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  • Nanocompósito: Embrapa obtém patente de tecnologia que reduz emissão de CO2

    Tecnologia é produzida através da capturas de gases do efeito estufa emitidas por uma usina termelétrica, por exemplo

    O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) deferiu o pedido de patente do “Processo de Produção de Nanocompósito de Carbonato de Cálcio e Lignina Kraft a partir de Emissões Gasosas”, desenvolvido pela Embrapa Agroenergia (DF). A Carta Patente foi expedida no mês passado pelo INPI, concedendo à Empresa a exclusividade para explorar comercialmente a invenção por um período de 20 anos.

    O processo recém-protegido contribui para a mitigação de gases do efeito estufa, uma vez que utiliza emissões de dióxido de carbono (CO2) para produzir um nanocompósito de carbonato de cálcio e lignina kraft. Podem ser capturadas as emissões de CO2 de uma usina termelétrica, por exemplo, o que o torna ambientalmente sustentável.

    O produto obtido é um nanocompósito que consegue fixar em sua superfície moléculas de agroquímicos, enquanto a lignina, macromolécula natural presente nas plantas, é empregada para melhorar essa fixação.

    Ele pode servir de veículo – ou carreador – para diversos produtos como fármacos, para o tratamento de animais; fertilizantes aplicados no solo, ou inseticidas, a fim de proteger lavouras.

    Com a vantagem de proporcionar a liberação lenta, controlada ou ambas. Isso significa que a molécula nele contida é liberada aos poucos garantindo uma ação mais duradoura e evitando perdas.

    A invenção é resultado do projeto AgriCarbono, iniciado em 2019 e encerrado no primeiro semestre de 2023. O propósito da pesquisa era usar gás carbônico (CO2) para a produção de suportes de liberação controlada de moléculas de agroquímicos.

    No trabalho, foram testados semioquímicos (substâncias químicas utilizadas na comunicação entre os seres vivos na natureza, como insetos, e utilizadas em manejo de pragas) como principais agroquímicos.

    “O objetivo foi aumentar a eficácia de aplicação, por meio de liberação controlada, e reduzir a poluição ambiental, inerente ao uso de agroquímicos convencionais”, conta o pesquisador da Embrapa Silvio Vaz Júnior, líder do projeto.

    O projeto AgriCarbono recebeu recursos do Programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da subsidiária da Eletrobrás Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE). O projeto contou, também, com a parceria dos pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Maria Carolina Blassioli Moraes, Raul Alberto Laumann e Miguel Borges, e da bolsista da Embrapa Agroenergia Érica Gonçalves Gravina.

    “Na Embrapa Agroenergia, foi feito o desenvolvimento do nanocompósito e da formulação que foi preparada utilizando esse nanocompósito e o semioquímico. Repassamos para os pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos, que fizeram a validação em laboratório. Foi visto que tinha potencial para uso no campo e, então, eles fizeram a validação em campo, com vários tipos de insetos”, relata Vaz Jr.

    Patentes Verdes

    O pedido da patente foi requerido via trâmite prioritário de tecnologia verde, por meio do programa Patentes Verdes, o que garantiu a agilidade na concessão. Segundo o INPI, o programa Patentes Verdes tem como objetivo contribuir para o combate às mudanças climáticas globais e visa a acelerar o exame dos pedidos de patentes relacionados a tecnologias voltadas para o meio ambiente.

    Vaz Jr. explica que o ativo tecnológico foi incluído no programa Patentes Verdes porque a tecnologia permite a descarbonização da geração de energia termoelétrica, por meio da captura e do uso do CO2.

    Adicionalmente, a tecnologia contribui para uma agricultura mais sustentável, por causa da liberação lenta ou controlada de semioquímicos para o manejo integrado de pragas. Com o uso dessa tecnologia, é possível reduzir a quantidade de pesticidas aplicados, principalmente dos inseticidas, que são utilizados nas lavouras, contribuindo para a melhor qualidade do meio ambiente.

    De acordo com o pesquisador, o processo e o produto patenteados beneficiam diretamente as termoelétricas e também a agricultura.

    “O processo de produção de nanocompósito de carbonato de cálcio e lignina kraft está relacionado ao aproveitamento de emissões gasosas de CO2 e, assim, contribui para reduzir o aquecimento global por mitigar gases do efeito estufa ao ajudar a descarbonização do setor elétrico”, detalha o pesquisador.

    Parceria com o setor privado

    O cientista explica que uma patente concedida agrega valor ao ativo tecnológico em uma negociação. Com foco no mercado termelétrico e de agroquímicos (defensivos agrícolas, por exemplo), pode-se iniciar a busca por parceiros visando o escalonamento do ativo até a sua adoção pelo setor produtivo.

    “A patente protege a tecnologia, conferindo ao seu titular o direito de impedir que terceiros, sem o seu consentimento, venham a dispor indevidamente dela. Portanto, quando o ativo tecnológico é patenteado, a sua valoração cresce, o que fortalece a negociação com os parceiros”, explica o pesquisador da Embrapa Émerson Leo Schultz, especialista em propriedade industrial.

    Com a patente concedida, a Embrapa Agroenergia buscará parceiros para desenvolver o ativo e, assim, avançar na escala TRL/MRL (Technology Readiness Levels/Manufacturing Readiness Levels), conforme explica a chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia Patrícia Abdelnur.

    “O escalonamento da tecnologia é muito importante para inserir o ativo no mercado, mas para avançar da escala piloto (TRL6) até a escala industrial (TRL9) precisamos de parceiros industriais”, declara Abdelnur.

    As empresas interessadas no desenvolvimento em conjunto da tecnologia podem conhecer as oportunidades que a Embrapa Agroenergia oferece para realização de parcerias com o setor produtivo entrando em contato por meio do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC).

     Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Soja responde por 42% do valor de produção total do agro brasileiro

    Maior produtor de soja, milho e algodão, Mato Grosso foi a unidade da federação com maior valor de produção agrícola

    Os dados da Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgados nesta quinta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não deixam dúvidas: a soja é a cultura agrícola que mais contribui para o valor de produção do agro no país.

    Apesar da queda de 10,5% na produção em 2022, com um volume de 120,7 milhões de toneladas, o montante arrecadado pela oleaginosa cresceu 1,3% frente a 2021, chegando R$ 345,4 bilhões. A seguir vieram milho, cana-de-açúcar, café e algodão. Veja os detalhes:

    valor bruto produção soja

    De forma geral, considerando todas as culturas analisadas, o montante atingiu o recorde de R$ 830,1 bilhões em 2022, com alta de 11,8% em relação ao ano anterior. Assim, a soja representa 41,6% desse valor total.

    “Além do recorde de produção de grãos, a manutenção do elevado patamar de preços das principais commodities agrícolas no mercado internacional contribuíram para uma alta de 6,6% no valor da produção do grupo dos cereais, leguminosas e oleaginosas, com um recorde de R$ 568,2 bilhões”, afirma Winicius Wagner, supervisor da pesquisa.

    Com participação de 30,2% na produção nacional de grãos, Mato Grosso novamente foi o maior produtor, seguido por Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

    Mato Grosso supera São Paulo

    Maior produtor de soja, milho e algodão, Mato Grosso foi a unidade da federação com maior valor de produção agrícola.

    Em 2022, a produção do estado gerou R$ 174,8 bilhões, um acréscimo de 15,2%. Desta forma, aumentou sua participação nacional para 21,1%, e agora está à frente de São Paulo. Assim, mais de 1/5 do valor de produção agrícola nacional se concentra no estado.

    Entre os municípios, Sorriso (MT) liderou pela quarta vez consecutiva, alcançando R$ 11,5 bilhões em valor da produção e respondendo por 1,4% do total nacional. Sorriso também teve o maior valor de produção em soja (R$ 5,8 bilhões) e milho (R$ 4,2 bilhões).

    municípios soja

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Número de trabalhadores atuando no agro bate recorde no Brasil

    A população ocupada no setor do agronegócio atingiu um recorde no segundo trimestre de 2023, chegando a 28,3 milhões de pessoas

    número de trabalhadores atuando no setor do agronegócio atingiu um recorde no segundo trimestre de 2023, chegando a 28,3 milhões de pessoas, de acordo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

    A marca representa um recorde desde o início da série histórica em 2012 e corresponde a 26,9% do total de ocupações no Brasil durante o mesmo período.

    Comparando com o mesmo trimestre de 2022, o número de pessoas empregadas no agronegócio no segundo trimestre de 2023 aumentou 0,8%, cerca de 220,64 mil pessoas.

    O aumento foi impulsionado principalmente pelo crescimento da ocupação nos agrosserviços, que registrou um aumento de 7,5%, correspondente a 684,23 mil pessoas, e no segmento de insumos, com um aumento de 6,7%, totalizando 19,4 mil pessoas.

    O crescimento é atribuído ao desempenho positivo da produção agrícola, que estimulou os setores relacionados no agronegócio.

    Por outro lado, a população ocupada na agropecuária teve uma queda de 5% no segundo trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior, resultando em uma redução de 440,29 mil pessoas.

    As principais reduções ocorreram nas categorias de “outras lavouras”, horticultura, café e cereais na agricultura, bem como em bovinos e “outros animais” na pecuária.

    Ao analisar o perfil dos ocupados no agronegócio no segundo trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior, observou-se um crescimento entre os empregados, especialmente aqueles com carteira assinada, evidenciando um aumento na formalização do emprego.

    Além disso, houve um aumento no nível de instrução dos trabalhadores, uma tendência que tem sido observada no setor desde o início da série histórica.

    Metodologia

    Em 2023, o Cepea/CNA realizou ajustes no levantamento. As alterações incluíram ajustes técnicos para identificar com maior precisão os trabalhadores do agronegócio nos setores industrial e de serviços, além de uma mudança conceitual na definição de “pessoa ocupada”, abrangendo trabalhadores que produzem apenas para consumo próprio.

    A definição difere da adotada pela PNAD-C em suas divulgações trimestrais.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: onde o preço mais desvalorizou e o custo mais subiu?

    Dados do Projeto Campo Futuro mostram custos, preço e renda bruta de áreas de soja de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul

    O preço médio nacional da soja diminuiu 20% na safra 2022/23 em relação à anterior. Ao mesmo tempo, a receita bruta média do produtor caiu 15% nesse período.

    Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12), pelo Projeto Campo Futuro, iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

    Custo Operacional Efetivo

    O estudo mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) médio da produção de soja subiu 33% nesta última temporada frente ao ciclo 2021/22. Entre os insumos que mais tiveram alta, destacam-se:

    • Fertilizantes: 57%
    • Defensivos: 39%
    • Sementes tratadas: 13%
    • Mecanização: 11%

    Em um recorte dos três estados que mais produzem soja no país (Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul), é possível notar onde o aumento do custo foi mais acentuado:

    • Paraná: 39%
    • Mato Grosso: 38%
    • Rio Grande do Sul: 23%

    De acordo com o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Mauro Osaki, que apresentou os dados do Projeto Campo Futuro, o produtor gaúcho teve de gastar menos do que os demais por ter reduzido as aplicações de adubos nesta última safra. “Isso porque já estava descapitalizado pela grande quebra sofrida em 2021/22”.

    No entanto, no que diz respeito aos defensivos, o sojicultor do Rio Grande do Sul pagou mais caro. “Assim, a alta foi de 56%, principalmente em relação aos herbicidas. Ainda nos agroquímicos, o aumento em Mato Grosso foi de 34% e no Paraná, 11%“.

    Nessa esteira, o estudo também mostra onde o preço do grão teve a maior depreciação:

    • Rio Grande do Sul: -23%
    • Paraná: -21%
    • Mato Grosso: -14%

    Receita bruta

    Quanto à receita bruta, apenas o Paraná teve saldo positivo, de 3%. Os produtores de soja com o maior prejuízo foram, justamente, os gaúchos (-26%). Já os mato-grossenses também amargaram número negativo: -12%.

    Osaki destaca novamente que a baixa produtividade da soja no Rio Grande do Sul por problemas climáticos explica esse mau desempenho.

    De acordo com o pesquisador, das 27 regiões pesquisadas no país, apenas três conseguiram cobrir o custo total da produção de soja:

    • Luís Eduardo Magalhães, Bahia
    • Campo Florido, Minas Gerais
    • Maracaju, Mato Grosso do Sul

    “Os produtores dessas três regiões também sofreram, baiscamente, com os mesmos problemas, como fertilizantes caros e preços agrícolas baixos. Contudo, focaram em estratégias de proteção de suas margens. Aproveitaram o período de trimestre em que o preço estava bom e começaram a vender aos poucos, sem esperar na ‘boca’ da safra um preço diferenciado. Essa é a lição que fica”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Ciclone extratropical afeta liquidez do arroz no Rio Grande do Sul, diz Cepea

    Preocupações do mercado sobre a tragédia no Rio Grande do Sul e bloqueios de estradas dificultam o escoamento do cereal

    As cotações do arroz em casca continuam subindo no Rio Grande do Sul, e já se aproximam dos R$ 100/saca de 50 kg, patamar que não é verificado desde o início de dezembro de 2020.

    Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda está firme, mas os vendedores estão retraídos para novos negócios.

    No geral, a liquidez no mercado do Rio Grande do Sul está baixa, diante, entre outros fatores, de preocupações quanto ao impacto do ciclone extratropical no estado. Além disso, o bloqueio de diversas estradas dificulta o transporte do arroz.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Condição das safras de milho e soja nos EUA piora levemente, diz USDA

    O Departamento de Agricultura dos EUA informou que 52% da safra de milho apresentava condição boa ou excelente até o domingo (10)

    O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que 52% da safra de milho do país apresentava condição boa ou excelente até o último domingo (10), queda de 1 ponto porcentual ante a semana anterior. Na data correspondente do ano passado, essa parcela era de 53%. A agência informou também que 97% da safra tinha formado grãos, em comparação a 95% um ano antes e 96% na média dos cinco anos anteriores.

    Segundo o USDA, 82% da safra tinha formado dentes, ante 75% há um ano e 78% na média. Além disso, o USDA disse que 34% da safra estava madura, ante 24% na época correspondente do ano passado e 28% na média de cinco anos. O relatório mostrou também que a colheita estava 5% concluída, ante 5% no ano passado e 4% na média.

    Quanto à soja, 52% da safra tinha condição boa ou excelente, piora de 1 ponto porcentual ante a semana anterior. Na data correspondente do ano passado, essa parcela era de 56%. De acordo com o relatório, 31% da safra tinha queda de folhas, ante 20% há um ano e 25% na média de cinco anos.

    O relatório mostrou que 87% da safra de trigo de primavera tinha sido colhida, ante 83% um ano antes e 87% na média de cinco anos.

    Quanto trigo de inverno, 7% da safra tinha sido plantada, em comparação a 9% um ano antes e 7% na média de cinco anos.

    O relatório mostrou também que 29% da safra de algodão tinha condição boa ou excelente, queda de 2 pontos porcentuais na semana. Um ano antes, essa parcela era de 33%.

    O USDA informou que 98% da safra estava formando maçãs, ante 100% um ano antes e 98% na média de cinco anos.

    Segundo o relatório, 43% da safra tinha abertura de maçãs, ante 48% um ano antes e 42% na média.

    O USDA disse ainda que 8% da safra tinha sido colhida, ante 8% na data correspondente do ano passado e 7% na média.

     Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Novo protocolo da Embrapa reduz a idade para reprodução de fêmeas bovinas

    A tecnologia também permite que os produtores aumentem a arroba produzida por hectare

    Já está à disposição dos produtores rurais o Protocolo Embrapa +Precoce P14, ou simplesmente, P14. tecnologia possibilita trabalhar com fêmeas bovinas da raça Nelore, com idade entre 12 e 16 meses de idade e com índices adequados de fertilidade e produtividade.

    O novo processo produtivo foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa, formada por melhoristas, nutricionistas e especialistas em reprodução e sanidade animal.

    A precocidade é um dos mais importantes parâmetros de escolha para melhoria da qualidade da carne e de eficiência de sistemas de produção de bovinos de corte, porque além de ampliar a taxa de prenhez, acelera o alcance de peso corporal no início da idade reprodutiva.

    “Após quatro anos de experimentos, validações na Embrapa e em fazendas comerciais, e trocas com especialistas, conseguimos fechar esse protótipo de protocolo, com indicações genéticas, reprodutivas, nutricionais, de manejo e sanitárias voltadas à precocidade sexual de novilhas”, explica Eriklis Nogueira, pesquisador em reprodução da Embrapa Pantanal (MS).

    “Os resultados mostram que as fêmeas bovinas conseguiram ser emprenhadas na primeira estação de monta após a desmama, ao redor dos 14 meses, sem afetar o desempenho produtivo”, conta o pesquisador.

    A recomendação é para propriedades com certo nível de tecnificaçãosistema produtivo de cria e situadas nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, principalmente. Apesar de ter sido desenvolvido para a raça Nelore, o protocolo pode ser adaptado e aplicado a outras raças.

    Também atuando em reprodução animal na Unidade de Corumbá, a pesquisadora Juliana Corrêa reforça que “a precocidade é uma característica unânime nos diferentes setores de produção relacionados à pecuária de corte. Assim há interesse em adiantar a entrada das fêmeas na idade reprodutiva e, consequentemente, no ciclo produtivo, seja pela produção de bezerros ou de carne”.

    Em sistemas intensificados, a pesquisadora ratifica que a precocidade potencializa os índices produtivos, aumentando a arroba produzida por hectare.

    Além do aumento na taxa de prenhez, a adoção do P14 indica o alcance de peso corporal de, no mínimo, 260 kg no início da estação reprodutiva, e de cerca de 400 kg no parto de primíparas (fêmea que teve seu primeiro parto).

    Isso representa um ganho de peso diário de 0,425 kg, do início da primeira estação reprodutiva ao parto (330 dias), garantindo crescimento adequado sem impactar na produção desses animais ao longo da vida.

    Para nulíparas (novilhas que não pariram ainda), a estação reprodutiva é de 60 dias, entre os meses de novembro e janeiro; e para as primíparas precoces, a estação é de 60 a 90 dias, entre outubro e janeiro.

    Dessa forma, o novo processo produtivo busca, no mínimo, 35% de taxa de prenhez na primeira IATF (inseminação artificial por tempo fixo) e superior a de 50%, no fim da primeira estação reprodutiva.

    O nutricionista da Embrapa Gado de Corte (MS) Rodrigo Gomes afirma que esses números são metas mínimas desejáveis para o protocolo, mas alerta que “o desempenho reprodutivo é fortemente dependente do ambiente e, portanto, o alcance total das metas não pode ser plenamente garantido”.

    O que os experimentos demonstraram?

    Entre 2020 e 2023, os pesquisadores avaliaram dois rebanhos da raça Nelore nas dependências da Embrapa Gado de Corte, sendo um composto por animais puro por origem (Nelore PO) e outro sem registro por associação de raça.

    As fêmeas foram submetidas a duas inseminações, sem repasse com touro. Após passarem por todo o Protocolo Embrapa +Precoce P14 – nutrição, reprodução, genética e sanidade – as taxas de prenhez finais variaram de 51,6% a 65,8% ao final da estação reprodutiva, ou seja, dentro das metas propostas pelo novo protocolo.

    Dando continuidade aos testes, o P14 foi levado a fazendas comerciais em Mato Grosso do Sul, produtoras de animais com Certificado Especial de Identificação e Produção (CEIP). Entre os resultados obtidos, destacou-se o peso na desmama de bezerros machos e fêmeas, filhos de primíparas, nas categorias precoce e convencional.

    Com 210 dias, tiveram peso na desmama de 163,6 kg e 173,1 kg, fêmeas e machos, respectivamente. Enquanto os das primíparas convencionais foram de 159,9 kg e 172,1 kg.

    As taxas de prenhez e perdas gestacionais foram acompanhadas em quatro estações de monta consecutivas em duas propriedades rurais. Os estudos constataram que a média de prenhez nas duas IATFs foi superior a 40%, com resultado de 58,1%. As perdas foram, ao redor, de 7,6%.

    Confira o passo a passo do novo protocolo:

    Desmama

    Para alcançar as metas previstas pelos pesquisadores, o primeiro ponto a ser observado é a desmama, dando prioridade a vacas com bom histórico materno (e também paterno) reprodutivo e de precocidade.

    Também devem ser selecionadas fêmeas geradas no início da estação de nascimento, completando 14 meses em novembro e dezembro, além daquelas com maior peso corporal na desmama.

    “Essa etapa considera ainda o objetivo de peso de, pelo menos, 260 kg no início da estação de reprodução”, pontua Nogueira. Animais com aprumos (posicionamento correto) defeituosos, garupa angulada e chanfro (região dos ossos nasais) torto são descartados, a fim de não comprometer o desempenho do protocolo.

    Manejo alimentar até a primeira estação reprodutiva

    Por sua vez, o nutricionista Rodrigo Gomes frisa que o manejo alimentar considera a pastagem e a suplementação. Para a pastagem é recomendável definir a área três meses antes da desmama e optar por gramíneas como os capins marandu, piatã, coastcross ou tifton.

    Se possível, escolher uma área com solo bom em fertilidade, aplicando adubação nitrogenada ao final da estação das chuvas. O diferimento deve durar de 60 a 90 dias, geralmente entre fevereiro e março.

    Para a suplementação alimentar, Gomes apresenta fórmulas de rações e considera três classes de animais com peso na desmama e respectivos ganhos de peso para atingir o objetivo de peso no início da primeira estação reprodutiva.

    Manejo reprodutivo na primeira estação de monta

    A pesquisa aponta soluções comuns para monta natural ou IATF. A primeira delas é pré-sincronizar (presinc) as fêmeas, utilizando progesterona injetável, dispositivos intravaginais liberadores de progesterona (1g), usados previamente, ou suplementação oral com acetato de melengestrol (MGA).

    Outra recomendação é vacinar contra doenças da esfera reprodutiva antes da estação de monta, sem esquecer a dose de reforço.

    Na sequência, selecionar reprodutores que produzam bezerros mais leves ao nascimento e, por fim, a estação de reprodução deve ser programada para que os nascimentos ocorram entre setembro e outubro e, assim, evitar grande perda de condição corporal das fêmeas até a estação de monta seguinte.

    Entre as indicações diferentes, na monta natural, por exemplo, a estação de monta deve ser curta, 60 a 90 dias, entre novembro e fevereiro, e o uso de touros mais novos e leves, de 2ª estação de monta, com peso corporal próximo de 600 kg e avaliados para baixo peso ao nascimento.

    Especialista em reprodução, a médica veterinária da Embrapa Gado de Corte Alessandra Nicacio avisa que com uso de monta natural (mesmo com a pré-sincronização), as taxas de prenhez podem ser menores que as alcançadas quando se usa IATF, pois os protocolos de sincronização de ovulação podem induzir um estímulo maior sobre esses animais ainda em início de vida reprodutiva.

    Esquema do protocolo de indução hormonal de puberdade para IATF. CE = Cipionato de estradiol, PGF = Prostaglandina F2 α, BE= Benzoato de estradiol, eCG = Gonadotrofina Coriônica Equina, GnRH = Hormônio Liberador de Gonadatrofina, ESCT = Escore de remoção de tinta (1 – com tinta a 3 – sem tinta).

    • 1ª dose de vacina reprodutiva para primovacinados ou reforço anual para animais vacinados ao maternal.
    • 2ª dose de vacina reprodutiva para primovacinados.

    Atenção: As doses hormonais devem ser seguidas conforme recomendação de um médico-veterinário credenciado.

    A diferença do melhoramento genético

    Para os pesquisadores da Embrapa, mesmo seguindo esse passo a passo, é primordial que o rebanho a ser manejado já apresente elevado desempenho reprodutivo, com taxa de prenhez superior a 75%.

    Nesse caso, o melhorista da Empresa Gilberto Menezes comenta que os touros selecionados devem passar por avaliação genética, confirmando se estão aptos em relação ao potencial genético para fertilidade.

    Segundo Menezes, os mesmos procedimentos e critérios para a seleção de touros devem ser levados em consideração para as fêmeas. Contudo, para as fêmeas, é recomendável aquelas que tenham maior profundidade de costela e maior espessura de gordura subcutânea na garupa.

    Apresentação do protocolo

    O protocolo Embrapa +Precoce P14 está sendo apresentado à comunidade técnico-científica durante o Simpósio Repronutri, que acontece nos dias 12 e 13 de setembro, em Campo Grande, MS.

    O evento é um fórum de discussão, bianual, voltado às temáticas de reprodução, genética, produção e nutrição animal. A última edição presencial foi em 2019 e contou com mais de mil participantes.

    Em sua sexta edição, o evento é realizado pela Embrapa, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Uniderp, FertPlan, InovaGen Consultoria Veterinária, CIA Assessoria Agrícola e Pecuária, MelhoreAnimal Consultoria, Gênesis e Fundação de Apoio A Pesquisa Agropecuária e Ambiental (Fundapam).

     Fonte: https://www.canalrural.com.br/
  • Recorde: safra 2023 será de 313,3 milhões de toneladas, diz IBGE

    De acordo com o IBGE, os produtores brasileiros devem colher 77,5 milhões de hectares na safra agrícola de 2023, crescimento de 5,8%

    safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 313,3 milhões de toneladas, 50,1 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2022, um aumento de 19,0%. Os dados são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de agosto, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O resultado é 4,4 milhões de toneladas maior que o previsto no levantamento anterior, de julho, uma alta de 1,4%.

    Área a ser colhida

    De acordo com o IBGE, os produtores brasileiros devem colher 77,5 milhões de hectares na safra agrícola de 2023, uma elevação de 5,8% em relação à área colhida em 2022.

    Em relação à estimativa de julho, a área a ser colhida cresceu 0,6%.

    O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos da safra, que, somados, representam 92,0% da estimativa da produção e 87,0% da área a ser colhida.

    Em relação a 2022, houve acréscimos de 4,4% na área a ser colhida de milho (aumento de 0,2% no milho 1ª safra e de 5,8% no milho 2ª safra), de 5,4% na área do algodão herbáceo, de 8,5% na do trigo, de 22,5% na do sorgo e de 7,2% na da soja.

    Na direção oposta, houve recuo na expectativa de área colhida de arroz (-7,0%) e feijão (-4,1%).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Entregas de fertilizantes cresceram 2,4% no primeiro semestre

    Mato Grosso, líder nas entregas nacional de fertilizantes, concentrou o maior volume nos primeiros seis meses deste ano

    Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro encerraram junho de 2023 com 4,11 milhões de toneladas, crescimento de 15,7% em relação às 3,55 milhões de toneladas do mesmo mês de 2022.

    No acumulado do primeiro semestre, foram 18,61 milhões de toneladas, aumento de 2,4% ante as 18,18 milhões de toneladas referentes a igual período de 2022.

    Mato Grosso, líder nas entregas, concentrou o maior volume nos primeiros seis meses deste ano (25,2%), com 4,69 milhões de toneladas.

    Estado foi seguido por Paraná (2,34 milhões), Goiás (2,09 milhões), São Paulo (1,67 milhão), Rio Grande do Sul (1,62 milhão) e Minas Gerais (1,43 milhão).

    Produção nacional de fertilizantes

    A produção nacional de fertilizantes intermediários encerrou junho de 2023 com 454 mil toneladas, representando redução de 17,9% ante o mesmo mês de 2022.

    No acumulado do primeiro semestre, o total foi de 3,16 milhões de toneladas, com queda de 17% na comparação com as 3,81 milhões de toneladas do mesmo período de 2022.

    Importações

    As importações de fertilizantes intermediários alcançaram em junho 3,12 milhões de toneladas, com queda de 7,6%. No acumulado do primeiro semestre, o total foi de 17,21 milhões de toneladas, significando redução de 3,3% ante o mesmo período de 2022, quando se registraram 17,80 milhões de toneladas.

    No porto de Paranaguá, principal porta de entrada dos adubos, ingressaram, de janeiro a junho, 4,34 milhões de toneladas, indicando redução de 20,6% em relação a 2022, quando foram descarregadas 5,47 milhões de toneladas. O terminal representou 25,2% do total de todos os portos.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços de produtos agropecuários têm queda no 2º trimestre, aponta Ipea

    Os preços da soja, por exemplo, tiveram uma queda acentuada de quase 19% no segundo trimestre de 2023, segundo o Ipea

    Os preços dos principais produtos agropecuários registraram uma queda no segundo trimestre de 2023 em comparação ao primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta terça-feira (5).Os preços da soja, por exemplo, tiveram uma queda acentuada de quase 19% (18,9%) no segundo trimestre de 2023, influenciados pelos amplos estoques no Brasil e pela safra recorde 22/23, que alcançou quase 155 milhões de toneladas (154,6 mi/t).

    milho registrou uma queda ainda mais significativa, chegando a quase 27% (26,8%), também devido aos amplos estoques decorrentes da safra recorde 22/23, estimada em 130 milhões de toneladas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Os preços do trigo caíram 11,2%, impulsionados pela elevada disponibilidade do cereal no país, uma demanda mais pontual por parte dos moinhos e pela expectativa de uma boa safra. Além disso, houve pressão devido ao aumento das estimativas de produção na Rússia.

    O algodão em pluma registrou uma queda de 21% no segundo trimestre devido à demanda enfraquecida e a uma safra recorde superior a 3 milhões de toneladas (3,03 mi/t).

    O café foi o produto que registrou o menor recuo no segundo trimestre, com uma queda de apenas 5%, diretamente ligada à recuperação na oferta de café arábica após as quebras de produção nas safras anteriores.

    Carnes

    Apesar das exportações brasileiras de carne bovina in natura registrarem o melhor desempenho no primeiro semestre de 2023, os preços domésticos do boi gordo caíram quase 7% (6,9%) no segundo trimestre. Isso se deveu a fatores como o aumento de estoques devido à suspensão das exportações para a China entre fevereiro e março e o aumento da oferta de animais prontos para abate.

    carne suína registrou uma queda de 11,7%, enquanto a carne de frango teve uma redução de 8,9%, ambas devido ao aumento da oferta de animais.

    Além disso, outros itens agropecuários também tiveram redução de preço no segundo trimestre de 2023, como ovos (-17,2%), leite (-0,3%), arroz (-3,5%), batata (-5,1%), laranja (-3,8%) e banana (-5,9%).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/