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julho 2022

  • Biológicos são essenciais contra estresses climáticos

    Para este período mais crítico, marcado por falta de chuva e riscos de geada, produtores podem recorrer aos bioinsumos para proteção preditiva e corretiva da lavoura

    O inverno brasileiro, apesar de pouco rigoroso em geral, é sempre um momento que gera tensão nos agricultores, por ser um período que tradicionalmente apresenta poucas chuvas e tem aumentado risco de geadas. É necessária redobrada atenção à proteção da lavoura para reduzir os impactos das intempéries na produção. A melhor indicação para a estação é manter o cuidado preventivo, ou seja, preparar as lavouras para absorverem os impactos climáticos.

    Parte importante destas ações prévias consiste no uso de produtos biológicos, que agem justamente no fortalecimento das plantas e no condicionamento do solo. Segundo o biólogo e gerente de portfólio da Biotrop, Éderson Santos, são diversos os bioinsumos à disposição do agricultor para mitigar os efeitos de estresses bióticos e abióticos. “A Biotrop tem, por exemplo, o Bionautus, que é um bioativador de alta tecnologia capaz de aumentar a resiliência das plantas a fatores como o estresse hídrico e as variações de temperaturas”, destaca.

    Para o gerente de pesquisa e desenvolvimento da Biotrop, Sérgio Zanon, assim como o Bionautus, o produtor também pode contar com o Bioasis. À base de bacilos (Bacillus aryabhattai, B. circulus e B. rainezi), o produto é um hidrocapacitor que age de forma inovadora. “Ele cria células no entorno da raiz, absorvendo água e mantendo esta raiz hidratada. Isto promove um maior desenvolvimento radicular, faz com que a planta suporte períodos maiores de estresse hídrico, além de contribuir na absorção de nutrientes”, explicou o profissional.

    Outra importante solução é o Biofree, um exclusivo inoculante promotor de crescimento composto pela combinação de Pseudomonas fluorescens e Azospirillum brasilense. O produto é capaz de aumentar a eficiência da adubação de base em até 25%, reequilibrar a biologia do solo e elevar a produtividade das culturas. É o único a combinar a fixação biológica de nitrogênio e a mobilização de fósforo.

    De acordo com o gerente de portfólio da Biotrop, devido a sua formulação, o Biofree prepara a planta para superar situações adversas, fazendo ainda com que ela se desenvolva melhor. “Essa solução faz com que o sistema radicular da planta esteja mais robusto e desenvolvido, assim irá consequentemente absorver mais nutrientes, conseguindo acessar água em maior profundidade, passando com mais facilidade por essas situações de estresse”, comenta Santos.

    Pós-estresse

    Mesmo com as altas tecnologias em radares meteorológicos, muitas vezes a natureza surpreende com a formação de geadas intensas, pegando muitos produtores de surpresa. Quando isso ocorre é necessário ser rápido, pensar em alternativas para minimizar os impactos na produção.

    O Bioativus, um fertilizante organomineral natural formulado a partir da fermentação de leveduras especiais, é uma tecnologia que pode ajudar. O produto é um complexante com alta concentração de aminoácidos livres, que promove o carregamento de nutrientes e tem ação sistêmica na planta. Essa fermentação de aminoácidos mitiga o estresse sofrido em decorrência da geada, ajudando a planta a se recuperar e se estabelecer mais rápido.

    Outra possibilidade com essa ferramenta é realizar uma pré-proteção. “Se houver a previsão de geadas, ao aplicar o produto antecipadamente a planta estará mais forte e preparada para atravessar esse momento crítico, sem falar que estará também mais forte contra estresse biótico e abiótico”, acrescenta Santos.

    Uma alternativa após estresse sofrido é o Stimutrop, um fertilizante mineral misto com características únicas de fisioativação que combinam o estímulo ao desenvolvimento das plantas e o crescimento de microrganismos benéficos em um processo sinérgico, capaz de elevar a produtividade das lavouras e a longevidade produtiva dos solos. “O produto contém metabólicos e vai fazer com que a planta tenha mais perfilhos, melhor desenvolvimento, e esteja mais robusta para acessar os nutrientes, tendo uma melhor resposta”, reforça o biólogo.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Adubação de pastagem é garantia de mais arroba por hectare

    Projeto Pasto Forte mostra que pecuarista pode triplicar a produção de arroba por hectare sem a necessidade de abrir novas áreas

    Estima-se que no Brasil exista mais de 100 milhões de hectares de pastagem com algum nível de degradação que necessitam de intervenção para reverter o estado em que se encontram. A ferramenta mais eficiente para recuperar essas áreas, garantindo maior produtividade aos pecuaristas, é o investimento em correção e adubação.

    O Projeto Pasto Forte, realizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e patrocínio do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), está avaliando a produtividade vegetal e animal e a fixação/estoque de carbono no solo em diferentes regiões de Mato Grosso. Este comprovou, através de resultados parciais, que o pecuarista atingiu 3,34 UA (Unidade Animal = 450 Kg de peso corporal vivo) por hectare, enquanto a média nacional não passa de uma UA.

    Segundo o zootecnista Thiago Trento, pesquisador de Pecuária de Corte da Fundação MT, triplicar a quantidade de animais por hectare significa potencializar mais a produção animal com sustentabilidade, pois não é necessário abrir novas áreas, intensificando com eficiência na mesma área.

    Além disso, de acordo com o especialista, a pesquisa mostrou que investimentos em adubação das pastagens de modo racional proporcionaram ao pecuarista do município de Rondonópolis, assistido pelo Projeto, um lucro de quase 10 arrobas (@) por hectare (ha), fornecendo suplementação mineral, num período de 152 dias na época das águas.

    “Sem nenhum investimento em adubação, o pecuarista deixou de produzir quase 4@ por ha devido à baixa produção de massa de forragem e é justamente a conversão de capim em carne que paga a conta do pecuarista”, diz Trento.

    O Projeto Pasto Forte está sendo conduzido em quatro fazendas nos municípios de Rondonópolis, Cáceres, Paranatinga e Nova Canaã do Norte, com o objetivo de gerar recomendações de investimentos que garantam a sustentabilidade de sistemas produtivos em pecuária de corte em três biomas diferentes: o Cerrado, o Pantanal e o Amazônico. Dentro dessas fazendas, foi perguntado para os produtores quais ambientes pastoris eles classificavam como bons, médios e ruins – e depois confirmadas por meio de análise de solo e da pastagem. Depois de separadas as áreas de pastagens, foi avaliada a eficiência dos investimentos em adubação dos pastos. Esses investimentos foram determinados de acordo com a análise de solo e perspectiva produtiva do pecuarista.

    “É o que eu sempre falo: não adianta realizar adubação nitrogenada que favorece a produção de massa de forragem, se o produtor não tem a quantidade de animais suficiente para consumir esse alimento produzido. É necessário planejar a taxa de lotação de acordo com a massa de forragem produzida”, destaca Trento.

    “Na pecuária, a nossa máquina de colheita são os animais: se não existe quantidade de forragem suficiente, muitas vezes decorrente da falta de nutrientes e, consequentemente, adubação, teremos uma baixa eficiência de pastejo, ou seja, os animais se tornam ineficientes em converter capim em carne pela falta de alimento na pastagem”, reforça.

    Dessa forma, segundo o pesquisador, é papel do produtor ou técnico “regular” e otimizar o consumo do animal através do manejo pastejo, que deve levar em consideração a capacidade de suporte do pasto.

    Por onde começar?

    Em áreas mal manejadas ou com algum nível de degradação, segundo o especialista da Fundação MT é recomendado começar com uma eficiente análise do solo, conhecer o que tem lá, as suas deficiências, para planejar o que se pode melhorar.

    “Quando estamos doentes, o que fazemos? Vamos ao médico, ele nos dá o diagnóstico de acordo com o que constatou no exame. Para o solo não é diferente, precisa conhecer sua fertilidade para recomendar o tratamento mais indicado”, reforça Trento.

    O segundo passo é fazer o controle de plantas daninhas, pois se não eliminar essas plantas invasoras e fizer a adubação, será favorecida a competição por recursos, ou seja, essas invasoras vão absorver esses nutrientes, competindo com as plantas forrageiras.

    “A mensagem é: adubar para produzir mais forragem que deve ser colhida de forma eficiente pela nossa colhedora de capim que são os animais, que transforma produto vegetal em produto animal de alto valor biológico e nutricional”, acrescenta.

    Mudança é uma tendência

    Para o especialista da Fundação MT, a preocupação e cuidados com a pastagem por parte dos pecuaristas é uma tendência que deve se intensificar cada vez mais. Primeiro porque é preciso ser mais eficiente com a mesma área produtiva, e, segundo, devido à expansão da agricultura em áreas destinadas à pecuária. “Aquele pecuarista tradicional (extrativista) que não investia em adubagem de pastagem e em um manejo eficiente, ele não tem condições de competir com a lavoura. Isso não significa que ele sairá da atividade, mas continuará com baixa produtividade e, consequentemente, menor rentabilidade”, diz.

    Entretanto, pecuaristas que estão realizando manejo correto, com controle de plantas daninhas, uma eficiente adubação de pastagem, respeitando as alturas de pastejo da forrageira e realizando a suplementação dos animais, com certeza estão ganhando dinheiro na pecuária, conforme demonstra a pesquisa.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Mapas podem reduzir em até 65% o uso de herbicidas

    A tecnologia consiste em imageamento das áreas plantadas com drones para a identificação das áreas infestadas. Na sequência, as imagens são processadas e interpretadas para geração de mapas de infestação geolocalizada

    A startup de agricultura digital Cromai e a Colorado Máquinas, concessionária da John Deere, firmaram parceria inédita que vai disponibilizar tecnologia aos usuários das máquinas com o objetivo de melhorar a gestão de insumos das propriedades rurais. A solução da Cromai gera mapas de pulverização que reduzem em até 65% do uso de herbicidas e proporcionam uma economia de cerca de R$ 80/ha em cana-de-açúcar.

    Segundo Thalles Linhares, head de negócios da Cromai, todos os produtores que comprarem seus equipamentos na Colorado, que fica em Ribeirão Preto (SP), terrão uma bonificação para utilizar a solução da startup. “Teremos cerca de 3 milhões de hectares para desenvolver essa parceria, que surgiu durante um processo de aceleração promovido pelo hub AgTech Garage.”

    A tecnologia consiste em imageamento das áreas plantadas com drones para a identificação das áreas infestadas. Na sequência, as imagens são processadas e interpretadas para geração de mapas de infestação geolocalizada. “O resultado é entregue em grupos de daninhas (folha larga e folha estreita), visando um melhor direcionamento do manejo na etapa operacional”, explica Linhares.

    Na fase final, o manejo é realizado de acordo com os mapas gerados e implementados em estruturas de pulverização terrestre ou aérea. Além de controlar as plantas invasoras é possível comprovar a otimização dos processos, economia de defensivos agrícolas e viabilidade de implementação da ferramenta por meio do cálculo de retorno sobre investimento.

    Para a Colorado, o objetivo da parceria é fidelizar os clientes por meio das soluções agronômicas fomentadas pela Cromai, que proporcionam também um melhor desempenho das maquinas, principalmente os pulverizadores John Deere, fazendo com que o cliente utilize todos os recursos tecnológicos embarcados. “Nosso desejo é rentabilizar o produtor  com o mapeamento das zonas infestadas com as plantas daninhas e os recursos tecnológicos embarcados  para proporcionar uma aplicação de forma totalmente automatizada nas áreas identificadas. Ação que contribuirá com o melhor controle das plantas invasoras e redução do investimento com os insumos agrícolas”, explica o engenheiro agrônomo e gerente de soluções de agricultura de precisão da Colorado, Roger Henrique Cerqueira Abud.

    Abud explica que a Cromai foi escolhida pelo comprometimento e aspectos positivos reportados pelos clientes, além do grande potencial das soluções ofertadas pela startup.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Preço do leite subiu 57% em 2022, aponta IBGE

    Segundo o IBGE, o maior impacto individual no IPCA-15 de julho veio do leite longa vida. O item acumula alta de 57,42% no ano

    Além do leite longa vida, o item “Leite e derivados” também apresentou alta, de 11,43%, assim como os derivados requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%).

    As recentes altas do preço do leite são explicadas pela menor oferta, segundo o “Boletim do Leite”, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Esalq/USP).

    O período da entressafra acontece entre o outono e o inverno e os produtores ainda enfrentam os impactos causados pelo La Niña na alimentação dos animais.

    O La Niña, que ocorreu no fim do ano passado, é o resfriamento das águas do Oceano Pacífico em pelo menos 0,5ºC, o que causa impacto no regime de chuvas do Brasil.

     

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Farsul alerta para importância de compra antecipada de sementes

    O superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, enfatizou que se houver algum problema na próxima safra do Rio Grande do Sul, não será por causa das sementes

    Sistema Farsul e a Fundação Pró-Sementes apresentaram, nesta quarta-feira (27), os resultados do Estudo de Cultivares em Rede ECR Soja Safra 2021/22, relativos ao Rio Grande do Sul.

    superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli, enfatizou que se houver algum problema na próxima safra do Rio Grande do Sul, não será por causa das sementes.

    engenheira agrônoma da Fundação Pró-Sementes e coordenadora do estudo, Kassiana Kehl, falou sobre a safra passada e sobre as expectativas para a safra 2022/23.

    “Este foi um ano desafiador por conta da condição climática: severas estiagem e distribuição de chuvas desuniforme. Aliado a estiagem, houve o problema da mortalidade de plantas em função do ataque de fungos de solo, o que diminuiu o estande de parcelas em diversas regiões”, disse ela.

    Próxima safra

    A expectativa para o próximo ano, conforme Kassiana, é de clima neutro para a cultura, isto é, algumas estiagens durante o ano, mas nada comparado a safra passada.

    “A pesquisa tem como objetivo avaliar o desempenho agronômico de cultivares com expressividade comercial e lançamentos, além de disponibilizar essas informações para a assistência técnica de produtores e ajudar na tomada de decisão sobre que cultivar indicar ou plantar. O planejamento para a safra de verão inicia em agosto, e o plantio acontece do final de outubro até o meio de dezembro”, afirmou.

    A última safra teve uma queda drástica na produção, atingindo principalmente o município de São Luiz Gonzaga, que, além do baixo número de sacos por hectare, teve números menores no ciclo tardio e números maiores no precoce, se diferenciando dos outros municípios.

    vice-presidente da Farsul, Elmar Konrad, alertou para a importância do planejamento de safra.

    “É necessário buscar a compra de sementes o quanto antes, pois a semente é o insumo principal para o início da safra e por enquanto os preços estão estáveis”, alertou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Estiagem no Rio Grande do Sul afetou até culturas irrigadas

    O levantamento mostrou que as perdas de produtividade chegaram a 44% na soja, principal cultura plantada no Rio Grande do Sul

    estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul na safra passada afetou até mesmo culturas irrigadas, como é o caso do arroz.

    Os dados foram levantados pelo programa Campo Futuro da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). As condições climáticas resultaram em grandes perdas na safra de grãos.

    Segundo o economista da Farsul, Ruy Silveira, um dos responsáveis pelo levantamento no estado, os custos ligados à colheita, como frete e operação mecânica, não aumentaram tanto quanto os insumos. O grupo Fertilizantes foi quem mais pressionou o custo total. As receitas também tiveram quedas consideráveis.

    Arroz

    O arroz irrigado teve uma quebra grande, conforme aponta Silveira. “Geralmente essa quebra é em enchente, mas a estiagem gerou perdas consideráveis”, comentou.

    Indicando que os valores de fertilizantes quase dobraram na última safra.

    Em Uruguaiana, o levantamento indica que, para cobrir o custo total, o prejuízo das lavouras foi de R$ 1.035,00 por hectare. “Além disso, mesmo que a quebra de produtividade do arroz tenha sido menor de uma forma geral no estado, tivemos queda de 1cerca de 10% nos preços”, indicou.

    Soja

    Na soja, principal cultura do estado atualmente, a queda de produtividade foi de 44% de uma forma geral. Mas, na região com maior concentração de lavouras, a quebra foi de 61%. Já as regiões Sul e Litoral tiveram uma perda menos acentuada, em torno de 20%.

    “Em praticamente todas as praças levantadas os produtores fecharam com prejuízo em todos os níveis de custos. Já largaram perdendo. Mesmo com aumento médio de 28% no preço, não foi suficiente para cobrir”, avaliou Silveira que apontou Tupanciretã como o painel com pior resultado.

    A produtividade média teve uma queda de 59 sacos por hectare para 13. Aqueles produtores que conseguiram implantar uma segunda safra com irrigação, diminuiu o prejuízo do sequeiro.

    “Produtor que irrigou teve queda. Mas, conseguiu cobrir custo total, teve preço”, analisou o economista.

    Milho

    O milho apresentou o pior resultado entre os grãos., com queda de 71% na produtividade. Isso fez com que, mesmo tendo preço médio melhor, a receita caiu 64%. “Foi onde doeu mais para os produtores porque a queda foi muito grande. O prejuízo gira em torno de R$ 5 mil por hectare”, comentou Silveira.

    Ele explica que se fosse mantida a produtividade da safra 2020/2021, o produtor teria uma margem bem melhor neste ano.

    No caso das lavouras irrigadas, embora os custos sejam maiores do que do sequeiro e tenha ocorrida uma queda de 15% na produtividade, houve uma margem 21% melhor.

    Nas culturas de inverno, a última safra de trigo teve um custo total 62% maior. Algumas regiões tiveram perdas, mas foram pequenas e os preços estavam 13% melhores.

    Silveira destaca que a safra de verão aconteceu no início do processo inflacionário, enquanto que a de inverno aconteceu já com preço elevado. “Ano passado as margens foram positivas o que é muito bom porque a cultura, historicamente, dá prejuízo. Mas, mesmo que a receita tenha aumentado o custo foi demasiadamente maior”, avaliou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Confira o prazo para declarar imposto sobre propriedade rural

    O imposto sobre propriedade rural pode ser parcelado em até quatro cotas de mesmo valor, mensais e consecutivas

    A partir de 15 de agosto, os proprietários de imóveis rurais devem apresentar a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) referente ao exercício de 2022.

    De acordo com a Instrução Normativa nº 2.095, publicada pela Receita Federal no Diário Oficial da União desta terça-feira (26), o prazo para a apresentação do documento termina em 30 de setembro.

    A obrigação de apresentar o documento vale para pessoa física ou jurídica proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária.

    No caso de condôminos, a declaração deve ser apresentada por um de seus integrantes quando o imóvel rural pertencer simultaneamente a mais de um contribuinte, em decorrência de contrato ou decisão judicial ou em função de doação recebida em comum.

    Imposto

    Quando o imóvel rural pertencer a mais de uma pessoa, a DITR deverá ser apresentada por um dos proprietários.

    Também devem apresentar a declaração pessoas física ou jurídica que, entre 1º de janeiro de 2022 e a data da apresentação da DITR tenham perdido a posse do imóvel rural, em processo de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, inclusive para fins de reforma agrária.

    É também obrigatória a apresentação nos casos em que foi perdido o direito de propriedade pela transferência ou incorporação do imóvel rural, “em decorrência de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social”.

    Esse caso também se aplica a casos de imóveis em processos de reforma agrária.

    A obrigação se estende, também, àqueles que perderam a posse ou a propriedade do imóvel rural, em função de alienação ao poder público, “inclusive às suas autarquias e fundações, ou às instituições de educação e de assistência social imunes ao imposto”.

    A apresentação não é necessária em casos de imóveis rurais considerados imunes ou isentos pela Receita Federal (pequenas glebas rurais, assentamentos de reforma agrária, comunidades e remanescentes quilombolas reconhecidos).

    A instrução normativa descreve a documentação necessária a ser apresentada para o cálculo do valor do Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR).

    Para preencher a declaração é necessário baixar o Programa Gerador da Declaração do ITR de 2022, disponibilizado no site da Receita Federal.

    Pagamento

    O pagamento do ITR pode ser parcelado em até quatro cotas de mesmo valor, mensais e consecutivas, desde que nenhuma cota tenha valor inferior a R$ 50.

    Imposto devido com valor inferior a R$ 100 deve ser pago em cota única.

    Tanto a primeira parcela como a cota única devem ser pagas até 30 de setembro.

    As demais cotas devem ser pagas até o último dia útil de cada mês, “acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês de outubro de 2022 até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preço de fertilizantes no Brasil cai em junho, aponta levantamento

    A queda no preço dos fertilizantes é resultado de um maior equilíbrio no balanço de oferta e demanda mundial

    preço médio dos fertilizantes caiu em junho, segundo um índice divulgado mensalmente pela Mosaic Fertilizantes.

    Com isso, o Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) fechou junho em 1,69, uma redução em relação a maio (1,75) e abril (1,87).

    Queda no preço dos fertilizantes

    Segundo o relatório, a queda é resultado de um maior equilíbrio no balanço de oferta e demanda mundial, e o mercado brasileiro, que no primeiro semestre do ano se preparou para garantir insumos e reduzir os riscos de desabastecimento por questões geopolíticas.

    Além da queda no preço médio dos fertilizantes, outro fator que gerou melhoria no IPCF de junho foi a redução do preço médio das commodities de soja e milho, provocado pelo aumento da área plantada nos Estados Unidos e pelo temor de recessão econômica.

    Outros fatores

    No período, o índice também foi impactado pela queda no preço da cana-de-açúcar e pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis, que pode aumentar o preço do etanol e prejudicar a competitividade do combustível no Brasil.

    O Real desvalorizado, outro fator considerado na composição do IPCF, também contribuiu para a melhoria do índice de junho.

    O índice consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja certificada tem feito agricultor familiar agregar valor ao grão

    Atualmente, 77% dos estabelecimentos agrícolas no Brasil são geridos por agricultores familiares

    Responsável por 77% dos estabelecimentos agrícolas no Brasil, a agricultura familiar também responde por cerca de 10 milhões de empregos e 23% da área agrícola total, segundo Censo Agropecuário de 2017 do IBGE.

    Por já terem como base o uso de técnicas com baixo impacto ao meio ambiente, os agricultores familiares passaram a enxergar na certificação uma opção para agregar valor ao alimento que produzem, principalmente em culturas como a da soja.

    Vale lembrar que, de acordo com a Lei 11.326 de 2006, para ser classificado como agricultura familiar o estabelecimento deve ser de pequeno porte e utilizar predominantemente mão-de-obra da própria família nas atividades econômicas. Além disso, a gestão deve ser estritamente feita pela família.

    Certificação sustentável

    Araides Duarte da Luz, de Santa Tereza do Oeste, no Paraná, produzia soja sustentável em sua propriedade quando decidiu solicitar, junto a outros produtores rurais, a certificação RTRS (Round Table on Responsible Soy Association – Associação Internacional de Soja Responsável).

    Assim, com o auxílio da empresa Gebana, ele e os produtores da região conquistaram a certificação e, desde 2018, produzem soja certificada RTRS no oeste do estado.

    “O processo para obter a certificação RTRS foi realizado sem dificuldades. Desde então, contar com o certificado tem ajudado a agregar valor à soja que produzo e comercializo”, conta ele.

    Já a produtora rural Caroline de Carli Gomes, de Palotina, também no Paraná, aderiu ao processo de certificação RTRS há cerca de quatro anos. Até então atuando com pecuária e avicultura, decidiu plantar soja e buscar pela certificação. “Com isso, podemos contar com rentabilidades melhores na venda do grão”, afirma.

    Agricultura familiar unida em grupos

    Dentre os diferentes tipos de certificação RTRS disponíveis, a em grupo é uma das opções para os agricultores familiares “Por meio desse tipo de certificação, os membros podem compartilhar conhecimentos e custos com a auditoria e a certificação em si”, explica Cid Sanches, consultor externo da RTRS no Brasil. A validade é de cinco anos e implica também auditorias anuais de seguimento obrigatórias.

    Para receber a certificação RTRS de produção de soja responsável, o produtor deve cumprir com 108 indicadores obrigatórios e progressivos de conformidade que englobam cinco padrões:

    • Cumprimento legal e boas práticas empresariais;
    • Condições de trabalho responsáveis;
    • Relações responsáveis com a comunidade;
    • Responsabilidade ambiental;
    • Boas práticas agrícolas

    “A RTRS acredita na importância do cultivo responsável da soja para o fortalecimento do mercado no país e no mundo. Por isso, temos como compromisso a promoção do diálogo para disseminarmos informações e ampliar a certificação como uma alternativa voluntária para um futuro ambientalmente e socialmente sustentável e economicamente viável”, destaca Sanches.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Custos e dificuldade de investimento são entraves para produtores de leite

    Mesmo com o bom preço do leite, atividade enfrenta desafios como custos de produção, falta de mão-de-obra e dificuldades de investir

    Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de leite no Brasil, depois de Minas Gerais e Paraná.

    No entanto, no estado, cresceu o número de famílias que largaram a atividade nos últimos anos.

    De acordo com a Emater-RS, em 2015, eram mais de 85 mil produtores. Atualmente, são apenas 40 mil.

    Alta nos custos de produção, dificuldade de investimento em infraestrutura na propriedade e falta de mão-de-obra estão entre as principais dificuldades.

    família Reichert, de Rolante, no leste do Rio Grande do Sul, está na atividade leiteira há mais de 20 anos. Durante todo esse tempo, foram altos e baixos.

    Em alguns momentos, quase desistiram de tudo por causa da baixa rentabilidade.

    “Muitos produtores deixam a atividade todos os anos. E eles saem pela falta de garantia de renda. Eles não conseguem fazer um planejamento. Com as intempéries da natureza e do mercado, eles não conseguem administrar e acabam desistindo e indo para outras atividades onde o risco é menor, mais seguro. E o jovem não quer ficar porque o leite é 365 dias no ano”, diz o produtor de leite Olester Reichert.

    Na propriedade da família Reichert, são mais de 60 vacas em lactação, com uma produção média de 1.800 litros por dia.

    A melhora na situação só veio com investimento. A nova sala de ordenha e o galpão custaram R$ 500 mil, mas valeu a pena.

    As vacas ganharam mais conforto e saúde e a produção aumentou.

    “A gente tem que estar sempre investindo e aprimorando para diminuir a mão-de-obra, que está bastante escassa hoje em dia”, diz a produtora Andréia Reichert.

    Pecuária leiteira 

    Segundo dados da Emater-RS, em 2019, 40% das famílias desistiram da atividade leiteira e o número de cabeças produtivas de leite diminuiu 20,8%.

    Os produtores mais afetados são os que produzem no máximo 50 litros por dia. A representatividade desse perfil caiu de 23% em 2015 para 8% no ano passado.

    A produção de leite no Rio Grande do Sul está presente em 94% dos municípios.

    A média de produção evoluiu. Em 2004, eram 2,36 milhões de litros e em 2020 foram 4,29 milhões, uma alta de 81%.

    Competitividade

    Mesmo com a valorização do preço do leite, os produtores do Rio Grande Sul não têm poder para competir com produtores de outros estados.

    De acordo com o Sindicato da Indústria de Lacticínios do Rio Grande do Sul, o Sindilat, estados como Minas Gerais, São Paulo e Paraná têm políticas para a atividade como incentivo a venda externa e barreiras para o leite que vem de fora.

    “Para que nós possamos manter os 100% dos créditos de incentivo à produção precisamos comprar todos os insumos dentro do estado. E o estado não tem embalagens. E isso acaba provocando uma perda competitiva”, diz o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini.

    Preços

    Segundo o Sindilat, o leite no atacado valorizou 100% de janeiro a julho deste ano. E para o produtor está na casa dos R$ 3 reais o litro.

    Para a família Reichert o equilíbrio para se manter é produzir grande parte do alimento para as vacas é se planejar para os momentos de baixa na atividade.

    “A ideia é ficar. A gente se preparou para isso e vem se organizando exatamente para ocupar essa brecha, onde talvez os grandes não querem ir por causa da questão de mão-de-obra e tudo mais, talvez seja o nosso espaço de continuar vivo na atividade”, diz Andreia Reichert.

    técnica agrícola Gabriele Rodrigues, que atende mais de 200 produtores ligados a uma cooperativa, aconselha a levar em consideração o perfil de propriedade, produção e o balanço entre dificuldades e potencialidades para não sair da atividade leiteira. “Quem produz como há 30 anos tem grande chance de ter que abandonar. O investimento em estrutura para melhorar o trabalho e driblar a falta de mão-de-obra é fundamental”, explica.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/