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maio 2023

  • Mapa lança plano de ação estadual para ABC+ no RS

    Estado tem como meta a adoção de tecnologias sustentáveis em 4,6 milhões de hectares até 2030, o que deve resultar numa redução de emissões de 75 mi/t de CO2

    Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o governo do Rio Grande do Sul lançaram a versão estadual do plano setorial para adaptação à mudança do clima e baixa emissão de carbono na agropecuária, o ABC+. Com isso, o estado deve avançar na produção sustentável das lavouras e da pecuária.

    O plano ABC+RS foi elaborado por um grupo gestor estadual composto por profissionais de diversas instituições públicas e privadas ligadas ao agronegócio.

    As metas contemplam ações como avanços no sistema de plantio direto e maior adoção de bioinsumos nas lavouras, irrigação, recuperação de áreas degradadas, adoção de sistemas integrados de produção, terminação intensiva de gado, manejo de florestas plantadas e destinação de resíduos da produção animal. O objetivo é evoluir em produção sustentável.

    “O Plano ABC+ é desenvolvido a nível nacional e os estados começaram a implementar ações a partir de maio do ano passado. Aqui no RS, 116 mil produtores já receberam orientações de órgãos como Emater e Senar. A meta é de que as tecnologias sustentáveis sejam adotadas em 4,6 milhões de hectares até 2030 no estado, o que vai resultar numa redução de emissões de 75 milhões de toneladas de CO2″, diz Marjorie Kauffmann, secretária do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul.

    A redução dos gases é considerada fundamental para os desafios climáticos e que impactam diretamente produtores gaúchos com cenários recorrentes de estiagem, por exemplo. No estado, produtores já financiaram R$ 520 milhões em recursos do Pronaf ABC+ e do Programa ABC+ com foco em tecnologias que devem elevar a produção gaúcha a um novo patamar, produtivo e sustentável.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Milho e Sorgo: Novas cultivares com potencial produtivo elevado chegam ao mercado

    Recém-desenvolvidos pela pesquisa, materiais apresentam boa produtividade sem pesar no bolso do produtor

    Duas novas cultivares de milho desenvolvidas pela Embrapa estão disponíveis para a próxima safra e têm em comum o bom potencial produtivo em condições de baixo e médio investimento, com sementes acessíveis. O híbrido BRS 2107, indicado para produção de grãos em lavouras de baixo e médio investimento e a BRS 4107, uma variedade de polinização aberta, para lavouras de baixo investimento.

    De acordo com as informações da Embrapa, ambas são de ciclo precoce-normal, com elevada resistência ao acamamento e quebramento de colmo, apresentam ampla adaptabilidade e estabilidade, sendo recomendadas para todas as regiões do Brasil, tanto na safra como na safrinha.

    Além disso, outra novidade é o híbrido de sorgo granífero, BRS 3318, superprecoce, apresenta alto potencial produtivo de grãos, estabilidade de produção e baixo fator de reprodução de nematoides.

    “O híbrido de sorgo granífero BRS 3318 foi desenvolvido a partir de demanda de mercado por um sorgo mais produtivo com alta sanidade foliar e baixo fator de reprodução de nematoides. Esse híbrido foi selecionado pelo seu excelente desempenho nas áreas de Cerrado, Triângulo Mineiro e Oeste Baiano, com produção de grãos acima de 5 t/ha”, relata o pesquisador da Embrapa Cícero Beserra de Menezes.

    “O objetivo é ofertar uma semente de custo e qualidade mais acessível ao produtor, ajudando a balizar o mercado de sementes. O número de cultivares de sorgo disponíveis no mercado nacional é bastante limitado, quando se compara com outros cereais, de forma que é preponderante o lançamento de mais cultivares para dar ao produtor mais opções de assertividade de plantio, uma vez que a segunda safra é muito afetada por variações climáticas de seca e frio”, diz Menezes.

    O novo sorgo BRS 3318 apresenta uniformidade, ciclo superprecoce e estabilidade de cultivo. É um híbrido simples, para a produção de grãos. Além disso, a cultivar já está registrada para as regiões brasileiras do Centro-Oeste e Sudeste, e deverá ter sua extensão de uso finalizada nesta safra para outras regiões.

    Com alto potencial produtivo, é estável e resistente ao acamamento. Uma de suas principais características é apresentar baixo fator de reprodução/multiplicação para o nematóide Pratylenchus brachyurus. Possui tolerância ao alumínio no solo e tolerância à seca. Todas essas características fazem dessa cultivar uma alternativa importante para sucessão de soja, especialmente para plantios na safrinha.

    Em tese, tanto as cultivares de milho como a de sorgo foram desenvolvidas pelos pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo (MG). Testadas em várias regiões brasileiras, elas têm em comum o elevado potencial produtivo dentro das suas categorias, para atender a necessidades significativas do setor de grãos, incluindo pequenos, médios e grandes produtores.

    Milho de baixo custo de sementes: variedade BRS 4107 e híbrido BRS 2107

    “As duas cultivares de milho, a variedade BRS 4107 e o híbrido top-cross BRS 2107, têm características agronômicas equilibradas, ambas com ótima relação custo/benefício para o segmento de baixa/média tecnologia, sendo adequadas para produção de grãos em condições menos favoráveis”, explica o pesquisador Lauro José Moreira Guimarães.

    Esses materiais são indicados para cultivo em todo o território brasileiro, para plantios tanto na safra como na safrinha. Apresentam boa resistência a várias doenças, níveis de produtividade comparáveis às melhores cultivares em categorias similares (variedades e híbridos duplos), com estabilidade de produção e resistência a acamamento e quebramento.

    Segundo Guimarães, o BRS 2107 destaca-se por apresentar heterose, obtida pelo cruzamento entre parentais vigorosos e geneticamente complementares, sendo uma excelente alternativa para agricultores familiares que querem aprimorar a produção, substituindo variedades de polinização aberta por um híbrido com excelente potencial produtivo e baixo custo de sementes em relação a outros tipos de híbridos.

    Os desafios do milho

    O milho é cultivado em todos os estados brasileiros, em uma diversidade de sistemas produtivos, abrangendo desde a agricultura familiar até a agricultura empresarial. Para Lauro Guimarães, os grandes desafios da cultura passam por formas de manter e aumentar a produtividade com sustentabilidade.

    Ele cita duas das grandes mudanças que ocorreram nos últimos anos: o aumento da área da segunda safra de milho, que hoje responde por cerca de 76% da produção, segundo levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 2023 e o aumento dos custos, abrangendo sementes, fertilizantes, defensivos, combustíveis e maquinário, entre outros.

    “Isto tem feito com que os produtores busquem alternativas de acesso a uma genética competitiva a preços mais razoáveis”, diz Guimarães.

    “Grande parte das lavouras são destinadas à produção de grãos, com direcionamento, principalmente, para rações, etanol, produtos para alimentação humana e para diversas aplicações industriais. Além disso, existe relevante produção de milho verde e de forragem para animais na forma de silagem”, analisa o cientista.

    Dessa forma, diversos tipos de cultivares de milho estão disponíveis no mercado brasileiro, com peculiaridades e características que atendem a vários cenários produtivos, desde sistemas de cultivo altamente tecnificados, com uso de biotecnologias e altas taxas de aplicação de insumos, até sistemas de produção da agricultura familiar com baixos investimentos, conforme descrito pelos pesquisadores Israel Pereira Filho e Emerson Borghi, no levantamento de cultivares realizado em 2022.

    De acordo com Guimarães, “nesses diferentes cenários são utilizados tipos de cultivares diferentes, como os híbridos simples (HSs), híbridos triplos (HTs), híbridos duplos (HDs), entre outros tipos, convencionais ou portadores de tecnologias transgênicas. Por exemplo, os híbridos simples BTs são transgênicos e apresentam alto potencial produtivo além de resistência a pragas, e são os tipos de cultivar mais recomendados para sistemas de produção mais tecnificados. Esses tipos de híbridos são altamente responsivos aos investimentos em adubação, e a outras práticas de manejo, mas são os materiais com sementes de mais alto custo”.

    Por outro lado, Guimarães comenta que “existem cultivares que apresentam maior facilidade no processo de multiplicação de sementes, e por consequência, obtém-se menor custo para esse insumo. Além disso, com a adoção desses tipos de cultivares, geralmente, são recomendados menores taxas de aplicação de adubos e outros insumos, o que torna a implantação e condução da lavoura menos onerosa”.

    “Sementes de menor custo também podem compor uma importante estratégia no planejamento da sucessão de cultivos (soja – milho) em propriedades mais tecnificadas, principalmente em situações de maior risco climático – como no fechamento da janela de segunda safra”, detalha o cientista.

    Vantagem para a agricultura familiar

    Na maioria dos casos, a agricultura familiar prática sistemas de produção com menores investimentos e nesse contexto, a restrita disponibilidade de sementes melhoradas especificamente para este segmento pode trazer ainda mais vulnerabilidade aos agricultores menos capitalizados.

    “Muitas vezes, os pequenos produtores utilizam cultivares antigas ou de ‘milho de paiol’, mas para avanços produtivos, é sabido que a substituição desses tipos antigos por sementes melhoradas é uma recomendação prática, com custo relativamente baixo, e que pode trazer ganhos expressivos em termos de produtividade”, frisa Guimarães.

    Ele destaca que a Embrapa é a única empresa que oferece todos os tipos de cultivares de milho para o mercado brasileiro, atendendo desde sistemas de baixo investimento até sistemas mais tecnificados.

    “As cultivares geradas pela Embrapa são disponibilizadas por sementeiros privados, geralmente de pequeno porte, e, muitas vezes, esses parceiros têm capilaridade em regiões menos favorecidas, e podem atender à demanda de agricultores diretamente e a diversos programas de governo”, conta o pesquisador.

    Licenciada

    A proprietária e técnica da empresa Di Solo Sementes, Giovanna Baccarin Di Salvo considera uma grande oportunidade trabalhar com o sorgo BRS 3318. “É uma cultivar que tem um potencial produtivo muito bom e controla a reprodução de nematoides no solo, atendendo todas as regiões do Brasil. A maioria dos nossos clientes são produtores de soja, sendo o sorgo BRS 3318 um híbrido complementar nos cultivos de sucessão à soja, que se encaixa de maneira estratégica em nosso portfólio”, relata Di Salvo.

    Lançamento

    O lançamento das três cultivares acontecerá dia 15 de maio de 2023, durante a abertura da 15ª Semana de Integração Tecnológica (SIT), na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas, Minas Gerais. O evento vai acontecer nos dias 15 a 18 de maio de 2023, quando a Embrapa Milho e Sorgo comemora regionalmente os 50 anos da Embrapa e os 15 anos da SIT.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Sistema portátil monitora qualidade do leite em segundos

    A inovação, chamada de SondaLeite, consiste em um sistema digital que permite o acesso remoto aos dados da análise

    Uma tecnologia desenvolvida pela Embrapa, com o apoio da iniciativa privada, está em fase experimental de validação e pode ser uma alternativa para suprir a carência de técnicas rápidas e confiáveis para avaliar a qualidade do leite cru no local de produção.

    A inovação, chamada de SondaLeite, consiste em um sistema digital que permite o acesso remoto aos dados da análise por meio de conexão de rede sem fio (Wi-Fi).

    Essa tecnologia foi capaz de detectar com precisão e em segundos um problema multifatorial que traz grandes prejuízos à cadeia produtiva brasileira: a incidência do leite instável não ácido (Lina).

    O SondaLeite está sendo desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP) em parceria com a Embrapa Clima Temperado (RS), com o apoio da Dairy Equipamentos, com sede em Curitiba (PR).

    A tecnologia utiliza feixes de luz para constatar as diferentes condições do leite cru em apenas 25 segundos, identificando se está normal, com Lina ou ácido.

    Os resultados obtidos na fase experimental de validação da tecnologia foram satisfatórios e, por isso, o SondaLeite entra agora no processo de licenciamento para a iniciativa privada.

    A ideia é que a produção em escala seja realizada e que o setor leiteiro possa contar com uma maneira confiável de detectar a estabilidade do produto.

    De acordo com informações da Embrapa, o caso mais crítico de identificação é o Lina, que se trata de uma alteração na qualidade do leite causada pela perda de estabilidade da caseína, a principal proteína presente no leite.

    A instabilidade é detectada por meio do teste de álcool, também conhecido como Alizarol, e se manifesta quando o leite coagula na presença da solução alcoólica, sendo confundido com leite ácido, embora não apresente acidez elevada.

    No entanto, o teste de álcool, que é utilizado há mais de cem anos, apresenta resultados subjetivos e pode gerar falsos positivos ou falsos negativos em relação à acidez do leite. Além disso, o teste é realizado em cerca de três minutos, momentos antes da coleta do leite nas fazendas.

    Esse teste é realizado por determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para avaliar a qualidade do produto quanto à acidez e à estabilidade térmica, conforme preconiza a Instrução Normativa 76, de 26/11/2018.

    Conforme a norma, antes da coleta nas unidades de produção, o leite deve ser agitado e submetido à prova do álcool na concentração mínima de 72 ºGL. O leite deve estar estável diante do teste, ou seja, não deve apresentar precipitação. No entanto, para que o leite seja aceito nas indústrias, é preciso que ele atenda a uma composição química mínima, que inclui 3% de gordura, 2,9% de proteína e 8,4% de extrato desengordurado, e que o produto seja estável ao álcool ou alizarol a 72%.

    Os testes usados tradicionalmente estão sujeitos a falhas humanas, pois a decisão sobre a qualidade do leite depende da capacidade e experiência do analisador.

    Além disso, eles apresentam pouca confiabilidade para estimar a estabilidade térmica do leite. Mesmo assim, esses testes são utilizados como critério para a tomada de decisão sobre a captação ou não do leite, antes mesmo de sair da propriedade rural.

    Diante da necessidade de um teste rápido que identifique as diferentes condições do leite cru – normal, Lina e ácido – e seja adequado ao processamento térmico, o SondaLeite é uma ferramenta com potencial para eliminar a interferência humana e as incertezas, minimizar os prejuízos da cadeia leiteira – especialmente para os pequenos produtores – e suprir a carência do mercado por uma detecção rápida do Lina.

    O Lina tem sido um desafio para a bovinocultura de leite e não tem causa totalmente esclarecida. Muitos estudos associam o Lina a:

    • Fatores nutricionais;
    • Deficiência nutricional;
    • Restrição alimentar;
    • Deficiência de energia;
    • Excesso de proteína associado à deficiência energética;
    • Excesso de proteína degradável no rúmen;
    • Deficiência de proteína metabolizável;
    • Acidose metabólica;
    • Acidose ruminal;
    • Alterações na dieta; e
    • Vacas em estágio inicial ou final de lactação.

    Direto no campo

    O projeto de desenvolvimento do SondaLeite teve início em 2019, mas sofreu interrupção por causa da pandemia da Covid-19. No final do ano passado, as pesquisas foram retomadas com a realização de novos testes de detecção da estabilidade do leite cru.

    O sistema portátil, robusto, rápido nos resultados e de fácil manuseio poderá ser utilizado diretamente no campo, acoplado em caminhões de coleta a granel, bem como no laboratório e até mesmo instalado nos tanques de resfriamento, em laticínios e cooperativas.

    Além de monitorar a qualidade do leite, com resultados confiáveis, pode ser incrementado para múltiplas funções, como detectar mastite e também adulterações. As novas funcionalidades podem ser incluídas com incrementos na instrumentação do aparelho, o que aumentará o seu leque de aplicações.

    Diagnóstico evita problemas

    O diagnóstico do Lina soluciona problemas entre produtores e laticínios que refletem em toda a cadeia produtiva. Entre eles, o diagnóstico equivocado da qualidade do produto nas propriedades; as próprias perdas de leite e da renda; atritos entre produtores e indústria e a redução dos derivados lácteos ao consumidor.

    Zanela lembra que o Lina pode ser pasteurizado (processo que dá garantia de segurança alimentar), o que resolveria o problema do descarte do leite, que poderia ser beneficiado em produtos lácteos pasteurizados, como o queijo, iogurte, bebida láctea, requeijão, entre outros.

    Cadeia do leite

    De acordo com dados do Mapa, o Brasil tem mais de um milhão de propriedades produtoras de leite e é o terceiro maior produtor mundial, com mais de 34 bilhões de litros por ano. A produção é concentrada em 98% dos municípios brasileiros, com predominância de pequenas e médias propriedades. O setor emprega perto de 4 milhões de pessoas.

    A Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura, estima que, para 2030, irão permanecer no campo os produtores mais eficientes, que se adaptarem à nova realidade de adoção de tecnologia, melhorias na gestão e maior eficiência técnica e econômica.

     Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Plano Safra 2022/23: governo libera R$ 200 milhões de suplementação

    Recurso deve permitir a equalização de cerca de R$ 8,4 bilhões para aplicação imediata nas linhas de financiamento do Plano Safra 2022/23

    ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou o valor dos recursos que serão disponibilizados para a complementação do Plano Safra 2022/23, que termina em 30 de junho.

    Serão disponibilizados R$ 200 milhões, o que deve permitir a equalização de cerca de R$ 8,4 bilhões para aplicação imediata nos programas de financiamento do Moderfrota, em irrigação e demais investimentos e em pré-custeio e custeio.

    Plano Safra

    Conforme o ministro, a medida foi necessária porque o Plano Safra em curso não conseguiu cumprir todas as demandas dos produtores por esse crédito.

    “Nós tínhamos investimentos há muito tempo paralisados. Ainda em janeiro, quando o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante assumiu, foram liberados R$ 2.7 bilhões para investimentos, que rapidamente foram tomados, e nós começamos então a busca por complementos orçamentários. Buscamos a complementação de recursos por meio de remanejamento de outros orçamentos para que nós pudéssemos disponibilizar os valores para o Plano Safra”, explicou.

    Linha dolarizada

    O ministro também lembrou que o sucesso da linha de crédito rural dolarizada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), construída com o Mapa, mostrou a necessidade da alocação de mais recursos para esse tipo especial financiamento.

    “Com juros de 7,59% ao ano, mais variação cambial em dólar, mais baratos que do Plano Safra, sem comprometer recurso do tesouro, foi uma grande novidade com alta aptidão dos produtores”, avaliou Fávaro ao afirmar que o ajuste foi feito para contemplar os produtores e possibilitar que continuassem fazendo investimentos e se preparando para o pré-custeio até a chegada do novo Plano Safra.

    Valor abaixo do esperado

    O volume de R$ 200 milhões para suplementação de recursos para o Plano Safra 2022/23 está bem abaixo do esperado pelo setor.

    De acordo com entidades, seria necessário um aporte de R$ 1,030 bilhão, valor que estava sendo negociado entre o Ministério da Agricultura e o da Fazenda desde março.

    O anuncio da suplementação aconteceu apenas um dia depois do fim da Agrishow, maior feira de agrotecnologia da América Latina, que aconteceu entre os dias 1º e 5 de maio, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.

    No evento, em que o ministro da Agricultura não compareceu, era esperado um anuncio de, pelo menos, R$ 400 milhões.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: produção e produtividade é novamente reduzida no RS

    Colheita evoluiu para 80% da área no estado. Atualmente, lavouras em maturação somam 17%, e ainda restam 3% em enchimento de grãos

    Nova avaliação da safra da soja divulgada pela Emater/RS-Ascar no Informativo Conjuntural desta quinta-feira (4) indica redução da produção e da produtividade da cultura e aponta os efeitos desiguais da estiagem nas diversas regiões do estado. O levantamento foi efetuado em 396 municípios e finalizado no dia 29 de abril.

    No Rio Grande do Sul, a área cultivada com o grão é de 6.513.891 hectares. A produtividade inicialmente projetada era de 3.131 kg/ha (52 sacas), passando para 2.175 kg/ha (36,2 sacas) em levantamento divulgado há cerca de dois meses.

    Agora, passa por nova redução, sendo estimada em 1.923 kg/ha (32 sacas), o que representa uma queda de 38,58% em relação à inicial.

    Com isso, a produção da oleaginosa, na safra 2022/23, deverá resultar em 12.525.882 toneladas, ou seja, redução de 39,09% na produção inicialmente estimada, que era de 20.563.989 toneladas.

    Perdas de soja por região do estado

    A safra de soja se aproxima mais da normalidade no leste gaúcho, onde as perdas de produtividade foram inferiores a 5% na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul. Já a oeste do estado, como na região de Santa Rosa, onde os danos foram mais graves, as perdas estimadas atingem 67%.

    A colheita evoluiu para 80% da área no estado e está próxima da finalização em algumas regiões. As lavouras em maturação somam 17%, e ainda restam 3% em enchimento de grãos.

    Após a colheita, os produtores realizam o manejo das lavouras de onde a soja foi retirada, especialmente a correção da acidez do solo e a semeadura de plantas de cobertura.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Vacas não obesas se recuperam melhor no pós-parto

    Alteração da condição corporal das vacas durante o período seco é associada a diversas doenças no período de transição

    Evitar a obesidade das vacas no último terço da gestação é essencial para que se tenha animais saudáveis tanto na reta final da gravidez quanto no pós-parto. Ainda que pareça contraditório, vacas que se encontram obesas 60 dias antes do parto perdem muito peso até o nascimento dos filhotes, o que é danoso para a saúde dos ruminantes.

    Essa foi a conclusão de estudo conduzido pelo professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal (PPGCA) da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Ruã Darós, com pesquisadores do Canadá.

    “Perder condição corporal nos dois últimos meses de gestação é prejudicial à saúde das vacas. Vacas que estão muito obesas nesse período perdem bastante peso até o parto, independentemente do quanto elas comam por dia. De nada adianta, portanto, tentar alimentá-las mais”, enfatiza.

    Segundo ele, vacas não obesas são capazes de manter o peso ideal até a data do parto, o que explica melhor sua saúde após dar à luz. “Assim, para termos vacas mais saudáveis no período pós-parto, precisamos evitar que elas fiquem obesas no terço final da gestação”, afirma Darós, lembrando que a gravidez das vacas varia de 280 a 290 dias, tendo uma base de nove meses.

    Atenção à saúde dos animais

    O pesquisador da PUCPR explica que a alteração da condição corporal das vacas durante o chamado período seco, que compreende os dois últimos meses de gestação, é associada a diversas doenças no período de transição, que se refere ao intervalo que vai das três semanas que antecedem o parto às três semanas após o animal parir. Por isso, é fundamental se atentar à saúde dos animais nesses momentos específicos.

    “Importante ressaltar ainda que diversas pesquisas apontam que, em fazendas de produção de leite, entre 50% e 70% das vacas desenvolvem algum tipo de doença nas duas primeiras semanas após o parto”, alerta Darós.

    Para realizar o estudo, foram utilizadas 100 vacas da estação experimental da Universidade de Guelph, no Canadá, das quais foram coletados dados de obesidade (condição corporal) dos animais durante a fase final da gestação, no dia do parto e após. Também foram medidos o consumo de alimentos diários de cada vaca durante os 60 dias que antecederam o fim da gestação.

    Além de Darós, participaram do estudo os pesquisadores Casey Haervekes e Trevor DeVries, da Universidade de Guelph. A pesquisa “Body condition loss during the dry period: Insights from feeding behavior studies” (“Perda de condição corporal durante o período seco: insights de estudos de comportamento alimentar”, em tradução livre) foi publicada no Journal of Dairy Science, revista científica oficial da American Dairy Science Association (Associação Americana de Ciência da Produção Leiteira).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Projeção da safra brasileira de soja 2022/23 é aumentada novamente

    Colheita do grão está virtualmente finalizada, o que permite mais assertividade nas estimativas de área semeada e produzida

    O quarto levantamento da Datagro Grãos para a safra brasileira 2022/23 de soja, com a colheita virtualmente encerrada, mantém a projeção da área cultivada com a oleaginosa no país em 44,22 milhões de hectares, 2,8% superior aos 43,02 mi de ha da intenção de plantio, divulgada em julho de 2022, e 4,9% acima da safra 2021/22, de 42,16 mi de ha.

    A estimativa de produção foi revisada para cima, passando de 153,70 milhões de toneladas para o novo recorde histórico de 155,60 milhões de toneladas. Caso se concretize, esse volume representaria um incremento de 19,2% na comparação com a frustrada safra colhida no ano passado, de 130,58 mi de t.

    “Em relação ao levantamento anterior, tivemos ajustes para cima na produtividade média esperada em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná e Rondônia – e para baixo apenas em Santa Catarina”, diz o economista e líder de pesquisa da consultoria, Flávio Roberto de França Junior.

    Estimativas para o milho

    A nova análise da Datagro mostra que a área de milho da safra brasileira de verão 2022/23 caiu 3,0%, para 4,47 mi de ha. No Centro-Sul do País, ficou em 2,90 mi de ha – 7,0% inferior aos 3,12 mi de ha da safra passada. Já nas regiões Norte e Nordeste, 1,57 mi de ha, ante 1,49 mi de ha em 2021/22 (+5,4%).

    Considerando clima irregular no Rio Grande do Sul, a 1ª safra de milho teve a sua produção revisada para 26,68 mi de t – 19,43 mi de t do Centro-Sul e 7,25 mi de t do Norte/Nordeste – um pouco abaixo da estimativa anterior, de 26,79 mi de t, mas 5,5% a mais ante as 25,30 mi de t da frustrada safra colhida em 2022.

    Safra de inverno

    Para a safra de inverno de 2023, a estimativa de área recuou um pouco ante a última projeção devido ao atraso na semeadura. Projeta-se 18,69 mi de ha, aquém dos 19,10 mi de ha de março, apenas 1,6% superior aos 18,39 mi de ha do último ano – 15,75 mi de ha do Centro-Sul e 2,94 mi de ha do Norte/Nordeste.

    Ainda considerando o clima regular, o potencial de produção do país para a 2ª safra é de 100,52 mi de t, 5,3% acima da temporada anterior – 95,45 mi de t. Desse total, a região Centro-Sul responderia por 90,97 mi de t e o Norte/Nordeste por 9,55 mi de t.

    No total das duas safras, o Brasil tem previsão de área para 2022/23 de 23,16 mi de ha, 0,7% acima dos 23,00 mi de ha de 2021/22. A produção potencial é de 127,21 mi de t, aquém das 129,40 mi de t estimadas no levantamento passado, mas 5,4% superior à safra recorde anterior, de 120,75 mi de t.

    Colheita da soja virtualmente encerrada

    Levantamento realizado pela Datagro Grãos até o dia 28 de abril mostra que a colheita brasileira de soja chegou a 95,5% da área esperada para a safra 2022/23, após registrar avanço de 3,3 pontos percentuais em sete dias.

    O fluxo está um pouco acima dos 94,9% observados no mesmo período de 2022, mas ainda inferior à média normal de 96,1%.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Leite: preço pago pelo litro no RS segue abaixo da média Brasil

    Com mais uma estiagem no estado e custos maiores, produtores tentam se reinventar para não abandonar a atividade

    O preço pago pelo litro do leite do Rio Grande do Sul segue abaixo da média Brasil. Segundo o último levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), referente a março, o litro nas propriedades gaúchas saiu por R$ 2,71, cerca de 10 centavos a menos que a média no país

    Com mais uma estiagem no estado e custos maiores, produtores tentam se reinventar para não abandonar a atividade.

    Menor número de produtores de leite no estado

    Vacas leiteiras são cada vez menos comuns no Rio Grande do Sul. Entre 2015 e 2021, metade dos produtores desistiu da atividade. Segundo a Emater, atualmente o estado conta com 40 mil produtores de leite, mas o novo levantamento que sai em agosto deve mostrar um recuo ainda maior, depois de três estiagens.

    Com seca e temperaturas altas, o estresse térmico causou mais doenças nas vacas e queda de produtividade. Um levantamento da Secretaria da Agricultura mostra que os maiores impactos estão nas bacias leiteiras do noroeste gaúcho. Mas há reflexos em todo estado.

    A primeira safra de silagem não rendeu e para alimentar as 25 vacas de Juliana Löff, de 27 anos e da terceira geração de uma família de produtores de leite. Ela precisou investir R$ 70 mil na propriedade em Salvador do Sul, na Serra Gaúcha. Também investiu em um galpão de confinamento para diminuir as doenças e aumentar a produção. Tudo é custo e pesa no rendimento final.

    Esse cenário de dificuldades deve estar entre os assuntos discutidos durante a Fenasul Expoleite, que vai reunir o setor entre 17 e 21 de maio, no parque da Expointer, em Esteio. O evento lançado nesta quarta-feira (3) também deve apresentar tecnologias, genética e debater soluções como uma competição mais justa com importações e outros estados.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços da carne devem melhorar, ao contrário da soja e do milho, diz Ipea

    Alto volume de grãos no mercado, puxado por Brasil e EUA, tende a pressionar os preços internos e externos das commodities

    A expectativa de recorde na produção de várias commodities na safra 22/23 e a previsão de crescimento de 11,6% do PIB do agro neste ano coloca o Brasil como um dos principais players no mercado internacional. Esse fator é reforçado pela nota ‘Preços e Mercados Agropecuários’, divulgada nesta terça-feira (2) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

    O estudo também aponta para um movimento de queda nos preços domésticos e internacionais de alguns dos principais produtos, como soja, milho e trigo no primeiro trimestre deste ano.

    Segundo o coordenador de Crescimento e Desenvolvimento Econômico do Instituto, José Ronaldo Souza Júnior, a soja está sendo negociada agora no menor patamar desde 2020, mesmo com uma possível menor oferta pela quebra de safra na Argentina e no Uruguai. Porém, a oferta do grão não está ameaçada. “Isso porque o Brasil, que é o maior produtor e exportador do grão, está tendo um crescimento bastante expressivo, uma safra recorde. Há boas perspectivas também para os Estados Unidos”.

    Assim, de acordo com ele, o cenário não indica aumento de preços para a oleaginosa. “Os preços efetivamente pagos, os mais recentes, continuam ainda com essa tendência de queda. Essa produção bastante grande que estamos vendo limita a capacidade de retomada desse preço”, afirma Souza Júnior.

    Preços do milho e da carne bovina

    A safra recorde de milho no Brasil também pressiona os preços internos. Contudo, para o coordenador do Ipea, o cenário do cereal não seja tão negativo quanto o da soja porque os patamares produtivos não seguem tão positivos em termos mundiais. “O cenário em abril não foi positivo em termos de preço, mas acredito em uma queda mais limitada”.

    Quanto à carne bovina, o especialista enxerga particularidades. “Temos barreiras às exportações em diversos países e tivemos o problema localizado da ‘vaca louca’ que trouxe impactos temporários nos embarques, sendo que o Brasil mesmo adotou medidas restritivas que foram retiradas posteriormente, mas isso trouxe impactos negativos nos primeiros meses”.

    Para Souza Júnior, isso explica as disparidades entre preços internos e externos porque não há tanta liberdade de exportação na carne quanto existe em outras commodities, como a soja. “Com a melhora das exportações, tendo em conta o fim dessas restrições, há tendência de melhora de preços e aumento de exportações, ou seja, é um cenário diferente do que vemos para os grãos”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: colheita da safra brasileira 2022/23 atinge 94,5%

    Os trabalhos de retirada do grão já foram finalizados ou estão prestes a terminar em dez estados. Ritmo segue inferior à média histórica

    A colheita da safra de soja 2022/23 do Brasil está em 94,5% da área total esperada até a última sexta-feira (28), segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado.

    Na semana anterior o índice estava em 91,1%. Em igual período do ano passado, a colheita era de 93,8%. A média dos últimos cinco anos é de 95,4%.

    Evolução dos principais estados produtores de soja:

    • Rio Grande do Sul – 71%

    • Santa Catarina – 82%

    • Paraná – 99%

    • Mato Grosso – 100%

    • Mato Grosso do Sul – 100%

    • Goiás – 100%

    • São Paulo – 99%

    • Minas Gerais – 99%

    • Bahia – 99%

    • Maranhão – 99%

    • Piauí – 99%

    • Tocantins – 100%

    • Outros – 85%

    Produção e produtividade de soja

    A produção brasileira de soja deverá totalizar 153,63 milhões de toneladas na temporada 2022/23, aumento de 22,4% na comparação com a temporada anterior, quando foram colhidas 125,55 milhões de toneladas.

    A projeção faz parte do 7º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) neste mês de abril.

    Quanto à produtividade da soja, está estimada em 3.527 quilos por hectare (58,7 sacas). Em 2021/22, o rendimento ficou em 3.026 quilos por hectare (50,4 sacas), número abaixo da média dos últimos anos por conta da forte estiagem que atingiu os estados do Sul e Mato Grosso do Sul.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/