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  • Milho: com cotações estáveis, cereal enfrenta liquidez reduzida

    Colheita está chegando ao fim, enquanto semeadura da temporada de verão 23/24 foi iniciada no Sul do país

    A liquidez está reduzida no mercado de milho, e as cotações seguem praticamente estáveis – o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) está na casa dos R$ 53/saca de 60 kg desde o início da segunda quinzena de agosto.

    Segundo informações do Cepea, produtores estão concentrados nos trabalhos de campo, com a colheita na reta final em muitas regiões e o início da semeadura da temporada de verão 2023/24 no Rio Grande do Sul e no Paraná.

    Entre os vendedores ativos no mercado, uma parte aceita negociar o milho a patamares inferiores, no intuito de liberar armazéns, ao passo que outros estão afastados, à espera de que as recentes valorizações nos portos sejam repassadas ao mercado interno.

    Do lado da demanda, consumidores se mostram estocados e/ou recebendo o produto negociado antecipadamente.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Governo apresenta scanner que calcula estoque de carbono no solo

    Com pouco mais de um metro de comprimento, tecnologia captura imagens digitais de alta resolução das raízes das plantas no solo

    Na Expointer, o governo do Rio Grande do Sul apresentou uma tecnologia que opera como um scanner de raízes, possibilitando a análise do nível de carbono no solo.

    Há cerca de quatro meses, o governo do estado comprou o dispositivo de fabricação americana por meio do Programa Avançar.

    Com pouco mais de um metro de comprimento, o instrumento assume a forma de um tubo que penetra o solo, capturando imagens digitais de alta resolução das raízes das plantas.

    As imagens são então processadas por um software, permitindo uma variedade de análises quantitativas.

    O investimento na aquisição desse equipamento totalizou cerca de R$470 mil por parte do governo.

    O pesquisador e engenheiro agrônomo da Seapi, Júlio Trindade, explica a tecnologia.

    “O equipamento foi adquirido pensando no Plano ABC+, de descarbonização da agricultura, e nos dá a possibilidade de fazer um diagnóstico das raízes das plantas e verificar o estoque de carbono no solo. Como as raízes se desenvolvem em função da captura do carbono, ao observar o crescimento das raízes, estamos vendo o estoque de carbono no solo em tempo real”, detalhou.

    Carbono no solo

    Segundo Trindade, por meio dessa ferramenta, será possível averiguar os efeitos provocados por diversas atividades do agronegócio.

    “O scanner servirá como um instrumento para fornecer números às cadeias produtivas interessadas em quantificar seus impactos”, acrescentou.

    Junto com o scanner, o governo adquiriu, por meio do Avançar, outros equipamentos de medição da emissão de gases de efeito estufa.

    Os instrumentos serão utilizados em lavouras, áreas comerciais, locais de experimentos científicos e outros ambientes naturais. Essas pesquisas irão viabilizar a obtenção de dados mais qualificados para reduzir o impacto de diversos sistemas produtivos ao meio ambiente.

    As técnicas de mensuração vêm ao encontro da corrida para reduzir e neutralizar as emissões de gases de efeito estufa.

    Calcular o estoque de carbono no solo é um importante passo para reduzir as emissões de carbono.

    As metas do Plano da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC+ RS), que visam reduzir as emissões na agropecuária gaúcha, foram lançadas pelo governo estadual em maio deste ano, durante a 4ª edição do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Confira dicas para intensificar pastagens com sucesso

    No universo pecuário, a gestão eficiente de pastagens é um fator primordial para o sucesso da produção

    No universo pecuário, a gestão eficiente de pastagens é um fator primordial para o sucesso da produção.

    Em entrevista para Scot Consultoria, a zootecnista e doutora em forragicultura Janaína Martuscello, falou sobre a escolha de forrageiras, intensificação de pastagens, capacidade de suporte, enfrentamento da seca, adubação, controle de plantas invasoras e recuperação de áreas degradadas.

    A especialista Janaina Martuscello ressaltou a importância da escolha adequada de forrageiras para uma produção pecuária bem-sucedida. Ela enfatizou que fatores como solo, clima, topografia e capacidade de manejo são cruciais para essa decisão. Confira:

    Scot Consultoria: Janaina, como o produtor pode fazer a melhor escolha de forrageira? Quais erros não se deve cometer?

    Janaina Martuscello: A escolha da planta forrageira depende de uma série de fatores que devem ser levados em consideração como, por exemplo, as condições de solo, de clima, a topografia e a capacidade de manejo que o pecuarista tem, sendo que este último fator pode ser muito negligenciado, pois o pecuarista, em alguns momentos, esquece que, muitas das vezes, não possui capacidade de manejar uma planta mais indócil, como plantas do gênero Brachiaria spp, que são um pouco mais fáceis de serem manejadas quando comparadas àquelas do gênero Panicum maximum. Quando o pecuarista escolhe uma forrageira errada, do gênero Panicum, por exemplo, e não tem conhecimento de como manejá-la, os resultados esperados não serão alcançados e o produtor acreditará que a culpa é da planta forrageira. Portanto, quando se faz a escolha da forrageira para a fazenda, ela tem que ser realizada de forma assertiva, efetuando a análise de solo, avaliando o sistema de produção que será utilizado e como é o método de pastejo da propriedade. Isso porque há diferença na escolha da forrageira se você for utilizar o pastejo com lotação contínua ou a lotação rotativa, então todos esses critérios precisam ser avaliados, pois uma das causas de degradação de pastagens no Brasil é, justamente, a escolha errada da forrageira. De forma geral, avaliar condições de solo, clima, topografia e capacidade de manejo, faz com que a escolha da planta forrageira se torne mais assertiva.

    Scot Consultoria: Quais as maiores vantagens da intensificação de pastagens? E as dificuldades?

    Janaina Martuscello: É necessário esclarecer o conceito de intensificação de pastagens, porque, muitas das vezes, o pecuarista acredita que intensificar uma área de pastagem é trabalhar com um número muito grande de piquetes, altas doses de adubos e irrigação, quando, na verdade, qualquer ação que se faça dentro da propriedade que aumente a sua produtividade, da forragem e, consequentemente, da produtividade animal, já é um sistema intensificado. Portanto, se a taxa de lotação sai de 1 UA/ha e passa, no próximo ano, para uma taxa de lotação de 1,2 UA/ha, você já está realizando o processo de intensificação do sistema. A maior vantagem da intensificação é, de fato, produzir bem dentro da propriedade e isso é muito importante, principalmente quando se considera o valor da terra atualmente. O pecuarista precisa descobrir o que está impedindo a propriedade de ter boa produtividade e apenas conhecendo qual é o seu maior problema, é que se conseguirá corrigi-lo e melhorar seu sistema de produção. Na grande maioria das vezes, a intensificação leva a algum custo, porém não considero isso uma desvantagem porque custo é diferente de investimento. Quando você intensifica de forma correta, fazendo uma avaliação total dos custos que serão necessários, você está fazendo um investimento, então isso irá trazer um retorno. Em resumo, para que a intensificação seja bem-feita, ela precisa ser planejada.

    Scot Consultoria: Como é possível calcular a capacidade de suporte do pasto? E a necessidade de forragem pelo rebanho?

    Janaina Martuscello: A capacidade de suporte é a quantidade de animais que seu pasto e sua fazenda suportam, sem que tenha início um processo de degradação. Então, uma das causas de degradação de pastagens é não respeitar a capacidade de suporte de uma fazenda. Existe uma preocupação muito grande por parte dos pecuaristas em relação à taxa de lotação, ou seja, quantos animais cabem dentro da propriedade. Porém, mais importante do que a taxa de lotação, é você conhecer a capacidade de suporte, ou seja, saber a produção de alimento para que, somente a partir daí, a estimativa de quantos animais você pode colocar seja realizada. A capacidade de suporte vai ser medida pela quantidade de alimento, ou seja, pela quantidade de capim disponível na fazenda ao longo dos meses. Então, fazer essa avaliação de produção de capim é essencial para que se possa determinar a melhor taxa de lotação.

    Scot Consultoria: Como o produtor pode proteger e preparar sua produção para o período de seca todos os anos?

    Janaina Martuscello: Costumo dizer que todo ano tem seca e isso não é novidade para ninguém.  Então, sabemos que, todos os anos, teremos a sazonalidade de produção. Isso porque as nossas gramíneas tropicais possuem uma produção sazonal, ou seja, há muita produção de forragem no período chuvoso que coincide, em grande parte do Brasil, com um período de muita luz e temperaturas mais elevadas, enquanto o inverno é marcado por ser um período seco, de menor disponibilidade de luz, água e temperatura, ocasionando uma queda na produção desses capins. Portanto, essa distribuição sazonal já é conhecida. É necessário potencializar a reserva daquilo que sobra no período das águas para que seja utilizada no período seco do ano. Existem várias estratégias a serem utilizadas para que seja possível fazer uma melhor distribuição dessa produção de forragem, entre elas a silagem, uma das técnicas mais utilizadas no Brasil, para que se possa ter alimento disponível no período seco do ano, algo que muitas vezes nem pensamos. Fazer uma silagem de capim tropical é completamente possível e tem trazido bons resultados. Em um sistema rotacionado, por exemplo, onde há divisão dos pastos por piquetes, é muito possível que você separe parte desses piquetes para que seja feita uma silagem do capim tropical que será destinado para o período mais seco do ano. Outras excelentes estratégias são a utilização de feno e de capineiras como segurança alimentar para o período seco do ano, e, também, o diferimento de pastagens, que nada mais é do que a separação de uma área no período seco do ano para que você consiga vedá-la, ou seja, não seja utilizada pelo animal, para que seja utilizada no período de seca. É importante salientar que o diferimento de pastagens, para trazer bons resultados no período seco, deve ser aliado a uma boa suplementação, para que a matéria seca (MS) de baixa qualidade do pasto diferido possa, então, ser degradada em nível de rúmen. É necessário tratar muito bem o pasto no período das águas para que ele entre melhor na seca. Então, se o pasto está “rapado” no “melhor período”, ficará muito difícil conseguir passar pela seca com segurança, pois a tendência é de haja perda da condição de escore corporal do rebanho e, em alguns casos no Brasil, podendo até acontecer a morte de animais por inanição. Portanto, fazer a adubação, cuidar do sistema radicular, fazer com que o solo tenha uma reposição de nutrientes e realizar um manejo por altura são estratégias excelentes para que esse pasto entre melhor no período mais seco do ano.

    Scot Consultoria: Existe uma fórmula mágica com relação à escolha da adubação para pastagens?

    Janaina Martuscello: Não existe uma fórmula mágica, como também não existe uma receita para todos os pecuaristas. Ouso dizer que também não existe uma receita igual para as várias partes de uma mesma propriedade. Não há uma fórmula mágica para a adubação de pastagens, o que existe é realizar uma interpretação de acordo com a análise de solo, para assim poder fazer a recomendação das necessidades. Dessa forma, a análise de solo é primordial e é o primeiro passo para que seja possível ter um “raio-x” do solo, além de servir como base para a recomendação de adubação, auxiliando na escolha da planta forrageira que será adotada. De forma geral, não existem doses genéricas de calcário, assim como não existem doses genéricas de adubos, tudo precisa ser avaliado de acordo com a análise de solo e os resultados.

    Scot Consultoria: Quais fatores favorecem a disseminação de plantas invasoras e quais os problemas causados pela presença de plantas daninhas nas pastagens?

    Janaina Martuscello: Plantas invasoras são conhecidas como plantas oportunistas, que representam um sinal claro de que algo está errado quando aparecem no pasto. Em geral, essas plantas invasoras aparecem quando ocorre um declínio na fertilidade do solo, ou seja, a não reposição de nutrientes dá a elas a oportunidade de surgirem e ocuparem os espaços vazios. Outro fator que faz com que os pastos fiquem muito propensos ao surgimento de plantas daninhas são os erros no manejo. A alta taxa de lotação determina que a planta forrageira não tenha capacidade de rebrota suficiente para competir com as plantas invasoras e, como elas são muito mais eficientes na utilização de recursos, ainda mais quando estes estão escassos, isso permite que elas consigam vencer a competição. Então é muito difícil conseguir fazer com que o seu capim, sua forrageira, estando em um ambiente errado, super pastejado e sem reposição de nutrientes, consiga competir com as plantas invasoras. Um manejo bem-feito, com reposição de nutrientes e com a utilização da planta forrageira adequada àquela região, é um passo imprescindível para que a forrageira consiga competir com eventuais plantas invasoras.

    Scot Consultoria: No Brasil, uma grande porcentagem das áreas de pastagens estão degradadas em diferentes níveis. Existem soluções para a recuperação dessas pastagens?

    Janaina Martuscello: Sim, é possível que se faça uma recuperação de uma área degradada. A recuperação, ou renovação, é um processo muito oneroso, por isso, muitas das vezes recomendamos que seja feita a partir da área menos degradada, porque o investimento vai ser menor e o retorno financeiro será maior. Com esse maior retorno, vamos fazendo a recuperação das áreas que estão mais degradadas. Como já citado, a escolha errada da forrageira, o manejo inadequado e a falta de reposição de nutrientes são os motivos para a ocorrência da degradação de pastagens. Porém, é claro que nenhum pecuarista deixa sua área de pastagem se degradar de propósito. Inúmeras vezes, há falta de recursos financeiros, ou até mesmo falta de conhecimento. Antes de decidir como fazer este processo de recuperação ou renovação de pastagens, é necessário avaliar o estado do pasto. Pastos com poucas plantas invasoras, poucos espaços vazios e com grande quantidade da forrageira de interesse, muitas das vezes, necessitam somente de uma simples recuperação, não há a necessidade de trocar a planta forrageira. Nesse caso específico, às vezes, um descanso ou somente uma calagem seria suficiente para fazer com que o pasto recupere a sua produtividade anterior. No entanto, quando encontramos pastos com muitos espaços vazios, com uma quantidade muito pequena da planta forrageira de interesse e solos compactados, é mais interessante que se faça uma reforma, ou seja, uma renovação, que nada mais é do que você fazer todos os tratos agronômicos, revolvendo o solo, para iniciar novamente essas áreas de pastagens, mas é possível fazer a recuperação. Vale salientar que o pecuarista deve avaliar qual a área que está menos degradada para que ele inicie esse processo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Fim da safra de soja explica desaceleração do PIB, diz IBGE

    Produto Interno Bruto avançou 0,9% de abril a junho na comparação com o primeiro trimestre de 2023, quando havia crescido 1,9% na margem

    A coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis, disse nesta sexta-feira (1) que o fim da safra de soja e a política monetária explicam a desaceleração no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre de 2023 na comparação com o primeiro.

    O Instituto informou que o PIB avançou 0,9% de abril a junho na comparação com o primeiro trimestre de 2023, quando havia avançado 1,9% na margem – este dado foi revisado para alta de 1,8%, conforme informação divulgada também nesta sexta-feira pelo instituto.

    Segundo Rebeca, o Brasil manteve “crescimento importante”, apesar da desaceleração ante os três primeiros meses do ano.

    Recuo do agronegócio

    Ela atribuiu o fato à boa base de comparação do primeiro trimestre e, mais objetivamente, citou a taxa de juros elevada e o recuo do agronegócio (-0,9%), cujo PIB havia puxado o desempenho do primeiro trimestre.

    O movimento se deve ao fato de cerca de 60% da safra da soja já ter sido colhida nos primeiros três meses do ano.

    “Nós continuamos com um crescimento importante. Obviamente, a política monetária influencia a economia. Mas tem outros fatores que amenizam”, disse a coordenadora.

    E continuou: “A única atividade que caiu foi a agropecuária, mas isso não significa que seja um ano ruim para a atividade. A queda se deveu a essa comparação das safras.”

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Demanda do Brasil por importação de fertilizantes pode crescer cerca de 20% até 2030

    Necessidade global pode crescer entre 15% e 20% até o fim da década, aponta analista

    A necessidade brasileira de importação de fertilizantes pode crescer cerca de 20% até 2030, segundo o analista de pesquisa e análise setorial para o mercado de insumos do Rabobank Brasil, Bruno Fonseca.

    Na estimativa, apresentada, nesta terça-feira (29), durante o Congresso Nacional de Fertilizantes, da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), ele leva em consideração a previsão do banco de uma produção de soja de até 200 milhões de toneladas em igual período.

    Por esse motivo, Fonseca destacou a importância de agilizar o Plano Nacional de Fertilizantes, (PNF) tendo em conta que a necessidade de fertilizantes do mundo também deve crescer entre 15% e 20% até 2030, com a produção mundial de grãos crescente.

    O diretor de Desenvolvimento da Indústria de Insumos e Materiais Intermediário do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Carlos Leonardo Durans, disse que o desenvolvimento do PNF está avançado e reforçou o seu lançamento em novembro.

    Durans mencionou ainda outras medidas do governo, como uma priorização da agenda de gás natural, e a aprovação do decreto que regulamenta as contrapartidas para o retorno das isenções fiscais prevista do Regime Especial da Indústria Química (Reiq) na última quinta-feira (24), que afetam o setor.

    Também presente no evento, o superintendente de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento, João Pieroni, reforçou o papel do BNDES na aproximação da indústria e de contribuir para projetos de fertilizantes paralisados no Brasil.

    Entre as medidas estão uma parceria estratégica com a Petrobras, além de investimentos em inovação que também incluem fertilizantes.

    O evento teve, ainda, a participação do presidente da Galvani, Marcelo Silvestre, que reafirmou investimento da empresa de R$ 2,5 bilhões em fertilizantes no Norte e no Nordeste do Brasil.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preço do leite no Brasil continua em queda livre, aponta Cepea

    O volume total importado neste ano ultrapassou a marca de 185 milhões de litros equivalentes de leite, aumento de 71%

    valor do leite cru captado pelas indústrias mantém trajetória de queda no Brasil.

    Julho registra a terceira queda consecutiva.

    Segundo as análises realizadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, o preço médio alcançou R$ 2,4142 por litro, retração de 5,69% em comparação com junho.

    Quando comparado com julho do ano passado, a queda no preço do leite cru captado foi de 35%, em valores ajustados de acordo com o IPCA.

    Segundo o Cepea, a diminuição nos preços do leite neste período destoa do padrão histórico do setor, que normalmente registra um aumento durante a entressafra, decorrente da produção reduzida devido às condições climáticas.

    No entanto, em 2023, os preços estão adotando uma trajetória singular, influenciada pelo enfraquecimento da demanda, pelo aumento das importações e pela redução dos custos de produção. A combinação desses fatores tem desempenhado um papel decisivo na tendência de queda que caracteriza toda a cadeia produtiva do leite.

    Lácteos

    A pesquisa realizada em conjunto pelo Cepea e a OCB constatou que os valores do leite UHT, do leite em pó (apresentação de 400g) e da muçarela, comercializados entre as indústrias e os canais de distribuição no estado de São Paulo, sofreram declínios de 2,1%, 5,9% e 3,7%, respectivamente, durante a transição de junho para julho. Quando comparados com o mesmo período do ano anterior, esses produtos revelaram desvalorizações notáveis de 35,8%, 23,9% e 36,4%, devidamente ajustadas de acordo com o IPCA de julho de 2023.

    Segundo o Cepea, o aumento das importações ao longo do ano está contribuindo para expandir a oferta interna de produtos lácteos, exercendo uma pressão descendente sobre os preços em toda a cadeia produtiva.

    Apesar dos dados fornecidos pela Secex indicarem uma redução de 12% nas importações em julho em relação a junho, o volume total importado neste ano ultrapassou a marca de 185 milhões de litros equivalentes de leite, aumento de 71% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

    Os preços mais competitivos dos produtos lácteos importados em comparação com os produtos nacionais têm mantido a dinâmica das importações.

    Custo de produção

    Além disso, de acordo com os pesquisadores, é relevante enfatizar que os custos associados à pecuária leiteira começaram o segundo semestre com uma tendência de queda, seguindo a trajetória declinante observada nos últimos meses.

    O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira experimentou uma redução de 0,41% em julho, na média, influenciado principalmente pela diminuição nos preços dos concentrados, dos adubos e dos corretivos.

    Nos primeiros sete meses do ano, os custos dessa atividade acumularam uma diminuição de 6,15%, estimulando investimentos na produção e fortalecendo a oferta de leite, mesmo durante o período de entressafra.

    O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do CEPEA registrou um crescimento de 4,76% em julho, na média, consolidando o quarto aumento consecutivo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Arroz: área plantada deve aumentar 7,5% no Rio Grande do Sul

    Projeção de aumento na área plantada de arroz sugere uma recuperação da cultura após a redução de 14% no plantio observada na safra passada

    produção de arroz no Rio Grande do Sul está prevista para aumentar na safra 2023/24, impulsionada pela expectativa de chuvas favoráveis devido ao fenômeno El Niño.

    Essas condições climáticas mais favoráveis podem levar a uma redução na área plantada de soja em áreas de menor altitude, abrindo espaço para o cultivo de arroz irrigado.

    De acordo com estimativas divulgadas pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) durante a Expointer 2023, em Esteio (RS), a área destinada ao plantio de arroz deve atingir 902,4 mil hectares no estado, o que representa um aumento de 7,5% em comparação aos 839,9 mil hectares registrados na safra anterior (2022/23).

    Essa projeção de aumento na área plantada de arroz sugere uma recuperação da cultura após a redução de 14% no plantio observada na safra passada, que foi afetada pela estiagem.

    Flávia Tomita, diretora técnica do Irga, aponta que a expectativa de chuvas mais intensas devido ao El Niño é positiva para os produtores, pois eles podem contar com reservas adequadas de água para a irrigação das lavouras de arroz.

    Entretanto, a previsão de chuvas abundantes também traz um cenário de cautela para o plantio de soja em rotação com o arroz, devido ao risco de alagamento das áreas cultivadas.

    Como resultado, a área destinada ao plantio de soja em terrenos mais baixos deve sofrer uma leve queda de 1,77%, totalizando 497 mil hectares.

    Uma exceção ocorre na região da Fronteira Oeste, onde o Irga estima um aumento na produção de soja.

    A falta de chuvas nessa região está levando os produtores a considerar o aumento da área de cultivo de soja como uma forma de enfrentar a escassez hídrica que normalmente afeta o cultivo de arroz.

    Flávia explica que os açudes e barragens na Fronteira Oeste estão operando com apenas 30% a 40% de sua capacidade de água, o que motiva os agricultores a buscar alternativas de plantio mais resilientes às condições climáticas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • PIB da soja e do biodiesel no Brasil pode subir 20% em 2023

    Os segmentos do PIB registram crescimento de 6,2% para insumos, 38,47% para a soja dentro da porteira, 3,88% para a agroindústria e 15,66% para os agrosserviços

    PIB total da cadeia da soja e do biodiesel deve crescer 19,88% em 2023.

    A estimativa é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

    Pesquisadores  afirmam que esse desempenho reflete os crescimentos estimados em todos os segmentos do PIB.

    Os segmentos do PIB registram crescimento de 6,2% para insumos, 38,47% para a soja dentro da porteira, 3,88% para a agroindústria e 15,66% para os agrosserviços.

    Dessa forma, a cadeia produtiva pode alcançar um valor de PIB agregado de R$ 691 bilhões em 2023.

    Esse valor representa 28,5% do PIB do agronegócio brasileiro.

    Além disso, esse montante corresponde a 6,3% do PIB total do País.

    Apesar desse excelente resultado do PIB (medido por uma perspectiva de volume), devido ao comportamento desfavorável dos preços, pesquisadores do Cepea/Abiove ressaltam que o aumento do PIB-renda poderá ser de apenas 0,42% em 2023 – em outras palavras, a renda auferida pelos agentes da cadeia produtiva poderá crescer apenas 0,42% acima da inflação média do País (medida pelo deflator do PIB nacional).

    Mercado de trabalho

    A população ocupada (PO) na cadeia da soja e do biodiesel no primeiro trimestre de 2023 foi de 2,4 milhões de pessoas, 12,64% acima do primeiro trimestre de 2022. Com esse resultado, a tendência de aumento da participação da PO da cadeia produtiva na PO do agronegócio e na do Brasil se manteve. No primeiro trimestre, essas participações foram de 10,54% com relação ao agronegócio e de 2,46% com relação à economia. Na comparação entre os primeiros trimestres de 2022 e 2023, a PO cresceu para todos os segmentos da cadeia produtiva, exceto a agroindústria.

    Em relação ao perfil da mão de obra, a cadeia se manteve relativamente formalizada entre os primeiros trimestres de 2022 e de 2023. Os empregados com carteira assinada representaram 46% do total de pessoas ocupadas; a participação feminina manteve-se reduzida, sendo 35% da PO. Quanto à escolaridade, a cadeia produtiva manteve destaque positivo se comparada ao agronegócio.

    Comércio exterior

    Apesar dos valores recordes em 2022, a receita com as exportações dos produtos da cadeia produtiva teve um aumento de 2,46% no primeiro trimestre de 2023. Isso ocorreu em comparação ao mesmo período de 2022.

    Esse crescimento trimestral do valor exportado está atrelado aos maiores preços de exportação (+8,85%). Isso ocorreu apesar do menor volume embarcado, que teve uma redução de 5,87%, de acordo com pesquisadores do Cepea/Abiove.

    O avanço no valor exportado foi impulsionado por aumentos no farelo, óleo e biodiesel. Houve exportações menores para a soja em grão, glicerol e proteína de soja.

    O biodiesel foi o produto com aumento mais expressivo nas exportações no primeiro trimestre, que cresceram em valor (213,09%) e, sobretudo, em quantidade (393,05%).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Preços do leite ao produtor continuam caindo no Brasil

    As importações de produtos lácteos caíram em julho, porém, ainda se mantiveram em níveis elevados e com preços competitivos

    Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade Estadual de São Paulo (USP) divulgou uma pesquisa que mostra que o preço médio do leite caiu pelo segundo mês consecutivo.

    No mês de junho, o preço médio do leite cru captado por laticínios teve a segunda queda consecutiva, chegando a R$ 2,5568/litro na “Média Brasil” líquida.

    Isso representa uma redução de 6,02% em relação a maio e de 22,38% em comparação com junho de 2022, considerando valores reais.

    Com o resultado, o preço do leite cru encerrou o primeiro semestre com uma média de R$ 2,7505/litro, acumulando uma queda de 1,4%.

    No entanto, ainda é 3,31% superior ao mesmo período do ano anterior.

    Pesquisas  indicam que o preço do leite captado em julho terá uma redução em torno de 5%, mantendo a tendência de queda.

    Redução observada em toda a cadeia produtiva

    A desvalorização do leite desde maio está em consonância com a redução observada em toda a cadeia produtiva.

    Segundo os pesquisadores, isso é justificado pela combinação do consumo enfraquecido, redução de custos e aumento das importações.

    Durante o atual período de entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste, a produção é limitada pelo clima de inverno seco. Isso resulta em disponibilidade e qualidade reduzidas das pastagens e impacta nos custos de alimentação do rebanho. No entanto, os preços do leite não têm seguido a típica tendência sazonal de aumento.

    Lácteos importados

    A demanda ainda está enfraquecida. Os canais de distribuição pressionam por preços mais baixos. Além disso, a concorrência dos lácteos importados com preços mais competitivos também contribuiu para a queda nas cotações dos derivados negociados pelos laticínios em junho.

    Uma pesquisa conduzida pelo Cepea em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) demonstrou que os preços do leite UHT, do leite em pó (400g) e da muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição no estado de São Paulo tiveram quedas de 2,4%, 3,8% e 2,74%, respectivamente, entre junho e julho.

    As importações de produtos lácteos caíram em julho, porém, ainda se mantiveram em níveis elevados e com preços competitivos em comparação com os produtos nacionais. Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam que as importações diminuíram 12% em julho, mas ainda totalizaram mais de 185,6 milhões de litros.

    Para o mês de agosto, os especialistas do Cepea estão cautelosos e não têm grandes expectativas de valorização. Na primeira metade do mês, os preços médios do leite UHT, da muçarela e do leite em pó (400g) foram de R$ 4,1708/l, R$ 28,2482/kg e R$ 27,1533/kg, respectivamente, representando quedas de 2,4%, 3,8% e 2,74% em relação a julho.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Brasil ultrapassa a Argentina e vira maior exportador de farelo de soja do mundo

    Nesta temporada, o Brasil está no caminho para exportar cerca de 21,82 milhões de toneladas de farelo de soja

    Nesta temporada, o Brasil está no caminho para exportar cerca de 21,82 milhões de toneladas de farelo de soja, consolidando sua posição como o maior fornecedor global desse subproduto.

    Devido à queda na produção de soja na Argentina, até então o maior exportador, essa mudança foi possível.

    No país vizinho, a previsão é de uma queda de 50% em relação ao ano passado, marcando o pior resultado argentino desde 1999/00.

    As informações são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

    Ademais, a robusta demanda das indústrias brasileiras de biodiesel tem contribuído para o aumento da oferta de farelo de soja nacional.

    Essa tendência gerou uma elevação dos preços do óleo de soja no mercado doméstico.

    No mercado externo, a competição está intensa devido ao aumento da demanda global pelo óleo de soja brasileiro.

    De acordo com os dados do Comex Stat, o recorde de exportações do subproduto registrou-se nesse período, evidenciando assim o aumento.

    Até julho de 2023, as exportações brasileiras de farelo de soja totalizaram 12,9 milhões de toneladas, superando os 12,2 milhões do mesmo período no ano anterior.

    Os portos de Santos (40,6%), Paranaguá (29%), Rio Grande (15,5%) e Salvador (5,7%) lideraram as operações de exportação.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/