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julho 2022

  • Herbicida pré-emergente permite a sojicultor reduzir uso de glifosato

    Uso de pré e pós-emergentes auxilia no combate a plantas daninhas. Pesquisador da Embrapa Soja explica como deve ser o manejo

    Os pré-emergentes são herbicidas usados antes ou logo após o plantio. A aplicação deve anteceder a emergência das ervas daninhas e o solo precisa oferecer umidade para absorção do produto.

    Nos 600 hectares de uma propriedade em Rio Verde (GO), foram utilizados pré-emergentes no cultivo da soja. O resultado foi observado com ervas daninhas controladas durante todo o ciclo.

    “Em muitas áreas nós tínhamos problemas sérios com trapoeraba, amargoso, principalmente, e um pouco de capim-custódio. A gente tem notado que depois que passamos a utilizar essa sequência de dois pré-emergentes, melhorou demais, porque você vai diminuindo o banco de sementes no solo”, comenta o produtor rural e proprietário da área, Fabiano Ferrari.

    Menos glifosato

    A ferramenta trouxe ainda economia no custo de produção. “Esse ano a gente usou bem menos glifosato do que em outros anos. Isso é uma coisa boa porque com essa disparada do preço do glifosato e a diminuição da oferta do produto no mercado, a gente viu que o pré-emergente fez sua parte também”, afirma.

    De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Dionísio Gazziero, para as lavouras que utilizam o plantio direto é preciso ter atenção redobrada com a palhada.

    “Quanto maior a palha, maior a dificuldade do produto chegar no solo. O ideal é que de 80% a 100% do produto possa passar por essa palhamesmo com chuva de 20 ou 30 milímetros”.

    Combinação de herbicidas

    A técnica auxilia no controle de plantas mais resistentes. O manejo deve ser feito combinando herbicidas pré e pós-emergentes. O pesquisador alerta ainda para os casos de solo arenoso.

    “Dependendo do solo arenoso, da quantidade de areia que tem nesse solo não é recomendado utilizar [os pré e pós-emergentes]. Tem que analisar o solo e ver se o produto se adequa àquela condição de solo. Outra questão é que a dose do produto no solo arenoso pode ser diferente de um solo argiloso, então, conhecer o solo é muito importante para você ajustar o produto à sua condição de solo”, finaliza.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Safra de soja recupera um pouco da quebra sofrida

    Resultado final ainda fica muito aquém do potencial

    Revisão de área no Mato Grosso, além de ajustes positivos no Rio Grande do Sul, Maranhão e Pará compensam parte das perdas, mas resultado final ainda fica muito aquém do potencial

    A StoneX elevou a sua estimativa de produção de soja 2021/22 de 124,4 para praticamente 127 milhões de toneladas em sua revisão de julho. O principal destaque foi a revisão da área do Mato Grosso, após a finalização da colheita, com a conversão de pastagens para agricultura, principalmente nas regiões norte e noroeste do estado. Com isso, a produção mato-grossense da oleaginosa subiu para 40,5 milhões de toneladas.

    De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (04.07) pela StoneX, no Rio Grande do Sul, as lavouras colhidas no final do ciclo resultaram em mais uma revisão positiva da produtividade, levando a produção para 11,1 milhões de toneladas. De qualquer forma, o estado ainda registrou uma quebra de 50%. Ajustes positivos no Maranhão e no Pará também contribuíram para a revisão, sem esquecer que a produção nacional ainda ficou muito aquém do potencial de mais de 140 milhões de toneladas.

    A revisão da produção brasileira de soja resultou em uma elevação dos estoques finais estimados para o ciclo 2021/22, que ficaram em 4,9 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Junção de fatores levam a aumento no preço do leite pago ao produtor

    O preço do leite pago ao produtor teve novo aumento no comparativo mensal

    No pagamento realizado em junho, que remunera a produção entregue em maio, o preço do leite pago ao produtor teve novo aumento no comparativo mensal. São quatro meses consecutivos de altas nos preços. A queda na captação em alguns estados, custos de produção pesando no bolso do produtor e alta concorrência pela matéria-prima entre as indústrias resultam no quadro visto atualmente.

    Considerando a média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, a alta foi de 7,2% na comparação mensal. Na comparação anual a referência está 17,7% maior este ano.

    Veja na figura 1, a evolução do preço do leite ao produtor.

    Figura 1.
    Cotação média nacional ponderada do leite ao produtor – em R$/litro, sem o frete, valores nominais.

    Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

    Para o pagamento a ser realizado em julho/22, referente à produção entregue em junho/22, seguiremos com a tendência de alta nos preços do leite pago ao produtor, com 70% dos laticínios pesquisados apontando para a alta e 30% estimando estabilidade. A estação seca no Brasil Central segue prejudicando a qualidade das pastagens, além de locais que tiveram sua qualidade de silagem também prejudicada na safra de inverno. Além do mais, os custos altos dos insumos seguem desestimulando a oferta de concentrados aos animais.

    Em maio/22, o volume de leite captado (média nacional) caiu 0,5% em relação a abril, com os custos de produção aumentando, pastagens de baixa qualidade no Brasil Central e alguns locais relataram chuvas intensas dificultando captação. No comparativo com maio/21, o indicador está 4,4% maior.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Fertilizantes tem boas margens apesar dos custos

    É importante ressaltar que esta importação foi feita a um preço bastante elevado

    Muitas incertezas e preocupações tomaram conta do planejamento para a próxima safra de grãos, tais como disponibilidade de adubos, custo dos adubos e defensivos, segundo o novo relatório do Rabobank. “No caso dos fertilizantes, a maior preocupação do mercado era com relação à disponibilidade dos produtos dada a importância da Rússia no mercado mundial. Com o passar dos meses, os números de importação divulgados pelo Secex aumentaram a confiança de que a chance de escassez de produtos é cada vez menor”, comenta.

    “De janeiro a maio de 2022 o Brasil já importou cerca de 15,1 milhões de toneladas de fertilizantes, sendo este volume maior do que o observado no mesmo período do ano passado, quando havia chegado a cerca de 12,9 milhões de toneladas aos portos brasileiros. Os volumes de 2022 representam um aumento de 17% nas importações em relação à 2021”, completa.

    É importante ressaltar que esta importação foi feita a um preço bastante elevado, pois o mercado estava sob a influência dos conflitos nos preços dos adubos, algo que deve diminuir daqui para a frente. “Com isso em mente, a nossa análise indica que para a parcela dos fertilizantes compradas durante este primeiro semestre do ano, o produtor deve ter um aumento nos custos com fertilizantes para a safra de soja de 50 a 75% com relação aos custos da safra anterior”, indica.

    “Para os defensivos, a projeção indica uma elevação de cerca de 25% em relação aos custos da safra 2021/22, puxados principalmente pela alta nos custos dos herbicidas, que até o momento apresentam um aumento de mais de 40% em comparação a safra anterior”, conclui.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Programa Troca-Troca de Sementes irá atender 81% dos municípios gaúchos

    O Programa Troca-Troca de Sementes irá atender 40,8 mil agricultores

    O Programa Troca-Troca de Sementes, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), irá atender 40,8 mil agricultores por meio de 498 entidades em 402 municípios gaúchos. Serão entregues 135 mil sacas de sementes de milho e sorgo nas etapas de cultivo de safra e safrinha 2022/2023.

    Na safra, os pedidos foram de 53.863 sacas de milho híbrido convencional, 60.855 sacas de milho híbrido transgênico e 6.195 sacas de sorgo. O total de sementes foi de 120.913 sacas. Já os pedidos para a safrinha totalizaram 14.143 sacas de sementes, sendo 4.010 de milho híbrido convencional, 9.854 de milho híbrido transgênico e 279 sacas de sorgo.

    Os pedidos para a safra foram feitos entre os dias 30 de maio e 17 de junho e para a safrinha entre 20 e 24 de junho. A entrega das sementes da etapa safra está prevista para iniciar a partir de 20 de julho e da etapa safrinha a partir de 20 de novembro.

    O programa registrou, neste ano, uma ampliação na sua área de abrangência. Serão atendidos 402 municípios, sendo 11 municípios a mais do que na safra passada. Com isso, o programa chega a 81% dos municípios gaúchos. Mas mesmo atingindo mais municípios em 2022, o número de sacas totais solicitadas sofreu uma redução de 1% em relação ao último ano. “Embora o cenário seja favorável, com bons preços para a produção de grãos, é necessário considerar, por outro lado, os altos custos para a formação da lavoura, que equilibram essa balança”, afirma Jonas Wesz, coordenador do programa. A sequência de frustações de safra em função das fortes estiagens que assolaram o Estado e o aumento da área cultivada com trigo, também são fatores que podem ter contribuído para a estabilidade na demanda pelo programa, ressalta Wesz.

    Entre os destaques desta safra, está a ampliação em 50% no limite da quantidade de sementes por agricultor, que passou de quatro para seis sacas em cada uma das etapas. Dentre o público beneficiário de 40,8 mil produtores, 25% destes aproveitaram a novidade lançada neste ano e reservaram mais de quatro sacas de sementes para seus cultivos, sendo que 20,6% solicitaram o novo teto de seis sacas por etapa.

    O programa também registrou uma evolução no perfil das cultivares demandadas pelos agricultores, havendo um aumento de pedidos de sementes de alto potencial produtivo e com maior tecnologia agregada, dentre as 38 cultivares disponíveis. “Esse comportamento e´ reflexo do avanço de tecnologias na agricultura familiar gaúcha, da atuação na área da assistência técnica da Emater-RS/Ascar e da ação focada na qualificação do Programa Troca-Troca de Sementes, buscando a melhoria dos materiais técnicos, fornecimento de cultivares mais produtivas e a garantia de sementes certificadas com elevados padrões de germinação e pureza”, avalia o coordenador do Programa, Jonas Wesz.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Semeadura do trigo alcançou 60% da área

    Há um atraso na implantação da cultura em relação ao planejamento inicial dos produtores

    A estimativa de cultivo de trigo no Estado para a safra 2022 é de 1.413.763 hectares. A produtividade estimada é de 2.822 kg/ha. Houve predomínio de dias chuvosos e alta umidade, que prejudicaram a implantação da cultura. Os triticultores encontraram muita dificuldade em ampliar ou finalizar a implantação da cultura, sendo possível apenas em áreas de topografia mais altas, como coxilhas ou solos mais drenados. Com a presença de umidade, a germinação foi beneficiada, e a emergência dos solos é uniforme. Contudo, as plantas apresentam a primeira folha do embrião muito fina, de coloração amarelada e com o desenvolvimento lento devido à falta de luminosidade.

    Conforme os dados da Emater/RS, a semeadura alcançou 60% da área projetada, com pequeno avanço, concentrado apenas no dia 20/06, na metade Norte, e até 22/06, mais ao Sul do Estado. Há um atraso na implantação da cultura em relação ao planejamento inicial dos produtores, que causa apreensão em função do avanço na projeção da data da colheita, que, por sua vez, pode competir com a época de instalação das lavouras de verão. Na região administrativa da Emater /RS Ascar de Bagé, o plantio nos municípios da Campanha ainda está bastante atrasado, sendo que a estimativa é de apenas 3% em Hulha Negra, e 7% em Caçapava do Sul. Na Fronteira Oeste, os trabalhos estão mais adiantados, embora as chuvas recentes tenham provocado atrasos e a necessidade de replantio. Em Maçambará, o clima relativamente seco permitiu avanço expressivo, sendo que 62% da área prevista já foi semeada.

    Nas lavouras estabelecidas em maio e que se encontram na fase de perfilhamento, foram realizadas aplicações de herbicidas e de fertilizantes nitrogenados. Na de Caxias do Sul, houve a impossibilidade de semeadura, mas não há atraso em relação à implantação, pois cerca de 85% da área de cultivo projetada é localizada nos Campos de Cima da Serra, onde o período preferencial para a operação é o mês de julho. Na de Frederico Westphalen, a semeadura alcançou 65% e está aquém da desejada. O atraso altera o manejo de plantas daninhas em função do aumento do tempo entre a dessecação e a semeadura, permitindo a emergência de plantas invasoras, como azevém,  que encontra condições adequadas para seu desenvolvimento. Em alguns municípios da região, ocorreram danos causados por enxurradas em lavouras recém-semeadas.

    Nas regionais de Ijuí e Soledade, a semeadura praticamente não evoluiu, e, nas lavouras semeadas entre 18 a 20/06, as chuvas intensas causaram escorrimento superficial e erosão laminar e em sulcos. Nas semeaduras em declive, foram observados arrasto de sementes em pequenos espaços das lavouras. Na de Santa Rosa, houve um pequeno incremento nas lavouras semeadas, alcançando 73% implantadas. Geograficamente, os municípios localizados mais ao norte da região apresentam um percentual maior, e a região das Missões, onde está localizada a maior área de cultivo, o índice de semeadura é menor, salientando o atraso em relação à safra anterior.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • 46 novos defensivos agrícolas recebem registro

    Entre eles, sete são de ingredientes biológicos

    Foi publicado nesta sexta-feira (01.07) no Diário Oficial da União o registro de 46 produtos formulados, ou seja, defensivos agrícolas que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores. Desses, sete são de ingredientes biológicos, sendo quatro aprovados para uso na agricultura orgânica.

    De acordo com os dados divulgados pelo Mapa, a novidade nos defensivos biológicos é o primeiro registro do parasitoide Catolaccus grandis para o controle do bicudo do algodoeiro, principal praga do algodão, que desde a década de 80 causa estragos nas plantações do Brasil. Registrado com base na Especificação de Referência (ER) nº 42, o parasitoide apresentou excelentes resultados de controle da praga no campo, após experimentos coordenados pelo pesquisador da Embrapa Algodão, Francisco de Sousa Ramalho. O produto recebe a denominação de produto fitossanitário com uso aprovado para a agricultura orgânica e poderá ser utilizado tanto em cultivos orgânicos quanto em convencionais.

    Outros produtos de baixo impacto são misturas de Pseudomonas fluorescens com Pseudomonas chlororaphis e uma Isaria fumosorosea. Para a agricultura orgânica, além do parasitoide, tem um isolado de Beauveria bassiana, um isolado de Metarhizium anisopliae e um Trichoderma asperellum.

    Em relação aos produtos químicos, a novidade ficou por conta dos produtos formulados à base do fungicida Pidiflumetofen. Foram registradas quatro marcas em mistura com difenoconazol e um produto com o ativo isolado. O fungicida é recomendado para soja, algodão, milho, café e uma série de culturas com suporte fitossanitário insuficiente.

    Também estão incluídos na publicação três fitormônios e um anti-brotante (1,4 Dimetilnaftaleno), aguardado pela indústria de processamento de batata.

    Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.

    Os produtos considerados de baixo impacto possuem ingredientes ativos biológicos, microbiológicos, semioquímios, bioquímicos, extratos vegetais e reguladores de crescimento, podendo ser autorizados em vários casos na agricultura orgânica. Esses produtos são importantes para agricultura não apenas pelo impacto toxicológico e ambiental, mas também por beneficiar as culturas de suporte fitossanitário insuficiente (minor crops), pois esses produtos são registrados por pragas e não por cultura como acontece com os químicos.

    Os dados foram informados pelo Mapa.

    Para mais informações sobre produtos, clique aqui.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Soja: relatório analisa produção, exportação e pontos de atenção ao mercado

    Documento estima que as exportações alcancem 76 milhões de toneladas e também projeta outros números do complexo do grão

    A safra brasileira de soja alcançará 126 milhões de toneladas, uma redução de 12 milhões de toneladas se comparada a safra 2020/21. Essa constatação faz parte do relatório AgroInfo, do Rabobank, de junho.

    Segundo o documento, a elevação das cotações em Chicago desde o início de 2021 vem impactando negativamente as margens de esmagamento na China. Associado a este cenário, as perdas ocasionadas pelo La Niña na safra brasileira de soja reduzirão as exportações da soja em grão em 10 milhões de toneladas durante o ciclo 2021/22.

    No acumulado de janeiro a maio de 2022, os embarques de soja indicam uma redução de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. A estimativa é que os envios da oleaginosa para o exterior alcancem 76 milhões de toneladas.

    Esmagamento da soja

    O esmagamento de soja no Brasil deverá aumentar 1,5% e alcançar patamares recordes, de acordo com o relatório. A estimativa é que o volume esmagado atinja 48,8 milhões de toneladas. A guerra entre Rússia e Ucrânia reduziram a disponibilidade de óleo de girassol no mercado internacional, o que favoreceu os preços de outros óleos vegetais, entre eles o de soja.

    Além disso, o governo da Argentina anunciou no início de 2022 o aumento do imposto para as exportações do complexo da soja, o que vem favorecendo as exportações brasileiras de farelo e óleo de soja durante a temporada 2021/22.

    Nos Estados Unidos, impulsionado pela alta das principais commodities agrícolas e a consequente competição pela área plantada, espera-se uma retomada do aumento da área plantada de soja, sugerindo uma produção recorde em 2022/23 de cerca de 126 milhões de toneladas, 5% superior ao observado no ciclo anterior.

    Mesmo considerando uma redução das exportações, os estoques da soja no Brasil ao final de 2022 devem permanecer em níveis baixos, o que deve favorecer os preços da o grão. Para a safra brasileira 2022/23, o Rabobank estima um aumento de área de 4,5% impulsionado por preços e margens positivas.

    Pontos de atenção

    O relatório do Rabobank destaca dois pontos de atenção ao mercado:

    • Momentos de volatilidade devem ser monitorados especialmente no que diz respeito ao clima durante o desenvolvimento da safra nos EUA.
    • O risco relacionado ao abastecimento de insumos agrícolas para a safra de soja 2022/23 vem diminuindo para o início das atividades no campo, impulsionado pela elevação das importações brasileiras de fertilizantes.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Prazo de emissão da DAP é prorrogado

    A implementação do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), em substituição à Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), será gradativa e regionalizada

    O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou nesta quarta-feira (29) a Portaria nº 174, com alterações à Portaria nº 242/2021, que estabelece as condições e os procedimentos gerais para inscrição no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF). De acordo com o ato normativo, a emissão de Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) continuará sendo feita somente até o dia 31 de outubro de 2022. A data anterior estabelecida era 30 de junho de 2022.

    Com a mudança, a partir de novembro só será emitido o CAF, que passará a ser a principal ferramenta do agricultor familiar para o acesso a ações, programas e políticas públicas voltadas para a geração de renda e o fortalecimento da agricultura familiar.

    De acordo com o coordenador-geral do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar do Mapa, Gabriel Assmann, a implementação do CAF será gradativa e regionalizada, de forma a garantir que não ocorra a interrupção do acesso dos agricultores familiares às políticas públicas do governo federal.

    “Os beneficiários que possuem DAP válida podem ficar tranquilos, pois à medida que as DAPs vigentes perderem a validade, novas inscrições serão emitidas por meio do CAF. Não sendo necessário que o beneficiário se antecipe ao fim da vigência de sua DAP, explica.  Somente os agricultores que não têm a DAP ativa precisarão buscar, a partir de 1º de novembro deste ano, à Rede CAF. Depois disso, a inscrição no CAF terá caráter permanente e a validade do registro será renovada a cada dois anos.

    A nova ferramenta trará ainda mais transparência e segurança jurídica, pois permitirá o cruzamento de dados com outras bases do Governo Federal. Se ocorrer alguma inconsistência o sistema bloqueará na hora do cadastro, evitando assim possiblidade de fraude. Além disso, o CAF fará a identificação de todas as pessoas da unidade familiar – superando o limite atual de apenas 2 titulares na DAP –, inclusive os menores de idade. Outro destaque é que o CAF passa a ser mais inclusivo, pois permitirá cadastrar beneficiários com renda superior a R$ 500 mil.

    A Secretaria de Agricultura Familiar (SAF/Mapa) está realizando uma série de reuniões técnicas nos estados para explicar aos secretários de Agricultura Municipais e aos agentes cadastradores do CAF sobre a implantação do Cadastro. Nos próximos meses, os agentes cadastradores do CAF continuarão sendo capacitados e receberão certificados para operacionalizar o novo sistema e emitir o Registro de Inscrição no CAF (Ricaf).

    Rede CAF

    Entidades de todo o Brasil que realizam a emissão da DAP precisarão solicitar autorização junto ao Mapa por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) para passar a emitira a DAP. O processo ocorrerá de forma totalmente online no Portal de Serviços da plataforma do Governo Federal.

    Para solicitar a autorização de ingresso na Rede CAF, o primeiro passo é se cadastrar na plataforma Gov.br. Clique aqui para acessar o passo a passo de como realizar o cadastro de um CPF e aqui para obter orientações sobre como cadastrar um CNPJ. Em seguida, é preciso entrar na página de solicitação de autorização para ingresso na Rede CAF, dentro do Portal de Serviços da plataforma do Governo Federal, acessando o link https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-autorizacao-para-ingresso-na-rede-caf, e clicar no botão “Iniciar”.

    No primeiro formulário, que abrirá automaticamente, é necessário confirmar os dados apresentados no cabeçalho e selecionar o tipo de entidade que o solicitante representa. No caso de entidade pública, será preciso informar também se é central ou regional. Para prosseguir, basta clicar no botão “Preencher dados da entidade”. Na etapa seguinte, o solicitante deve informar os dados do representante legal da entidade, requeridos no segundo formulário, e clicar no botão “Preencher dados do responsável técnico”. Na sequência, aparecerá um novo formulário, que também deve ser preenchido com dados do técnico responsável pelas operações da entidade. Ao concluir, é necessário clicar em “Preencher documentação” e seguir para a última etapa, na qual será anexada toda a documentação solicitada.

    Após o envio da documentação, o requerimento será analisado pela Coordenação de Cadastro do Agricultor Familiar do Mapa e deferido ou não. A entidade autorizada poderá compor a Divisão de Rede Emissora de CAF e passará a emitir o referido documento aos agricultores familiares, empreendimentos familiares e formas associativas da agricultura familiar.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Novas cultivares são apresentadas na 15ª Reunião de Trigo

    Evento ocorreu entre os dias 28 e 30 de junho

    O cerne da pesquisa é a inovação. E dentro dos programas de melhoramento da Biotrigo, isso não é diferente. Naturalmente, as constantes inovações se transformam em novas cultivares de trigo. Elas, por sua vez, se traduzem em mais eficiência na produção do agricultor. E a partir da próxima safra, o mercado brasileiro de trigo passa a contar com seis novas cultivares: o TBIO Motriz, TBIO Capaz, TBIO Sagaz e TBIO Ênfase, além do Roos90 e FPS Xerife. Elas foram apresentadas e aprovadas pelo corpo científico presente na 15ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale (RCBPTT), que ocorreu nos dias 28 a 30 de junho, em Brasília (DF). O evento foi organizado pela Embrapa Trigo.

    As recomendações de manejo e cultivo das variedades aprovadas serão publicadas no livro ‘Indicações Técnicas para Trigo e Triticale – Safra 2023’. Conforme o gerente de melhoramento da Biotrigo, Ernandes Manfroi, os programas de melhoramento da empresa, espalhados no Brasil e na América do Sul, possuem focos específicos para suas regiões de adaptação. Porém, de forma geral, os três principais objetivos são a produtividade, a segurança e a qualidade industrial das cultivares. “Buscamos desenvolver materiais de alto rendimento, que também tragam bons níveis de resistência às principais doenças do trigo, sobretudo às de difícil controle, como a giberela e brusone da espiga, e uma boa qualidade industrial, para que essas cultivares atendam a demanda da indústria e do consumidor final”, explica Ernandes.

    TBIO Motriz: maior segurança para elevados rendimentos

    Uma das novidades apresentadas pela Biotrigo na reunião é TBIO Motriz, considerada a evolução de TBIO Toruk, importante cultivar da história recente da triticultura brasileira. Lançado em 2022, Motriz oferece ainda mais rendimento e segurança para o agricultor em comparação ao seu antecessor. “Quando comparado a Toruk, Motriz tem se mostrado mais produtivo em quase todos os ambientes”, afirma o melhorista da Biotrigo, Francisco Gnocato. Além da excelente produtividade, a cultivar apresenta avanços relevantes em seu pacote fitossanitário, proporcionando mais facilidade no manejo quanto à giberela, brusone da espiga e mancha amarela, principalmente. Em termos de ciclo, Motriz se assemelha a TBIO Ponteiro que, por ser médio tardio, possibilita a semeadura em uma janela mais antecipada, minimizando o efeito de intempéries climáticas como a geada, dado seu maior período vegetativo. TBIO Motriz será indicado comercialmente para as mesmas regiões tritícolas que Toruk. A cultivar passará pelo processo de multiplicação na próxima safra.

    TBIO Capaz: mais rendimento e segurança para um trigo branqueador

    Junto ao Motriz como um dos lançamentos do portfólio da Biotrigo neste ano está TBIO Capaz. A cultivar, de farinha branqueadora, chega para atender as demandas de um importante mercado, apresentando ótima eficiência produtiva, sobretudo se comparado a outras cultivares branqueadoras. Além disso, a cultivar oferece um excelente nível de resistência ao mosaico comum do trigo, assim como uma boa reação à mancha amarela e queima da folha, causada por bactérias do gênero Pseudomonas. Seu ciclo superprecoce faz com que a cultivar seja uma ferramenta útil aos agricultores que busquem escalonar sua semeadura e combinar outras culturas no sistema produtivo. “TBIO Capaz é inovador no segmento dos branqueadores por reunir em uma única cultivar um tipo de planta de porte baixo, ciclo superprecoce e alto teto produtivo, se traduzindo em alta eficiência no campo”, aponta o melhorista da Biotrigo, Gustavo Mazurkievicz. Assim como Motriz, a cultivar passará por multiplicação na próxima safra. Conforme Gustavo, o agricultor que adere a uma plataforma de trigos branqueadores nunca esteve tão próximo de contar com materiais de mesmo patamar àqueles que não atendem a esse segmento. “Sem abrir mão de rendimento e segurança no campo, o produtor agora pode contar com uma cultivar que atenda ao segmento e traga uma oportunidade de obter um valor diferenciado, pela rentabilidade adicional que esse mercado pode oferecer”, complementa.

    TBIO Sagaz: parceiro ideal de TBIO Audaz

    Outra variedade apresentada pela Biotrigo na 15ª Reunião de Trigo foi TBIO Sagaz. Por apresentar um ciclo e estatura de planta muito similar a TBIO Audaz, Sagaz se tornou a parceira ideal da cultivar na composição do primeiro mix de cultivares de trigo para a produção de grãos do Brasil, o XBIO Fusão. De acordo com Gustavo, Sagaz possui boa reação ao oídio, ferrugem da folha e brusone da espiga. No grão, a cultivar traz uma ótima estabilidade de PH, enquanto na farinha, apresenta coloração ainda mais branca que TBIO Audaz. “Agronomicamente, a mistura dos dois materiais se complementa, oferecendo maior estabilidade produtiva aos agricultores, que podem contar com o mesmo potencial produtivo de Audaz, porém com maior segurança no manejo a campo, especialmente quanto ao oídio. Se tratando de qualidade na indústria, Audaz já é um material renomado por esse quesito. Contudo, ao ser complementado com Sagaz, a mistura torna-se ainda mais robusta, especialmente na panificação”, ressalta. A cultivar será multiplicada neste ano e o XBIO Fusão estará disponível ao agricultor já na próxima safra.

    TBIO Ênfase: rendimento e qualidade específica para biscoitos

    Lançado em 2022, TBIO Ênfase agrega ainda mais o portfólio de Trigos Especiais da Biotrigo. Por ser classificado como trigo Básico, a cultivar é mais uma opção para as indústrias de bolos e biscoitos, atendendo plenamente as especificações desses segmentos. Além de satisfazer essas exigências, Ênfase traz um grande ganho para o agricultor, que é um alto potencial de rendimento, fato inovador dentro dos trigos com aptidão para biscoito. Ainda, a cultivar oferece uma ótima estabilidade de seu PH, bem como bons níveis de resistência a mosaico, queima da folha (Pseudomonas) e giberela. “Produzido em circuitos fechados, para a segregação e consequente manutenção da identidade, quando se trata de qualidade industrial, TBIO Ênfase atenderá uma das principais e mais antigas demandas dos agricultores que participam deste nicho, o rendimento”, indica Gnocato. TBIO Ênfase será multiplicado a partir do próximo ano.

    Cultivares licenciadas

    Além de Ênfase, duas outras cultivares com a genética Biotrigo foram apresentadas e aprovadas no evento. Uma delas é o Roos90, cultivar licenciada para a Sementes Roos. Ela é classificada como trigo Melhorador e apresenta ciclo precoce e porte médio. Em seu pacote fitossanitário, a cultivar se destaca por um excelente nível de resistência à giberela, boa reação ao vírus do mosaico do trigo, bem como ao oídio e à ferrugem da folha. A variedade estará disponível para agricultores já na próxima safra. A outra cultivar é o FPS Xerife, licenciada para a Fundação Pró-Sementes. O material também é classificado como trigo Melhorador, possuindo porte e ciclo médio. Além disso, conta com um bom nível de resistência ao oídio, ferrugem da folha e à brusone da folha. A cultivar será multiplicada no próximo ano.

    Apresentações

    Além de apresentar as novas opções em genética, que servirão como ferramenta para os agricultores, a equipe da Biotrigo exibiu três trabalhos, que servirão de subsídio para as atividades da assistência técnica, bem como às decisões do produtor no momento do cultivo. O primeiro tema tratou de mix de cultivares de trigo para uma maior estabilidade produtiva. Em paralelo, foram apresentados trabalhos sobre o controle de giberela e germinação de sementes de trigo tratadas com fungicidas e a profundidade de semeadura na cultura do trigo. Ainda, a Biotrigo mostrou as extensões de cultivo para sete variedades já lançadas, sendo elas o TBIO Aton, Astro, Blanc, Calibre, Duque, Ponteiro e Trunfo.

    A retroalimentação da pesquisa

    Para a inovação em uma empresa de melhoramento genético acontecer – e consequentemente o produtor contar com novas e melhores cultivares –, a retroalimentação da pesquisa se faz fundamental. Isso só é possível através de formas que remunerem adequadamente as empresas pelos materiais lançados no mercado ano após ano. E a única forma de realizar isso é investindo em sementes certificadas. “A informalidade no mercado de sementes afeta todas as cadeias produtivas das culturas, uma vez que ela oferece um produto muito inferior em todos os aspectos, pois não há controle algum sobre a sua produção”, pontua o gerente comercial da Biotrigo para a América Latina, Fernando Michel Wagner. De acordo com ele, a indústria de sementes, em contrapartida, faz a ponte entre todo o esforço realizado dentro dos programas de melhoramento, levando genética inovadora e atendendo, em seus processos, a legislação que envolve a produção de sementes.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/