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setembro 2022

  • Novo método calcula o potencial produtivo dos solos

    “Foram usadas cerca de 70 mil amostras coletadas em áreas agrícolas espalhadas pelo território brasileiro”

    Pesquisadores da Universidade de São Paulo desenvolveram um novo método que calcula o potencial produtivo dos solos agrícolas no Brasil. O método foi desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, e é capaz de apontar, por exemplo, quais municípios são mais promissores na produção de cana-de-açúcar e soja.

    “O solo possui uma capacidade inerente para atender às demandas das culturas em termos de disponibilidade de nutrientes e água, influenciando no processo fotossintético da planta e na fabricação de biomassa”, relata o engenheiro agrônomo Lucas Tadeu Greschuk, que realizou o estudo. “Portanto, o potencial produtivo do solo, um indicador conhecido pela sigla SoilPP, se refere a sua capacidade de produzir biomassa em resposta à avaliação de seus atributos químicos, físicos e biológicos.”

    O pesquisador desenvolveu uma estratégia para estudar os solos agrícolas brasileiros em detalhes. “Informações sobre propriedades da terra, em até 1 metro de profundidade, e técnicas de estatística multivariada foram utilizadas para construir um sistema de pontuação que variou de 0 a 100, com os valores mais altos representando alto potencial dos solos para a produção de biomassa”, explica Greschuk. “O SoilPP foi validado com informações de campo.”

    “Foram usadas cerca de 70 mil amostras coletadas em áreas agrícolas espalhadas pelo território brasileiro, com informações sobre os níveis de argila, areia, silte [fragmento de mineral menor do que areia fina e maior que argila], carbono orgânico do solo, matéria orgânica do solo, pH [acidez], saturação por alumínio, além da saturação de bases, delta pH, declividade do terreno, índice de intemperismo e outros”, aponta o engenheiro agrônomo.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Preço de fertilizantes no Brasil cai em agosto, aponta levantamento

    O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de agosto fechou em 1,50, apresentando um recuo de 19% em relação ao mês anterior

    preço médio dos fertilizantes caiu em agosto, segundo um índice divulgado mensalmente pela Mosaic Fertilizantes.

    O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) de agosto fechou em 1,50, apresentando um recuo de 19% em relação ao mês anterior.

    O resultado refletiu a redução registrada nos preços dos adubos e do aumento dos preços das commodities agrícolas com as incertezas no clima da safra nos Estados Unidos, favorecendo ainda mais a relação de troca para o produtor rural.

    Preços dos fertilizantes

    Em agosto os fertilizantes fosfatados e potássicos recuaram em relação a julho.

    Os principais fatores seguem sendo um reequilíbrio entre oferta e demanda.

    Já os preços dos nitrogenados registraram alta, impactados pelas incertezas de abastecimento de gás natural na Europa.

    O preço das commodities subiu quase 2% em relação a julho, liderado pelas recentes revisões negativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sobre a safra de milho do país.

    Outro destaque foi o aumento de 2.5% nos preços da soja, em reflexo às revisões para baixo na qualidade das lavouras norte-americanas e incertezas climáticas nos Estados Unidos.

    Outro fator considerado na composição do IPCF é o câmbio, que variou em quase 4% para baixo no dólar, motivado pelas incertezas sobre a demanda chinesa dos próximos meses.

    Os últimos números divulgados pelos norte-americanos sobre o índice de confiança do consumidor, porém, têm trazido otimismo e boas expectativas para as próximas reuniões do Federal Reserve System (FED), banco central dos Estados Unidos, em setembro.

    Entendendo o IPCF

    O IPCF é divulgado mensalmente pela Mosaic Fertilizantes e consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas.

    Uma relação menor que 1,0 indica que os fertilizantes estão mais acessíveis do que no mesmo período em 2017, e uma relação maior que 1,00 significa que os adubos estão menos acessíveis em comparação com o mesmo período.

    O cálculo do IPCF leva em consideração as principais lavouras brasileiras: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Impacto da cama reciclada na qualidade do leite

    O uso de areia recuperada e sólidos reciclados de esterco aumentou para ajudar os agricultores a reduzir os custos de cama. A pesquisa da Cornell mostrou que os custos com materiais para cama podem ser reduzidos em US$ 0,30/cwt. de leite produzido quando manejado corretamente.

    Uma preocupação com a adoção de sistemas de cama reciclados tem sido o potencial impacto negativo na qualidade do leite. No entanto, as fazendas que usam cama reciclada produzem a mesma qualidade de leite que aquelas que usam cama fresca.

    Porcentagem de matéria seca

    Como no manejo de forragens, a porcentagem de matéria seca pode ser usada como um limite para a qualidade da cama reciclada. A secura do material da cama deve determinar o momento da reentrada da cama. Em ambos os sistemas, o gerenciamento de pilhas de cama reciclada é fundamental para permitir que a cama seja seca.

    As pilhas devem ser colocadas em uma área onde o líquido da pilha possa drenar e pouca umidade adicional será adicionada. A porcentagem de matéria seca deve variar de 35% a 40% para areia recuperada e estrume reciclado. A umidade mais alta pode levar ao crescimento microbiano.

    Contagem de bactérias

    A análise bacteriana é uma medida mais complicada que é concluída em laboratório. No entanto, a coleta periódica de uma amostra de bactérias permite o monitoramento da qualidade da cama para atender às metas de saúde da vaca e qualidade do leite.

    As vacas têm baixo risco de casos de mastite quando a contagem de bactérias é inferior a 300.000 unidades formadoras de colônias por grama. No entanto, mais de 1 milhão de unidades formadoras de colônias/grama estão associadas a um alto risco de mastite. Pesquisas de Cornell indicaram que as contagens de bactérias de novas camas têm pouco impacto nas contagens de bactérias de camas removidas das baias.

    Matéria orgânica

    O material orgânico suporta o crescimento bacteriano. Portanto, o conteúdo de matéria orgânica deve ser coletado periodicamente nos sistemas de areia. As medições podem ser calculadas a partir de testes de matéria seca. A quantidade de matéria orgânica é o resultado do peso total da cama menos as cinzas dos testes de matéria seca. Sistemas de reciclagem de areia bem-sucedidos devem resultar em areia recuperada com menos de 1,5% de matéria orgânica.

    cama reciclada tem o potencial para que as fazendas economizem em seus custos de cama e forneçam um gerenciamento de estrume mais eficiente.

    Usar estrume reciclado e material de cama não significa que a saúde das vacas ou a qualidade do leite precisem ser prejudicadas.

    Manter a matéria orgânica e a umidade baixa ajudará a reduzir a matéria bacteriana quando a cama recuperada ou reciclada atender aos limites de qualidade.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Soja com redução de fatores antinutricionais é aprovada pelo CTNBio

    Órgão considerou a variedade como não transgênica, o que evita o complexo processo de desregulamentação comercial

    A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) considerou “não transgênica” a edição no genoma da soja editada pela Embrapa para desativar alguns fatores antinutricionais, informou hoje a empresa.

    “O parecer dado pela CTNBio em reunião extraordinária no dia 1º foi pautado na Resolução Normativa nº 16 e considerou que a planta editada não possui a presença do DNA de outra espécie”, o que faz do produto convencional, não transgênico.

    O chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, considerou a decisão “uma grande conquista”. “Ao considerar essa soja como não transgênica, não há necessidade de conduzirmos o processo complexo de desregulamentação comercial de um produto transgênico. Assim, a liberação comercial é mais rápida, reduzindo custos e facilitando a entrada de produtos no mercado com a biossegurança assegurada.”

    Técnica de precisão

    A Embrapa Soja explica que em laboratório os pesquisadores usaram a técnica de precisão de edição gênica CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats, ou seja, Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas) para desativar o fator antinutricional lectina no DNA de uma cultivar de soja altamente produtiva.

    “Com essa alteração pontual e precisa no DNA da soja, conseguimos imitar alguns processos existentes na própria natureza, mas que poderiam levar muito tempo para serem obtidos por outras técnicas como, por exemplo, o melhoramento clássico”, explica Nepomuceno.

    Ainda segundo a Embrapa, alguns fatores antinutricionais da soja, que é usada como componente proteico de rações animais e mesmo na alimentação humana, dificultam a digestibilidade e a absorção de nutrientes, principalmente em animais monogástricos, como porcos e frangos, que apresentam estômago com capacidade reduzida de armazenamento.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Conab projeta recuperação da produtividade nas lavouras do Sul

    Segundo a Conab, o desempenho das lavouras de milho e soja no Sul do Brasil deve apresentar melhora na safra 2022/2023

    O desempenho das lavouras de milho e soja no Sul do país deve apresentar melhora na safra 2022/23 quando comparado com o registrado no atual ciclo.

    Na temporada passada, foram registradas altas temperaturas e estiagem durante o desenvolvimento das culturas de primeira safra e afetaram negativamente o desempenho das lavouras.

    No entanto, para 2022/23 espera-se que as condições climáticas sejam mais favoráveis.

    Soja

    Nas regiões produtoras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, a produção projetada para a soja no próximo ciclo é de aproximadamente 45,95 milhões de toneladas, um aumento de 96,3% em relação à colheita estimada em 2021/22, como mostra os dados estaduais da Perspectiva para a Agropecuária 2022/23, divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    De acordo com as informações divulgadas, em caso de normalidade climática, a produtividade para a oleaginosa no estado gaúcho deve crescer 134,2%, passando de 1.433 quilos colhidos por hectare para 3.356 kg/ha.

    Já os agricultores paranaenses tendem a registrar uma produtividade de 3.630 quilos por hectare na próxima temporada, frente a 2.161 kg/ha, elevação de 68%.

    Aliado a uma melhora na produtividade, a área destinada para a cultura também deve ser acrescida em 2% no Paraná, podendo chegar a 5,78 milhões de hectares, e em 4,8% no Rio Grande do Sul, estimada em 6,66 milhões de hectares.

    Caso essas projeções se confirmem, a produção da soja apenas nos estados da região Sul do país deve apresentar uma recuperação de 96,3%, contribuindo para a projeção de uma colheita de 150,36 milhões de toneladas do grão em todo o país.

    Só para o Rio Grande do Sul é esperado volume próximo a 22,35 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 145,3%, enquanto que no Paraná a produção estimada é de aproximadamente 21 milhões de toneladas, 71,3% maior que a registrada neste ciclo.

    Milho

    A Conab também aponta para um bom desempenho para o milho primeira safra 2022/23 cultivado nas lavouras desta região. As estimativas mostram um aumento de 53,3% na produção dos três estados.

    O maior crescimento tende a ser registrado nos campos do Rio Grande do Sul impulsionados pela melhora na produtividade em 99,2%, com os produtores podendo colher 7 mil quilos por hectare.

    Com isso, é esperado um crescimento na produção da 1ª safra acima de 95%, sendo estimada uma colheita de 5,68 milhões de toneladas.

    Já em Santa Catarina, a recuperação da produtividade do cereal chega a 37,5% e pode ficar em 8.342 quilos por hectare. Essa melhora é acompanhada pelo resultado projetado na produção, previsto para 2,95 milhões de toneladas na temporada 2022/23.

    Cenário semelhante é esperado para o Paraná, no qual tanto a colheita da primeira safra como a produtividade devem crescer em 23,4%, com expectativa de atingir 8.517 quilos por hectares e 3,69 milhões de toneladas respectivamente.

    “O principal fator de risco para que essas projeções não sejam alcançadas é a possibilidade de chuvas irregulares e mal distribuídas nas principais regiões produtoras no último trimestre do ano e no início do ano seguinte, fator que deverá ser monitorado semanalmente pela Conab nos próximos meses”, pondera a superintendente de informações da agropecuária, Candice Romero Santos.

    Para a elaboração das estimativas de área e produtividade por Unidade da Federação, a Conab utilizou a análise das séries históricas, as informações trazidas de campo pelos Núcleos de Informações Agropecuárias (Nuinfs) e a utilização de modelos de 5 modelos de previsão, entre modelos de séries temporais e modelos de machine learning.

    “Foram diversas reuniões entre as equipes para avaliação dos cenários trazidos pelos modelos estatísticos e de machine learning para que, a partir deles, fossem avaliados os cenários mais prováveis considerando os fundamentos de mercado e a dinâmica de produção de cada estado”, pondera o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta, Allan Silveira.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Atraso na semeadura do trigo evitou perdas com geadas

    De acordo com o analista da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato, a condição de La Niña é muito favorável ao cultivo de cereais de inverno

    O excesso de umidade no solo nos meses de maio, junho e julho provocou atrasos na semeadura do trigo no Rio Grande do Sul.

    Ainda em desenvolvimento vegetativo, as lavouras não sofreram perdas com às geadas ocorridas no final de agosto.

    O clima frio e seco trazido pelo fenômeno La Niña também está favorecendo as lavouras, que apresentam potencial de rendimentos que podem superar as expectativas iniciais.

    Com o grande volume de precipitações que coincidiram com a época de semeadura do trigo no RS, a implantação das lavouras foi atrasada.

    Contudo, o atraso evitou as perdas com geadas no período crítico da cultura, na floração e no espigamento.

    De acordo com o Informativo Conjuntural da EmaterRS, no momento apenas 18% das lavouras estão em floração, enquanto no ano passado 27% estavam em floração nesta época.

    “Tivemos quatro geadas fortes, com temperaturas negativas registradas no mês de agosto. Só verificamos danos nas lavouras mais adiantadas e localizadas nas áreas de maior risco, como nas baixadas e encostas de mata”, conta o engenheiro agrônomo da Embrapa Trigo, Marcelo Klein.

    La Niña

    O Brasil está sob incidência do fenômeno La Niña desde o começo do inverno, no final de junho.

    Na Região Sul, o La Niña é marcado pela oscilação de temperaturas e distribuição irregular de chuvas.

    De acordo com o analista do laboratório de agrometeorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato, a condição de La Niña é muito favorável ao cultivo de cereais de inverno.

    “O trigo gosta de frio e pouca chuva, condições que permitem às plantas se desenvolverem livre de pragas e fungos”.

    Segundo ele, La Niña deverá se manter até o final da safra de inverno, com tendência de chuva abaixo da média, mas concentradas em poucos dias. Ainda são esperadas frentes frias e massas de ar frio em setembro, com temperaturas mínimas próximas aos 5ºC nas regiões tritícolas, mas com reduzido risco para geadas tardias nas lavouras.

    La Niña é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais das partes central e leste do Pacífico Equatorial, o que provoca mudanças na circulação atmosférica tropical, impactando nas temperaturas e no volume de chuva em todo o mundo.

    Supersafra de trigo

    A produtividade do trigo no Rio Grande do Sul está estimada em 50 sacos por hectare (sc/ha), ou cerca de 3 mil kg/ha. Mas, até o momento, as condições das lavouras demonstram potencial para ultrapassar 60 sc/ha na média.

    “Com novos herbicidas no mercado, os produtores conseguiram fazer um bom controle do azevém, evitando competição desta invasora com o trigo na lavoura. Ainda, a eficiência no uso da adubação nitrogenada foi elevada visto que, no momento da aplicação, as precipitações foram moderadas”, avalia Marcelo Klein, após uma rodada de visitas a lavouras no norte e noroeste do RS, onde está concentrada a produção de trigo no estado.

    “No quesito às doenças, não verificamos grande incidência de manchas foliares, apenas oídio, mas em baixa frequência e controle satisfatório que não deverá impactar no rendimento final”, conclui.

    Historicamente, a primavera é o momento que define a safra de trigo, implicando em problemas como doenças, geadas tardias e chuva na colheita.

    Contudo, nesta safra, as previsões são mais otimistas para o trigo gaúcho com presença marcada do fenômeno La Niña, segundo o Boletim Agroclimático do Inmet.

    “O La Niña tem atuado no inverno gaúcho nos últimos três anos, mas a concentração de chuvas na primavera nem sempre resultou numa safra positiva. Porém, até o momento, a perspectiva é de chuvas abaixo da média até a colheita”, lembra Aldemir Pasinato.

    Na estimativa da Conab, a safra de trigo no RS deverá superar os 4 milhões de toneladas, maior volume já produzido na história. Com volume semelhante, no Paraná são esperadas outras 3,89 milhões de toneladas.

    Produtores gaúchos e paranaenses deverão produzir 86% do trigo brasileiro nesta safra.

    Os números da Conab apontam para uma supersafra de trigo no Brasil, chegando a 9,16 milhões de toneladas de grãos, volume 19% superior à safra passada. O volume deverá atender 70% da demanda nacional de trigo, estimada em 12,7 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Vacas mais resistentes ao calor são foco de estudos

    À medida que as temperaturas aumentam em todo o mundo, o estresse térmico está se tornando um problema global. Um novo estudo pode ajudar os produtores de leite a criar um rebanho mais resistente às ondas de calor.

    O estresse térmico é uma condição que surge quando um animal não é mais capaz de regular adequadamente sua temperatura corporal – ele superaquece. O estresse térmico também torna os animais mais suscetíveis a doenças e é uma das principais causas de perdas de produção em animais de fazenda em países tropicais que experimentam temperaturas quentes durante todo o ano.

    Um estudo recente na Tanzânia descobriu que a produção de leite em vacas leiteiras caiu 0,5 litro para cada unidade de aumento de temperatura.

    Bonnie Mallard, professora do Departamento de Patobiologia da Universidade de Guelph, no Canadá, e a estudante de doutorado Shannon Cartwright, criaram a tecnologia High Immune Response (HIR) para determinar vacas com respostas imunes altas, médias ou baixas.

    Vacas com alta resposta imune

    Cartwright, enquanto trabalhava no Ontario Dairy Research Centre, usou a tecnologia HIR da Mallard para testar vacas quanto a uma alta resposta imune. Os pesquisadores também submeteram as vacas a temperaturas mais altas, inicialmente para determinar mudanças na função das células imunes no sangue sob condições adversas.

    Eles descobriram que as vacas com alta resposta imune também tinham uma maior tolerância ao aumento da temperatura. Descobriu-se que essas vacas têm mais moléculas que ajudam na vasodilatação da pele, no alargamento dos vasos sanguíneos para resfriar o corpo e no aumento da proliferação celular, quando expostas ao calor.

    “Essas altas respostas imunes parecem ter melhores mecanismos de resfriamento”, explica Cartwright. “As vacas que foram identificadas como respondedoras imunes altas também têm uma maior produção de moléculas que protegem as células durante o estresse térmico”, afirma Cartwright. “O estresse térmico leva a um aumento na temperatura corporal que pode resultar em morte celular, mas as vacas que produzem maiores concentrações de moléculas protetoras podem resistir melhor à morte celular”.

    A mudança climática é um problema em andamento que provavelmente não será resolvido tão cedo, tornando importante identificar animais resistentes ao estresse térmico. A criação seletiva de vacas mais resistentes ao estresse térmico pode resultar em um rebanho mais resistente ao calor.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Emater/RS: melhora na oferta de forragem diminuiu os custos de produção do leite

    Com as condições de luminosidade, temperatura e umidade favoráveis, a oferta de forragem melhorou significativamente, ajudando a elevar a produtividade e diminuindo os custos de produção do leite. A esse cenário favorável soma-se a elevação dos preços recebidos pelos produtores.

    As condições sanitárias foram adequadas, e com a redução da umidade e do barro no entorno das instalações, ocorreu uma diminuição importante do controle das mastites.

    Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produção de leite ainda se encontra em patamares inferiores na comparação com o mesmo período de anos anteriores devido ao clima adverso para o desenvolvimento das pastagens cultivadas de inverno, além da menor disponibilidade de feno e silagem decorrentes da estiagem do último verão. Porém, conforme as áreas com azevém, trevos e cornichão atingem melhores taxas de crescimento, a dieta das matrizes se qualifica com reflexo direto na produtividade.

    No regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, os bovinocultores de leite estão otimistas com os preços recebidos pelo litro de leite.

    Na regional de Caxias do Sul, a sanidade dos bovinos foi satisfatória, e o escore corporal das vacas de leite foi mantido.

    Na regional de Frederico Westphalen, as pastagens perenes de verão, como a tifton, jiggs, capim kurumi e pioneiro, já estão em brotação, e as áreas novas estão no início do preparo. A chuva dos últimos dias tem ajudado no desenvolvimento das culturas.

    Na regional de Ijuí, com a elevação no preço do leite pago ao produtor, os produtores estão estimulados a realizar novos investimentos na atividade.

    Na regional de Passo Fundo, a recuperação parcial das pastagens ampliou a oferta de alimentos volumosos a campo.

    Na regional de Pelotas, em Pedras Altas, o tempo favoreceu as pastagens devido à ocorrência de dias com bastante luminosidade, apesar da chuva intensa que ocorreu no início do período. Já em Rio Grande, as pastagens estão em ligeiro e discreto crescimento, mas a produção ainda está abaixo do esperado para a época. Em Pelotas, alguns produtores já planejam o plantio do milho no cedo para a silagem.

    Na regional de Porto Alegre, o baixo desenvolvimento das pastagens cultivadas em função do clima chuvoso tornou essencial o aumento na suplementação tanto de ração quanto de silagem.

    Na regional de Santa Rosa, a produção de leite diária está acima de 1,8 milhões de litros, apresentando normalização da produção para esta época. O predomínio de dias com temperaturas mais amenas é benéfico para o estado corporal dos animais, que permanecem por mais tempo pastejando. O preço do leite pago ao produtor em média, na região, continua aumentando, satisfazendo os produtores, uma vez que os valores são considerados muito bons se comparados com a média histórica.

    Na regional de Soledade, a oferta de pastagens está satisfatória para o rebanho leiteiro. As pastagens perenes de verão que haviam brotado em função do calor do mês de julho foram queimadas parcialmente pela geada. Com a redução do valor dos insumos, a relação entre o custo e o valor pago ao produtor pelo litro do leite está satisfatória.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Contratações de crédito rural crescem 19% no país, para R$ 73,7 bi

    As contratações de crédito rural reagiram em agosto, depois da demora na liberação de recursos no início do Plano Safra 2022/23, e alcançaram R$ 73,7 bilhões nos dois primeiros meses da safra, montante 19% superior ao do mesmo período do último ciclo (R$ 61,9 bilhões).

    Os dados foram compilados ontem pelo Valor Econômico, a partir de informações da matriz do Banco Central.

    Os financiamentos para o custeio da produção cresceram 58% nesses dois meses, puxados pela alta de custos das lavouras. Os desembolsos nessa modalidade foram de R$ 55,8 bilhões – eles haviam somado R$ 35,2 bilhões entre julho e agosto de 2021. Os recursos para comercialização mantiveram-se em cerca de R$ 3,6 bilhões.

    As contratações para investimentos continuaram abaixo do ano passado. Nos primeiros dois meses da temporada, foram R$ 11,2 bilhões, um recuo de 35% em comparação com os R$ 17,2 bilhões do mesmo período de 2021. Os financiamentos para industrialização caíram quase pela metade, passando de R$ 5,7 bilhões no ano passado para R$ 3 bilhões em 2022

    No Pronaf, os agricultores familiares acessaram R$ 14,8 bilhões, ou 13% a mais que os R$ 13 bilhões do início da safra passada. Em agosto, o governo fez dois remanejamentos de limites equalizáveis para reforçar os recursos para o custeio dos pequenos produtores, cujo montante final passou para mais de R$ 60 bilhões.

    Os médios produtores contrataram R$ 13,3 bilhões no Pronamp, alta de 54%, e a agricultura empresarial acessou R$ 45,6 bilhões. O número total de contratos em julho e agosto caiu quase 15%, para 378,6 mil.

    Os bancos públicos lideram os desembolsos, principalmente por conta do desempenho do Banco do Brasil, que já liberou quase R$ 40 bilhões de crédito rural. As cooperativas de crédito emprestaram R$ 15,5 bilhões (alta de 11%) e superaram os bancos privados, que recuaram de R$ 14,4 bilhões em 2021 para R$ 11,5 bilhões nos dois primeiros meses da temporada 2022/23.

    A principal fonte dos recursos dos desembolsos feitos até agora são as Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), com R$ 27,3 bilhões, quase três vezes mais que os R$ 7,6 bilhões do bimestre inicial de 2021/22.

    O desempenho dos títulos parece não ter sido afetado pela alta das taxas de juros médias dos financiamentos, que passaram de 6,5% em 2021/22 para 11,1% agora, de acordo com o boletim do Departamento de Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro do BC (Derop).

    Os juros médios aumentaram em todas as fontes e linhas do Plano Safra 2022/23. Os recursos livres saíram de 7,1% para 12,4%, e a poupança rural livre subiu de 6,5% para 9,9%. Os recursos com subvenção também ficaram mais caros. A poupança rural subvencionada para o Pronaf, que custava, em média, 3,7% na safra passada, subiu para 4,1%. No Pronamp, a taxa oscilou de 5,1% para 5,6% ao ano. Os demais produtores acessam a 7,5%; no ciclo passado, a taxa era de 6%.

    No caso dos recursos obrigatórios, os juros aumentaram de 3,5%, em média, para 3,8% no Pronaf, de 5% para 5,4% no Pronamp e de 5% para 6,5% na agricultura empresarial.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Sorgo: cultura cresce no Brasil como alternativa para produção de grãos

    “A tolerância do sorgo ao estresse hídrico tem sido a principal razão para o aumento da área plantada”, afirma pesquisador da Embrapa

    No Brasil, a cultura do sorgo tem ganhado espaço nas últimas safras e o país se tornou o oitavo maior produtor global. De acordo com os dados de estimativa de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na safra 2021/2022, a área de cultivo terá um incremento de 22,6%, chegando a 1,1 milhão de hectares, e a produção terá um incremento de 40,3%, chegando a 2,9 milhões de toneladas.

    O crescimento da cultura pode ser associado às alterações climáticas dos últimos anos, com redução de chuvas na estação destinada aos cultivos de segunda safra. Nesse cenário, a cultura do sorgo, por sua adaptação natural a condições ambientais adversas, tem papel cada vez mais importante para a segurança alimentar.

    “A tolerância do sorgo ao estresse hídrico tem sido a principal razão para o aumento da área plantada com esse cereal, que ocorre predominantemente na segunda safra no Brasil”, afirma o pesquisador Cícero Menezes, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

    Onde o cereal surge como opção

    O sorgo tem sido uma boa opção para a produção de grãos nas situações em que a falta de água oferece maiores riscos para outras culturas, como o milho. “A planta de sorgo, durante o estresse hídrico, paralisa seu crescimento e volta a crescer quando a chuva retorna, suportando veranicos de até 20 dias, com pouco comprometimento da produção”, explica Cícero.

    Em termos mercadológicos, o cultivo de sorgo granífero em sucessão às culturas de verão, principalmente a soja, tem contribuído para a oferta sustentável de grãos de baixo custo para a agroindústria de rações.

    “Atualmente, em toda a região produtora de grãos de sorgo do Brasil Central, o produto mostra boa liquidez para o agricultor e preços competitivos para a indústria que, cada vez mais, procura alternativas para compor suas rações com qualidade e menor custo”, afirma o pesquisador da Embrapa.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/