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  • Brasil produziu 10 mi de t de soja a mais que EUA em área menor

    Comparação de números do USDA e da Conab, considerando área de soja semeada, dá larga vantagem aos produtores brasileiros

    A área de soja nos Estados Unidos na safra 2023/24 deve ser de 35,41 milhões de hectares, aumento de 4,7% ante o semeado na temporada passada.

    O número foi divulgado nesta quinta-feira (15) no 100º Agricultural Outlook Fórum, fórum mundial da agricultura realizado no estado da Virgínia.

    De acordo com o relatório de fevereiro do Departamento de Agricultura do país (USDA), estima-se que a produção de lá atinja 113,3 milhões de toneladas no ciclo atual.

    Comparando com o Brasil, que partiu de 33,90 milhões de hectares em 2016/17 para 35,15 milhões de hectares com soja na safra 2017/18 (aumento de 3,5%), pode-se dizer que o desempenho dos produtores norte-americanos – influenciado, logicamente, pelas intempéries climáticas – deixa a desejar.

    Isso porque na temporada 2017/18 – com 300 mil hectares a menos do que a atual área norte-americana – foram colhidas 123,2 milhões de toneladas de soja em solo nacional, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Mesmo na temporada 2018/19, quando houve quebra de safra de 2,8% em relação à anterior e o Brasil produziu 119,71 milhões de toneladas, a comparação entre áreas dá vantagem aos sojicultores tupiniquins.

    Assim, com base nos dados do USDA e da Companhia Nacional, é possível afirmar que os produtores brasileiros conseguiram obter 10 milhões de toneladas de soja a mais do que os norte-americanos em área menor.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

     
  • Cultivar de capim mostra bom desempenho ao anteceder a soja

    O controle do capim BRS Zuri com uso de herbicidas antes do plantio da soja é uma estratégia de manejo eficiente e segura para os produtores

    Estudo realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) mostrou que o uso da cultivar de capim BRS Zuri antecedendo a soja é viável e pode trazer bons resultados em sistemas de integração-lavoura-pecuária (ILP).
    Isso é possível adotando-se uma estratégia de manejo adequada. Essa cultivar é conhecida pela elevada produção de forragem, alto valor nutritivo, resistência à cigarrinha-das-pastagens e à mancha das folhas, o que a torna interessante para a alimentação do gado. Por outro lado, essa forrageira necessita de manejo especial para que ela não permaneça no campo na hora de plantar a soja.
    “As cultivares mais vigorosas, como os capins BRS Zuri, Mombaça e Miyagui, têm sido deixadas de lado pelo fato de serem mais tolerantes ao herbicida glifosato, por formarem touceiras e devido ao porte elevado, que dificulta um pouco o plantio da cultura em sucessão”, completa o pesquisador da Embrapa Luís Armando Zago Machado.

    Ele salienta que esses capins são os mais produtivos, em condição de pastejo, capazes de produzir 40 arrobas de carcaça por hectare, por ano, quando em sistemas de integração lavoura-pecuária.

    “Esse potencial de produção do capim BRS Zuri foi o que motivou estudar seu controle com herbicidas, já que, nos sistemas integrados, a pecuária necessita ser muito lucrativa para justificar sua rotação com culturas anuais”, declara Machado.

    Quando o capim BRS Zuri foi avaliado nos ensaios de valor de cultivo e uso, ele foi mais produtivo que os capins Tanzânia e Mombaça, além de apresentar melhor valor nutricional que esse último.

    Ao ser avaliado em sistemas integrados, foi obtida produtividade de 20% a 40% maior que a braquiária. “Porém, os P. maximum são mais exigentes em adubação, para que expressem todo seu potencial de produção, por isso eles vão tão bem nos sistemas integração lavoura-pecuária”, alerta Zago.

    Resultados obtidos com a dessecação do capim BRS Zuri

    O uso de cultivares de P. maximum de porte alto como a BRS Zuri nos sistemas integrados é bem-sucedido quando as plantas são rebaixadas. Esse trabalho comprovou que o sucesso do controle químico consiste na aplicação de duas doses de herbicida sistêmico ou a primeira com sistêmico e a segunda de contato, antes do plantio da soja. A primeira aplicação deve ser realizada com 12 a 14 dias antes do plantio da soja.

    A segunda aplicação pode ser feita de quatro a dez dias após a primeira, dependendo da dose e do produto aplicado. Essas duas aplicações foram eficientes para a dessecação do capim. Foram utilizados os herbicidas sistêmicos (glyphosate ou haloxyfop) ou de contato (glufosinato) e ambos apresentaram resultados positivos.

    O estudo comprovou que o controle do capim BRS Zuri com uso de herbicidas antes do plantio da soja é uma estratégia de manejo eficiente e que pode ser usada com segurança pelos produtores. “Com essa informação, é possível realizar o controle e diminuir o intervalo para posterior semeadura da soja”, diz Zago.

    O capim BRS Zuri é mais uma espécie a ser empregada nos sistemas de integração lavoura-pecuária, possibilitando a diversificação das forrageiras, principalmente, com as do gênero Brachiaria, que são bastante cultivadas e apresentam características muito interessantes, segundo os pesquisadores.

    Eles recomendam manter alguns talhões com Brachiaria, já que elas são menos estacionais, ou seja, a redução na produção de forragem durante a seca é menor em Brachiaria, em relação a Panicum.

    Outro aspecto a ser considerado no estabelecimento do capim BRS Zuri em sucessão à soja é o percevejo barriga-verde, que é uma praga secundária da soja, mas pode inviabilizar o estabelecimento desse capim. Nesse caso, está sendo avaliado em outro projeto o controle dessa praga.

    Observou-se que a pulverização de inseticida é pouco eficiente, já que a planta fica abrigada sob a palha da soja. Os melhores resultados têm sido obtidos com o tratamento das sementes da forrageira.

    Zago acrescenta que, no sistema ILP, o capim desempenha um papel fundamental na rotação de culturas e estruturando o solo, que pode contribuir para intensificar e gerar melhorias no ambiente de produção e, consequentemente, promover o aumento de produtividade nas lavouras de soja de forma sustentável.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: Safras corta estimativa de produção do Brasil para 149,076 mi de t

    Em 5 de janeiro, data da estimativa anterior, a projeção era de 151,36 milhões de toneladas

    A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 149,076 milhões de toneladas, com retração de 5,5% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por Safras & Mercado.

    Em 5 de janeiro, data da estimativa anterior, a projeção era de 151,36 milhões de toneladas. A redução sobre a previsão anterior é de 1,5%.

    Safras indica aumento de 1,6% na área, estimada em 45,41 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.299 quilos.

    Foram feitos ajustes nas produtividades médias esperadas para estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. “O avanço dos trabalhos de colheita começa a revelar a realidade da safra brasileira, especialmente nos estados que sofreram com a baixa umidade e temperaturas elevadas durante o último trimestre de 2023”, explica o analista e consultor Safras, Luiz Fernando Gutierrez Roque.

    Apesar disso, a chegada de chuvas a partir dos últimos dias de dezembro trouxe um ambiente mais favorável ao desenvolvimento das lavouras do Centro-Norte do país, principalmente nas áreas que foram semeadas mais tardiamente ou replantadas. “Tal fato deve impedir uma queda ainda maior nas produtividades médias esperadas para alguns estados, em especial na Região Nordeste. Se chuvas regulares continuarem atingindo certos estados, podemos ter surpresas positivas nas próximas semanas”, completou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Integração lavoura-pecuária pode reduzir o uso de fertilizantes e mitigar impactos climáticos

    Rotação auxilia na proteção da matéria orgânica e na melhoria do solo, além de reduzir as emissões de GEE

    Estudo conduzido pela Embrapa no Bioma Cerrado mostra que a adoção de sistemas integrados pode ser benéfica tanto na diminuição das emissões de óxido nitroso (N2O) como na redução das aplicações de fósforo e potássio, se comparados a sistemas de lavouras contínuas fertilizadas com as doses normalmente recomendadas desses nutrientes.Os sistemas de lavoura contínua, sem a presença da pastagem na rotação e baseados no cultivo solteiro de soja e sorgo, por exemplo, promoveram emissões mais elevadas de N2O quando foi aplicada a fertilização recomendada em relação aos sistemas que receberam metade da dose, aplicadas como fertilização de manutenção, conforme resultados obtidos em
    experimento de longa duração conduzido na Embrapa Cerrados (DF) entre 1991 e 2013.

    O pastejo na área do sistema Integração Lavoura-Pecuária (ILP) nos anos anteriores ao estudo e a adubação com metade das doses de fósforo e potássio reduziram as emissões acumuladas do gás de efeito estufa (GEE) em 59%. Para os autores do estudo, diante da crise mundial de fertilizantes, os resultados têm extrema relevância para a agricultura no Brasil e no mundo.

    “A relação entre as emissões de N2O e a fertilização nitrogenada, assim como as menores emissões de N2O resultantes da adoção de sistemas integrados, já estão bem documentadas na literatura científica. No entanto, ainda não havia informações disponíveis sobre a relação das emissões desses GEE com outros nutrientes comumente aplicados na lavoura, como fósforo e potássio,” argumentam os autores.

    O trabalho partiu da premissa de que os sistemas integrados são mais eficientes na utilização dos nutrientes aplicados ao solo, e que em solos de fertilidade construída (após vários anos de cultivo) é possível reduzir significativamente as doses de fósforo e potássio aplicadas na fase lavoura da rotação.

    Segundo os pesquisadores, a rotação entre lavoura e pastagem traz diversos benefícios para a qualidade do solo, que tem como consequência a proteção da matéria orgânica e a melhoria do funcionamento biológico do solo, além da redução das emissões de GEE.

    No sistema integrado na modalidade “boi safrinha”, por exemplo, o pastejo de entressafra reduz a disponibilidade de biomassa no solo, aumentando a mineralização do nitrogênio, a ciclagem de nutrientes e estimulando o sistema radicular da gramínea forrageira.

    “Confirmamos a hipótese de que com a adoção de sistemas integrados em áreas consolidadas de agricultura é possível reduzir a adubação fosfatada e potássica e, ao mesmo tempo, mitigar as emissões de N2O em comparação com lavouras contínuas que recebem
    altas doses desses nutrientes”, afirma Marchão.

    Estudo comparou dois sistemas com diferentes históricos de adubação

    Para testar essa hipótese, foram avaliadas as emissões de N2O, variáveis edafoclimáticas (de clima e solo), atributos químicos do solo, a produção de resíduos vegetais, o rendimento de grãos e a emissão relativa (kg de N2O emitido por kg de grãos produzido).

    As avaliações foram realizadas nos sistemas integrados em comparação a sistemas de lavouras contínuas, ambos em dois níveis de fertilidade e com diferentes históricos de adubação. Os sistemas avaliados fazem parte do experimento mais antigo de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) do Brasil, implantado na Embrapa Cerrados em 1991.

    O estudo foi realizado durante dois anos agrícolas consecutivos, durante a fase lavoura dos sistemas integrados, rotacionados a cada quatro anos entre lavoura e pecuária (pastagem). Desde a implantação do experimento de ILP, as áreas foram conduzidas sob dois níveis de fertilização fosfatada e potássica.

    Dessa forma, foram estabelecidos quatro contrastes entre sistemas: lavouras contínuas adubadas com metade das doses recomendadas de fósforo e potássio; lavouras contínuas nas doses recomendadas de fósforo e potássio; sistema ILP com metade das doses recomendadas de fósforo e potássio; e sistema ILP nas doses recomendadas de P e K. Uma área de Cerrado nativo adjacente foi utilizada como referência para monitoramento da emissão de óxido nitroso.

    No primeiro ano do estudo, em ambos os sistemas (ILP e lavoura contínua) a cultura de soja foi sucedida pelo pousio devido à escassez de chuva que inviabilizou o cultivo da segunda safra. No segundo ano, no sistema ILP, foi realizado, após a colheita da soja, por meio do plantio do sorgo de segunda safra em consórcio com Panicum maximum BRS Tamani para pastejo na entressafra.

    Já nas áreas de lavoura contínua, o sorgo foi plantado na entressafra da soja, sendo consorciado com um mix de espécies de plantas de cobertura – capim pé-de-galinha, capim braquiária, feijão-guandu, crotalária e nabo-forrageiro.

    Sistema integrado apresentou menores valores para emissões de N2O diárias e acumuladas

    As emissões de N2O foram medidas ao longo de 603 dias, totalizando 78 campanhas de coleta de gases. As amostragens do gás foram realizadas com o uso de câmaras estáticas instaladas em cada sistema de manejo.

    Os fluxos diários de óxido nitroso variaram de −5,33 a 73,51 µg N2O/m 2/h no primeiro ano agrícola e de -3,27 a 77,17 µg N2O/m 2/h no segundo – fluxos com valores positivos significam emissões do GEE para a atmosfera, enquanto valores negativos representam sequestro do gás. Segundo os pesquisadores, apesar de não serem tão altos, esses valores já são preocupantes no contexto das mudanças climáticas.

    O maior fluxo diário de N2O foi observado no sistema lavoura contínua com as doses recomendadas de fósforo e potássio no segundo ano de avaliação. De acordo com o estudo, os fluxos mais altos de N2O foram registrados imediatamente após a semeadura e ao final do ciclo da soja, e após a adubação de cobertura nitrogenada do sorgo na segunda safra.

    As médias de fluxos diários de óxido nitroso no período analisado foram de 23,2 µg N2O/m 2h no sistema de lavoura contínua com a adubação recomendada, 16,9 N2O/m 2 /h no sistema de lavoura contínua com metade da adubação fosfatada e potássica, 14,3 µg N2O/m 2/h no sistema integrado com adubação recomendada e 12,4 µg N2O/m 2/h no sistema integrado com metade da dose, enquanto na vegetação nativa de Cerrado, a média diária dereferência foi de 6,2 µg N2O/m 2/h.

    O trabalho também mensurou as emissões acumuladas de N2O, considerando sistema e níveis de fertilidade.

    O sistema de lavoura contínua e dose recomendada (1,32 kg N2O/ha) emitiu mais N2O quando comparado ao sistema integrado com metade da dose (0,46 kg N2O/ha) no primeiro ano de avaliação, porém não diferiu dos demais sistemas no segundo ano, e ao considerar todo o período de avaliação (603 dias), continuou sendo o sistema que mais emitiu (2,74 kg N2O/ha), enquanto o sistema integrado com metade da dose contribuiu
    no mesmo período com 1,12 kg N2O/ha, ou seja 59% menos.

    “Esse resultado possivelmente é explicado pelo pastejo em anos anteriores a esse estudo nos sistemas ILP, o que, associado à fertilização de fósforo e potássio no sistema integrado com metade da dose, resultou em menor quantidade de resíduos culturais. Isso provocou aumento da mineralização e menor disponibilidade do nitrogênio. Em consequência, houve mitigação de N2O”, explica Arminda Carvalho.

    Nos demais sistemas, as emissões acumuladas no período estudado foram de 1,62 kg N2O/ha (lavoura contínua com metade da dose), 1,41 kg N2O/ha (no sistema integrado e dose recomendada) e de 0,38 kg N2O/ha no Cerrado nativo.

    “Nossos resultados sugerem que os sistemas integrados, que incluem lavouras e pastagem, e com metade da dose de P e K, são mais efetivos em mitigar emissões de N2O, o que, no contexto atual de crise climática e na indústria global de fertilizantes, é um aspecto de grande relevância para a agricultura no Brasil e no mundo”, concluem os autores.

    Tecnologia importante para as mudanças climáticas

    Os sistemas integrados já são uma realidade no Brasil e representam uma das tecnologias disponíveis para enfrentar as mudanças climáticas, sendo uma das principais estratégias previstas no Plano ABC+, atual política pública brasileira para mitigação das emissões de GEE no setor agrícola.

    A expectativa é de que a implementação de políticas públicas de pagamento por serviços ambientais e a possiblidade de negociar o excedente do carbono em mercado público ou
    privado tornará ainda mais atrativa a adoção de sistemas integrados.

    “Para isso, é necessário estabelecer métricas que possibilitem comparar sistemas tradicionais, como lavouras continuas de grãos, ou de pecuária, com os intensificados, como os de Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Nesse sentido, nosso estudo contribui para a elaboração dessas métricas”, finalizam os autores.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Exportação de carne bovina cresce 28% em janeiro

    A China se manteve como o principal cliente da carne bovina brasileira, mas importou 3,1% menos em janeiro de 2024

    exportação de carne bovina (in natura e processada) em janeiro cresceu 28% em volume ante igual mês de 2023, de 183,81 mil toneladas para 235,34 mil toneladas.

    Os preços médios caíram de US$ 4.630 por tonelada em janeiro de 2023 para US$ 3.954 por tonelada em janeiro de 2024 (-14,6%).

    A receita total atingiu US$ 930,6 milhões contra US$ 851,1 milhões em janeiro do ano passado, crescimento de 9,3%.

    As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que compilou os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

    A China se manteve como o principal cliente da carne bovina brasileira, mas importou 3,1% menos em janeiro de 2024 – de 100,16 mil toneladas para 97,05 mil toneladas.

    O preço médio pago pela China caiu de US$ 4.845 para US$ 4.404 em janeiro deste ano (-9%).

    Os Estados Unidos foram o segundo maior importador da carne bovina brasileira em janeiro. O volume aumentou de 15,29 mil toneladas para 49,85 mil toneladas (+225,9%). Mas o preço recuou 43,3%, de US$ 5.214 por tonelada para US$ 2.957 por tonelada.

    Os Emirados Árabes Unidos ficaram em terceiro lugar entre os maiores importadores. Foram 11,80 mil toneladas (alta de 309,9%). Hong Kong, com 10,71 mil toneladas, e Egito, com aquisição de 7,29 mil toneladas, completaram a relação dos cinco maiores importadores de carne bovina do Brasil em janeiro.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Cientistas usam sinais vibratórios para manejar pragas nas lavouras

    Equipamento eletrônico reproduz vibrações que percevejos usam para se comunicar e é capaz de interferir evitando a reprodução da praga

    O uso de sinais vibratórios é a nova arma da ciência para ajudar no controle de pragas agrícolas, como os percevejos, popularmente conhecidos como marias-fedidas e agrupados em, aproximadamente, 900 gêneros e 5 mil espécies.

    A tecnologia desenvolvida digitaliza esses sinais que os insetos usam para se comunicar e os reproduz artificialmente a fim de atraí-los ou afastá-los.

    Para chegar a esse resultado, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) – em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) – desenvolveu um dispositivo e um método para armazenamento, geração e reprodução desses sinais vibratórios.

    Esse é um dos primeiros estudos no mundo visando a aplicação dos conhecimentos de comunicação vibracional para o manejo de percevejos na agricultura. A patente da tecnologia foi depositada em dezembro, no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

    Como funciona?

    “O método consiste em digitalizar os sinais vibracionais emitidos pelos insetos e reproduzi-los, de maneira contínua e repetidamente, para interferir no comportamento deles, a fim de, por exemplo, atraí-los ou afastá-los”, detalha o pesquisador Raúl Alberto Laumann, membro da equipe do Laboratório de Semioquímicos.

    Assim, é possível fazer a manipulação comportamental e o controle de insetos-praga em áreas de plantio pela redução da densidade populacional.

    Além disso, a tecnologia permite que os sinais sejam reproduzidos em diferentes superfícies, como o caule e as folhas das plantas, ou outros substratos sólidos, o que possibilita sua aplicação sob condições diversas, atendendo a diferentes particularidades de controle.

    “Embora a invenção do dispositivo e do método tenha sido motivada pela necessidade de manejo de percevejos, a tecnologia pode ser aplicada a uma vasta variedade de insetos”, assinala o pesquisador.

    Comunicação entre percevejos

    Nos percevejos, os sinais vibratórios atuam na troca de informação entre os indivíduos quando eles se encontram a distâncias moderadas (1 a 2 metros) ou curtas (poucos centímetros ou contatos físicos).

    “Por meio desses sinais vibratórios, eles recebem e enviam informação a respeito do sexo do inseto que está ‘cantando’, receptividade para a cópula e distribuição espacial”, conta o cientista.

    Estudos do processo de comunicação dos percevejos indicam que a comunicação entre eles se dá por meio de vibrações entre 60 e 130 hertz (Hz), produzidas pelo abdômen do inseto, as quais são transferidas para os tecidos da planta por suas patas, nas quais também se encontram os receptores sensoriais dos sinais vibratórios.

    Desse modo, a utilização dessas vibrações pode ser uma alternativa ou complemento ao uso de feromônios para serem incorporados em armadilhas de monitoramento. Os feromônios são sinais químicos que também fazer parte do sistema de comunicação dos insetos.

    “Adicionalmente, sinais vibratórios com efeito repelente ou que interferem na comunicação têm potencial para o manejo dessas pragas agrícolas, num sistema similar ao da confusão sexual com interrupção do acasalamento, sem o uso de substâncias químicas”, completa.

    Alternativa ao uso de produtos químicos

    Atualmente, os percevejos são pragas primárias das principais culturas de grãos no Brasil, sendo que nos últimos anos sua incidência tem se estendido a outras culturas, com relatos de ataques severos em algodão, hortaliças e mamona, entre outras.

    Os métodos de controle mais comuns baseiam-se na utilização de inseticidas sintéticos, que estão relacionados a riscos e efeitos negativos ao meio ambiente e à saúde humana.

    “Mas o uso excessivo de agrotóxicos torna os sistemas agrícolas instáveis em decorrência da eliminação conjunta de inimigos naturais e da indução ao aumento de resistência dos insetos-praga. Isso gera condições que favorecem a ação dos insetos herbívoros e, por conseguinte, a ocorrência de ataques mais severos e com dano de maior intensidade às culturas”, alerta Laumann.

    Assim, a possibilidade de interferir na comunicação e no comportamento sexual dos insetos e, consequentemente, no seu sucesso reprodutivo, é uma das estratégias com grande potencial para o manejo eficiente de suas populações, sem o uso de agrotóxicos.

    “Várias etapas do comportamento reprodutivo de percevejos envolvem troca de informações. Os tipos de sinais mais conhecidos e estudados nesse grupo de insetos são os feromônios, mas os percevejos também trocam informações usando os sinais vibratórios”, destaca Laumann.

    Para o pesquisador, já se observa uma crescente demanda por soluções que produzam, nas próximas décadas, alimentos, fibras e outros materiais derivados da agricultura com baixos níveis de impacto ao meio ambiente, principalmente nas áreas de preservação e mananciais.

    A aplicação de práticas sustentáveis na agricultura mostra-se prioritária para atingir essa meta. É nesse contexto que o controle biológico e a manipulação comportamental de insetos se apresentam com grande potencial para uso no manejo de pragas, pois permitem minimizar o uso de agrotóxicos.

    “Embora já existam práticas de controle biológico, ainda não há tecnologia de manipulação comportamental de insetos direcionada às principais pragas agrícolas que mantenha os índices de qualidade de vida e preservação ambiental, bem como os principais grãos livres de resíduos químicos”, afirma Laumann.

    Pode ser associada a feromônios

    “Um dos objetivos iniciais do desenvolvimento desse sistema foi a possibilidade de usá-lo para reproduzir sinais vibratórios de percevejos nas armadilhas de monitoramento populacional contendo o feromônio sexual, visando incrementar a eficiência de captura e a precisão das estimativas de densidade populacional. Assim, a ferramenta se tornaria mais precisa e útil para os produtores”, assinala Laumann.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

     
  • Cultivar de capim mostra bom desempenho ao anteceder a soja

    O controle do capim BRS Zuri com uso de herbicidas antes do plantio da soja é uma estratégia de manejo eficiente e segura para os produtores

    Estudo realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) mostrou que o uso da cultivar de capim BRS Zuri antecedendo a soja é viável e pode trazer bons resultados em sistemas de integração-lavoura-pecuária (ILP).

    Isso é possível adotando-se uma estratégia de manejo adequada. Essa cultivar é conhecida pela elevada produção de forragem, alto valor nutritivo, resistência à cigarrinha-das-pastagens e à mancha das folhas, o que a torna interessante para a alimentação do gado. Por outro lado, essa forrageira necessita de manejo especial para que ela não permaneça no campo na hora de plantar a soja.

    “As cultivares mais vigorosas, como os capins BRS Zuri, Mombaça e Miyagui, têm sido deixadas de lado pelo fato de serem mais tolerantes ao herbicida glifosato, por formarem touceiras e devido ao porte elevado, que dificulta um pouco o plantio da cultura em sucessão”, completa o pesquisador da Embrapa Luís Armando Zago Machado.

    Ele salienta que esses capins são os mais produtivos, em condição de pastejo, capazes de produzir 40 arrobas de carcaça por hectare, por ano, quando em sistemas de integração lavoura-pecuária.

    “Esse potencial de produção do capim BRS Zuri foi o que motivou estudar seu controle com herbicidas, já que, nos sistemas integrados, a pecuária necessita ser muito lucrativa para justificar sua rotação com culturas anuais”, declara Machado.

    Quando o capim BRS Zuri foi avaliado nos ensaios de valor de cultivo e uso, ele foi mais produtivo que os capins Tanzânia e Mombaça, além de apresentar melhor valor nutricional que esse último.

    Ao ser avaliado em sistemas integrados, foi obtida produtividade de 20% a 40% maior que a braquiária. “Porém, os P. maximum são mais exigentes em adubação, para que expressem todo seu potencial de produção, por isso eles vão tão bem nos sistemas integração lavoura-pecuária”, alerta Zago.

    Resultados obtidos com a dessecação do capim BRS Zuri

    O uso de cultivares de P. maximum de porte alto como a BRS Zuri nos sistemas integrados é bem-sucedido quando as plantas são rebaixadas. Esse trabalho comprovou que o sucesso do controle químico consiste na aplicação de duas doses de herbicida sistêmico ou a primeira com sistêmico e a segunda de contato, antes do plantio da soja. A primeira aplicação deve ser realizada com 12 a 14 dias antes do plantio da soja.

    A segunda aplicação pode ser feita de quatro a dez dias após a primeira, dependendo da dose e do produto aplicado. Essas duas aplicações foram eficientes para a dessecação do capim. Foram utilizados os herbicidas sistêmicos (glyphosate ou haloxyfop) ou de contato (glufosinato) e ambos apresentaram resultados positivos.

    O estudo comprovou que o controle do capim BRS Zuri com uso de herbicidas antes do plantio da soja é uma estratégia de manejo eficiente e que pode ser usada com segurança pelos produtores. “Com essa informação, é possível realizar o controle e diminuir o intervalo para posterior semeadura da soja”, diz Zago.

    O capim BRS Zuri é mais uma espécie a ser empregada nos sistemas de integração lavoura-pecuária, possibilitando a diversificação das forrageiras, principalmente, com as do gênero Brachiaria, que são bastante cultivadas e apresentam características muito interessantes, segundo os pesquisadores.

    Eles recomendam manter alguns talhões com Brachiaria, já que elas são menos estacionais, ou seja, a redução na produção de forragem durante a seca é menor em Brachiaria, em relação a Panicum.

    Outro aspecto a ser considerado no estabelecimento do capim BRS Zuri em sucessão à soja é o percevejo barriga-verde, que é uma praga secundária da soja, mas pode inviabilizar o estabelecimento desse capim. Nesse caso, está sendo avaliado em outro projeto o controle dessa praga.

    Observou-se que a pulverização de inseticida é pouco eficiente, já que a planta fica abrigada sob a palha da soja. Os melhores resultados têm sido obtidos com o tratamento das sementes da forrageira.

    Zago acrescenta que, no sistema ILP, o capim desempenha um papel fundamental na rotação de culturas e estruturando o solo, que pode contribuir para intensificar e gerar melhorias no ambiente de produção e, consequentemente, promover o aumento de produtividade nas lavouras de soja de forma sustentável.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços do trigo no Brasil estão abaixo da paridade de importação

    O mercado doméstico de trigo segue com reportes pontuais de negócios e preços mantidos por volta de R$ 1.200 a tonelada

    mercado doméstico de trigo segue com reportes pontuais de negócios e preços mantidos por volta de R$ 1.200 a tonelada nas regiões de produção.

    Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, as cotações parecem ter encontrado um ponto de suporte para este momento em que os moinhos estão abastecidos e muitos produtores precisam ir ao mercado para liberar espaço em seus armazéns.

    Diante desse cenário, mesmo com um quadro apertado e com necessidade de aquisições internacionais para atender a moagem dos principais estados produtores do sul do país, os preços domésticos estão abaixo da paridade de importação em relação ao cereal argentino.

    Nesta quarta-feira, essa paridade seria de R$ 1.265/tonelada e de R$ 1.290/tonelada no interior gaúcho e paranaense, respectivamente.

    Destaque para os line-ups de importação/cabotagem registros de desembarques realizados e/ou programados nos portos brasileiros que apontam para um acumulado de 2,046 milhões de toneladas na temporada 2023/24 (de agosto/23 até fevereiro/24). O último mês de janeiro, com 666,7 mil toneladas, foi o de maior ingresso até o momento.

    A grande novidade é a forte presença gaúcha nas aquisições internacionais, com desembarques no porto de Rio Grande totalizando 363,7 mil toneladas (18% do total). Os fortes danos causados no estado pelo excesso de chuva abrem a necessidade de um grande volume de importação para atender à necessidade de moagem local. Importante lembrar, contudo, que o porto de Rio Grande também foi o local de saída de mais de 2,0 milhões de toneladas de trigo ao exterior (feed wheat).

    Trigo em Chicago

    Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o trigo encerrou com preços acentuadamente mais baixos.

    O mercado repercutiu os números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a oferta e demanda do cereal no mundo. A maior competição no mercado exportador pressionou as cotações.

    A Rússia deve produzir 91 milhões de toneladas e exportar 51 milhões, os mesmos números de janeiro. A Ucrânia deve produzir 23,4 milhões e exportar 15 milhões de toneladas. No mês passado, o USDA esperava as exportações em 14 milhões de toneladas.

    A safra 2023/24 do cereal na Argentina foi projetada em 15,5 milhões de toneladas, contra 15 milhões em janeiro. As exportações do país foram elevadas de 10 para 10,5 milhões de toneladas.

    No Canadá, a projeção da safra 2023/24 foi mantida em 31,95 milhões de toneladas. A projeção da safra australiana do cereal ficou em 25,5 milhões de toneladas. Na União Europeia e no Reino Unido, a safra 22/23 está projetada em 134 milhões de toneladas.

    No fechamento, os contratos com entrega em março eram cotados a US$ 5,88 1/2 por bushel, baixa de 13,50 centavos de dólar, ou 2,24%, em relação ao fechamento anterior. Os contratos com entrega em maio de 2024 eram negociados a US$ 5,94 por bushel, recuo de 14,00 centavos, ou 2,3%, em relação ao fechamento anterior.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Milho: USDA aponta redução na estimativa da safra brasileira

    Volume divulgado nesta quinta-feira pelo órgão do governo americano ficou 3 milhões de toneladas abaixo da projeção feita em janeiro

    O relatório de fevereiro de oferta e demanda mundial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) apontou uma redução na estimativa da safra brasileira de milha. O levantamento divulgado nesta quinta-feira (8) indicou uma produção de 124 milhões de toneladas para a temporada 2023/24, contra 127 milhões de toneladas no relatório anterior, divulgado em janeiro.

    O USDA projetou a safra global de milho para o atual ciclo em 1,232 bilhão de toneladas, abaixo das 1,235 bilhão de toneladas indicadas em janeiro. O órgão estimou estoques finais da safra mundial em 322,06 milhões de toneladas, abaixo das 325,22 milhões de toneladas indicadas no mês passado e das 324 milhões de toneladas previstas pelo mercado.

    A safra dos Estados Unidos em 2023/24 foi indicada em 389,69 milhões de toneladas, sem alterações ante janeiro. Já a produção da Argentina deve atingir, de acordo com o órgão do governo americano, 55 milhões de toneladas, sem alterações.

    A China, por sua vez, teve a estimativa de produção para 2023/24 mantida em 288,84 milhões de toneladas.

    A projeção para a Ucrânia foi mantida em 30,5 milhões de toneladas na atual temporada. A África do Sul teve a safra indicada em 16,8 milhões de toneladas, sem mudanças.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Lavouras de soja sofrem com falta de chuvas no RS, diz Emater

    A estimativa é de que a área de soja no estado some 6,74 milhões de hectares, com perspectiva de produtividade de 3,3 mil quilos por hectare

    Com 23% das lavouras de soja no Rio Grande do Sul na fase de enchimento de grãos, as chuvas, localizadas e desuniformes, associadas a elevadas temperaturas, trazem consequências negativas para o balanço hídrico da cultura e criam disparidades nas condições das lavouras.

    Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS, divulgado nesta quinta-feira (8), regiões como o Noroeste enfrentam sinais de estresse hídrico devido à falta de chuva, o que pode prejudicar a produtividade.

    As plantas estão apresentando sintomas de murchamento, com queimaduras nas folhas devido à exposição ao sol.

    Em algumas áreas mais afetadas pela falta de água, observa-se o início do processo de queda das folhas mais baixas, que estão amareladas e senescentes.

    Entretanto, nas áreas que receberam chuvas em volumes mais significativos ou intermediários, a situação das lavouras de soja é satisfatória, com as plantas emitindo brotações, com estatura em conformidade com a fase fenológica em que se encontram, o que sugere resultados produtivos alinhados às projeções estabelecidas inicialmente.

    Quanto ao controle fitossanitário, o foco principal está na prevenção da ferrugem.

    As chuvas intensas no início do ciclo da cultura favoreceram o desenvolvimento da doença, mas mesmo com a baixa umidade nas últimas semanas, o monitoramento e aplicação do protocolo de controle preventivo continuam sendo realizados.

    A estimativa é de que a área de soja no estado some 6,74 milhões de hectares, com perspectiva de produtividade de 3,3 mil quilos por hectare.
    Fonte: https://www.canalrural.com.br/