Luziana de Avila Machado

Luziana de Avila Machado has created 106 entries

  • Entenda por que custo de produção de leite aumentou tanto em dois anos

    De acordo com Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, a menor oferta do produto é a grande causa do aumento de preço

    Não é apenas a entressafra que explica a inflação dos lácteos no Brasil. Apesar de o litro de leite UHT ter atingido o valor de até R$ 8 em alguns estabelecimentos, por causa da chegada do inverno e da redução das chuvas em boa parte das regiões produtoras, o produto já seguia em elevação nos últimos meses.

    Motivos

    Segundo Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa Gado de Leite, a principal causa do aumento é a menor oferta do produto nos laticínios, o que se deve principalmente à elevação dos custos de produção.

    A entressafra tem início em abril, mas, segundo o pesquisador, “a oferta de leite já vinha fraca desde de meados de 2021 e acentuou nos primeiros meses de 2022”, afirma Carvalho.

    Além disso, a entressafra acentuou a escassez de leite no mercado. Nos últimos anos, houve uma alta de 62% nos custos para o produtor, gerando uma elevação de 43% no preço ao consumidor.

    Segundo Carvalho, o preço, mesmo em alta, não está sendo suficiente para cobrir os custos, o que piorou a rentabilidade nas fazendas e levou o produtor a diminuir a oferta, reduzindo a alimentação das vacas.

    Dados

    De acordo com a pesquisa referente à compra de leite pelos laticínios no primeiro trimestre do ano, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram uma queda de 10,51% em comparação aos três primeiros meses de 2021 (veja figura 1). Essa foi a quarta queda trimestral consecutiva e a maior em uma avaliação trimestral desde o início da pesquisa, em 1997.

    “O volume de leite adquirido no primeiro trimestre deste ano foi o equivalente ao observado em 2017, o que significa que a indústria regrediu cinco anos em termos de captação de leite”, explica.

    Figura 1 – Variação do volume de leite adquirido pelos laticínios: trimestre contra o mesmo trimestre do ano anterior (%) Fonte: IBGE/Embrapa Gado de Leite

    Em conclusão, a expectativa é que os números do segundo trimestre, que coincide com o início da entressafra, repitam o cenário de escassez do primeiro trimestre. Mas no segundo semestre, a perspectiva é de algum crescimento na oferta, motivada pelo início do período de chuvas e também por uma recuperação nas margens de lucro do produtor.

    “Os preços ao produtor estão em alta e isso vai dar um incentivo para melhorar a produção”, acredita Carvalho. No entanto, o pesquisador salienta que muitos produtores saíram da atividade e outros destinaram animais para o abate. “O impacto disso na recuperação da oferta é difícil quantificar”, conclui.

    Custos aumentam desde 2021

    A escalada dos custos vem ocorrendo desde meados do ano passado, impactando a rentabilidade dos produtores. De janeiro a junho deste ano, o preço médio do leite pago ao produtor, deflacionado pelo custo de produção, recuou cerca de 3,8%. Esse número é comparado ao mesmo período de 2021.

    Simultaneamente, do rol dos insumos que mais subiram de preço estão os fertilizantes e os combustíveis, afetados pela guerra Rússia-Ucrânia. Até o frete marítimo internacional, também em alta, entram nessa conta.

    Mas o insumo que mais tem pesado no caixa do produtor é o volumoso, que registrou elevação de 51% na comparação de maio deste ano com o mesmo mês de 2021. “Produzir silagem e adubar pastagens está bem mais caro”, constata José Luiz Bellini Leite, analista da Embrapa.

    A ureia no mercado brasileiro passou de R$ 2,3 mil por tonelada, no início do ano passado, para cerca de R$ 6,3 mil em março de 2022. O cloreto de potássio foi de R$2 mil/t para R$6 mil/t. Esses insumos tiveram os preços afetados diretamente pelo conflito no leste da Europa, que tem a Rússia como a principal exportadora.

    Leite: produto sazonal

    Todavia a entressafra, como de costume, também carrega parte da culpa pela alta dos lácteos. O leite no Brasil é um produto sazonal, com períodos claros de safra e entressafra.

    Nesse meio tempo, a diminuição da oferta devido à sazonalidade explica o aumento do preço pago pelo consumidor em parte do outono/inverno. No lado contrário, ocorre regressão do preço com o crescimento da oferta no período de primavera/verão. Os dados do IPCA-15/IBGE, de novembro a janeiro do ano passado, mostram que os produtos lácteos ao consumidor tiveram queda natural de preço.

    As coisas começam a sair da normalidade com a alta das commodities, revertendo a tendência de preços baixos a partir de fevereiro, em plena safra.

    De acordo com Paulo do Carmo Martins, pesquisador da Embrapa, a demanda por lácteos também costuma apresentar oscilações ao longo do ano, o que resulta em um setor com preços tradicionalmente voláteis.

    “Em alguns períodos, são os produtores que reclamam dos preços baixos pagos pelos laticínios; em outros, são os consumidores que ficam insatisfeitos com o valor que estão pagando pelos produtos lácteos”, diz. Para Martins, esse fato passa a impressão de que o leite é sempre um problema na cesta de alimentos.

    Crise inflacionária aumenta custos

    Em conclusão, com a volta da inflação a dois dígitos, as atenções se voltam para os gêneros alimentícios. Estes tem maior impacto nas populações de baixa renda e o leite assume seu protagonismo. Mas, segundo Martins, a alta da inflação tem se mostrado um fenômeno mundial.

    “Esse é o reflexo do desarranjo das cadeias produtivas globais, impactadas pela descontinuidade na produção e no transporte durante a pandemia de Covid-19”, conclui.

    Portanto, o que confirma essa conclusão é o índice do Global Dairy Trade – GDT (plataforma mundial que realiza leilões de lácteos) recuou um pouco. Ao mesmo tempo, contudo, segue em patamares elevados (US$ 4,6 mil/t) desde que atingiu seu maior valor em fevereiro: US$ 4.630/t. Os índices do GDT mostram que em dois anos, a tonelada do Leite em Pó Integral oscilou de US$1,9 mil a US$ 5,3 mil.

    Ao mesmo tempo, para os pesquisadores e analistas do Centro de Inteligência do Leite (Cileite/Embrapa), a crise econômica que reduziu o poder de compra da população está evitando que a crise de oferta torne os preços dos lácteos mais elevados.

    Ainda assim, o leite não pode ser visto como “maior vilão” da inflação de alimentos. Segundo dados do IPCA, entre os produtos de proteína animal (carne, frango, ovos e lácteos), leite e derivados são os que apresentaram menor alta nestes dois anos (veja figura 2).

    Figura 2 – Variação de preços do grupo Alimentação e de alimentos à base de proteína animal, durante a pandemia (abri/2020 a abr/22), expressos em números índices (mar/2020=100) – Fonte: Cileite/Embrapa com base no IPCA/IBGE

    “No rastro desse momento de adversidade, tem ocorrido um processo mais acelerado de consolidação no setor, com modernização tecnológica da produção. Além disso também há exigência de maiores investimentos e pressão por economia de escala”, afirma Bellini Leite.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja mais resistente à seca. Como a ciência está trabalhando nisso?

    Embrapa Soja e institutos japoneses buscam viabilizar semente mais tolerante ao estresse hídrico em um futuro próximo

    Soja mais resistente à seca é, com certeza, um desejo do produtor brasileiro. A estiagem que derrubou a produção no Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul nesta safra 2021/22 é uma prova disso.

    A notícia ruim é que a demanda da planta por água tende a ficar cada vez maior por conta da elevação da temperatura global. Conforme o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as próximas décadas serão de secas mais frequentes e chuvas torrenciais em grande intensidade, ou seja, com distribuição deficitária ao longo da safra.

    Na tentativa de amenizar os impactos desse cenário negativo no agronegócio, a ciência trabalha no desenvolvimento de grãos mais tolerantes à seca. Para isso, está buscando no passado o histórico de cultivares que possam trazer respostas para as carências atuais.

    Todavia, antes de se aprofundar no assunto, vale registrar que mais de 95% da soja brasileira é cultivada em regime de sequeiro. Desta forma, a necessidade de chuva durante a floração e o enchimento de grãos é de cerca de oito milímetros por dia, segundo a Embrapa Soja. Tal exigência pode ser ainda maior se os termômetros estiverem acima dos 30°C, algo absolutamente comum no Brasil.

    A entidade afirma, ainda, que ao se considerar toda a safra de soja e tendo em vista a obtenção do máximo de produtividade, são necessários de 450 mm a 800 mm de água durante toda a temporada. Contudo, tal variação depende do manejo da cultura, da duração do ciclo, das condições climáticas e do solo.

    Diante de um contexto tão desafiador, como a ciência pode ajudar a principal commodity agrícola do país a continuar batendo recordes de produção? A edição genética traz respostas interessantes e, ao contrário do que se possa imaginar, com previsão de aplicação na lavoura em um futuro próximo.

    Soja mais resistente

    Gerar soja mais resistente à seca por meio de melhoramento genético clássico é um enorme desafio, visto que esse tipo de tolerância advém de um grande número de genes. Mesmo assim, uma pesquisa desenvolvida nos últimos dez anos pela Embrapa Soja em colaboração com institutos de pesquisa do Japão chegou a uma resposta.

    Os pesquisadores conseguiram introduzir um gene – isolado da planta Arabidopsis thaliana – e comprovaram que as plantas transgênicas apresentam maior estabilidade de rendimento frente ao estresse. O resultado disso foi uma semente que é, no mínimo, 15% mais resistente à seca, dependendo do nível de escassez hídrica aplicado.

    Para tanto, foi usada uma metodologia de edição genética que age de forma cirúrgica no DNA da planta. Segundo a pesquisadora da Embrapa Soja à frente do estudo no Brasil, Liliane Mertz-Henning, a ferramenta CRISPR/Cas, com a qual é possível colher elementos de uma cultivar mais antiga e inserir em uma soja mais moderna, foi a escolhida.

    “A soja, assim como outras culturas, tem uma variabilidade genética enorme. Temos bancos de germoplasma com mais de 50 mil tipos desse grão, que possuem características muito interessantes, mas que são difíceis de trazer para um grão mais moderno por meio de melhoramento genético”, considera.

    O que acontece é que, muitas vezes, quando se consegue trazer as características interessantes de uma oleaginosa mais rudimentar para uma moderna, vem com elas outras peculiaridades que não são úteis, o que se explica pelo processo ser aleatório.

    “O CRISPR/Cas permite que se identifique em um material mais antigo uma determinada resistência à doença ou uma melhor adaptação a uma condição de estresse e se copie isso de forma muito precisa a uma cultivar mais moderna”, explica.

    Barreiras para o lançamento

    Para criar uma soja mais resistente à seca, os aspectos regulatórios associados aos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) dificultam a disponibilização dessas tecnologias.

    “Os testes e as exigências para se colocar um produto transgênico no mercado são bastante rigorosos. Temos legislações distintas em diferentes países e como a soja é uma commodity, ela precisa passar pela legislação de biossegurança das várias nações para as quais o Brasil a exporta. Assim, precisamos fazer a liberação no Brasil pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e também na China e na Europa, por exemplo. Isso acaba elevando bastante o custo e o tempo para colocar esse produto no mercado”, afirma.

    Para contornar esse problema, as ferramentas de edição gênica são a alternativa. “A vantagem do uso do CRISPR/Cas é que se não estivermos inserindo genes de outras espécies e apenas copiando aquilo que está em uma soja mais antiga para uma mais moderna, essa nova planta não será considerada um OGM porque não possui sequências de outras espécies e não precisa passar por todo esse processo regulatório que é caro e demanda muito tempo“, destaca Liliane.

    Com isso, de acordo com ela, reduz-se custo e tempo para colocar novas tecnologias no mercado, além de possibilitar que mais empresas desenvolvam o material. Assim, tem-se ferramentas que conseguem “popularizar” tecnologias de produção transgênica, aumentando a competitividade desse mercado que, até então, é restrito às grandes multinacionais.

    “Hoje em dia, ao se considerar toda a fase de estudo até a regulação de um transgênico para implantá-lo no mercado, tem-se um custo de cerca de 136 milhões de dólares“, diz a pesquisadora.

    Mas quando teremos essa soja no mercado?

    Tal investimento necessário a longo prazo explica o fato de existir no mercado apenas plantas transgênicas focadas na tolerância a herbicidas e na resistência a insetos. Ao conseguir gerar uma soja que não seja classificada como OGM e que não precise passar por regulação, a estimativa de uma oleaginosa ao menos 15% mais resistente à seca pode se concretizar daqui a cinco a dez anos.

    “Pode parecer incerto, mas é preciso lembrar que, hoje em dia, qualquer produto transgênico, mesmo sendo produzido por grandes multinacionais, leva de 15 a 20 anos para ir ao mercado. Essas novas ferramentas permitem encurtar esse processo”, salienta a pesquisadora.

    Desta maneira, na melhor das hipóteses, o sojicultor que plantar a oleaginosa na safra 2026/27 com essa semente não precisará ficar sujeito a volume de chuva de no mínimo 450 mm e, sim, de “apenas” 380 mm.

    “É importante frisar que nunca conseguiremos transformar a soja ou outras culturas de grãos em cactos. O que é possível é ter um desempenho melhor em condições de estresse. A soja não vai poder sobreviver sem água, mas é possível perder menos em uma estiagem“, afirma Liliane.

    Segundo ela, o indicado é sempre aliar uma genética que favoreça maior estabilidade de rendimento a outras práticas de manejo, como semear na época recomendada, utilizar cultivares adaptadas e fazer rotação de culturas, já que a adoção de uma única ferramenta não é capaz de dar a segurança que o produtor necessita.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Mercado global de agricultura digital deve crescer 183% até 2026

    Estimativa é que segmento movimente mais de oito bilhões de dólares no período

    Um levantamento realizado pela 360 Research & Reports mostra que o mercado global de agricultura digital deve crescer 183% até 2026, movimentando US$ 8,33 bilhões.

    O estudo aponta para um crescimento do setor de 15,9% ao ano neste período. O comparativo é em relação ao volume registrado em negócios em 2019.

    Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de produção na NovAmérica Agrícola, Graciano Balotta, entre os principais benefícios de implantar a agricultura digital na lavoura está ter acesso a diversos dados gerados a cada safra e, com essas informações, decidir o que fazer de forma mais eficiente em cada ciclo da operação.

    “Quando você não tem informações de dados para tomar decisão, acaba, às vezes, não tendo uma assertividade tão grande. Além disso, acarreta em maior custo de produção”, comenta.

    Investimento mais acessível

    As startups têm contribuído no desenvolvimento de novas ferramentas que facilitem a vida do produtor rural. Com o avanço do mercado de agricultura digital, o investimento está ficando cada vez mais acessível.

    “É muito importante que o produtor entre em contato com esse ecossistema para conseguir implementar essas tecnologias e pensar de forma diferente para gerir o seu negócio com essas novas ferramentas”.

    O especialista alerta, ainda, para a importância de analisar as novas ferramentas implantadas para ter conhecimento dos resultados. Afinal, o que foi benéfico em uma propriedade pode não ser em outra.

    “Precisa entender e validar no campo toda essa tecnologia. Nós acreditamos muito nessas validações, com implementações graduais para que se consiga, realmente, extrair todo o potencial de uma ferramenta”, finaliza.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Leite: preço pago ao produtor em julho pode ultrapassar R$ 3 por litro

    A previsão é do sócio-diretor da Milkpoint Mercado, Valter Galan, em função da falta do produto no mercado

    A forte queda de produção de leite no país neste ano, assim como a redução das importações do produto, que já caiu cerca de 30% no período, resultaram em falta de lácteos no mercado e na elevação do preço ao consumidor. De acordo com o sócio-diretor da Milkpoint Mercado, Valter Galan, essa alta deve chegar ao campo, fazendo o preço ao produtor superar R$ 3 por litro.

    “Para o pagamento de julho, referente ao produto comercializado em junho, deve ter uma elevação de R$ 0,40 a R$ 0,50 por litro na média [levantada pelo] Cepea, que foi 2,68 [por litro] no último mês. Então deve ultrapassar os R$ 3 para julho”, diz.

    Galan acredita que a tendência altista deva se manter nas próximas semanas. “Mas tem que ter atenção neste segundo semestre para o que vai acontecer com a demanda, já que o patamar de preços ao consumidor de leite e derivados está muito alto”, complementa.

    Ele lembra que a oferta de leite está sendo impactada porque muitos produtores estão abandonando a atividade, descontentes com o rendimento da pecuária leiteira. Além disso, há também no país menor número de vacas ordenhadas, que estão sendo direcionadas ao abate.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Chuva atrasa plantio do trigo em terras gaúchas

    Tempo vai seguir instável nos próximos 15 dias, em geral, no Brasil

    Cerca de 80% das áreas de plantio de trigo no Rio Grande do Sul já foram instaladas, informa a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Esse volume é inferior ao mesmo período do ano passado, quando 89% das lavouras do cereal já estavam plantadas.

    A porcentagem registrada agora também está abaixo da média dos últimos cinco anos, que foi de 90%. O aumento de volume de exportações do trigo traz expectativas para a próxima safra. Segundo os meteorologistas da Climatempo, o tempo ainda vai seguir instável em boa parte do estado gaúcho no decorrer dos próximos 15 dias.

    Fim de semana no Rio Grande do Sul e em outros estados

    Poucas mudanças climáticas para sábado (9) no Rio Grande do Sul, apenas com a frente fria se afastando e a chuva diminuindo. Há possibilidade de pancadas pontuais, com eventual trovoadas na metade sul do estado. A chuva será provocada por instabilidades em altos níveis da atmosfera, além de um fluxo de umidade que chega pelo interior do continente.

    Também há previsão de chuva em toda a faixa costeira que vai do norte do Rio de Janeiro até o Amapá, incluindo Roraima e o norte do Amazonas. Entre Bahia e norte do Rio de Janeiro, a chuva ocorrerá devido a entrada de umidade por circulação de ventos oceânicos. De Sergipe ao Rio Grande do Norte, ondas de leste provocam chuva. Em Alagoas e Pernambuco, o tempo fica fechado com chuva a qualquer hora. Pancadas acompanhadas de trovoadas entre Ceará e Acre. Isso por causa do calor e do aumento de umidade.

    O tempo firme predomina em grande parte do país, desde os estados do Norte até os do Sul, passando também pelo Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste brasileiro. Não há previsão de chuva. Com isso, o ar seco preocupa quanto aos índices de umidade do ar.

    Outros destaques climáticos pelo Brasil

    Para além do plantio de trigo, a chuva vai aumentar no Rio Grande do Sul e no meio oeste de Santa Catarina no domingo (10), com o avanço de uma nova frente fria. A chuva também continua presente no leste e na costa norte do Nordeste e no norte da região Norte. Tempo seco característico de bloqueio atmosférico no Brasil Central. Há uma queda de temperatura prevista para o início da semana no Sul e partes dos estados de São Paulo e Minas Gerais. O risco de geadas, porém, existe apenas para o Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina, principalmente na madrugada da próxima quarta-feira (13).

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Safra recorde é praticamente certa, mas preço do alimento não deve cair, diz IBGE

    Demanda por grãos expressiva de outros os países influencia o mercado como um todo, afirma gerente do órgão

    O Brasil tem uma nova safra recorde de grãos praticamente assegurada para 2022, mas os preços dos alimentos devem permanecer elevados, avaliou Carlos Alfredo Guedes, gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Independentemente de uma safra recorde, os preços não devem cair, porque a gente tem uma demanda muito grande dos outros países. Isso influencia no mercado como um todo”, disse Guedes nesta quinta-feira (7).

    Ele lembra que os preços dos grãos estão elevados desde o aumento da demanda e problemas logísticos provocados pela pandemia de Covid-19 no cenário externo, que agora permanece sob impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia. Para Carlos Guedes, “a tendência é os preços continuarem elevados nos próximos meses”.

    “Os preços sofrem mais influência do mercado externo do que do mercado interno”, afirmou. “E acaba que dentro dos produtos, que são os principais grãos, eles mexem com outros produtos. Porque o produtor acaba direcionando suas áreas pras culturas que estão mais valorizadas”, acrescentou.

    Safra recorde

    A safra agrícola brasileira deve totalizar um recorde de 261,4 milhões de toneladas em 2022, 8,2 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2021, um aumento de 3,2%, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de junho, divulgado pelo IBGE nesta quinta. O resultado é 1,5 milhão de toneladas menor que o previsto no levantamento anterior, de maio, uma queda de 0,6%.

    “A gente tem trigo, que ainda pode apresentar problemas climáticos na colheita, mas não tem peso tão grande quanto soja e milho”, lembrou Guedes.

    Apesar de perdas no cultivo de soja, o país deve ter as maiores colheitas já vistas para o milho e o trigo. As safras de arroz e feijão, por ora, atendem ao consumo doméstico, disse o gerente do IBGE.

    A estimativa da produção de feijão, considerando-se as três safras do grão, deve ser de 3,087 milhões de toneladas, alta de 11,2% ante 2021, embora 3,4% menor que o estimado em maio. A estimativa de produção do arroz é de 10,7 milhões de toneladas, queda de 8,1% em relação ao ano passado provocada por problemas climáticos no Rio Grande do Sul.

    “O feijão ainda atende a demanda interna”, disse Guedes. “E o arroz também. Na verdade, a gente teve produções muito boas de arroz nos últimos dois anos. Caiu um pouco este ano”, disse ele, lembrando que algumas áreas com plantações de arroz no Rio Grande do Sul não tiveram água suficiente para serem irrigadas durante um período de estiagem.

    Trigo

    A produção nacional de trigo deve alcançar um recorde de 8,863 milhões de toneladas este ano, um avanço de 13,4% em comparação com 2021, segundo os dados hoje divulgados pelo IBGE. Na comparação com a projeção de maio, houve uma redução de 0,2% em junho.

    “Nosso consumo gira em torno de 12 milhões de toneladas. A gente ainda importa, mas vai importar menos do que importava em anos anteriores”, disse Carlos Guedes. “Se a gente conseguir colher em torno de 9 milhões (de toneladas), a gente teria que importar entre 3 milhões e 4 milhões de toneladas. Em alguns momentos a gente importou muito mais para abastecer o mercado”, acrescentou.

    O pesquisador lembra que os preços do trigo estão em alta por causa da invasão da Rússia à Ucrânia, ambos os países produtores e exportadores de trigo, o que incentiva os agricultores brasileiros a investirem na cultura.

    Quanto aos demais principais cereais de inverno produzidos pelo Brasil, a estimativa para a colheita da aveia em 2022 é de 1,1 milhão de toneladas, crescimento de 0,2% em relação ao previsto no mês anterior. Se confirmada, a produção terá um aumento de 8,3% em relação ao colhido em 2021.

    Para a cevada, a produção foi estimada em 483,2 mil toneladas, alta de 1,6% em relação ao estimado em maio. O montante é 10,6% superior ao registrado em 2021.

    Milho

    As revisões nas estimativas para a colheita de milho de segunda safra e de soja reduziram a projeção para a safra de grãos brasileira em 2022. Na passagem de maio para junho, a projeção para o milho de segunda safra encolheu e mais de 900 mil toneladas, enquanto a de soja diminuiu em mais de 650 mil toneladas.

    “O milho foi condições climáticas, principalmente no Paraná, problema de excesso de chuvas, que está trazendo algumas doenças”, disse Carlos Guedes. Segundo ele, o excesso de chuvas na região Sul do país também tem prejudicado o desempenho do feijão de segunda safra. No caso da soja, que já está praticamente toda colhida, houve reavaliação nos dados de Mato Grosso do Sul. “Acredito que a gente não tenha mais grandes reavaliações na soja. É um produto que já está praticamente colhido”, justificou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Leite: preço ao produtor tem alta real de 20,6% no ano, aponta Cepea

    Com o custo de produção elevado, a projeção é que os valores praticados nos próximos meses continuem firmes no campo

    O preço do leite captado em maio/22 e pago aos produtores em junho/22 registrou aumento de 5,3% frente ao mês anterior, chegando a R$ 2,6801/litro na média Brasil líquida do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP). Segundo a entidade, essa é a quinta alta mensal consecutiva, levando a uma valorização real de 20,6% (valores deflacionados pelo IPCA de maio/22) desde janeiro.

    Os preços do leite no campo seguem em alta, devido à menor produção. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de leite cru industrializado pelos laticínios brasileiros diminuiu 10,3% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021. Com isso, as indústrias de laticínios seguem em disputa pela compra do leite cru, matéria-prima para a produção de lácteos, para tentar evitar a capacidade ociosa de suas plantas, aponta o Cepea.

    A restrição de oferta do leite – e, consequentemente, dos lácteos – é explicada pela entressafra da produção. Com o inverno e clima mais seco, a qualidade e disponibilidade das pastagens cai e, por isso, a alimentação do rebanho é afetada, levando à queda na produção.

    Os técnicos do Cepea destacam que, neste ano, o fenômeno climático La Niña também intensificou os efeitos sazonais de diminuição da oferta.

    Custos de produção do leite

    A pesquisa da entidade informa que, ainda que o componente climático seja importante para explicar esse cenário, o principal fator que explica essa alta substancial dos preços é o aumento dos custos de produção. Segundo o Cepea, o custo operacional efetivo da atividade esteve em alta nos últimos três anos – de janeiro de 2019 a maio de 2022, o avanço no COE foi de expressivos 56%.

    Dessa forma, toda estrutura de produção teria se encarecido nos últimos anos, espremendo as margens dos produtores. Diante desse cenário, muitos pecuaristas enxugaram investimentos ou saíram da atividade. Para assegurar alguma rentabilidade, produtores também recorreram ao abate de animais, atraídos pelos elevados preços da arroba. De acordo com dados do IBGE, o número de vacas e novilhas abatidos no primeiro trimestre de 2022 aumentou 11,4% e 17,2%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado.

    Altas no preço do leite represadas

    Levando-se em conta que a produção de leite é uma atividade de ciclo operacional longo, o Cepea sustenta que esse cenário observado atualmente é resultado de um longo período de aumentos consistentes nas cotações dos insumos agropecuários, que corroeu margens de produtores e de laticínios por muitos meses.

    Agentes do setor consultados pelo Cepea relatam que essas altas nos preços dos produtos de leite vinham sendo represadas, já que a demanda brasileira está bastante fragilizada. Contudo, a redução drástica da oferta levou a uma situação generalizada de queda nos estoques de derivados lácteos, o que tem sustentado o avanço dos preços ao consumidor.

    Perspectivas

    A expectativa do setor é de que os preços do leite no campo sigam firmes, à medida que a oferta continuou baixa em junho. O levantamento do Cepea mostra que, em Minas Gerais, o preço médio mensal do leite spot subiu 26,2% de maio para junho, em termos reais, chegando a R$ 3,80/litro na média mensal.

    Grande parte desse aumento ocorreu da primeira para a segunda quinzena do mês, quando o preço médio subiu 20,8% e atingiu R$ 4,16/litro. Com a matéria-prima mais cara e estoques enxutos, os derivados lácteos seguiram fortemente valorizados em junho.

    De acordo com a pesquisa do Cepea e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), na negociação entre laticínios e canais de distribuição do estado de São Paulo, os preços médios mensais do leite UHT e da muçarela avançaram quase de 18% de maio para junho.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Mais de 30 entidades se unem contra a suspensão do carbendazim

    Produto é um dos 20 mais usados no país no combate a fungos que atacam as lavouras

    Mais de 30 organizações ligadas à produção agrícola no Brasil se uniram na tentativa de reverter uma decisão tomada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última semana. Essas entidades buscam derrubar a suspensão imposta contra o carbendazim, um dos 20 defensivos mais utilizados no país para combater a propagação de fungos que atacam — e destroem — as lavouras.

    Para Glauber Silveira, que é presidente da Câmara Setorial da Soja e comentarista do Canal Rural, a decisão da Anvisa sobre o carbendazim mostra que, infelizmente, o produtor rural brasileiro só tem levado “chumbo”. Ele lembrou que a autoridade sanitária determinou a retirada imediata do produto do mercado, apesar de, tecnicamente, ele estar em fase de reavaliação.

    “Isso é um absurdo”, enfatizou Silveira, que, ao participar da edição desta quarta-feira (6) do telejornal Mercado & Companhia, detalhou qual é, de fato, a solicitação do setor. “O que as entidades pedem é que ele [o produto] possa ser utilizado enquanto está sendo reavaliado porque, muitas vezes, na reavaliação [final] acaba sendo liberado para seguir no mercado”, pontuou.

    Silveira destacou que o Brasil não é o único país a usar o carbendazim. Ele lembrou que outras mais de 80 nações também consomem o produto no dia a dia do agronegócio. Além disso, ele lamentou o fato de, ao menos por aqui, não haver nenhum similar que possa substituir — ao menos de forma imediata — esse defensivo. Diante de tal situação, o especialista externou o receio de ver os custos aumentarem para os produtores rurais.

    Carbendazim, um novo paraquat?

    No sentido de riscos de mais gastos para quem está na linha de frente das lavouras, Glauber Silveira lembrou do caso do paraquat, defensivo que teve seu uso proibido no Brasil em setembro de 2020. Desde então, os agricultores têm sofrido, relatou. “Com o paraquat, o estrago foi enorme. O produtor tem que usar outros produtos para tentar substituir, mas que não substituem [com a mesma qualidade]”, analisou, alertando que, para quem dependia do paraquat, o custo médio aumentou em cerca de R$ 900.

    Projetos de lei no Congresso Nacional

    O comentarista do Canal Rural aproveitou a participação no ‘Mercado & Companhia’ para reforçar que entidades como AprosojaAbramilhoAbrapa e CNA apoiam o projeto de lei (PL) de número 6.58/2021, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. O apoio se dá porque, entre outros fatores, o texto permite que o produtor rural — independentemente de seu tamanho — possa desenvolver seus próprios bioinsumos. O que não ocorre, contudo, com um PL que corre no Senado Federal. “E isso nos deixa muito preocupados”, afirmou Silveira.

    Por fim, ele indicou que suspensões de produtos e a possibilidade de se proibir a produção interna poderá fazer com que o Brasil, no médio prazo, venha a sofrer com a temida insegurança alimentar.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Clima favorável faz Conab estimar produção de grãos em 272,5 mi de toneladas

    Volume, se confirmado, representará aumento de 6,7% na comparação com a temporada anterior

    A produção de grãos prevista para a segunda safra está estimada em 272,5 milhões de toneladas no ciclo 2021-2022. É o que indica o 10º Levantamento da Safra, divulgado nesta quinta-feira (7) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

    De acordo com a entidade, esse volume, se confirmado, representará aumento de 6,7% na comparação com a temporada anterior, o que equivale a acréscimo próximo de 17 milhões de toneladas. No que se refere ao total de área utilizada para a produção, o aumento será de 4 milhões de hectares, chegando a 73,8 milhões.

    “Com cerca de 60% do milho segunda safra em maturação e 28% colhidos, a colheita total do cereal está estimada em 115,6 milhões de toneladas, 32,8% a mais que no ciclo passado. Apenas na segunda safra da cultura, o aumento chega a 45,6%, com 88,4 milhões de toneladas”, informou a Conab.

    Caso os números sejam confirmados, esta será a maior produção de milho segunda safra já registrada em toda a série histórica. “No entanto, é preciso ressaltar que, mesmo com estágio avançado da cultura, cerca de 19% das lavouras de segunda safra de milho ainda se encontram sob influência do clima”, acrescenta a companhia, ao esclarecer que as previsões são projetadas levando em conta um cenário de “condições climáticas favoráveis”.

    Mais grãos: sorgo, feijão e arroz

    Outro grão que tende a bater recorde de produção é o sorgo, conhecido também como milho-zaburro, utilizado na preparação de ração para animais, em especial frangos. O produto tem como vantagem a maior resistência à estiagem. Segundo a Conab, os estados que registraram os maiores percentuais de crescimento são Mato Grosso do Sul, o Piauí e a Bahia, “com incrementos de 362,6%, 227,2% e 98%, respectivamente”.

    A produção total estimada para o feijão é de 3,1 milhões de toneladas, com destaque para o cultivo da segunda safra que, segundo a estatal, deve registrar aumento de 26% na comparação com o ciclo passado. Com isso, a produção passará de 1,1 milhão de toneladas para 1,4 milhão.

    Essa recuperação se deve, de acordo com a Conab, às boas condições climáticas registradas em comparação ao ano-safra 2020/21.

    A estiagem ocorrida no Sul do país e em parte de Mato Grosso do Sul prejudicou as lavouras de arroz e soja. Com isso, a produção prevista de soja é de 124 milhões de toneladas, enquanto que para o arroz a colheita estimada é de 10,8 milhões de toneladas.

    Trigo

    O trigo ganhou destaque entre as culturas de inverno, com possibilidade de bater novo recorde de produção, chegando a 9 milhões de toneladas. “Com esse volume, o crescimento na colheita de trigo chega a 75% em comparação à safra de 2019, quando foi registrada produção de 5,1 milhões”. diz a Conab.

    “Esse é um dado muito importante, uma vez que o trigo é uma cultura que o país importa metade do que consome, destacou o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. Segundo ele, ao ofertar produtos como trigo, milho e sorgo, o Brasil está “consequentemente contribuindo para a queda da inflação”.

    Revisões

    O 10º levantamento apresenta estimativas sobre grãos que, em geral, foram revisadas para cima, na comparação com as divulgadas no relatório anterior. As exceções ficaram como a soja e o algodão, “em virtude da diminuição esperada na produção”.

    No caso da soja, “as estimativas de sementes/outros usos e perdas e estoque final também diminuíram 0,11% e 4,42%, respectivamente, sendo o estoque de passagem de 2022 estimado em 4,65 milhões de toneladas”.

    “Já o suprimento e o estoque final de algodão foram reduzidos em 0,67% e 2%, respectivamente. Quanto ao mercado internacional da fibra, a perspectiva, entretanto, é que as exportações finalizem o ano em 2,05 milhões de toneladas de pluma”, acrescentou.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Projeto de lei libera crédito de R$ 1,2 bi para Plano Safra 2022/2023

    O recurso será liberado no âmbito das ações de subvenções econômicas em operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)

    A Secretaria-Geral da Presidência da República informou nesta terça-feira (5) que o governo enviou ao Congresso Nacional projeto de lei para a abertura de crédito suplementar de R$ 1,2 bilhão para o Plano Safra 2022/2023.

    O recurso será liberado no âmbito das ações de subvenções econômicas em operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), operações de custeio agropecuário, operações de comercialização de produtos agropecuários e operações de investimento rural e agroindustrial.

    De acordo com a pasta, a verba será proveniente do cancelamento de despesas primárias discricionárias. “Ressalta-se que os recursos destinados ao Plano Safra constantes do Projeto de Lei estão previstos no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 2º bimestre de 2022”, diz a Secretaria-Geral. “O crédito em tela não afeta a obtenção da meta de resultado primário, nem o cumprimento do Teto de Gastos”, acrescenta.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/