter um crescimento maior do que 5%.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Incidência de percevejos aumenta 6,3% na soja

    Insetos também atingiram fortemente as culturas de milho e algodão. Crescimento de ataque coincide com aumento de área em cada commodity

    A nova pesquisa de campo do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) detectou aumento significativo de incidência de percevejos, tanto na soja quanto no milho, na safra 22/23 em comparação com o ciclo 21/22.

    O relatório apontou que o crescimento foi impulsionado pela normalização do clima e pelo aumento de produção de grãos, inclusive com expansão de área, o que favorece o surgimento e o desenvolvimento de pragas.

    Nas lavouras de soja, a incidência de percevejos cresceu 6,3%. No milho, a curva ascendente chegou a 10,8%. A expansão da área cultivada em ambas as culturas ajuda a explicar a recorrência da praga: na soja, incremento de 6,2%; no milho, 3,5%.

    Infestação de percevejos no algodão

    Até mesmo os produtores de algodão enfrentaram enorme desafio no manejo de insetos na safra 22/23, ainda que a área cultivada tenha expandido apenas 3,8% em relação à temporada 21/22.

    Para se ter uma ideia, a incidência da mosca branca aumentou 3,7% neste período. Já a do bicudo-do-algodoeiro cresceu 17,3%, superando o pico de infestação registrado na safra 19/20.

    “Estes cenários demonstram a importância das tecnologias de proteção de cultivos para que os agricultores brasileiros sigam aumentando a produtividade, ano após ano, garantindo assim à sociedade uma oferta crescente por alimentos e fibras”, comenta o presidente do Sindiveg, Júlio Borges Garcia.

    Área tratada

    O relatório indica ainda que, em consequência da proliferação das pragas, a área tratada com defensivos (PAT) aumentou 13,4% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado, principalmente por conta da cultura da soja.

    A oleaginosa atualmente representa 37% do total da área tratada (contra 33% nos primeiros três meses de 2022).

    Segundo ele, vale destacar que a produtividade cresce pela adoção de muitas tecnologias integradas no campo, inclusive, a de defensivos agrícolas.

    “Interessante notar que estes números estão em linha com os últimos dados publicados pela Conab, que mostrou que a produtividade da soja aumentou 15% na safra 22/23 em relação à safra 21/22”, diz Garcia.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Pecuária brasileira pode reduzir emissão de metano por litro de leite

    A vaca do futuro deixa baixa pegada de carbono e se adapta a extremos de calor e umidade

    O último Sumário de Touros do Programa de Melhoramento Genético do Girolando (PMGG) traz a PTA (sigla em inglês que significa capacidade de transmissão prevista para os descendentes) da característica ligada à tolerância ao estresse térmico. Essa foi a grande novidade de 2022 da avaliação genética da raça, coordenada pela Embrapa Gado de Leite em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando

    De acordo com a Embrapa, a inclusão dessa PTA no sumário foi feita com base nos resultados obtidos por meio de um minucioso estudo, considerando 650 mil controles leiteiros, de mais de 69 mil vacas e, aproximadamente, 21 mil animais genotipados, ao longo de uma década em todo o país.

    Estudos recentes mostram também que, entre 2000 e 2020, bovinos da raça girolando emitiram 39% menos de metano por quilograma de leite. A produção desse alimento, no mesmo período, aumentou 60%. Esses dados, aliados ao conforto térmico apresentado por aqueles animais e ao seu histórico de melhoramento genético, apontam a raça como promissora para o enfrentamento das mudanças climáticas e a redução de gases de efeito estufa.

    Os melhoristas explicam que o ótimo desempenho da raça para tolerância ao calor, mantendo a produtividade elevada, resulta do cruzamento do Gir Leiteiro com a raça Holandesa. O primeiro, de origem indiana (Bos indicus), soma séculos de seleção natural para suportar o clima tropical. E, desde 1985, o Programa de Melhoramento Genético do Gir Leiteiro, também coordenado pela Embrapa, intensificou a seleção para características de produção, de reprodução e de adaptabilidade.

    Já a raça holandesa, de origem européia (Bos taurus), foi selecionada tendo como objetivo a alta produção de leite. A soma de ambas as características por meio do cruzamento deu origem ao girolando, reconhecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como raça sintética nacional, desde 1996.

    O conforto térmico do girolando chama a atenção dos produtores das regiões tropicais, que têm de lidar com extremos de calor e de umidade em períodos do ano devido às mudanças climáticas.

    “Podemos observar a superioridade dos animais girolando para tolerância ao estresse térmico, uma vez que a diferença pode chegar a 10 °C quando comparamos os limites extremos de tolerância ao calor”, diz Renata Negri, doutora em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e bolsista da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando.

    Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Marcos Vinicius Gualberto Barbosa da Silva, o conforto térmico é significativo nos sistemas de produção a pasto em clima tropical, como é o caso do Brasil.

    “As vacas girolando, comparadas às Holandesas, tendem a ter melhores desempenhos produtivo e reprodutivo, apesar do aumento da temperatura e da umidade. Dessa forma, a raça contribui para que a oferta de matéria-prima para os laticínios seja mais estável, independentemente da estação do ano e das condições climáticas”, observa o pesquisador.

    Quando as vacas estão em estresse térmico, podem deixar de produzir em média 1 mil kg de leite, considerando uma lactação de 305 dias. Em casos de estresse térmico severo, as perdas, ainda segundo Silva, superaram os 2 mil kg de leite por lactação. “Esses valores são muito expressivos, pois uma vaca pode deixar de produzir até 34% do seu potencial em uma única lactação, o que faz da PTA da tolerância ao estresse provocado pelo calor uma opção importante para o produtor.”

    Pegada de carbono

    É quase um consenso no meio científico de que as mudanças climáticas exigem a transição do atual modelo de produção para sistemas sustentáveis eficientes, com menor impacto ambiental. “O agronegócio é considerado por muitos como o vilão na emissão de gases de efeito estufa, o que é um problema para o Brasil que tem no setor agropecuário sua vocação econômica”, diz Silva.

    Dessa forma, para atender aos requisitos propostos na COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – 2021), quanto à redução das emissões de gases de efeito estufa, será necessária uma resposta rápida do setor agropecuário. Para Negri, o intenso processo de melhoramento que a raça girolando tem passado nas últimas décadas será fundamental para essa resposta.

    “A pecuária pode contribuir significativamente para reduzir as emissões de carbono e promover sistemas sustentáveis em curto, médio e longo prazos, com o uso de animais mais resilientes, eficientes e adaptados às mudanças climáticas”, diz a zootecnista.

    Estudos recentes realizados pela Embrapa Gado de Leite comprovam que, ao longo de 20 anos (2000 a 2020), houve aumento de 60% na produção de leite de bovinos da raça girolando e os animais apresentaram redução de 39% na emissão de metano por quilograma de leite produzido.

    “Utilizar animais selecionados geneticamente para uma melhor adaptação ao clima, com o predomínio do regime alimentar a pasto, contribui de forma efetiva para reduzir a pegada de carbono da atividade”, argumenta Luiz Gustavo Pereira, pesquisador daquele centro de pesquisa.

    “É essencial que o animal seja eficiente em produção sob qualquer adversidade e, consequentemente, reduza a intensidade de emissão de metano por quilograma de leite produzido, promovendo ganho ambiental”, completa Negri. No contexto das mudanças climáticas, pode se aplicar à raça girolando o conceito de “vaca do futuro”.

    Melhoramento genético projetando a vaca do futuro

    O teste de progênie da raça girolando foi iniciado em 1997, como resultado de uma parceria da Girolando com a Embrapa Gado de Leite. Em 2007, foi implantado o Programa de Melhoramento Genético do Girolando, o que permitiu a interação com os programas já existentes na Associação, como o Serviço de Registro Genealógico (SRG), o Teste de Progênie (TP) e o Serviço de Controle Leiteiro (SCL), e também a criação do Sistema de Avaliação Linear do Girolando (Salg).

    O PMGG tem como objetivos principais a identificação de indivíduos geneticamente superiores, a multiplicação genética de forma orientada, a avaliação genética de características economicamente importantes e a promoção da sustentabilidade da atividade leiteira. Os resultados do Programa têm sido impressionantes.

    A raça girolando é a que mais cresce na produção de sêmen, no Brasil, chegando à marca de 920.848 doses produzidas em 2021, o que representa um aumento de mais de 9% em relação a 2020.

    Além disso, outro dado é o crescente incremento na produção de leite das vacas girolando. Considerando uma produção de leite em até 305 dias, no início do século, a produção média alcançava 3.695 kg. Duas décadas depois, essa média aumentou para 6.032 kg, representando um aumento de 60% no período.

    Devido a esses e a outros fatores, a raça girolando vem ganhando cada vez mais reconhecimento nacional e internacional, tornando-se a preferida para produção de leite nas regiões tropicais. No Brasil o agronegócio do leite está presente em quase todos os municípios, gerando em torno de 5 milhões de empregos diretos e indiretos e um volume de negócios de, aproximadamente, US$ 18 bilhões.

    A raça girolando possui grande aceitação no setor. Cerca de 80% do leite produzido no país provêm de animais da raça, sendo capazes de manter bom nível de produção em diferentes sistemas de manejo e condições climáticas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/