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setembro 2022

  • Plantio direto pode aumentar em 11% a eficiência do uso de água na soja

    Sistema promove maior produtividade do recurso hídrico, com menos gasto de energia. Estudo foi conduzido por duas Embrapas, Esalq e universidade norte-americana

    O sistema de plantio direto pode trazer 11% a mais de produtividade de água na cultura de grãos. A constatação resulta de experimentos conduzidos em São Paulo por cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), da Embrapa Solos (RJ) e da Embrapa Meio Ambiente (SP), em parceria com a Universidade da Flórida.

    Os pesquisadores avaliaram a evapotranspiração e a eficiência da água na cultura da soja em ambiente tropical, utilizando dados de uma estação agrometeorológica. O estudo também mostrou, na simulação, que a irrigação acionada com mais de 60% da água disponível no solo não resultou em aumento na produtividade dos grãos. Isso quer dizer que o aumento da oferta do líquido para a cultura não fez com que ela produzisse mais.

    O pesquisador da Embrapa, Alexandre Ortega, explica que a economia de água registrada no caso do plantio direto é maior porque o sistema mantém material vegetal cobrindo o solo, o que evita perdas por evaporação, e a umidade para a cultura. O uso de menor quantidade de água acaba por favorecer, ainda, a redução dos custos energéticos do sistema de irrigação.

    Transpiração da planta

    A produtividade de água, também conhecida como eficiência no uso de água (EUA), é a razão entre o rendimento final da cultura (grãos, frutos e folhas) e a evapotranspiração sazonal, compreendida desde a semeadura até a colheita. A evapotranspiração refere-se à “perda” conjunta de água – ou melhor, à transferência de água para a atmosfera – causada pela evaporação a partir do solo e pela transpiração das plantas.

    Os resultados da pesquisa foram obtidos em campo, a partir de dois experimentos com soja conduzidos no sítio experimental da Esalq, em Piracicaba (SP). O primeiro, em plantio convencional, e o segundo, em plantio direto com resíduo vegetal deixado na superfície. Ambos utilizaram a mesma cultivar BRS 399-RR, que possui hábito de crescimento indeterminado e é classificada como grupo de maturidade 6.

    Os dois experimentos também tiveram a mesma população de plantas e foram irrigados. O manejo da irrigação consistiu em atender a necessidade hídrica total da cultura. A frequência e a quantidade de água foram baseadas em um balanço hídrico suportado pela evapotranspiração de referência, calculada com variáveis meteorológicas medidas no local do experimento.

    Modelo de precisão na soja

    Os pesquisadores aplicaram, nos experimentos, o modelo CROPGRO – Soybean, capaz de simular com precisão a evapotranspiração da cultura da soja. O modelo forneceu boas previsões de evapotranspiração diária e cumulativa, quando comparada aos dados medidos em campo. Esse modelo é amplamente utilizado e integra a plataforma Sistema de Apoio à Decisão para Transferência de Agrotecnologia (DSSAT, na sigla em inglês).

    “A previsão do rendimento das culturas, a evapotranspiração e a produtividade da água são aspectos essenciais para a gestão do recurso hídrico e a intensificação sustentável da agricultura. É um processo voltado à estimativa da produtividade hídrica e, portanto, importante para o gerenciamento eficiente da água dos sistemas de cultivo. Estimativas precisas de evapotranspiração das culturas ajudam a melhorar a eficiência do uso da água”, enfatiza o pesquisador da Esalq, Evandro Moura da Silva.

    Segundo o pesquisador da Embrapa, Evaldo Lima, devido à posição expressiva da soja para a produção de alimentos e de rações, é importante a realização de pesquisas que simulem, por exemplo, o crescimento, o rendimento e a produtividade da água para a cultura. “Nesse sentido, esse estudo é relevante e serve para simular em ambiente tropical os parâmetros de água no sistema solo-planta-atmosfera de maneira satisfatória para a cultura da soja”, afirma.

    Plataforma e modelo utilizados

    O Sistema de Apoio à Decisão para Transferência de Agrotecnologia é uma plataforma que ajuda na modelagem do crescimento, do desenvolvimento e da produtividade de uma cultura em uma área uniforme, com base em informações fornecidas ou simuladas sobre nitrogênio, carbono, água e solo. Essas informações são associadas aos elementos meteorológicos registrados em determinado período, que servem como dados de entrada do modelo. São ainda combinadas aos modelos de cultura, com o intuito de desenvolver estudos na área de manejo.

    A plataforma usa uma função assintótica, isto é, descreve o comportamento de limites do índice de área foliar diária com um coeficiente de extinção de energia da cultura, e as partições referenciam a evapotranspiração, separadamente, para a evaporação da água do solo e a transpiração da cultura. Ou seja, as ferramentas são capazes de particionar a evaporação de água do solo que a planta não utiliza da transpiração da cultura, água que de fato entra na planta.

    As ferramentas da plataforma podem determinar o índice de área foliar diária da relação entre a área de folhas verdes e quanto a planta ocupa de espaço do terreno. Quanto maior o resultado dessa relação, mais área de folha por metro quadrado é observada e, consequentemente, mais fotossíntese e produção de matéria seca ocorrem. Dentro da plataforma DSSAT existe uma gama de modelos para diferentes culturas: Ceres-Maize (milho), Ceres-Sorghum (sorgo), Ceres-Rice (arroz), Ceres-Barley (cevada), Ceres-Sunflower (girassol), CROPGRO-Soybean (soja).

    Modelo gratuito

    O CROPGRO-Soybean, modelo para a cultura da soja, é capaz de descrever os principais processos biofísicos da planta, como fotossíntese; particionamento de biomassa; respiração; dinâmica da água; crescimento foliar, raiz e caule; fenologia e evapotranspiração. O modelo simula o crescimento da soja, biomassa acima do solo, tempo de eventos fenológicos – repetitivos e relacionados ao ciclo de vida das plantas – e, em última análise, prevê o rendimento final em uma ampla gama de ambientes e para diferentes cenários de manejo.

    A demanda de água da cultura pode ser obtida como o produto da evapotranspiração de referência e o coeficiente da cultura, resultando na evapotranspiração estimada. Tais processos são simulados com base nos dados de entrada e nos parâmetros fisiológicos da cultura.

    A Embrapa contribuiu para o desenvolvimento do modelo, que pode ser baixado gratuitamente.

    Uso sustentável da água

    De acordo com as Nações Unidas, a previsão é que a população global chegue a 9,7 bilhões em 2050, representando um aumento de 30% em relação ao número atual de habitantes do planeta. Ao mesmo tempo, espera-se que o consumo mundial de carne bovina e produtos lácteos cresça devido a uma maior renda média per capita. Combinados, esses fatores levarão a um acréscimo de 50% a 70% na demanda por alimentos e rações e, potencialmente, aumentarão a escassez de água em todo o mundo.

    A agricultura é responsável por 70% das retiradas globais de água doce, sendo o déficit hídrico o fator mais limitante da produção agrícola. Portanto, aumentar a produtividade da água da cultura pode ajudar a reduzir o impacto negativo de chuvas instáveis na estação e otimizar o uso da água para sistemas de cultivo irrigados. Iniciativas como essas devem contribuir para o uso sustentável da água e a produtividade agrícola, resultando, em última análise, em melhor segurança alimentar e nutricional.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Produtividade da soja nesta safra pode ser 17% maior, aponta consultoria

    De acordo com a AgResource, incidência do La Niña sobre a cultura tende a ser mais amena

    AgResource Brasil, filial da empresa norte-americana AgResource Company, divulgou sua estimativa para a safra 2022/23 de soja que se inicia. A estimativa indicou uma área total para de 42,61 milhões de hectares, produtividade em 3.549 kg por hectare (59,1 sacas/ha) e produção total de 151,24 milhões de toneladas.

    Segundo a estimativa, se consolidada, a safra será 20,4% maior que o ciclo anterior, que tem as estimativas atuais indicando a produção total em 125,6 milhões de toneladas. Esta maior produção deve ser decorrente do incremento projetado de 2,78% na área colhida, mas, principalmente, por conta da produtividade projetada a ser 17,2% maior que no ciclo 21/22, indicada em 3.029 kg por hectares (50,4 sacas/ha).

    La Niña menos prejudicial à soja

    De acordo com o analista de mercado da consultoria, João Pedro Thieme, apesar de o La Niña ainda atuante até o início de 2023, os modelos de previsão do tempo indicam que outros componentes climáticos poderão trazer condições mais favoráveis (comparado à safra passada) para a safra brasileira, concentrando maior risco na Argentina e no extremo sul do Brasil.

    “Além disso, as alterações de manejo podem ajudar o produtor da região centro-sul a mitigar parte do risco como em anos anteriores. O histórico das safras não indica redução de produtividade por dois anos consecutivos (mesmo quando tivemos três anos de La Niña seguidos). Nesse caso, a produtividade costuma retornar para mais próximo da linha de tendência” aponta.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Giberela: Uma das doenças com maior potencial de danos

    O fungo se desenvolve em condição de alta precipitação

    A Giberela (Gibberella zeae), doença fúngica que ataca o trigo, pode causar perdas significativas de produtividade e produção de grãos na cultura. O fungo se desenvolve em condição de alta precipitação, com incidência de chuva por períodos de 48 a 72 horas, e temperaturas amenas, entre 20 e 25ºC.

    A identificação das plantas afetadas se dá pela senescência antecipada das espiguetas, glumas com coloração salmão e alteração nas aristas. O estádio mais vulnerável do trigo é o período reprodutivo, onde a infecção pode ocasionar deficiência na formação de peso e tamanho dos grãos, abortamento de flores, produção de grãos “chochos”, enrugados e de coloração alterada. Após o florescimento, o patógeno não causa o chochamento do grão, contudo, pode haver acumulo de micotoxinas nocivas à saúde humana e animal.

    Para evitar ou minimizar os danos da doença, é indispensável a adoção de práticas integradas, como o manejo preventivo, realizado com rotação cultural, planejamento da semeadura e controle químico, visto que, atualmente as cultivares de trigo não apresentam nível satisfatório de resistência ao fungo. Estudos apontam que o controle químico é a ferramenta mais utilizada, apesar da taxa de eficiência atingir no máximo 60%.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Projeto quer favorecer convivência entre abelhas e soja

    O intuito do projeto, que tem duração de três anos (2022-2025), é impulsionar a convivência harmônica entre sojicultores e apicultores

    Embrapa e a Basf assinaram acordo de cooperação técnica e financeira para validar um modelo tecnológico, a partir da safra 2022/2023, pautado em boas práticas agrícolas e apícolas. O intuito do projeto, que tem duração de três anos (2022-2025), é impulsionar a convivência harmônica entre sojicultores e apicultores.

    O projeto será feito a partir de ações conjuntas em três regiões brasileiras importantes para a produção de soja no Brasil: Paraná (Maringá), Mato Grosso do Sul (Dourados) e Rio Grande do Sul (São Gabriel). A partir da validação de um protocolo de boas práticas agrícolas, as instituições pretendem comprovar que o desenvolvimento das atividades em espaços integrados pode ser benéfico para os dois setores.

    “Para a Embrapa, é fundamental propor ações em parceria, que promovam a boa convivência e estimulem o respeito às diferentes atividades de campo, com foco na sustentabilidade dos sistemas produtivos. No caso específico do relacionamento entre sojicultor e apicultor, é importante a valorização da responsabilidade mútua, o que significa respeitar os limites além de suas áreas de cultivo ou propriedades”, destaca Alexandre Nepomuceno, chefe-geral da Embrapa Soja (PR) sobre o projeto.

    Projeto sustentável

    De acordo com Maurício do Carmo Fernandes, gerente de Stewardship e Sustentabilidade, da Divisão de Soluções para Agricultura da Basf, a empresa estabeleceu como meta aumentar em 7% ao ano a parcela de soluções que contribuem significativamente com a sustentabilidade. Além disso, também continuar fortalecendo as ações que promovem o uso correto e seguro das soluções com as boas práticas agrícolas.

    “Acreditamos que investir nessa iniciativa vai contribuir para o legado da agricultura. Todos podem sair ganhando nessa relação da produção de soja e de mel. A Basf  apoia e promove esse trabalho conjunto, e é por isso que nos unimos à Embrapa nesse desafio. Afinal, estamos em busca do equilíbrio ideal entre a produção agrícola e o meio ambiente”, afirma Fernandes.

    Para o acompanhamento das atividades dessa iniciativa, o pesquisador Décio Gazzoni, da Embrapa Soja, explica que será criado um protocolo de Boas Práticas Agrícolas e Apícolas, cuja função é orientar as ações dos grupos de trabalho de sojicultores e apicultores participantes.

    “Nossa ideia é verificar a adequação desse protocolo, efetuar os ajustes necessários, validando sua factibilidade nas microrregiões geográficas estabelecidas, durante as safras de soja 2022/2023 e 2023/2024”, ressalta.

    Depois de validados, os resultados irão compor uma cartilha contendo um conjunto de práticas sustentáveis para a produção de soja com baixo impacto na criação de abelhas. A cartilha também conterá boas práticas apícolas para instalação de apiários próximos às lavouras de soja. Outras estratégias de transferência de tecnologias e comunicação serão adotadas, ao longo do projeto, como a produção de conteúdo em vídeo e materiais impressos.

    “As ações visam ao compartilhamento de um conjunto de boas práticas para a cultura da soja, especialmente no tocante ao uso de medidas fitossanitárias e de boas práticas apícolas, gerando recomendações básicas aplicadas à realidade do campo”, esclarece Gazzoni.

    Vantagens

    A soja está presente em praticamente todas as regiões brasileiras e ocupa, aproximadamente, 40 milhões de hectares, na safra 2021/2022. Dessa forma, em alguns casos, as áreas cultivadas com soja estão próximas de apiários fixos tradicionais, ou mesmo dos locais de colocação de colmeias em apiários migratórios.

    Apesar do desafio da convivência harmônica, há vantagens para ambas as atividades. Segundo Gazzoni, de um lado, a florada da soja tem possibilidade de uso como pasto apícola, pelos criadores de abelhas, especialmente de Apis mellifera (a abelha africanizada), em períodos de pouca disponibilidade de alimento.

    “Além disso, podemos afirmar que, sob condições adequadas de visitação, a produtividade de soja pode ser incrementada em cerca de 13% pelo processo de polinização propiciado pela visitação das abelhas na soja”, diz Gazzoni.

    Experimentos

    Para investigar o efeito da polinização por abelhas na produtividade de soja, instalou-se três experimentos  no campo experimental da Embrapa Soja, em Londrina (PR).  Os testes ocorreram nas safras de soja de 2017/2018 a 2019/2020.

    Na metodologia foram utilizados três tratamentos. O primeiro possibilitava o livre acesso de abelhas na cultura da soja. Já o segundo consistiu na introdução de uma colmeia de Apis mellifera no interior de uma parcela de soja engaiolada. Por fim, o terceiro tratamento mantinha uma parcela de soja engaiolada sem o acesso de abelhas ou qualquer outro polinizador.

    De acordo com Gazzoni, monitorou-se a visitação de abelhas na floração da soja , durante todo o período de florescimento. As contagens de abelhas foram feitas às 9 horas, às 10 horas e às 11 horas. “Pudemos observar que o maior número de abelhas foi observado às 11 horas.  Isso é um indicativo importante para se planejar as pulverizações de agroquímicos na soja”, explica.

    “Nos três anos do estudo, o incremento médio da produtividade da soja, nas parcelas engaioladas com uma colônia de abelhas, foi de 639 quilos por hectare (kg/ha). Isto representa, 12,97% , sendo de 274 kg/ha (5,58%) nas parcelas abertas, sem gaiolas, quando comparadas com as parcelas engaioladas, que não permitiam o acesso de polinizadores”, relata.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • La Niña vai se manter até 2023, afirma meteorologista

    No entanto, fenômeno tende a correr de forma mais moderada, avisa Francisco de Assis Diniz

    O fenômeno climático La Niña está bem estabelecido este ano e deve prosseguir no ano que vem, embora de forma um pouco mais moderada, disse na última semana o consultor climático e meteorologista Francisco de Assis Diniz. Ele participou de live promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com o tema “Perspectivas Climáticas e de Mercado para a 1ª Safra do Ciclo 2022/23”.

    Segundo ele, com base em dados climáticos norte-americanos, há probabilidade de:

    • 82% de manutenção de La Niña no último trimestre deste ano;
    • 75% entre novembro/2022 e janeiro/2023;
    • 60% entre dezembro/2022 e fevereiro/2023.

    “Ou seja, há probabilidade para ocorrência de La Niña neste início de primavera e também no início do ano que vem, o que mostra não ser uma coisa boa para o Sul do Brasil”, disse o especialista em condições climáticas.

    Em decorrência do fenômeno climático La Niña, que provoca um resfriamento das águas do Pacífico Equatorial e, consequentemente, reduz a ocorrência de chuvas no Sul do país, pode haver quebra de produção em 2022/23, como houve no ciclo 2021/22.

    La Niña x produção agrícola

    Na safra passada, conforme informações de Diniz na mesma live, as perdas na produção de soja no Sul somaram 23,4 milhões de toneladas. “Na Argentina as perdas foram de 6 milhões de toneladas e no Paraguai, algo em torno de 4 milhões de toneladas”, disse Diniz.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Recorde: produtos do agro movimentam US$ 14,8 bi em exportação em agosto

    As vendas externas do agronegócio tiveram participação de 48,1% nos embarques totais brasileiros no mês

    Com preços e volumes em expansão, as vendas externas do agronegócio registram recorde de valor para os meses de agosto, com US$ 14,81 bilhões, alta de 36,4% em relação ao mesmo mês de 2021. As vendas externas do agronegócio tiveram participação de 48,1% nas exportações totais brasileiras no período.

    As importações de produtos agropecuários registraram o maior valor da série histórica iniciada em 1997, com US$ 1,68 bilhão em aquisições. O valor foi 34,5% superior em comparação com os US$ 1,25 bilhão importados em agosto/2021.

    De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os destaques em termos de valores e quantidades recordes para todos os meses, inclusive agosto, ficaram com o milho e carne bovina in natura.

    Já em termos de valores para os meses de agosto, os destaques foram para a soja em grãos, farelo de soja, carne de frango in natura e celulose.

    Milho: produto destaque nas exportações

    No mês passado, as exportações de milho superaram ela primeira vez em todos os meses da série histórica, a cifra recorde de US$ 2 bilhões, atingindo US$ 2,03 bilhões. Duas variáveis explicam este resultado, segundo o Mapa:

    1. O volume recorde de 7,5 milhões de toneladas embarcadas;
    2. Os elevados preços médios de exportação (US$ 271 por tonelada, +41,6% em relação aos preços médios de agosto/2021).

    A safra recorde de milho 2021/2022, de 113,3 milhões de toneladas (+30,1%), possibilitou a quantidade também recorde exportada do cereal em agosto, elevando a disponibilidade interna do cereal.

    A União Europeia foi o principal importador do milho brasileiro, com registros de US$ 495,77 milhões em agosto de 2022. Além dos países da comunidade europeia, outros mercados que importaram foram: Irã, Egito, Japão e Colômbia.

    Carne bovina e de frangoin natura

    As vendas externas de carne bovina responderam por 52,6% do valor total exportado pelo Brasil de carnes. Foram US$ 1,36 bilhão exportados, uma cifra também recorde histórico, com aumento de 8,7% no volume e 6,5% no preço médio.

    As aquisições chinesas são a razão para esse recorde. O país asiático aumentou as importações de carne bovina brasileira de US$ 633,60 milhões em agosto/2021 para US$ 852,83 milhões em agosto de 2022 (+34,6%). Os três principais mercados, além da China, foram Estados Unidos, Chile e Indonésia.

    As exportações de carne de frango também foram recordes para o mês de agosto, com US$ 902,28 milhões ou um incremento de 36,3% na comparação com os US$ 661,99 exportados em agosto/2012. Houve crescimento das vendas externas distribuídas entre os principais mercados, com exceção da China. Os cinco maiores importadores da carne de frango brasileira foram China, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Coreia do Sul.

    Números da soja nas exportações

    As exportações de soja em grãos, principal produto do complexo soja, foram de 6,10 milhões de toneladas (-6,0%) ou o equivalente a US$ 3,8 bilhões (+20,8%), com alta dos preços médios de exportação em 28,5%, nos últimos 12 meses.

    A China é a principal importadora da soja brasileira, com market share de 73,3% da quantidade exportada (4,46 milhões de toneladas) ou US$ 2,79 bilhões em agosto de 2022. Outros países que importaram foram: Irã, Vietnã, Espanha, Japão, Tailândia e Turquia.

    As vendas externas de farelo de soja foram de US$ 949,00 milhões em agosto deste ano, 45,8% superior na comparação com os US$ 651,08 milhões exportados em agosto/2021. Houve aumento da quantidade exportada em 19,1%.

    No entanto, a elevação dos preços médios de exportação em 22,4% foi o principal fator para a expansão das vendas externas do produto. A União Europeia continua como principal importadora do farelo de soja brasileiro. Outros mercados que adquiriram o produto, todos eles da Ásia, foram Indonésia, Tailândia, Irã e Coreia do Sul.

    Países importadores do agro brasileiro

    A China continua sendo a principal parceira comercial do agronegócio brasileiro, com aquisições de US$ 4,54 bilhões, incremento de 19,5% na comparação com os US$ 3,80 bilhões adquiridos em agosto do ano passado. Os quatro principais produtos exportados para a China foram a soja em grãos, carne bovina in natura, açúcar de cana em bruto e celulose.

    De acordo com a SCRI, quatro países asiáticos tiveram aumento de participação acima de um ponto percentual:

    1. Irã (de 2,5% de participação para 5,7%);
    2. Japão (de 2% de participação para 3,4%);
    3. Indonésia (de 1% de participação para 2,4%);
    4. Índia (de 0,6% de participação para 2,0%).

    O Irã aumentou as compras de produtos do agronegócio brasileiro em 217,7% entre agosto/2021 e agosto/2022, passando de US$ 266,76 milhões para US$ 847,57 milhões em aquisições. O Irã importou quatro produtos como o milho, soja em grãos, açúcar de cana em bruto e farelo de soja.

    No caso do Japão, houve elevação das exportações de US$ 220,27 milhões em agosto de 2021 para US$ 501,27 milhões em agosto de 2022 (+127,6%). Os quatro principais produtos foram milho, carne de frango in natura, soja em grãos e farelo de soja.

    A Indonésia importou US$ 349,32 milhões em produtos do agronegócio brasileiro (+211,6%). Os três principais produtos principais adquiridos foram farelo de soja, açúcar de cana em bruto e carne bovina in natura.

    Outro país que teve aumento de participação foi a Índia, que passou de US$ 60,64 milhões em importações de produtos do agronegócio brasileiro em agosto/2021 para US$ 297,27 milhões em agosto/2022 (+390,2%). Dois produtos tiveram grande participação, como o óleo de soja em bruto e açúcar de cana em bruto.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja pode responder por mais da metade do valor da produção agrícola, diz IBGE

    Produção de soja, de 134,9 milhões de toneladas, 10,8% maior que a de 2020, alcançou R$ 341,7 bilhões em valor de produção em 2021

    O Brasil colheu no campo em 2021 praticamente o mesmo volume de produtos agrícolas obtido no ano anterior, mas recebeu montante recorde pela produção.

    O destaque no ano passado foi a soja, que respondeu por 46% do valor da produção agrícola brasileira em 2021.

    Os dados são da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2021, divulgada nesta quinta-feira (15), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Pode ser que a soja supere muito em breve os 50% do valor da produção agrícola nacional”, previu Winicius Wagner, gerente da pesquisa do IBGE.

    A colheita recorde de soja em 2021 fez a produção nacional do grão superar a safra americana pelo terceiro ano consecutivo, consolidando o Brasil como o maior produtor mundial de soja, frisou o pesquisador do IBGE.

    “Mais impressionante é que, mesmo com a produção 10% maior que a do ano anterior, ou seja, mesmo com uma oferta maior do produto no mercado, o preço atingiu recorde em 2021”, ressaltou ele.

    A safra agrícola brasileira alcançou um valor de produção recorde de R$ 743,3 bilhões em 2021, um crescimento de 58,6% ante o desempenho registrado no ano anterior.

    “Houve elevação de custos com insumos, mas o gasto maior com a manutenção da lavoura foi mais do que compensado pela valorização do dólar ante o real e pelo aumento de preços de produtos agrícolas no mercado internacional”, disse Wagner.

    “O aumento nos insumos de produção penaliza o produtor, mas ele é compensado de certa forma pelos preços das commodities”, afirmou.

    A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas alcançou 254,4 milhões de toneladas no ano de 2021, 0,4% menor que a de 2020.

    A área plantada chegou a 85,8 milhões de hectares, 3,3% superior à de 2020.

    “O ano foi marcado pela instabilidade climática entre o outono e o inverno, que afetou principalmente o desenvolvimento das culturas de 2ª safra em boa parte do território nacional. Culturas como o milho, a cana-de-açúcar e o café apresentaram significativa queda na produção. Os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul foram os mais afetados. Contudo, as principais culturas temporárias (anuais) com predomínio de cultivo na 1ª safra, como a soja e o arroz, apresentaram bons resultados. Destaque para o Estado do Rio Grande do Sul, que apresentou boa recuperação, após problemas climáticos enfrentados no ano anterior, que afetaram a produtividade de diversas culturas no território gaúcho”, justificou o IBGE, em nota.

    A produção de soja, de 134,9 milhões de toneladas, 10,8% maior que a de 2020, alcançou R$ 341,7 bilhões em valor de produção em 2021, um salto de 102,1% ante o ano anterior.

    O município de Sorriso, em Mato Grosso, obteve o maior valor de produção de soja, com uma fatia de R$ 5,0 bilhões, seguido por São Desidério, na Bahia, com R$ 4,2 bilhões, e Rio Verde, em Goiás, com R$ 3,7 bilhões.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Contratações do Plano Safra 22/23 superam R$ 113 bilhões

    Para o atual ciclo agropecuário, iniciado em 1º de julho, o governo federal anunciou um total de R$ 340,88 bilhões para o Plano Safra

    Nos dois primeiros meses da safra 2022/23, o total de contratações de crédito rural superou os R$ 113 bilhões, de acordo com levantamento feito pela Gerência de Desenvolvimento Técnico da Ocepar (Getec), com base nos dados do Banco Central.

    Para o atual ciclo agropecuário, iniciado em 1º de julho, o governo federal anunciou o total de R$ 340,88 bilhões, destinados aos financiamentos de custeio, comercialização e investimentos.

    A maior parte dos recursos já contratados até setembro teve origem na poupança rural (49%); recursos obrigatórios (22%); recursos com taxas livres (17%); fundos constitucionais (7%), BNDES equalizável (4%) e outros (1%).

    Cooperativas

    O Informe da Getec revela que, no período que compreende os meses de julho a setembro de 2022, as cooperativas brasileiras captaram R$ 5,73 bilhões, sendo a maior parte destinados para à industrialização e custeio, nesta ordem de importância.

    Já as cooperativas paranaenses captaram R$ 2,02 bilhões, representando, no Plano Safra 2022/23, mais de 35% dos recursos captados pelas cooperativas nacionais, destacando-se os segmentos: industrialização e custeio.

    “A captação dos recursos aumentou significativamente, quando comparado com anos anteriores, devido à maior necessidade de cobrir o elevado custo de produção apresentado nesta safra. Apesar do cenário econômico estar conturbado, as cooperativas paranaenses continuam apostando na agregação, investindo na industrialização para, consequentemente, expandir seus mercados e suas sobras”, afirma o analista da Getec Salatiel Turra.

    Plano Safra

    Verifica-se também que a captação total de recurso de crédito rural, em agosto da safra 2022/23, apresentou um forte crescimento em relação ao mesmo período do ano passado.

    “Contudo, dado o aumento do custo de produção provocado pelo cenário econômico, o volume captado até o momento é relevante, tendo em vista que os preços recebidos pelas commodities são otimistas e influenciam da tomada de decisões dos produtores, desde a aquisição de insumos como máquinas agrícolas”, ressalta Turra.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Tela Dupla: alternativa viável de sombra para bovinos leiteiros

    Estudos recentes conduzidos na Universidade Estadual de Maringá demonstram que o conforto térmico com sombreamento artificial através da Tela Dupla proporciona condições microclimáticas equivalentes ao sombreamento natural para reduzir a exposição dos animais a radiação excessiva e ao calor.

    A expressão “Sombra e Água Fresca” é utilizada para indicar uma vida despreocupada e ociosa. Porém, quando se trata de produção e bem-estar animal esse ditado não condiz com a realidade, sendo necessário a realização de trabalhos para fornecer essas condições aos animais.

    Estudos conduzidos desde a década de 1970 demostram que a necessidade de fornecer sombreamento adequado para vacas leiteiras é primordial (Roman-Ponce et al., 1977; Ingraham et al., 1979; Buffington et al., 1983; da Silva, 2006; Deniz et al., 2021). Além de proporcionar conforto e bem-estar aos animais nos sistemas produtivos, garante melhores condições de conforto térmico e influenciam no comportamento e nos parâmetros de produção animal.

    Segundo Monteiro et al., 2016, bezerros que passaram por estresse térmico durante o período gestacional apresentam menor peso ao nascimento, e menor transferência de imunidade quando comparados com contemporâneos que não passaram pelo mesmo processo, o que implica que esses animais serão mais susceptíveis a doenças.

    Além disso, foi demonstrado que as fêmeas que sofreram estresse térmico fetal produziram 5 litros de leite a menos no início da primeira lactação. Becker et al., 2021, observaram que quando não há oferta de sombra de qualidade os animais mudam sua postura e comportamento, passando mais tempo em pé, reduzindo o consumo de alimento e consequentemente a produção de leite.

    Portanto, a oferta adequada de sombra aos animais, com área suficiente para todos e com proteção satisfatória da radiação solar, auxilia diminuindo a exposição dos animais aos raios solares, que podem ser absorvidos pelos animais na forma de calor e aumentar a temperatura corporal central. Isso faz com que o animal tenha um excesso de calor acumulado no organismo.

    Ademais, altos níveis de radiação solar podem causar problemas de pele nos animais, o que pode levar ao descarte precoce de alguns indivíduos. Esse conjunto de fatores somados à falta de sombreamento adequado comprometem a expressão de comportamentos naturais pelos animais, seus estados afetivos e seu funcionamento biológico, como reprodução e produção de leite.

    O sombreamento pode ser proporcionado através da presença de árvores com capacidade de fornecer uma proteção dos raios solares de até 92% (Deniz et al., 2020). Também promovem menores temperatura do ar e solo ao seu entorno proporcionando melhores condições para os animais (Deniz et al., 2021; Teixeira et al., 2022). Estas podem estar dispostas em uma área de descanso como um bosque, onde os animais têm acesso ao pasto e voltam para essa área nas horas mais quentes do dia.

    Porém algumas outras formas de otimizar o uso da terra têm sido implantadas como os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e integração pecuária-floresta (ILP). Esses sistemas integram várias culturas numa mesma área, sem que haja perda produtiva para nenhuma delas.

    Outras estruturas podem ser usadas para fornecer sombra aos animais de forma artificial, com diferentes tipos de materiais. Algumas características devem ser levadas em consideração para a escolha do material, tais como:

    • A eficácia do material em fornecer sombra;
    • A resposta do animal ao tipo do material;
    • A capacidade do material de resistir às mudanças do clima;
    • O custo da sombra (material de estrutura de sustentação e de sombreamento).

    Comumente o sombreamento artificial é usado quando o sombreamento natural não está disponível. O material mais comum de ser utilizado para promover sombra são as telas de polipropileno (Sombrite®) preto, que dependendo do tipo de malha podem bloquear entre 30% e 100% de radiação solar, além de apresentar baixo custo. Porém a coloração preta em ambientes tropicais com alta quantidade de radiação no ambiente, faz com que as telas absorvam grande quantidade de energia e depois transfiram para as estruturas abaixo, aumentando a temperatura do ambiente sob a tela (Mós et al., 2022).

    Para contornar o problema acima, o grupo Inobio-Manera UEM vem testando a combinação das telas refletoras que possuem coloração mais clara e alto poder refletivo. Essas telas refletoras são formadas por mantas entrelaçadas com fitas aluminizadas que refletem o excesso de radiação, combinadas com as telas de polipropileno (Sombrite®) preto.

    A tela aluminizada é fixada na porção superior e a tela de polipropileno com 80% de bloqueio da radiação na parte inferior, com uma distância de 15cm entre elas a 2,5m de altura da superfície do solo. Essa combinação se torna interessante pois a tela superior aluminizada reflete parte da radiação, e a tela inferior de polipropileno bloqueia até 80% da radiação que atravessa a primeira, fornecendo assim uma sombra uniforme e agradável para os animais.

    Resultados preliminares promissores foram obtidos com vacas da raça Holandesa na Fazenda Experimental de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá com coordenadas geográficas (23° 55′ S, 52°07′ O) e altitude de 338 metros com clima “Cfa”, classificado como subtropical úmido, a partir do subtipo do sistema climático de Köppen-Geiger (Alvares et al., 2013).

    Pela utilização dos termômetros de globo negro dispostos ao sol, à sombra das árvores, e sob a estrutura de tela dupla, observamos que a Tela Dupla teve uma eficiência similar a das arvores para reduzir a temperatura do globo negro, sendo que as arvores apresentaram um valor médio de 28,1 °C e a tela 28,3 °C, enquanto a temperatura ao sol estava 36,4 °C. Essas medidas refletem em uma sensação térmica dos animais em 33,3 ºC, 35,2 ºC e 50,3 ºC respectivamente, demostrando que a tela dupla é capaz de reduzir em 15,1 ºC em comparação com o sol.

    Também foram observados redução na taxa respiratória dos animais quando estavam sob a Tela Dupla, nos momentos mais quentes do dia quando esses animais estavam ao sol essa taxa ficou em média em 91 movimentos por minuto enquanto à sombra da Tela Dupla a média ficou em 73 movimentos por minuto.

    Imagem 1. Exemplo de animais deitados ruminando sob sombreamento de tela dupla.

    sombra tela dupla
    Fonte: Jardel Perrud Barcelos, Médico Veterinário, Mestrando PPZ UEM.

    Esses resultados nos indicam que a combinação dessas telas é eficiente em promover um sombreamento de qualidade para os animais, com valores muito próximos de temperatura entre as árvores e tela dupla.

    Observou-se também que os animais utilizaram o sombreamento artificial nos horários mais quentes do dia e apresentaram a expressão de comportamentos associados ao conforto, como deitar-se e ruminar.

    Outro ponto relevante quanto o fornecimento de sombreamento por telas, é a aplicação em sistemas onde não é possível implantar árvores como meio de fornecer sombra imediata, tendo em vista o indicativo de que não há perda de qualidade e conforto animal entre sombra das árvores e sombreamento artificial.

    Portanto, a combinação entre a tela aluminizada e a tela de polipropileno preta é uma opção extremamente viável, seja em relação aos investimentos para implantação ou quanto à promoção de conforto e bem-estar animal similar ao de sombra natural.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • BRASIL ASSUME PROTAGONISMO INTERNACIONAL E SUPERÁVIT AGRÍCOLA PODE CHEGAR A US$ 200 BILHÕES EM 30 ANOS

    O Brasil aumentou em 14 vezes o superávit da balança comercial agrícola nos últimos 30 anos. Segundo dados apresentados pelo economista e analista de mercado Alexandre Mendonça de Barros durante a abertura da 2ª Jornada RTC, nesta quarta-feira (14/9), o país passou de uma balança superavitária de US$ 7,1 bilhões, em 1990, para US$ 81 bilhões em 2020 e, neste ano, deve atingir a casa dos US$ 100 bilhões. “O Brasil precisa ser inteligente e abrir comércio com os diferentes blocos que irão surgir. É necessário ter habilidade diplomática de conversar com russos, chineses e europeus e nos tornarmos relevantes para todos eles. As cooperativas precisam ter tamanho para conversar com todos esses mercados”, frisou a uma plateia atenta de 650 integrantes, de mais de 30 cooperativas, ligadas à Rede Técnica Cooperativa (RTC) reunidos no Wish Resort, em Gramado (RS).

    O presidente da Cotrijuc e da CCGL, Caio Vianna, deu início à jornada destacando a importância da retomada de eventos presenciais pós-pandemia para debater o futuro do setor. “Vendo esse plenário lotado de colegas de longa data, de muitas lutas pelo agro e pelo cooperativismo, entendemos o motivo pelo qual o Rio Grande do Sul é tão pujante e contribui tanto para o agro brasileiro. O agro do RS não é feito apenas dentro dos limites do nosso Estado, mas está por todo o país”. A força das cooperativas nesse cenário foi reforçada pelo presidente da Fecoagro, Paulo Pires. “Tenho confiança absoluta de que juntos vamos fazer um trabalho em prol do agro gaúcho”. No comando do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Darci Hartmann, lembrou a importância de se voltar os olhos para os próximos passos do setor no Brasil. “Os desafios foram lançados e agora temos que interpretar o que quer o jovem do futuro”, acrescentou.

    Ao defender uma ação diplomática pela abertura de mercados, Mendonça de Barros, lembrou que o Brasil já assumiu um papel relevante no cenário internacional nas últimas três décadas e que, em cerca de 30 anos, o superávit da balança comercial pode chegar a US$ 200 bilhões. “Para isso, precisamos de envergadura logística, escala competitiva e ganhar musculatura para enfrentar as oscilações no mercado”.

    Para o economista, a tendência é que aumente a dependência entre mercados, e que nações desenvolvidas se tornem compradoras de países como o Brasil como forma de garantir a soberania alimentar. “Precisamos dizer ao mundo que estamos aqui e transmitir confiança. Nosso destino é alimentar o mundo, independentemente de eventuais conflitos que venham se formar”.

    Mendonça de Barros ainda ressaltou que a economia mundial deve desacelerar nos próximos anos, o que não significa impacto direto nos preços, uma vez que o mercado de alimentos segue demandador. Ele citou as recentes quebras nas safras dos Estados Unidos e da Europa, e lembrou que os modelos de previsão para 2022/23 indicam uma colheita de 149 milhões de toneladas de soja e 126 milhões de toneladas de milho para o Brasil, indicadores que, segundo ele, ainda não consideram o impacto do La Niña.

    Segundo o economista e analista de mercado, dentro de quatro semanas, a atenção do mercado internacional de grãos deve se concentrar no Brasil tendo em vista a previsão de ocorrência de La Niña na América do Sul. Apesar de não acreditar em uma quebra expressiva da safra a ser colhida, o profissional projeta redução em relação à estimativa inicial. “O mercado segue em um quadro nervoso. Mas a importância do Brasil no quadro internacional só cresce”.

    A 2ª Jornada Técnica RC vai até sexta-feira (16/9) e reunirá palestrantes com atuação no agronegócio nacional e internacional em Gramado (RS). O evento é uma realização da CCGL e conta com o patrocínio do terminal Termasa e com o apoio da Fecoagro e do Sistema Ocergs-Sescoop/RS. A Cotrijuc participa do evento com um grupo de mais de 50 pessoas, entre conselheiros, produtores e colaboradores, juntamente com os parceiros da assistência técnica da Ello e Getagri.

    Fonte: ASCOM RTC