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  • Soja: Porto de Santos lidera exportações do Brasil em maio

    São Luís, no Maranhão, foi o segundo local que mais registrou embarques de soja no país. Farelo também teve grande saída

    O Porto de Santos, em São Paulo, foi o principal exportador de soja em grão do Brasil em maio de 2023. Ao todo, foram 5,475 milhões de toneladas no mês, contra 4,310 milhões de toneladas em maio de 2022.

    Em seguida, aparece São Luis, no Maranhão, que embarcou 2,135 milhões de toneladas no mês. Já o Porto de Belém/Bacarena (PA) exportou 1,914 milhão de toneladas. Paranaguá (PR), por sua vez, trabalhou com 1,891 milhão de toneladas.

    Ao todo, o Brasil exportou 15,585 milhões de toneladas de soja em maio. Em 2023, o volume acumulado chegou a 49,026 milhões de toneladas, uma alta de 14% ano a ano.

    Farelo de soja

    Além do grão, o Porto de Santos (SP) também foi o principal responsável pelas exportações de farelo de soja em maio de 2023, embarcando 1 milhão de toneladas do subproduto.

    Fechando o pódio, aparecem:

    • Paranaguá (PR): 933,5 mil toneladas
    • Rio Grande (RS): 398,4 mil

    O Brasil exportou 2,709 milhões de toneladas de farelo em maio deste ano. Em igual período de 2022, foram 1,957 milhão toneladas, ou seja, o número atual é 38,4% superior.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • USDA eleva estimativa de estoque para soja e milho em 2022/23

    O USDA elevou sua projeção para estoques mundiais de soja ao fim de 2022/23, de 101 milhões para 101,32 milhões de toneladas

    Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou nesta sexta-feira (9) suas estimativas para estoques domésticos de soja e milho ao fim de 2022/23.

    Em seu relatório mensal de oferta e demanda, o USDA estimou as reservas de soja em 230 milhões de bushels (6,26 milhões de toneladas), ante 215 milhões de bushels (5,85 milhões de toneladas) no mês passado. Analistas consultados pelo Wall Street Journal esperavam um aumento menor, para 223 milhões de bushels (5,85 milhões para 6,07 milhões de toneladas).

    As reservas de milho nos EUA ao fim da temporada 2022/23 foram elevadas para 1,452 bilhão de bushels (36,88 milhões de toneladas), de 1,417 bilhão de bushels (35,99 milhões de toneladas) em maio. A expectativa de analistas era de 1,446 bilhão de bushels (36,73 milhões de toneladas).

    Quanto ao trigo, a estimativa do USDA foi mantida em 598 milhões de bushels (16,28 milhões de toneladas). O mercado projetava um aumento para 606 milhões de bushels (16,49 milhões de toneladas).

    Safra 2023/24

    A agência manteve a produção de soja dos EUA na temporada em 4,510 bilhões de bushels (122,75 milhões de toneladas), acima do esperado por analistas, de 4,505 bilhões de bushels (122,62 milhões de toneladas).

    Para o milho, o USDA manteve a colheita em 15,265 bilhões de bushels (387,73 milhões de toneladas), acima do esperado por analistas, de 15,210 bilhões de bushels (386,33 milhões de toneladas).

    Para a produção de trigo dos EUA em 2022/23, o USDA elevou a projeção de 1,659 bilhão para 1,665 bilhão de bushels (45,16 milhões para 45,32 milhões de toneladas), enquanto analistas esperavam colheita de 1,666 bilhão de bushels (45,35 milhões de toneladas).

    O USDA prevê que as reservas domésticas de soja ao fim da temporada 2023/24 fiquem em 350 milhões de bushels (9,53 milhões de toneladas), ante 335 milhões de bushels (9,12 milhões de toneladas) projetados em maio. Analistas esperavam 336 milhões de bushels (9,15 milhões de toneladas). Para o milho, a projeção do USDA passou de 2,222 bilhões para 2,257 bilhões de bushels (56,44 milhões para 57,33 milhões de toneladas) em 2023/24, ante previsão de analistas de 2,220 bilhões de bushels (56,39 milhões de toneladas). Em relação ao trigo, o USDA estimou reservas em 562 milhões de bushels (15,30 milhões de toneladas), ante 556 milhões de bushels (15,13 milhões de toneladas) em maio. Analistas esperavam 568 milhões de bushels (15,46 milhões de toneladas).

    Estoques mundiais

    O USDA elevou sua projeção para estoques mundiais de soja ao fim de 2022/23, de 101 milhões para 101,32 milhões de toneladas, enquanto os analistas previam 100,4 milhões.

    Para o milho, a estimativa foi elevada de 297,4 milhões para 297,55 milhões de toneladas.

    O mercado esperava uma redução para 297,1 milhões de toneladas. As reservas globais de trigo passaram de 266,3 milhões para 266,66 milhões de toneladas, enquanto os analistas projetavam 266,4 milhões de toneladas.

    Quanto à safra 2023/24, o USDA projetou estoques globais de soja em 123,34 milhões de toneladas, ante 122,5 milhões de toneladas.

    Analistas esperavam reservas de 121,7 milhões de toneladas. Para o milho, a projeção passou de 312,9 milhões para 313,98 milhões de toneladas, acima do esperado pelo mercado, de 312,8 milhões de toneladas.

    Em relação ao trigo, as reservas globais passaram de 264,3 milhões para 270,7 milhões de toneladas ao fim de 2023/24, acima da estimativa de analistas, de 264,2 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Já é possível saber se o El Niño afetará a produtividade da soja?

    Após duas safras com incidência de La Niña, que afetou a produção de soja no Sul, agora é a vez do El Niño trazer efeitos na agricultura

    O produtor de soja olha para o céu e tem uma certeza: não é possível ter certezas sobre o clima. O volume, a distribuição e a regularidade da chuva são insumos que não se pode comprar, arrendar ou travar preço. Assim, segue como a máxima incógnita de uma lavoura. O mesmo vale para a incidência do sol.

    Nos últimos dois ciclos, Paraná e Rio Grande do Sul se revezaram com o pior resultado em produção. Quebras de safra têm sido comuns por lá e o sojicultor sabe bem o culpado: o La Niña.

    Contudo, na temporada 2023/24, as probabilidades indicam que outro fenômeno dará as caras, o El Niño. De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), há 89% de chances dele se concretizar.

    Por enquanto, segundo o meteorologista do Canal Rural, Arthur Müller, o momento é de neutralidade. “No entanto, as projeções indicam que a partir de agosto já devemos ter a certeza da configuração do fenômeno, que se dá a partir do aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico”.

    Clima nos próximos meses

    A tendência para junho, julho e agosto é de mais chuva no Sul e temperaturas mais altas no Centro-Oeste, conforme o meteorologista.

    “Para o Sul, a preocupação maior é quanto à intensidade do El Niño. Não adianta chover muito e não ter períodos de sol, já que a planta precisa fazer fotossíntese. Mesmo assim, é provável que o Sul tenha melhores produtividades de soja”.

    Quanto à temperatura, Müller destaca que a cultura se beneficia quando os dias se mantém entre 20°C e 35°C. “Para o Nordeste, a tendência para os próximos três meses é de chuva abaixo da média, mas entre setembro e outubro, quando a semeadura se inicia, é provável que o regime de chuvas fique dentro da média”.

    El Niño: dos males, o menor

    Já o pesquisador da Embrapa Soja, José Renato Bouça Farias enfatiza que, independente de confirmação ou não de El Niño, a notícia positiva é que o La Niña perdeu força e não está mais ativo.

    “Mesmo assim, não é possível estabelecer uma correlação perfeita entre produtividade de soja e a existência desses dois fenômenos. O clima tem uma variabilidade natural”, diz.

    Todavia, o pesquisador admite que o El Niño traz maior probabilidade de chuva no verão, o que pode favorecer a cultura da soja.

    “Por outro lado, maior quantidade de chuva não quer dizer melhor distribuição, que acaba sendo o fator mais importante. A soja é uma cultura muito sensível, de ciclo curtíssimo, com fases fenológicas muito bem definidas. Ausência de chuva e altíssima temperatura em período crítico a destrói”.

    Onde pode chover mais?

    Há maiores possibilidades de o volume de chuva ser mais intenso no Sul do que no Norte do país, de acordo com o pesquisador da Embrapa Soja.

    “Já a região Centro-Oeste costuma ficar em uma faixa de transição, onde por vezes tem maior volume e às vezes menos. No entanto, essa região já costuma ter bom regime de chuva naturalmente, independente do fenômeno”, cita.

    Farias destaca que os problemas de déficit hídrico que, por ventura, possam aparecer na próxima safra serão mais concentrados no Nordeste, no Matopiba.

    Müller concorda: “As projeções de agora mostram que no verão, entre dezembro, janeiro e fevereiro, o clima tende a ficar mais seco na região”.

    O pesquisador da Embrapa corrobora: “Nessas áreas são característicos períodos sem chuva em anos de El Niño. Porém, de forma geral, o fenômeno costuma ser muito mais sentido na sociedade urbana, com problemas de enchentes e alagamentos do que na agricultura. Muitas vezes o produtor nem percebe que está sob efeito de El Niño”.

    Fazer bem feito para não sofrer com o El Niño

    arias destaca que a variabilidade do clima é imperativa, independentemente do fenômeno climático. “É normal em anos de La Niña termos altíssimas produtividades e em anos de El Niño termos baixíssimas produtividades. Assim, cabe ao produtor usar sempre as melhores tecnologias possíveis, boas práticas para fazer render a sua lavoura”, considera.

    Nesse pacote tecnológico à disposição do produtor de soja, o pesquisador salienta a importância de:

    • Procurar cultivares adaptadas a sua região, resistentes às adversidades mais comuns do clima
    • Fazer bom manejo do solo, procurando estruturá-lo ao longo dos anos, ofertando a ele maior capacidade de armazenamento de água para suprir as necessidades quando não chover
    • Manter o escalonamento de semeadura

    O pesquisador afirma que, como a sensibilidade da cultura é muito específica em determinados períodos, não é aconselhável plantar toda a área em uma mesma época e nem usar uma mesma cultivar com mesmo ciclo na mesma propriedade.

    “Quando a seca afeta a cultura, ela atinge uma região inteira e, muitas vezes, é comum ver que os produtores dessa região semearam todos na mesma época e com a mesma genética. Assim, quando falta água, todos são afetados ao mesmo tempo. Por isso destaco: é importante semear e usar variedades diferentes das do seu vizinho”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Zootecnista ensina como identificar mastite e proteger a saúde do gado de leite

    É importante tratar a doença prontamente para prevenir complicações mais graves

    Confira a entrevista da Scot Consultoria com o zootecnista Petterson Sima sobre mastite, a doença que afeta o gado leiteiro:

    Scot Consultoria: Como é possível diagnosticar a mastite clínica e a mastite subclínica?

    Petterson Sima: A mastite clínica é mais fácil de ser percebida, pois o leite apresenta grumos visíveis com o auxílio do teste da caneca telada (ou caneca do fundo preto). Em casos mais graves, pode haver pus ou sangue no leite, além do úbere apresentar inflamação, intensificando o prejuízo e, em alguns casos, pode causar a inutilização do quarto mamário. É muito importante que seja realizado o teste da caneca antes de cada ordenha e em cada vaca. Lembrando sempre que devem ser retirados três jatos de leite, o que garante um diagnóstico efetivo e a exclusão do leite residual contaminado.

    A mastite subclínica possui caráter silencioso, dificultando a detecção a olho nu. Devido à falta de sinais evidentes da enfermidade, são necessários testes auxiliares para o diagnóstico da Contagem de Células Somáticas (CCS) no leite, através de testes clínicos na própria fazenda, com ferramentas de contagem eletrônica ou reagentes químicos para estimativas ou análises laboratoriais de alta precisão das amostras de leite. Mas, para que tenha uma análise assertiva e de credibilidade, é importante que seja realizada em laboratórios credenciados pelo MAPA. Tecnicamente, considera-se que as vacas saudáveis apresentam contagens de até 200.000 células/ml.

    Scot Consultoria: Como é possível proteger o gado leiteiro da enfermidade?

    Petterson Sima: A mastite é uma doença multifatorial, ou seja, existem diversas causas para sua incidência, como imunidade baixa, desnutrição, estresse térmico por calor, traumas, ordenhadeira sem revisão periódica, estresse, entre outros. Mas os fatores mais importantes para proteger o gado leiteiro da doença são a rotina de ordenha e o cuidado com os tetos antes e após a ordenha.

    Conhecidos como pré e pós-dipping, os manejos de preparo dos tetos do úbere, com auxílio de soluções químicas especializadas antes e após a ordenha, trazem benefícios à saúde das vacas e para o bolso do produtor de leite. Promover tetos livres de contaminantes e uma pele sadia impactam diretamente na prevenção de mastite e melhoria dos índices de CCS e CBT (Contagem Bacteriana Total).

    O sistema mais utilizado, no Brasil, é realizado com produtos líquidos ou espuma aplicados nos tetos por 30 segundos e enxugados/limpos com papel toalha. É um bom método, mas apresenta limitações, especialmente na limpeza e massagem estimulante do teto. O melhor manejo para retirada de sujeira é com toalhas de tecido embebidas de soluções desinfetantes não agressivas para a pele. Além disso, os produtos de pré-dipping devem conter componentes cosméticos para melhorar a saúde da pele.
    A orientação técnica específica para cada fazenda é importantíssima. Não existe apenas uma receita para todas as fazendas.

    Scot Consultoria: O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de leite, segundo o MAPA. Quais prejuízos a mastite pode causar à produção leiteira?

    Petterson Sima: Atualmente, produzimos algo próximo a 34 bilhões de litros de leite por ano. Com o nível de CCS médio estimado no Brasil, cerca de 500 mil, podemos considerar que deixamos de produzir, pelo menos, 1,75 bilhão de litros por ano, correspondente a 5% da produção. Esse é um valor conservador. Isso significa quase 5 bilhões de reais a menos por ano, mas pode ser muito maior.

    Pesquisas recentes da ESALQ observaram dados do SEBRAE-MG de 2015-2017, com mais de 500 fazendas em Minas Gerais com média geral produtiva de 17 litros/vaca/dia nos últimos anos. Os produtores com média de 15 e 17 litros/dia/vaca possuíam CCS acima de 500 e 750 mil, respectivamente. Em compensação, as fazendas com CCS média abaixo de 200 mil produziam 20,5 litros/vaca/dia. A diferença de custo por vaca entre esses grupos não foi tão mais elevada. As fazendas com maior CCS (>750 mil) investiam apenas 400 reais a menos/vaca/ano, comparada às melhores fazendas (<200 mil).

    Em compensação, a diferença do lucro entre essas mesmas fazendas era superior a 700 reais/vaca/ano, em que as fazendas com mais de 750 mil de CCS tinham prejuízo na realidade.
    Apesar do produtor achar que perde dinheiro com medicamento e descarte do leite, 70% do seu prejuízo anual está na perda de produção de leite pela mastite clínica e, principalmente, subclínica.

    Scot Consultoria: Os métodos preventivos da mastite são mais viáveis financeiramente do que o tratamento e possível perda do teto, certo? Então por que vemos tantos casos que poderiam não ter ocorrido com a prevenção correta?

    Petterson Sima: É possível a perda de um ou mais tetos. Ainda temos forte cultura de sanidade precária nas fazendas. Muitas técnicas, que surgiram nos últimos 20 anos, ainda são consideradas dispensáveis ou “bobeiras” por muitos produtores. O grande problema está relacionado à informação. Muitas propriedades não possuem gestão empresarial, não tratam a fazenda como uma empresa, um verdadeiro negócio. Grande parte não sabe dizer quanto gasta para produzir 1 litro de leite, por exemplo.

    É preciso coletar e organizar todos os dados que a fazenda possui, técnicos e financeiros. Depois, analisar os dados é tão importante quanto coletar. Entender onde estão os gargalos, os prejuízos e as oportunidades. Somente com dados, é possível perceber o real prejuízo. Para que o produtor seja convencido de que prevenir é mais barato e mais eficiente do que tratar, são necessários dados fiéis e análises adequadas.

    Isso serve para os produtos e ferramentas de prevenção e cura. Optar sempre por comprar produtos e contratar serviços mais baratos é o famoso “barato que sai caro”. Por não analisarem as informações da produção leiteira, a maioria nem sabe que os custos com higiene, revisão do maquinário de ordenha e ferramentas de controle da mastite, dificilmente, superam 3% do custo total da fazenda. É um investimento baixo frente ao benefício gigante.

    Por isso existem os técnicos, de empresas privadas e de organizações públicas, que disponibilizam orientação técnica para melhorar o sistema de produção, sanidade e qualidade do leite. Não tem milagre! Apenas precisamos aplicar as técnicas e práticas conhecidamente eficientes.

    Scot Consultoria: A higiene na ordenha é um passo importante na prevenção de mastite. O uso de pré e pós-dipping já é difundido em toda fazenda leiteira?

    Petterson Sima: Infelizmente, não. Muitas fazendas ainda não utilizam de tais ferramentas ou mesmo usam produtos de desempenho precário, com formulações caseiras de baixa eficiência em limpeza, desinfecção e/ou cosmética, mas, com certeza, há avanços nítidos nos últimos anos. O entendimento sobre o controle de mastite está aumentando no mercado, entre produtores e técnicos, e, cada vez mais, estamos adotando práticas e tecnologias eficazes, nos aperfeiçoando.

    É um caminho sem volta. Os produtores que perceberam os benefícios da tecnificação têm aumentado seus índices produtivos e sua lucratividade. Outros seguirão o exemplo. O mercado exigirá, a cada dia mais, o controle de doenças, melhoria genética, eficiência produtiva e redução de prejuízos. Não tenho dúvidas de que, em alguns anos, não apenas seremos um dos maiores produtores de leite, mas cada vez mais seremos referência global em sistemas de produção eficientes e lucrativos. Isso irá ocorrer concomitantemente com a melhoria dos conceitos de biosseguridade dentro das fazendas leiteiras.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • CNA estima crescimento de 10,5% no PIB do agro este ano

    Entidade fez revisão sobre projeção anterior diante do resultado divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira, que mostrou alta no índice do setor no primeiro trimestre do ano

    A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vai revisar sua estimativa para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária neste ano. Anteriormente, ao fim de março, a entidade projetava avanço anual de 8% a 8,5% na atividade econômica agropecuária. A revisão decorre do resultado divulgado mais cedo pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou alta de 18,8% no PIB da agropecuária no primeiro trimestre em comparação com igual período de 2022.

    “Estimamos que o PIB brasileiro deve crescer 1,2% ao longo de 2023 e a atividade agropecuária deve crescer 10,5%. Ou seja, a atividade agropecuária trazendo bons resultados para PIB brasileiro”, antecipou o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon. Os números estão sendo ajustados pela entidade.

    Com o maior crescimento estimado, a atividade agropecuária deve elevar sua participação no PIB nacional para a ordem de 8% ante 6,8% em 2022, projeta a CNA em estimativa preliminar. “Neste primeiro trimestre, a agropecuária representou 10,2% de tudo que o Brasil produziu. É significativo porque há dez anos a participação era de 5,7%. É a dinâmica da atividade agropecuária trazendo bons resultados para a economia brasileira”, afirmou.

    O crescimento de 18,8% do PIB agro foi “robusto” e sustentou o avanço do PIB nacional, avalia Conchon. “Isso mostra que graças à atividade agropecuária o crescimento do PIB foi sustentado. Esse crescimento se deu em virtude da boa safra, sobretudo da produção de soja. Outros produtos, como milho primeira safra, cana-de-açúcar e café arábica, influenciaram positivamente esse resultado”, comentou.

    Ele ponderou, entretanto, que houve retração na produção de arroz que influenciou negativamente no PIB do setor.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Prazo para Declaração Anual de Rebanho abre na quinta-feira (1)

    O prazo para a Declaração Anual de Rebanho, obrigação sanitária de todos os produtores rurais gaúchos detentores de animais, inicia-se na quinta-feira (1/6) e vai até 31 de outubro. Assim como no ano passado, a atualização cadastral conta com informações detalhadas sobre a propriedade rural e os sistemas de produção animal. A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) espera receber 380 mil declarações, correspondentes ao número de estabelecimentos que trabalham com produção animal registrados no Sistema de Defesa Agropecuária (SDA).

    Os formulários estão disponíveis no link www.agricultura.rs.gov.br/declaracao e podem ser entregues de duas formas. Na primeira, o produtor comparece à Inspetoria ou Escritório de Defesa Agropecuária de referência e informa verbalmente os dados a serem lançados. Com uma opção fácil de geração de senha do Produtor Online, ele assina digitalmente a declaração. Na segunda opção, o produtor baixa os formulários no site da Seapi, preenche e os entrega na Inspetoria de Defesa Agropecuária (IDA) ou no Escritório de Defesa Agropecuária (EDA) de seu município.

    “É de extrema relevância conhecer exatamente como está distribuída a população animal em nosso Estado, seja por espécie ou faixa etária. Um sistema robusto, com informações de qualidade, é a base para políticas públicas mais assertivas, em prol da sanidade dos rebanhos”, destaca a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Rosane Collares.

    A Declaração Anual de Rebanho conta com um formulário de identificação do produtor e características gerais da propriedade. Formulários específicos devem ser preenchidos para cada tipo de espécie animal que seja criada no estabelecimento, como equinos, suínos, bovinos, aves e peixes, entre outros. No formulário de caracterização da propriedade, há campos como situação fundiária, atividade principal desenvolvida na propriedade e somatória das áreas totais, em hectares, com explorações pecuárias. Já os formulários específicos sobre os animais apresentam questões sobre finalidade da criação, tipo de exploração, classificação da propriedade e tipo de manejo, entre outros.

    Fonte: https://www.rs.gov.br/inicial

  • Complexo soja: queda nas cotações impacta na relação entre volume e receita

    Brasil exportou 52 milhões de toneladas do complexo soja de janeiro a maio deste ano, mesmo volume alcançado em 2022, mas os embarques geraram receita menor do que em 2022

    De acordo com o Comex Stat, de janeiro a maio deste ano, foram exportadas 52 milhões de toneladas do complexo soja (que inclui farelo, grão e óleo), o que gerou receita de US$ 28,8 milhões. No mesmo período de 2022 foi embarcado igual volume de produtos, mas com uma receita superior, de US$ 29,7 milhões.

    De acordo com Giovani Ferreira, diretor de conteúdo do Canal Rural, a queda nas exportações tem impactado na relação entre volume e receita cambial do complexo soja.

    “A gente não tem uma perspectiva de alta no preço das commodities neste ano. Devemos exportar mais do que no ano passado. Fizemos quase 80 milhões de toneladas de grãos em 2022 e em 2023 devemos exportar 95 ou 96 milhões de toneladas, mas com uma receita cambial menor do que a do ano passado”, disse Ferreira.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Catar retira restrições à carne bovina brasileira após caso atípico de ‘vaca louca’

    Anúncio se soma à recente reabertura dos mercados da Tunísia, Palestina e Rússia, informa o Ministério da Agricultura

    O governo federal informa que o Catar anunciou nesta segunda-feira (29) o fim das restrições à carne bovina brasileira, impostas pelo país em razão do caso atípico da doença da “vaca louca” ocorrido em fevereiro, no Pará.

    O anúncio se soma à recente reabertura dos mercados da Tunísia, Palestina e Rússia, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

    Diferentemente da forma clássica da encefalopatia espongiforme bovina (EEB) – doença conhecida como “mal da vaca louca” -, a forma atípica é de ocorrência natural e espontânea no rebanho bovino, não representa risco à saúde pública, lembra o ministério em nota. Tampouco justifica restrições à importação, conforme diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

    Em função do caso, o Catar havia incluído o Brasil, em 5 de março, na lista de medidas de precaução, que submetia o produto a condições restritivas.

    Exportações de carne bovina ao Catar

    Segundo o Mapa, em 2022 as exportações de carne bovina para o Catar somaram cerca de US$ 36,9 milhões, o equivalente a 6 mil toneladas do produto.

    No primeiro trimestre de 2023, a corrente de comércio entre o Brasil e o Catar foi de US$ 231,6 milhões; nesse período, as exportações de proteína animal ao Catar corresponderam a aproximadamente 75% do total exportado pelo Brasil.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Drones garantem 66% de precisão no monitoramento de pastagens

    Experimentos reforçam a qualificação de drones para aumentar a eficiência da agropecuária

    Pesquisas da Embrapa apontam que o uso de drones para o monitoramento da cobertura e altura de pastagens alcançou 66% de acurácia no Cerrado baiano.

    Os experimentos, realizados entre 2019 e 2021, reforçam a qualificação dessa ferramenta de sensoriamento remoto para aumentar a eficiência da agropecuária, com otimização do tempo, produtividade do trabalho no campo e ampliação da capacidade de observação e controle da produção rural.

    A pesquisa foi desenvolvida na Fazenda Trijunção, no município de Cocos, interior da Bahia, em sistema de pecuária de corte com pastejo rotacionado e uso da braquiária BRS Piatã.

    Segundo a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul (RS) Márcia Silveira, o trabalho comparou os dados digitais da altura do pasto e cobertura do solo, captados a partir das imagens feitas por drones, com os valores observados a campo, a partir de métodos tradicionais de medição, como a avaliação por equipe treinada e mensuração com régua de manejo, bem como avaliação de cobertura do solo e amostragem de forragem.

    “O nosso objetivo foi verificar se um drone comum, passível de ser adquirido por um produtor, aliado a um treinamento de máquina, pode auxiliar na estimativa da cobertura vegetal e altura da planta”.

    Segundo ela, o objetivo era avaliar se o uso correto dessa ferramenta pode ajudá-los na tomada de decisões relacionadas ao manejo do gado, mediante esse comparativo entre as imagens geradas pelo drone e as informações obtidas no campo, considerando medição de altura, corte de forragem e cobertura do solo pela planta forrageira.

    De acordo com a Embrapa, as bandas de imagens realizadas por drones em diferentes épocas, durante dois anos, foram comparadas com três classes de cobertura do solo, que representam o manejo de uma propriedade pecuária:

    • Pré-pastejo;
    • Em pastejo; e
    • Pós-pastejo.

    Além de contar com uma categoria denominada de solo exposto.

    O software R-Studio, de recuperação de dados, foi usado para validação do algoritmo e análise das imagens captadas pelo drone.

    Dessa forma, a fórmula aplicada combinou as diferentes bandas da imagem para predizer a classe de cobertura e altura do pasto. A avaliação da precisão do padrão desenvolvido foi realizada a partir da análise da matriz de confusão (erro) e da matriz de acerto do programa.

    Potencial de drones na pecuária brasileira

    A pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo (MG) e líder do Projeto Trijunção, do qual esse estudo faz parte, Flávia Santos, destaca que o desenvolvimento dos procedimentos para processamento e a análise de imagens de drones realizados pela Embrapa durante a pesquisa reforçam os benefícios do uso do sensoriamento remoto como ferramenta auxiliar no manejo de pastagens.

    “Futuramente, os estudos podem servir como base para a criação de novos produtos, como aplicativos para smartphones, otimizando ainda mais o trabalho no campo”, acrescenta.

    “Com o banco de dados referente a apenas dois anos já foi possível visualizar o potencial desse tipo de informação. Vamos continuar fazendo o monitoramento para obter mais dados e aumentar a robustez do script para o treinamento de máquina. Esperamos, com mais dados, extrapolar esse tipo de informação para diferentes tipos de pastagens”, pontua a pesquisadora.

    Quantidade e qualidade da forragem

    O uso de vants (veículos aéreos não tripulados) é mais uma estratégia para aumentar a eficiência da atividade pecuária, auxiliando no planejamento e manejo das pastagens, a partir do equilíbrio entre oferta e demanda de alimento para os animais.

    O ponto-chave está na disponibilidade de forragem em quantidade e qualidade, além da manutenção das condições de persistência e rebrote das plantas de forma rápida e vigorosa.

    “A altura pode ser utilizada como critério prático para definir o momento ideal de pastejo, bem como permite identificar a necessidade ou não de realização de ajustes de carga animal, visando estabelecer condições ótimas de utilização do pasto mediante os principais processos envolvidos no crescimento e utilização das plantas forrageiras sob pastejo”, diz Márcia.

    Segundo ela, para que essas recomendações de altura possam ser respeitadas, faz-se necessário o monitoramento das áreas de pastagem com maior frequência, no sentido de tomar decisões de ajuste de carga e rotação dos animais entre as áreas de forma mais efetiva.

    “Logo, a utilização de técnicas de monitoramento, como o sensoriamento remoto, apresenta-se como promissora no auxílio às tomadas de decisão referentes ao manejo de pastagens”, conclui.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Confinamento: estudo mostra que nutrição representa 90% do custo de produção

    Levantamento da empresa Ponta considerou bovinos machos em terminação com período de confinamento entre 30 e 200 dias

    nutrição animal tem sido, há quatro anos, a maior vilã dos confinamentos bovinos no Brasil e o cenário deve se repetir em 2023. A avaliação é da Ponta, empresa de tecnologia com foco na gestão da informação e da precisão na pecuária.

    Conforme estudo da empresa, no primeiro trimestre deste ano, o investimento por boi confinado alcançou R$ 1.667,16. Já a nutrição dos animais atingiu R$ 1.492,65 por cabeça, representando quase 90% do custo total de produção.

    O levantamento, que considerou bovinos machos em terminação com período de confinamento entre 30 e 200 dias, também aponta que a alimentação do gado representou 89% dos custos de produção no ano passado, mesmo percentual do início do monitoramento, em 2019. Em 2020 e 2021, foram de 88% e 91%, respectivamente.

    Dólar e Ucrânia afetam custo da nutrição

    O dólar fortalecido e a guerra na Ucrânia devem continuar a causar impacto no valor da nutrição animal, baseada especialmente em milho e farelo de soja. Por isso, o veterinário e líder de Estratégia da Ponta, Marcelo Ribas, disse em nota que é fundamental que o pecuarista invista em tecnologias para otimizar os rendimentos da fazenda.

    “A escalada de preço vem se repetindo com crises sequenciais desde 2019 e se agravou com a chegada da pandemia de covid-19. Por isso, é fundamental ter animais e processos produtivos mais eficientes para poder garantir a margem da fazenda. Uma das soluções está na automatização dos processos que envolvam justamente a nutrição animal”, disse.

    Automatização no confinamento

    Margens estreitas exigem eficiência na engorda. Um dos fatores decisivos para garantir um processo de nutrição estratégico dentro das propriedades é o uso de tecnologias de automatização, que permitem o planejamento de compra de insumos e de dieta e gestão de estoque, na avaliação da Ponta. São softwares robustos de gestão que levam a um maior controle da operação e dos custos.

    Conectada à tecnologia que automatiza a fabricação de ração e o fornecimento do trato dos animais, o que se tem é a redução do tempo de cada operação e, principalmente, o menor desperdício de alimentos.

    Inovação tecnológica constante é uma das apostas da Ponta, que projeta um crescimento de receita de cerca de 150% para os próximos três anos, quando o faturamento deverá chegar a R$ 47,9 milhões.

    Responsável pela gestão de mais de R$ 22 bilhões em ativos, considerando apenas o valor dos animais gerenciados, a companhia atende a 68% do mercado de confinamento no país, gerindo informações de mais de 7 milhões de cabeças (a pasto e confinamento) de nove países, em quatro continentes.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/