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  • Trigo no Brasil: consultoria corta estimativa por causa das chuvas

    Os temores de que os efeitos do fenômeno El Niño trariam danos à produção de trigo no Brasil estão se consolidando

    mercado brasileiro de trigo segue operando com poucos negócios. Os produtores, além de focados nos trabalhos de colheita, se colocam na defensiva à espera de uma definição da safra, em meio ao clima adverso.Além disso, a expectativa em relação à intervenção do governo federal para a garantia dos preços mínimos faz com que o lado vendedor se retraia ainda mais.

    Os temores de que os efeitos do fenômeno El Niño trariam danos à produção de trigo no Brasil estão se consolidando.

    No Paraná, onde as estimativas iniciais apontavam para uma produção próxima a 4,4 milhões de toneladas, os novos números de Safras & Mercado apontam para 3,7 milhões de toneladas.

    No Rio Grande do Sul, números preliminares apontavam para 5,4 milhões de toneladas e as projeções atuais sinalizam cerca de 4,785 milhões de toneladas.

    Segundo o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, com a colheita ainda em andamento, esses números ainda devem sofrer novos ajustes.

    Se confirmados, comparada ao mesmo período do ano passado, a produção paranaense apresentaria um incremento de 100 mil toneladas, enquanto a gaúcha recuaria 1,225 milhão de toneladas.

    A safra brasileira de trigo deve totalizar 10,355 milhões de toneladas em 2023.

    A expectativa de Safras & Mercado foi reajustada para baixo devido ao excesso de umidade e às altas temperaturas no inverno. Anteriormente, eram esperadas 11,540 milhões de toneladas. No ano passado, o Brasil produziu 11,417 milhões de toneladas.

    Paraná

    Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná, até 17 de outubro, a colheita atingia 80% da área no estado. Na semana anterior, eram 73%. A maioria das lavouras está em boas condições. O Deral ainda estima a safra paranaense em 4,155 milhões de toneladas.

    Rio Grande do Sul

    Já no Rio Grande do Sul, a colheita de trigo atingia 19% da área, até 19 de outubro. Na semana anterior, os trabalhos chegavam a 11%. Em igual momento do ano passado, eram 5%. A média dos últimos cinco anos é de 18%.

    Segundo a Emater/RS, os resultados obtidos nas áreas em colheita indicam a redução na produtividade em relação ao estimado inicialmente. Além disso, cresce a preocupação com a qualidade, especialmente em relação à eventual presença de micotoxina, derivada da alta umidade no período final do ciclo da cultura e da elevada incidência de giberela.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Arroz: semeadura da safra 2023/24 no RS atinge 44,94%, diz Irga

    Zona sul do estado é a região mais adiantada, com 83,68% da área já semeada

    A semeadura de arroz da safra 2023/24 no Rio Grande do Sul havia alcançado, até sexta-feira (20), 44,94% da área prevista, com 405.520 hectares semeados. Segundo nota do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), o total a ser cultivado no atual ciclo deve ser de 902.424 hectares.

    A região que está com os trabalhos mais adiantados é a zona sul do estado, com 83,68% da área já semeada – ou 125.516 hectares. A Fronteira Oeste registrou 64% dos trabalhos concluídos, com 172.356 hectares plantados até agora. A região da Campanha alcançou 46,1% nesta semana (59.233 hectares).

    Ainda conforme o Irga, a Planície Costeira Interna está com 22,3% da área semeada até o momento (29.237 hectares, de um total de 131.080 hectares esperados nesta safra). Já a Planície Costeira Externa atingiu 9,2% do previsto (9.420 hectares). E a região Central aparece no levantamento com 8,05% (9.758 hectares).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Alerta: dois fatores devem trazer ferrugem asiática mais cedo ao Sul do país

    Consórcio Antiferrugem já registrou 21 casos da doença em soja voluntária, sendo 19 deles nos três estados do Sul do país

    A safra 2023/24 de soja registrou, até o momento, dois casos de ferrugem-asiática em lavoura comercial. As ocorrências foram identificadas em Tocantins, nos municípios de Formoso do Araguaia e Lagoa da Confusão.

    No entanto, o Consórcio Antiferrugem já teve 21 reportes da doença em soja voluntária, sendo 19 deles nos três estados do Sul do país. Os outros dois foram em São Paulo.

    O coordenador estadual do projeto Grãos Sustentáveis do Instituto de Desenvolvimento do Paraná (IDR-Paraná), Edivan José Possamai, lembra que o principal dano causado pela doença é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução dos rendimentos da cultura.

    Segundo ele, dois fatores devem levar a doença da soja mais cedo ao Sul do país do que em safras anteriores:

    1. Inverno ameno: este ano, a estação não trouxe geadas fortes, o que beneficiou o desenvolvimento da soja “guaxa” (plantas que nascem espontaneamente), sobretudo onde o vazio sanitário da soja não foi realizado com rigor, o que garantiu a sobrevivência da doença em plantas espontâneas;
    2. O clima: o El Niño aumenta a ocorrência de chuvas e umidade, condição ideal para o desenvolvimento da doença.

    Como prevenir a ferrugem-asiática?

    O manejo da ferrugem-asiática está ancorado em três estratégias, de acordo com a Embrapa:

    • Uso de cultivares com genes de resistência;
    • Vazio sanitário e calendarização da semeadura da soja
    • Uso de fungicidas

    Segundo o pesquisador da Embrapa Soja Maurício Meyer, as semeaduras tardias podem receber populações do fungo já no início do desenvolvimento da lavoura, o que exige a antecipação do uso de fungicidas e demanda maior número de aplicações, o que é preocupante.

    “Quanto maior o número de aplicações, maior a exposição do fungo aos fungicidas e maior a chance de acelerar o processo de seleção de populações resistentes a esses fungicidas”, reforça Meyer.

    De acordo com ele, apesar da contribuição dos fungicidas, a redução da eficiência dos produtos disponíveis no mercado vem sendo observada desde a safra 2007/08 em função da adaptação do fungo.

    “Segundo a indústria química, não há perspectiva de novos princípios ativos de fungicidas nos próximos anos. Por isso, a aplicação dessas medidas restritivas se faz necessária enquanto não houver uma solução definitiva para o problema”, reforça.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: Abiove prevê safra recorde e exportação de 100 milhões de toneladas

    Projeção da entidade para o ciclo 2023/24 aponta para crescimento da área e da produtividade média

    A primeira projeção da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) para a safra 2023/24 aponta mais um recorde histórico na produção de soja, de 164,7 milhões de toneladas.

    De acordo com a entidade, o resultado se dará em razão do crescimento da área, de 44 milhões de hectares em 2023 para 45,1 milhões em 2024, e da produtividade média nacional, que deve saltar de 3.585 kg/ha para 3.650 kg/ha.

    O processamento do grão também deve ser o maior de toda a série de sondagens realizada pela associação: 54 milhões de toneladas, por conta especialmente do aumento da demanda por óleo de soja para biodiesel, informa a Abiove.

    As estimativas de produção do farelo e do óleo apresentam números ajustados aos deste ano, sendo 41,3 milhões de toneladas de farelo e 10,9 milhões de toneladas de óleo.

    A Abiove projeta a exportação de soja em grão em 100 milhões de toneladas, mesmo volume de 2023. Já a quantidade de farelo destinado ao mercado internacional terá uma pequena retração, de 22 milhões de toneladas (2023) para 21,5 milhões.

    O óleo de soja, por sua vez, apresenta uma queda mais acentuada na projeção da entidade, de 2,4 milhões (2023) para 1,6 milhões de toneladas exportadas. A retração decorreria da maior demanda pelo óleo para uso interno.

    A expectativa é de que as divisas provenientes das exportações dos três produtos do complexo sejam da ordem de US$ 61,1 bilhões em 2024.

    Dados da soja em 2023

    A Abiove também atualizou as estatísticas do complexo soja no Brasil de janeiro a agosto de 2023. Os dados, verificados a partir da amostra de 89,3% do esmagamento no país, indicam que a produção de soja será de 157,7 milhões de toneladas, com um processamento do grão em 53,5 milhões de toneladas.

    Os volumes são ligeiramente superiores à estimativa feita pela entidade no mês passado. A produção de farelo e de óleo permanecem inalteradas – 41 milhões e 10,8 milhões de toneladas, respectivamente.

    A soja em grão que deve registrar 100 milhões de toneladas exportadas. A comercialização internacional do farelo está mantida em 22 milhões e a do óleo, em 2,4 milhões. A geração de receita com exportações de todo o complexo soja em 2023 está estimada em US$ 67,2 bilhões.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Rede de pesquisa avalia fungicidas e cultivares para combater a podridão de grãos na soja

    O problema vem ocorrendo, com maior frequência, na região do médio-norte do estado de Mato Grosso e em Rondônia, desde a safra 2018/2019

    Cultivares com maior resistência à podridão de grãos e uso de fungicidas são opções de manejo para reduzir as perdas de produtividade, apontam redes multidisciplinares de pesquisa que estudam o tema. Inicialmente chamado de anomalia da soja, o problema vem ocorrendo, com maior frequência, na região do médio-norte do estado de Mato Grosso e em Rondônia, desde a safra 2018/2019.

    Dados como clima, fertilidade e física do solo, teor de lignina e outros que podem dar pistas sobre a podridão na oleaginosa vem sendo analisados pela Embrapa.

    “Durante as visitas à região, observamos que o problema atingia das cultivares de maneira diferente e os sintomas respondiam ao tratamento com fungicidas, por isso, foram formadas redes de ensaios cooperativos para avaliar a sensibilidade das cultivares à doença e a eficiência dos fungicidas”, relata o pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja (PR).

    Diferentes espécies de fungos foram identificadas em vagens e presas com e sem sintomas de apodrecimento de grãos, mas os fatores que desencadeiam o problema ainda são desconhecidos.

    rede que avalia a eficiência dos fungicidas traz os primeiros resultados que poderão auxiliar nas estratégias de manejo da doença, com o lançamento da publicação “Eficiência de fungicidas para o controle da podridão de grãos da soja”.

    Diversas amostras foram coletadas nas quais foram encontrados, nas vagens, nos grãos e nas hastes, um complexo de fungos de diferentes espécies de Fusarium, Diaporthe e Colletotrichum. Em algumas safras, também foram observadas altas incidências de manchas-púrpuras nos grãos, causadas por Cercospora spp.

    Segundo a pesquisadora da Embrapa Cláudia Godoy, esses fungos são encontrados de forma latente na planta e nos grãos, sem causar sintomas aparentes. Ela explica ainda que, no início dos sintomas, as vagens podem apresentar encantamento, escurecimento ou ambos, sem abertura visível. Quando aberto, apresenta apodrecimento dos grãos.

    Em ensaios realizados na Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT), diferentes espécies de fungos encontrados de vagens com sintomas de apodrecimento foram inoculadas em plantas da oleaginosa em situação de vegetação, mas até o momento, nenhum desses casos isolados produziram nas plantas os sintomas que ocorreram sem campo.

    Praticamente todas as empresas de pesquisa localizadas no eixo da BR 163 no médio-norte de Mato Grosso estão investigando o problema. “Os resultados da rede de fungicidas e de cultivares da safra 2022/23 são uma fonte de informação para o produtor, para auxiliar no manejo do problema”, afirma a pesquisadora Dulândula Wruck.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: preços sobem em Chicago com atrasos do plantio no Brasil

    Cotações também crescem em meio a alta do petróleo e leve desvalorização do dólar

    Os contratos da soja em grão registram preços mais altos nas negociações da sessão eletrônica na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) na manhã desta terça-feira (17).

    Apesar do rápido avanço da colheita nos Estados Unidos, o mercado é sustentado pelas preocupações com os atrasos no plantio no Brasil, um dos maiores exportadores mundiais. O bom desempenho do petróleo em Nova York e a leve desaceleração do dólar frente a outras moedas correntes completam o quadro de alta dos preços.

    O plantio da safra 2023/24 de soja atinge 19% da área no Brasil, conforme apontou relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com dados até 15 de outubro. Na semana passada, a semeadura atingia 10,1% da área. Em igual período do ano passado, os trabalhos de plantio atingiam 21,5% da área.

    O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou um relatório sobre a evolução da colheita das lavouras de soja. Até 15 de outubro, a área colhida estava apontada em 62%. Analistas esperavam que a ceifa estivesse em 57%. Na semana passada, eram 43%. Em igual período do ano passado, a colheita era de 60%. A média é de 52%.

    Segundo o USDA, até 15 de outubro, 52% das lavouras estavam entre boas e excelentes condições, 30% em situação regular e 18% em condições entre ruins e muito ruins. Na semana anterior, os índices eram de 51%, 31% e 18%, respectivamente.

    Os contratos com vencimento em novembro de 2023 operam cotados a US$ 12,89 3/4 por bushel, alta de 3,50 centavos, ou 0,27%, em relação ao fechamento anterior.

    Ontem (16), a soja fechou com preços mais altos. A menor aversão ao risco no cenário global e sinais de demanda pela oleaginosa dos Estados Unidos garantiram a recuperação das cotações. A baixa do dólar frente a outras moedas completou a série de fatores positivos da abertura da semana.

    Os contratos da soja em grão com entrega em novembro fecharam com alta de 6,00 centavos ou 0,46%, a US$ 12,86 1/4 por bushel. A posição janeiro teve cotação de US$ 13,05 3/4 por bushel, ganho de 5,75 centavos de dólar, ou 0,44%, em comparação com o dia anterior.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

     

  • Plantio de arroz no Rio Grande do Sul ultrapassa 287 mil hectares, aponta Irga

    Chuvas atrapalham trabalhos na lavoura e semeadura atinge 31,83% da área total prevista pelo instituto

    Os produtores do Rio Grande do Sul já semearam 287.274 hectares da safra de arroz 2023/2024, conforme mostra o primeiro levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Isso representa 31,83% da área total de 902.424 hectares estimada pelo Irga.

    Os dados são da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater), a partir de informações apuradas pelas equipes dos Núcleos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Nates) da autarquia.

    O atraso ocorreu devido às chuvas, principalmente em setembro, o que impossibilitou que a maioria dos produtores pudesse realizar a semeadura em suas lavouras. Na Planície Costeira Externa, o início do plantio das primeiras lavouras de pré-germinado ocorreu na segunda quinzena de agosto, com poucas áreas semeadas.

    Em setembro, a semeadura do arroz ficou inviabilizada até mesmo para o pré-germinado. No início de outubro, algumas áreas começaram a ser semeadas em cultivos em linha, com poucas janelas para a semeadura e ainda com muitas áreas a serem preparadas e dessecadas para depois serem plantadas.

    Nas áreas próximas à Lagoa dos Patos (RS), onde as águas da região estão demorando a baixar, os produtores ainda estão aguardando uma janela para retomar o plantio. Na Planície Costeira Interna, aproximadamente 40% são de pré-germinado, com uma área significativa em desenvolvimento vegetativo no momento.

    Na Zona Sul do Estado, os trabalhos começaram no final de agosto, com uma pequena área em Rio Grande, mas a maioria dos produtores só conseguiu iniciar a semeadura na última semana de setembro devido aos mais de 500 milímetros de chuva registrados no mês.

    Vale lembrar que os produtores acreditaram na previsão de El Niño, intensificando a drenagem nas áreas a serem semeadas, retirando o adubo da linha para permitir maior agilidade na semeadura e trabalhando em turnos de 24 horas para aproveitar ao máximo as janelas proporcionadas pelos dias sem chuva.

    A região da Campanha deu início à semeadura nos primeiros dias deste mês, sendo que na última semana houve uma evolução mais significativa, principalmente nos municípios de Bagé, Dom Pedrito e Santana do Livramento, conforme verificado pelos técnicos do Irga.

    Já na Fronteira Oeste, a semeadura do arroz começou em agosto, mas em uma área pouco expressiva. Em setembro, houve um avanço de apenas 2,5%. No entanto, nos últimos 15 dias, os produtores conseguiram entrar nas lavouras para realizar a semeadura da safra 2023/2024.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • El Niño até o fim do verão: veja como isso afeta o Brasil

    Confira o impacto do fenômeno nas lavouras brasileiras e os riscos que ele traz para cada região do país

    Segundo o relatório de outubro da Administração Norte Americana de Oceano e Atmosfera (NOAA), a tendência é de que o El Niño continue influenciando o clima em todo o globo até meados de março/abril de 2024.

    No Brasil, o fenômeno terá pico de intensidade no trimestre de novembro a janeiro deste ano, continuando a diminuir as chuvas no Matopiba e provocando chuvas volumosas na região Sul. Também traz temperaturas acima da média em todo o país, agravando a situação de risco de focos de incêndio no centro-norte.

    As lavouras de primeira safra, como milho e soja, devem ser impactadas pelas condições climáticas em todas as regiões.

    No Sul, o alto volume de chuvas atrasa os trabalhos em campo, desacelerando a semeadura e impedindo o manejo e tratamento fitossanitário. A alta nebulosidade afeta o fotoperíodo, prejudicando o desenvolvimento inicial das lavouras recém-implantadas.

    No Sudeste, a situação é um pouco mais tranquila, pois as chuvas estão retornando à região. Porém o interior de São Paulo e Minas Gerais precisam de bons volumes de precipitação, porque o solo ainda se encontra muito ressecado, principalmente no norte mineiro

    No Centro-Oeste, as chuvas estão voltando devagar, porém de forma pouco volumosa. Modelos indicam que no próximo trimestre haverá chuva abaixo da média na região, com temperaturas máximas ainda na casa dos 40 ºC, o que prejudica a reposição da boa umidade no solo para garantir um bom ciclo inicial.

    No Nordeste, a ausência de chuvas deve continuar, pelo menos, até dezembro de 2023, o que agrava ainda mais a situação de seca na região. Produtores que almejam começar a semeadura em sequeiro em outubro e novembro devem ficar atentos a essa condição, pois, com o El Niño em curso, a tendência é de as temperaturas se manterem elevadas com chuvas abaixo da média durante o período chuvoso na região.

    No Norte, o baixo volume de chuva deve continuar até o fim de outubro, tendendo a continuar assim até dezembro de 2023, o que agrava principalmente a situação de solo mais ressecado no Tocantins, centro-sul do Pará e leste do Amazonas.

    Em todas as regiões, espera-se temperaturas elevadas, chegando a 40 ºC constantemente, potencializando o risco de focos de incêndio e agravando a situação de seca e baixo nível dos rios.

    As barras em vermelho significam porcentagem de que o fenômeno El Niño continue, ou seja, a partir do trimestre janeiro-fevereiro-março (JFM), nota-se um enfraquecimento do sistema; partir do outono/inverno de 2024, pode entrar um período de neutralidade. Fonte: NOAA
     Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Planta daninha resistente ao glifosato é identificada em lavoura de soja pela 1ª vez

    Descoberta foi feita no município de Juranda (PR) por técnicos da Coamo Agroindustrial e relatada à Embrapa Soja

    Foi identificada a primeira ocorrência da planta daninha picão-preto (Bidens subalternans) resistente ao herbicida glifosato no Brasil, na safra 2022/23, em lavoura de soja.

    A dificuldade de controle foi relatada à Embrapa Soja por técnicos da Coamo Agroindustrial Cooperativa, que observaram a sobrevivência de uma população dessa espécie, no município de Juranda (PR).

    “Mesmo após aplicações sequenciais de glifosato, nas doses recomendadas nos rótulos e bulas, e executadas corretamente, o produto não controlou as plantas de picão-preto em lavouras de soja”, relata o pesquisador da Embrapa, Fernando Adegas.

    Para avaliar o caso, um grupo composto por técnicos da cooperativa e pesquisadores da Embrapa iniciou os estudos de comprovação da resistência em condições controladas.

    “Primeiramente, coletamos plantas sobreviventes na área para iniciar os estudos. Foram avaliadas, em análises adicionais, amostras de sementes e plantas de populações de picão-preto, também com suspeita de resistência ao glifosato, provenientes de outras propriedades, assistidas pela cooperativa Lar”, conta Adegas.

    “Ao mesmo tempo da realização dos estudos de constatação da resistência, conduzimos trabalhos de manejo dessa população (de plantas daninhas), tanto em casa de vegetação quanto no campo”, diz o pesquisador.

    Relatos no Paraguai

    Em 2018, uma equipe de pesquisadores da Embrapa Soja e da Universidade Estadual de Maringá identificou no Paraguai, o primeiro, e até então o único, caso de resistência dessa espécie ao glifosato no mundo.

    A Embrapa e as cooperativas Coamo e Lar estão elaborando ações de monitoramento, manejo, mitigação e contenção da população de picão-preto resistente.

    “Também estamos planejando estudos para a determinação de qual é o mecanismo de resistência ao glifosato dessa população e se existe resistência múltipla a outros herbicidas”, afirma Adegas.

    Esses estudos estão sendo feitos em parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e com a Pennsylvania State University (PSU), dos Estados Unidos.

    Histórico de resistência no Brasil

    No Brasil, observa-se dois momentos relacionados à resistência de plantas daninhas. Os primeiros casos no país foram relatados em 1993, relativos às espécies Bidens pilosa (picão-preto) e Euphorbia heterophylla (leiteiro), resistentes a herbicidas inibidores da ALS.

    Atualmente, os produtores vivem uma segunda etapa das plantas daninhas resistentes ao herbicida glifosato. “Esse processo de resistência está relacionado ao uso constante do mesmo princípio ativo, na mesma área, e por longo período de tempo”, explica Adegas.

    O uso intensivo do glifosato acarretou grande pressão de seleção sobre as plantas daninhas, resultando na seleção de 12 espécies resistentes. Entre elas, estão:

    • Azevém (Lolium perene spp multiflorum);
    • Três espécies de buva (Conyza bonariensis, C. canadensis, C sumatrensis);
    • Capim-amargoso (Digitaria insularis);
    • Caruru-palmeri (Amaranthus palmeri);
    • Caruru-gigante (Amaranthus hybridus);
    • Capim-branco (Chloris elata);
    • Capim-pé-de-galinha (Eleusine indica);
    • Leiteiro (Euphorbia heterophylla);
    • Capim-arroz (Echinochloa crusgalli); e agora: picão-preto (Bidens subalternans).

    Aumento do custo de produção

    Estudo realizado pela Embrapa avaliou que os custos de produção em lavouras de soja com plantas daninhas resistentes ao glifosato podem subir, em média, de 42% a 222%, principalmente pelo aumento de gastos com herbicidas e pela perda de produtividade da soja.

    Segundo Adegas, os valores sobem, em média, entre 42% e 48%, para as infestações isoladas de buva e de azevém, respectivamente, e até 165% se houver capim-amargoso resistente. Em casos de infestações mistas de buva e capim-amargoso, por exemplo, o aumento médio é de 222%.

    Processo de resistência

    Adegas define a resistência como a habilidade herdada de uma planta daninha em sobreviver e reproduzir-se após a exposição a uma dose de herbicida normalmente letal (dose de bula) para a população natural.

    “É uma ocorrência natural, devido às plantas daninhas evoluírem e se adaptarem às mudanças do ambiente e ao uso das tecnologias agrícolas”, explica.

    Segundo ele, na prática, o surgimento da resistência ocorre pelo processo de seleção de indivíduos resistentes, já existentes na população presente nas áreas de produção, em função de aplicações repetidas e continuadas de um mesmo herbicida ou de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação, durante determinado período de tempo.

    Como prevenir a seleção de plantas resistentes

    Entre os métodos preventivos recomendados, Adegas destaca a aquisição de sementes livres de infestantes; a limpeza de máquinas e equipamentos, especialmente as colheitadeiras e a manutenção de beiras de estrada, carreadores e terraços livres de infestantes.

    No controle mecânico, a indicação é pelas capinas e roçadas. No caso de controle químico, a principal ação é a utilização de herbicidas de diferentes mecanismos de ação, em distintos sistemas de controle.

    Entre os métodos culturais, são recomendados a diminuição dos períodos de pousio, o investimento em produção de palhada para cobertura do solo e a utilização de cultivares adaptadas em espaçamento entre linhas, além da rotação de culturas.

    O estudo foi realizado seguindo o protocolo para relato de casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas, proposto pelo Comitê de Resistência da Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas (SBCPD) e aprovado pelos Comitê de Ação de Resistência aos Herbicidas do Brasil (HRAC-BR) e Internacional (IRAC).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • BB negocia pela primeira vez créditos de carbono no mercado externo

    Banco pretende criar mesa de negociação específica para novo ativo

    Pela primeira vez na história, o Banco do Brasil (BB) negociou créditos de carbono no mercado internacional. A operação ocorreu nesta semana, com a compra de 5 mil créditos de carbono do Projeto Envira Amazônia, operado no mercado secundário pelo banco francês BNP Paribas, e a venda para o Standard Chartered Bank no exterior.

    Segundo o BB, a transação piloto serviu de teste para validar o novo modelo de negócios do BB. Com certificação pela Verra, o principal avaliador do mercado voluntário de carbono por meio de reduções de desmatamento e degradação, o Projeto Envira protege mais de 200 mil hectares da Floresta Amazônica. O projeto também tem o selo Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCB), que certifica a destinação de parte dos créditos gerados em prol da comunidade local.

    O Banco do Brasil pretende tornar-se referência na negociação de mercado de carbono, desde o desenvolvimento de projetos geradores de crédito até a compra e venda desses ativos. A instituição também quer oferecer assessoria para a realização de inventários de emissões de gases de efeito estufa. De acordo com o banco, os projetos apoiados pela instituição permitem preservar mais de 500 mil hectares de floresta nativa.

    No início do mês, o BB criou uma unidade estratégica exclusivamente destinada a boas práticas ambientais, sociais e de governança em sua estrutura para reforçar sua atuação na área. Alinhada aos 12 compromissos para um futuro mais sustentável, especialmente ao de reflorestamento e conservação florestal, a instituição tem a meta de conservar ou reflorestar 1 milhão de hectares até 2025.

    Expansão

    Em 2022, o mercado global de créditos voluntários de carbono atingiu US$ 2 bilhões e deve crescer de forma exponencial nos próximos anos. No caso brasileiro, a consultoria Way Carbon, especializada no segmento, estima que o volume de negociações atinja US$ 20 bilhões até 2030.

    Por meio do mercado de crédito de carbono, as empresas compensam a emissão de gases de efeito estufa. Cada empresa tem um determinado limite de emissões. As que emitem menos ficam com créditos, que podem ser vendidos àquelas que passaram do limite. O crédito de carbono equivale a 1 tonelada de gás carbônico (CO2) ou de outros gases geradores de efeito estufa que deixou de ser lançada na atmosfera.

    As empresas também podem comprar créditos de carbono por meio do financiamento de projetos ambientais ou de desenvolvimento sustentável. Os mercados de carbono passaram a ganhar mais ênfase desde a assinatura, por países da Organização das Nações Unidas (ONU), do Protocolo de Kyoto, em 1997.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/