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  • Semeadura do trigo não ocorreu como o esperado

    Progresso: 98.1% semeado e 1,4% colhido. 3.9% Emergência; 69.4% desenvolvimento vegetativo; 15% em floração; 6.9% em enchimento de grãos; 3.4% em maturação

    No Rio Grande do Sul, mesmo com condições climáticas favoráveis, o avanço da semeadura do trigo não ocorreu como o esperado. No noroeste, a semeadura está finalizada e, no Planalto-Superior, houve evolução significativa. Na Campanha e Zona Sul, as chuvas continuaram dificultando a operação e houve pequeno avanço da semeadura. Na metade Norte do estado, o estabelecimento inicial da cultura ocorre de forma muito satisfatória.

    No Paraná, a semeadura está concluída, e as lavouras em estágios mais avançados estão nas regiões Norte e Oeste, em fase de enchimento de grãos. Em SC, a semeadura está praticamente finalizada. As condições são favoráveis à cultura que está em desenvolvimento vegetativo e em início de floração.

    Em Goiás, a colheita de sequeiro foi finalizada. As lavouras irrigadas estão em fase de maturação e apresentam boas condições. Em Minas Gerais, iniciou-se a colheita. No Extremo-Oeste da Bahia as lavouras são irrigadas e estão com bom desenvolvimento.

    Semana de 24 a 30 de julho de 2022

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Inoculante reduz perdas de produtividade do milho

    O uso do inoculante contribuiu para a redução das perdas de produtividade do milho causadas pela competição da forrageira

    Pesquisa conduzida pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) comprovou que o uso de inoculante à base da bactéria Azospirillum brasilense no milho consorciado com braquiária contribui para a redução das perdas de produtividade do grão causadas pela competição da forrageira. Os resultados da pesquisa abrem novos horizontes para o consórcio das duas culturas.

    Além do bom desempenho agronômico, o microrganismo, quando em associação com gramíneas, como o milho, promove o crescimento das raízes, em virtude da ação dos fitohormônios, viabilizando a fixação do nitrogênio nas plantas. A tecnologia favorece a redução do uso de adubos nitrogenados e uma agricultura mais sustentável. O trabalho foi publicado na revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB).

    O engenheiro agrônomo e analista da Embrapa Gessí Ceccon ressalta a importância da pesquisa. Ele explica que, no caso da lavoura de milho consorciada com braquiária, ocorre, geralmente, deficiência de nitrogênio, um dos principais elementos responsáveis pela produção dos grãos. A alta demanda desse elemento químico pelas plantas e sua baixa disponibilidade em solos brasileiros tornam a adubação nitrogenada uma prática indispensável.

    “Os fertilizantes inorgânicos acabam sendo a forma tradicional e padrão de adição desse nutriente no solo”, afirma Ceccon. A tecnologia de inoculação amparada em um insumo biológico, como o Azospirillum brasilense, associado a um inseticida biológico, diminui impactos ambientais. “Essa é uma alternativa sustentável e viável em tempos de escassez e preços elevados dos fertilizantes químicos”, reforça.

    O engenheiro agrônomo salienta ainda que, a partir do segundo ano de consórcio, a braquiária começa a deixar no solo cobertura, ou seja, matéria orgânica, o que contribui para o maior crescimento das raízes de milho. “A inoculação do milho com Azospirillum não substitui completamente a adubação química, que contém outros elementos, além do nitrogênio, tais como potássio, fósforo, cálcio e magnésio. Mas reduz os custos relacionados à quantidade de fertilizantes demandada pelas lavouras, proporcionando ganhos para o produtor.”

    Sobre a pesquisa

    Ceccon conta que o objetivo da pesquisa foi avaliar o desempenho agronômico de milho consorciado com a forrageira Urochloa ruziziensis (nova nomenclatura científica da Brachiaria ruziziensis), em sucessão à soja inoculada com as bactérias fixadoras de nitrogênio Bradyrhizobium japonicum e Azospirillum, bem como a inoculação e a reinoculação do milho com A. brasilense, em solo arenoso.

    Nas lavouras de milho, em que as sementes foram inoculadas, observou-se o efeito positivo da A. brasilense, maior quando a planta foi consorciada com braquiária. “Na literatura científica é observado que essa bactéria beneficia as lavouras, quando todas as condições são satisfeitas, porém nesse estudo constatamos que esse inoculante biológico fez efeito mesmo em condições restritivas. Em nosso caso, ainda em condições de solo arenoso, de menor fertilidade, e de competitividade com a braquiária”, afirma.

    Os resultados revelaram que a bactéria Azospirillum brasilense contribui com o crescimento das raízes do milho, proporcionando aumento de produtividade. “Assim, apesar do cultivo em solo arenoso e em lavoura com competitividade, os resultados comprovaram que a inoculação e a reinoculação com essa bactéria reduzem as perdas de produtividade de milho causadas por competição da braquiária, principalmente em solo arenoso”, comemora Ceccon.

    A Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN)

    A Azospirillum brasilense é um dos diversos microrganismos benéficos a plantas, podendo colonizar suas raízes e estimular seu crescimento. As bactérias do gênero Azospirillum ganharam destaque mundial a partir da década de 1970, com a descoberta, pela pesquisadora da Embrapa Johanna Döbereiner (1924-2000), da sua capacidade de fixação biológica do nitrogênio quando em associação com gramíneas.

    Na prática, essas bactérias conseguem captar o nitrogênio da atmosfera e transformá-lo de modo a ser assimilado pelas plantas, reduzindo a adubação química nitrogenada. Esse processo natural que ocorre em associações de plantas com bactérias diazotróficas é chamado de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN).

    Além dos ganhos econômicos, uma vez que o mercado de fertilizantes no Brasil é dependente de importações, são expressivos os resultados da FBN relacionados às melhorias na qualidade do solo, tais como proteção contra erosão, maior fertilidade, retenção de umidade e redução de plantas daninhas.

    Outro ponto que merece destaque refere-se ao aumento da profundidade das raízes do milho, pois essa amplitude permite que a planta, em períodos de estiagem prolongada, possa buscar água nas camadas mais profundas do solo, contribuindo com a sustentabilidade da lavoura.

    Competitividade do sistema consorciado

    A competição da forrageira com o milho foi a grande motivação da pesquisa. Assim, a quantidade de plantas da forrageira inserida no sistema foi maior do que indicado, com o objetivo de estimular essa competição. “Numa lavoura convencional, é fundamental o plantio adequado e ajustado entre a população de braquiária e de milho”, destaca Gessí Ceccon.

    Ele explica que esse ajuste pode ser feito no plantio da lavoura, mas também ao longo do seu desenvolvimento, quando necessário. “É possível fazer o uso de herbicida para a supressão da braquiária, que é o mesmo usado para o controle das plantas daninhas.”

    A competição acontece inicialmente por água e depois pelos demais nutrientes, em especial, o nitrogênio. Esse nutriente está presente na atmosfera e é convertido em formas que podem ser utilizadas pelas plantas. A reação é catalisada pela enzima nitrogenase, encontrada em todas as bactérias fixadoras.

    Redução da produtividade quantificada

    Gessí explica que nas lavouras experimentais são realizadas pesquisas para identificar o potencial produtivo de cada híbrido, em busca de resultados que possibilitem a quantificação da redução de produtividade de uma cultura.

    “Funciona assim: são realizados experimentos com cultivo de milho solteiro, sem braquiária, em que se avalia a produtividade dessa lavoura de forma isolada. Numa outra área, é realizado o cultivo de forma consorciada. É feito, então, o cálculo dessa diferença para que se chegue a uma quantificação de perdas de produtividade. Como parâmetro, pode ser avaliado o número de grãos por espigas de milho colhidos, bem como pela verificação do peso das espigas colhidas. Teremos, então, os resultados de quantificação da redução de produtividade”.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/
  • Brasil exportou 9% a menos de soja no 1º semestre em comparação a 2021

    Menor embarque para a China e quebra de safra justificam o recuo

    No primeiro semestre de 2022, o Brasil embarcou 55,1 milhões de toneladas de soja, 8,87% a menos que em 2021 para o mesmo período (60,5 milhões de toneladas), de acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

    O recuo, ainda neste primeiro semestre, se justifica pelo menor embarque para a China (principal destino, com 41,6 milhões de toneladas em 2021 e 36,9 milhões de toneladas em 2022), e Holanda (4º maior destino, com 2,5 milhões de toneladas em 2021 e 1,7 milhões de toneladas em 2022), que embarcaram, respectivamente, 11,2% e 32,2% a menos, ante 2021.

    Impacto da quebra de safra

    Nesta safra 2021/22, houve uma quebra de safra expressiva, de aproximadamente 20 milhões de toneladas abaixo do esperado. A forte estiagem que atingiu durante meses os estados de Rio grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul foi a causadadora das reduções produtivas.

    Como afetou a exportação da soja?

    As primeiras expectativas eram de uma produção de 144 milhões de toneladas e 92 milhões de toneladas destinadas à exportação, que, como ilustrado no gráfico acima, não aconteceram, expressando a quebra pelo impacto da estiagem.

    De acordo com a Anec, isso demonstra que a soja é um produto típico de exportação, já que grande parte vai para fora, diferente do milho, em que grande parte fica no mercado interno.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Sensor permite monitorar em tempo real a saúde das lavouras de soja

    Ferramenta pode gerar dados valiosos para orientar o manejo na agricultura de precisão

    Os sensores vestíveis (wearables) estão cada dia mais presentes na vida de pessoas que usam dispositivos eletrônicos para monitorar a frequência cardíaca durante atividades físicas e a qualidade do sono, entre tantos outros padrões sensíveis para a saúde humana.

    Dispositivos semelhantes estão sendo projetados para aprofundar o monitoramento da saúde das plantas, em busca de aplicações úteis para a agricultura de precisão.

    Esse tipo de tecnologia é uma estratégia promissora para determinar a perda de conteúdo de água das folhas, pois podem fornecer quantificação no local e não destrutiva do líquido no interior das células a partir de uma única medição.

    Como o teor de água é um marcador importante da saúde das folhas, o monitoramento em tempo real pode fornecer dados valiosos para orientar o manejo na agricultura de precisão, bem como para estudos de toxicidade e desenvolvimento de novos insumos agrícolas.

    “Os métodos convencionais têm limitações, pois são baseados em sistemas por imagem, satélites e drones. Eles precisam que a planta atacada por uma doença apresente sinais fenotípicos ou indícios visuais para gerar alertas no monitoramento. Em culturas como a da soja, por exemplo, a alteração de coloração pode sinalizar um estágio irreversível de doenças como a ferrugem”, explica Renato Sousa Lima, pesquisador do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), órgão que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), sediado em Campinas.

    Fabricação complexa dos sensores

    Apesar dos avanços tecnológicos nessa área, a fabricação de eletrodos adequados para o monitoramento de plantas carrega desafios. Os materiais precisam ser leves, flexíveis e capazes de aderir à superfície das folhas, recobertas de tricomas, pelos que protegem contra insetos e contribuem para redução da perda de água. Além disso, precisam ser biocompatíveis, ou seja, não podem prejudicar os processos biológicos de desenvolvimento das plantas.

    A superação de todos esses desafios a partir de um dispositivo foi descrita no artigo Biocompatible Wearable Electrodes on Leaves toward the On-Site Monitoring of Water Loss from Plants, publicado recentemente no periódico ACS Applied Materials & Interfaces.

    O estudo, que usou como amostras plantas de soja e cana-de-açúcar, é resultado de um projeto apoiado pela Fapesp. A investigação mobilizou uma equipe multidisciplinar, que inclui pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp), Federal do ABC (UFABC) e Harvard (Estados Unidos), além de especialistas e recursos do LNNano, do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR) e da estação de pesquisa Carnaúba do Sirius.

    O projeto contou ainda com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

    Como funciona o sensor

    O dispositivo desenvolvido em Campinas usa um eletrodo obtido por litografia. Uma peça única recoberta por um filme fino de níquel fixado com a ajuda de um adesivo do tipo micropore. Por esse eletrodo é aplicado um campo elétrico gerado por um capacitor.

    A polarização dos íons de nutrientes presentes na água revela com muita sensibilidade mínimas variações de impedância, ou resistência elétrica, que têm relação com os níveis de hidratação da planta.

    “Se tem mais água, tem mais íons, você carrega mais o sistema, então a impedância diminui. Se tem menos água, menos íons, você carrega menos o sistema e a impedância aumenta”, explica Lima.

    Ferramentas de aprendizado de máquina – uma técnica de inteligência artificial – ajudaram a selecionar, dentro de um amplo espectro de frequências, a mais adequada para as referências de monitoramento. Também foram usadas para determinar, entre temperaturas de 30 e 20°C, os parâmetros precisos de quantificação de perda de água nas folhas em diferentes condições de microclima.

    A aquisição de dados coletados pelos dispositivos é feita por bluetooth, com a ajuda de um smartphone, o que permite automatização de leituras e monitoramento remoto pela internet.

    Inovação patenteada

    As principais vantagens do dispositivo desenvolvido no CNPEM são portabilidade, autonomia de bateria (dez dias), sensibilidade, biocompatibilidade e segurança na aquisição de dados, que permitem automatizações essenciais para o monitoramento remoto. Como não existem sensores similares no mercado, o depósito de patente já está em andamento.

    Os métodos de fabricação do dispositivo são bem conhecidos e já estão disponíveis mesmo em indústrias de pequeno porte, o que cria condições de escalabilidade da produção e potencial redução do preço final caso alguma empresa se interesse pela tecnologia e decida transformá-la em produto.

    Sirius

    No estudo, técnicas que fazem uso de radiação síncrotron foram empregadas para avaliar em profundidade as condições de biocompatibilidade dos sensores nas folhas.

    Na estação de pesquisa Carnaúba, do Sirius – o acelerador de elétrons de última geração instalado no CNPEM –, medidas de espectrometria atestaram a não interferência do dispositivo no metabolismo das folhas de soja e de cana-de-açúcar.

    Técnicas convencionais não permitiriam medir as concentrações de nutrientes com a sensibilidade e precisão necessárias para garantir a biocompatibilidade.

    “Em folhas saudáveis, os íons de zinco, manganês, cálcio e ferro, que são nutrientes fundamentais tanto para a parte estrutural quanto para o transporte, obedecem a uma estrutura morfológica semelhante à dos capilares, xilemas e floemas. Quando a folha é afetada, as células se rompem e não existe mais nenhum padrão”, explica Lima.

    Próximos passos

    No atual estágio de desenvolvimento, o dispositivo se mostra bastante eficiente para uso em ambientes controlados, mas também é muito promissor para monitoramento em ambientes externos. Parcerias com a indústria podem trazer diferentes demandas de aperfeiçoamento.

    “O dispositivo demonstrou alta sensibilidade para a avaliação da eficiência do uso de algumas técnicas de manejo ou impacto do uso de insumos, bem como para potencialmente monitorar as condições de produtividade das lavouras. Acreditamos que, com pequenas adaptações, poderia contribuir também como recurso adicional no monitoramento das condições toxicológicas do campo”, avalia Julia Adorno Barbosa, doutoranda do LNNano e primeira autora do artigo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Carbendazim: FPA quer anular suspensão do uso do fungicida no Brasil

    Produto está proibido desde junho pela Anvisa, que conduz processo de reavaliação alegando riscos à saúde humana

    Integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) estão se mobilizando para anular a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que suspendeu o uso e a comercialização de defensivos à base de carbendazim. O produto é utilizado no combate a fungos nas culturas de feijão, arroz, algodão, milho e soja, entre outras.

    A importação, produção, distribuição e comercialização do carbendazim está suspensa no Brasil desde junho deste ano. A suspensão cautelar foi solicitada pela Anvisa, sob a alegação de que o produto pode causar riscos à saúde da população.

    A saída encontrada pelos parlamentares da bancada seria um projeto de decreto legislativo (PDL). Em nota, a FPA disse ver com muita preocupação as ações tomadas nos procedimentos de reavaliação, em especial, do ingrediente ativo carbendazim.

    O texto diz ainda que essa decisão “afronta o devido procedimento de reavaliação, que impõe a participação efetiva dos três órgãos federais competentes” – Anvisa, Ministério da Agricultura e Ibama – e permite a utilização irrestrita de produtos durante o processo de reavaliação. A frente parlamentar afirma que ainda aguarda resposta do Executivo sobre o PDL.

    Carbendazim está entre os mais usados no Brasil

    O carbendazim está entre os 20 defensivos mais comercializados no país. O produto está no mercado há cerca de 50 anos. Segundo relatório elaborado por técnicos do Anvisa, o fungicida teria aspectos toxicológicos proibitivos de registro, e seria impossível estabelecer um limiar de dose segura para a exposição humana. Entre os aspectos listados pelo documento está o potencial do agrotóxico de provocar câncer, prejudicar a capacidade reprodutiva humana e afetar o desenvolvimento.

    De acordo com o órgão, a suspensão deve durar até a conclusão do processo de reavaliação toxicológica do produto, que está prevista para a próxima segunda-feira (8).

    Processo de reavaliação

    A reavaliação é uma análise minuciosa de uma série de estudos toxicológicos, tanto protocolados na Anvisa pelas empresas registrantes, quanto da literatura científica sobre o assunto. Ela leva também em consideração dados oficiais e relatórios de outras agências reguladoras e de organismos reconhecidos. A agência iniciou a reavaliação do carbendazim em 2019. A última avaliação do fungicida foi feita há cerca de duas décadas.

    Após a suspensão cautelar, a Anvisa realizou uma consulta pública que propôs a proibição do ingrediente ativo carbendazim em produtos agrotóxicos no Brasil. Essa consulta pública já foi finalizada e o resultado deve ser divulgado junto com a conclusão da reavaliação.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: pesquisa identifica prejuízos de R$ 65 bilhões por nematoides

    Regiões Sul, Centro-Oeste e Norte são as mais impactadas

    A cada dez safras de soja, uma é perdida. A conclusão alarmante faz parte de pesquisa inédita realizada pela Syngenta em parceria com a consultoria Agroconsult e a Sociedade Brasileira de Nematologia.

    O estudo apontou números preocupantes sobre prejuízos e perdas decorrentes de nematoides e doenças iniciais. De acordo com o levantamento, já existe uma estimativa de R$ 65 bilhões em perdas por conta desse problema somente na cultura da soja.

    O que são nematoides fitoparasitas?

    Vermes microscópicos capazes de parasitar as plantas, com prejuízo direto ao desenvolvimento e produtividade de todas as culturas, os nematoides fitoparasitas também causam dano indireto que favorece a entrada de fungos nas plantas.

    Impossíveis de serem identificados a olho nu, os nematoides não podem ser erradicados uma vez que identificados no solo, o que torna o controle e o manejo imprescindíveis para evitá-los e, assim, manter o bom desenvolvimento, produtividade e rentabilidade da lavoura: que começam sempre por um solo saudável.

    A pesquisa realizada sobre a distribuição e crescimento dos nematoides no Brasil percorreu todo o país durante 2021 e traz detalhes importantes sobre a problemática em todas as regiões, nos mais diversos cultivos e para todas as espécies encontradas.

    Se o cenário permanecer como está, a expectativa é de que produtores brasileiros (contando todas as culturas) tenham um prejuízo somado de até R$ 870 bilhões em menos de 10 anos.

    Situação grave no Sul, Centro-Oeste e Norte

    Hoje, as regiões mais impactadas pela presença dos nematoides no solo são Sul, Centro-Oeste e Norte, em especial no Cerrado. Em alguns estados, os vermes estão presentes em mais de 99% das amostras. A espécie Pratylenchus ssp., por exemplo, é a mais identificada, chegando a mais de 75% das áreas analisadas. No mapa abaixo, é possível ter uma dimensão da situação atual.

    Distribuição de nematoides no Brasil

    Soja em alerta

    Um dos dados mais expressivos apontados pela pesquisa é o prejuízo causado pela presença dos nematoides na soja. Perdas de R$ 374 bilhões em menos de 10 anos somente nesta cultura são previstas.

    O resultado detalhado da pesquisa inédita será apresentado oficialmente no 37º Congresso Brasileiro de Nematologia, que acontece de 1° a 4 de agosto, em Ribeirão Preto.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Milho consorciado com braquiária: inoculante reduz perdas de produtividade

    Bioinsumo à base da bactéria ‘Azospirillum brasilense’ auxilia no processo de fixação de nitrogênio nas plantas e diminui a competição pelo nutriente entre a forrageira e o grão

    Uma pesquisa conduzida pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) comprovou que o uso de inoculante à base da bactéria Azospirillum brasilense no milho consorciado com braquiária contribui para a redução das perdas de produtividade do grão causadas pela competição da forrageira. Os resultados da pesquisa abrem novos horizontes para o consórcio das duas culturas, acredita a Embrapa.

    Além do bom desempenho agronômico, o microrganismo, quando em associação com gramíneas, como o milho, promove o crescimento das raízes, em virtude da ação dos fitohormônios, viabilizando a fixação do nitrogênio nas plantas. A tecnologia favorece a redução do uso de adubos nitrogenados e uma agricultura mais sustentável.  O trabalho foi publicado na revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB).

    Lavoura de milho consorciada com braquiária

    O engenheiro agrônomo e analista da Embrapa Agropecuária Oeste Gessí Ceccon ressalta a importância da pesquisa. Ele afirma que, no caso da lavoura de milho consorciada com braquiária, ocorre, geralmente, deficiência de nitrogênio, um dos principais elementos responsáveis pela produção dos grãos. A alta demanda deste elemento químico pelas plantas e sua baixa disponibilidade em solos brasileiros tornam a adubação nitrogenada uma prática indispensável.

    “Os fertilizantes inorgânicos acabam sendo a forma tradicional e padrão de adição desse nutriente no solo”, conta Ceccon. A tecnologia de inoculação amparada em um insumo biológico, como o Azospirillum brasilense, associado a um inseticida biológico, diminui impactos ambientais.

    O engenheiro agrônomo salienta ainda que, a partir do segundo ano de consórcio, a braquiária começa a deixar no solo cobertura, ou seja, matéria orgânica, o que contribui para o maior crescimento das raízes de milho.

    “A inoculação do milho com Azospirillum não substitui completamente a adubação química, que contém outros elementos, além do nitrogênio, tais como potássio, fósforo, cálcio e magnésio. Mas reduz os custos relacionados à quantidade de fertilizantes demandada pelas lavouras, proporcionando ganhos para o produtor”.

    Sobre a pesquisa

    Ceccon informa que o objetivo da pesquisa foi avaliar o desempenho agronômico de milho consorciado com a forrageira Urochloa ruziziensis (nova nomenclatura científica da Brachiaria ruziziensis), em sucessão à soja inoculada com as bactérias fixadoras de nitrogênio Bradyrhizobium japonicum e Azospirillum, bem com a inoculação e a reinoculação do milho com Abrasilense, em solo arenoso.

    Nas lavouras de milho, em que as sementes foram inoculadas, observou-se o efeito positivo do A. brasilense, maior quando a planta foi consorciada com braquiária.

    “Na literatura científica é observado que essa bactéria beneficia as lavouras, quando todas as condições são satisfeitas, porém nesse estudo constatamos que esse inoculante biológico fez efeito mesmo em condições restritivas. Em nosso caso, ainda em condições de solo arenoso, de menor fertilidade, e de competitividade com a braquiária”, diz Ceccon.

    Os resultados revelaram que a bactéria Azospirillum brasilense contribui com o crescimento das raízes do milho, proporcionando aumento de produtividade. “Assim, apesar do cultivo em solo arenoso e em lavoura com competitividade, os resultados comprovaram que a inoculação e reinoculação com essa bactéria reduz as perdas de produtividade de milho causadas por competição da braquiária, principalmente em solo arenoso”, afirma o pesquisador.

    Fixação biológica de nitrogênio

    Azospirillum brasilense é um dos diversos microrganismos benéficos a plantas,  podendo colonizar suas raízes e estimular seu crescimento. As bactérias do gênero Azospirillum ganharam destaque mundial a partir da década de 1970, com a descoberta, pela pesquisadora da Embrapa Johanna Döbereiner (1924-2000), da sua capacidade de fixação biológica do nitrogênio quando em associação com gramíneas.

    Na prática, essas bactérias conseguem captar o nitrogênio da atmosfera e transformá-lo de modo a ser assimilado pelas plantas, reduzindo a adubação química nitrogenada. Esse processo natural que ocorre em associações de plantas com bactérias diazotróficas é chamado de fixação biológica de nitrogênio (FBN).

    Além dos ganhos econômicos, uma vez que o mercado de fertilizantes no Brasil é dependente de importações, são expressivos os resultados do FBN relacionados às melhorias na qualidade do solo, tais como proteção contra erosão, maior fertilidade, retenção de umidade e redução de plantas daninhas.

    Outro ponto que merece destaque refere-se ao aumento da profundidade das raízes do milho, pois essa amplitude permite que a planta, em períodos de estiagem prolongada, possa buscar água nas camadas mais profundas do solo, contribuindo com a sustentabilidade da lavoura.

    Competitividade do sistema consorciado

    A competição da forrageira com o milho foi a grande motivação da pesquisa. Assim, a quantidade de plantas da forrageira inserida no sistema foi maior do que indicado, com o objetivo de estimular essa competição. “Numa lavoura convencional, é fundamental o plantio adequado e ajustado entre a população de braquiária e de milho”, destaca Gessí Ceccon.

    O engenheiro explica que esse ajuste pode ser feito no plantio da lavoura, mas também ao longo do seu desenvolvimento, quando necessário. “É possível fazer o uso de herbicida para a supressão da braquiária que é o mesmo usado para o controle das plantas daninhas”.

    A competição acontece inicialmente por água e depois pelos demais nutrientes, em especial, o nitrogênio. Esse nutriente está presente na atmosfera e é convertido em formas que podem ser utilizadas pelas plantas. A reação é catalisada pela enzima nitrogenase, encontrada em todas as bactérias fixadoras.

    Redução da produtividade quantificada

    Ceccon afirma que, nas lavouras experimentais, são realizadas pesquisas para identificar o potencial produtivo de cada híbrido, em busca de resultados que possibilitem a quantificação da redução de produtividade de uma cultura.

    “Funciona assim: são realizados experimentos com cultivo de milho solteiro, sem braquiária, em que se avalia a produtividade dessa lavoura de forma isolada. Numa outra área, é realizado o cultivo de forma consorciada. É feito, então, o cálculo dessa diferença para que se chegue a uma quantificação de perdas de produtividade.

    Como parâmetro, pode ser avaliado o número de grãos por espigas de milho colhidos, bem como pela verificação do peso das espigas colhidas. Assim, teremos os resultados de quantificação da redução de produtividade”, acrescenta.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • 4ª temporada do Crop Tour percorre 800 km em quatro estados americanos

    Vídeos atualizam os produtores sobre as lavouras dos EUA

    Com o objetivo de avaliar e informar as condições das lavouras de soja e milho dos principais estados produtores de grãos dos Estados Unidos (EUA) e mostrar para quem assiste do Brasil a situação destas culturas em 2022, está no ar a quarta temporada do Crop Tour: Na estrada com Agro Connection e RTC.

    As primeiras viagens deste ano se estenderam po 800 km pelos estados do Kansas, Nebraska, Iowa e Missouri e trouxeram informações sobre o Corn Belt (Cinturão do Milho), região americana especializada no cultivo de milho e soja.

    Conforme Carlos Bonini Pires, um dos idealizadores do Crop Tour e Ph.D. Student na Kansas State University, os quatro episódios permitiram ver diversas lavouras em diferentes estágios de desenvolvimento das culturas em busca de assertividade quanto à prospecção de safra. – Trazer imagens direto do campo é o nosso diferencial, uma vez que isso permite conhecer o momento atual da agricultura e pensar nas estratégias de comercialização dos grãos – explica Carlos.

    Segundo o Gerente de Pesquisa da CCGL/RTC, Geomar Corassa, a iniciativa busca descrever de forma simples e objetiva a realidade das lavouras americanas, deixando cooperativas e produtores informados sobre práticas de manejo, condições climáticas e especialmente, sobre o potencial produtivo da safra. – O país norte-americano é um grande produtor mundial de grãos e as condições da safra interferem diretamente no mercado e, naturalmente, na tomada de decisão dos produtores brasileiros – ressalta Geomar.

    O projeto já percorreu mais de 7.000 km pelas lavouras e estradas americanas e mais filmagens estão programadas para o final do mês de agosto. Todas as temporadas do Crop Tour estão disponíveis gratuitamente nos canais do YouTube da Rede Técnica Cooperativa – RTC e Agro Connection.

    Confira os vídeos da quarta temporada do Crop Tour: Na estrada com Agro Connection e RTC:

    Nebraska: https://youtu.be/cL6f9_k3Wsc

    Iowa: https://youtu.be/6A2tlRQGvkI

    Missouri: https://youtu.be/ueW7WNj2fnY

    Kansas: https://youtu.be/1H26s-KndH0

    Texto e foto: ASCOM CCGL

  • Safra 2022/23 de soja deve superar 152 mi/t, diz StoneX

    Consultoria projeta aumento de 3,9% na área plantada e também faz estimativas para o milho

    A produção brasileira de soja deve receber um incremento na safra 2022/23, atingindo recorde de 152,6 milhões de toneladas, quase 20% a mais que o alcançado no ciclo anterior. Os números partem da primeira estimativa divulgada pela consultoria StoneX, nesta segunda-feira (1).

    “Esse recorde seria resultado de um crescimento de 3,9% na área plantada, somado a uma recuperação da produtividade média nacional para 3,56 toneladas por hectare”, avalia a especialista de Mercado do grupo, Ana Luiza Lodi.

    Aumento de área geral de soja

    A consultoria destaca que são esperados aumentos de área para todas as regiões do país, numa tendência que já vem sendo observada nos últimos anos. Por outro lado, o custo dos insumos se mantém elevado e o clima está no radar, após dois anos consecutivos de La Niña.

    Uma safra recorde, acima de 150 milhões de toneladas, deve ser acompanhada também de uma demanda mais forte. Apesar de haver indefinições rondando o mercado, como a possibilidade de uma recessão global, a StoneX estima que as exportações de soja possam atingir 100 milhões de toneladas no próximo ano.

    O consumo doméstico também deve continuar avançando, com os estoques finais estimados em 6,5 milhões de toneladas. Para a safra 2021/22, a StoneX trouxe um pequeno ajuste no rendimento de Mato Grosso do Sul, refletindo-se na produção.

    Safra de milho

    Apesar de haver uma expectativa de leve redução na área plantada do milho na próxima temporada, que deverá perder espaço para a soja especialmente nos estados do Sul e Sudeste, espera-se uma produção de 30,3 milhões de toneladas na 1ª safra 2022/23, 14,8% acima do estimado para o ciclo anterior.

    Por outro lado, a consultoria ressalta que, considerando condições climáticas dentro da normalidade, acredita-se que o país possa obter uma rentabilidade média próxima de 7 t/ha, número consideravelmente acima do observado na primeira safra 2021/22, marcada por adversidades climáticas na região Sul.

    “Vale destacar que os números estão sujeitos a grandes alterações, visto que o clima pode surpreender negativamente e ainda há tempo para mudanças na decisão de plantio”, pondera o analista de inteligência do grupo, João Pedro Lopes.

    Mercado internacional

    Segundo ele, em meio à expectativa de mais uma robusta produção na próxima temporada, espera-se que o país continue ampliando sua presença no mercado internacional, questão favorecida também pelas incertezas envolvendo a safra ucraniana e o acordo entre China e Brasil.

    Além disso, a StoneX espera um aumento no consumo doméstico, com destaque para a demanda proveniente do setor de etanol. Mesmo com o aumento no consumo total, a consultoria projeta um aumento nos estoques de passagem para 14,15 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Distribuição de recursos do Plano Safra deve acontecer em agosto, diz presidente da FPA

    Anunciado no fim de junho, o valor do Plano Safra 2022/23 representa aumento de 36% em relação ao ciclo anterior

    Plano Safra 2022/2023, que vai disponibilizar um total de R$ 340,88 bilhões em financiamentos para apoiar a produção agropecuária nacional até junho do próximo ano, deve começar a distribuição dos recursos aos produtores no país até a segunda quinzena de agosto, segundo o diretor da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), deputado Sérgio Souza (PR).

    “Para complementar o Plano Safra 2022/2023 votamos os Projetos de Lei do Congresso Nacional (PLN) 14 e 18, bem como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Os PLNs já foram transformados em Lei e a LDO já foi para a sanção presidencial e, após, segue para o Ministério da Economia, que define e orienta como deve ser feita a distribuição dos recursos aos bancos. Com base na safra anterior, acreditamos que estará tudo implementado até a segunda quinzena de agosto”, afirma Souza.

    Plano Safra

    Anunciado no fim de junho, o valor do Plano Safra 2022/23 representa aumento de 36% em relação ao ciclo anterior, que disponibilizou R$ 251 bilhões aos produtores rurais.

    Sérgio Souza destaca que o montante oferecido pelo governo dará ao pequeno e médio produtor condições adequadas para o plantio. Além disso, o parlamentar considera o novo Plano Safra robusto e de qualidade. “Estávamos preocupados com a possibilidade de ter uma taxa de juros alta e volume menor, mas aconteceu ao contrário. Conseguimos cuidar de quem mais necessita”.

    Para o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, os recursos desta safra são fundamentais para apoiar as cooperativas que respondem por 53% da produção agrícola do país. “As projeções da equipe do Ministério da Agricultura nos apontam para uma safra de quase 340 milhões de toneladas. Contribuindo diretamente com esse desempenho, temos atualmente 1,2 mil cooperativas agropecuárias que congregam mais de 1 milhão de cooperados. Além disso, 71% dos estabelecimentos rurais de produtores associados a cooperativas são de perfil da agricultura familiar”.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/