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  • Fetag-RS discute medidas para agricultores enfrentarem estiagem

    A Fetag-RS apresentou três pedidos emergenciais para auxiliar as os municípios e a população neste momento de estiagem

    Na sexta-feira (20), a Fetag-RS esteve em reunião com o secretário do Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Ronaldo Santini, para tratar sobre os prejuízos que estão sendo causados pela estiagem.

    presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, e a equipe de assessoria de Política Agrícola levaram ao secretário Santini as principais demandas para o atual momento de falta de chuvas e também já visando a formatação do Plano Safra do próximo ano para que contenha um programa destinado a irrigação.

    A Fetag-RS apresentou três pedidos emergenciais para auxiliar as os municípios e a população neste momento: fazer com que chegue água potável para consumo humano e dos animais nas regionais mais afetadas; reabertura do programa Troca-Troca de Sementes Forrageiras para que os produtores possam plantar novamente caso as chuvas retornem; e ainda, sobre a necessidade de programas de armazenagem de água funcionem com a maior agilidade possível.

    O secretário afirmou que na próxima semana tratará dos temas com o governador do estado, Eduardo Leite, mas já sinalizou que há possibilidade do Troca-troca ser reaberto, pois entende a necessidade emergencial da medida.

    De acordo com o presidente Carlos Joel, “o secretário recebeu muito bem a pauta da Fetag-RS e se colocou à disposição para trabalhar em conjunto conosco as demandas da agricultura e da pecuária familiar do Rio Grande do Sul”.

    A Fetag-RS se colocou a disposição para auxiliar a secretaria, que ainda está em fase de recriação, na formatação das medidas de tudo o que puder fazer para agilizar o processo, pois a estiagem está se tornando a cada dia mais severa.

    Representando o departamento de Política Agrícola, estiveram presentes Carla Schuh e Kaliton Prestes.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • VBP do agro chega a R$ 1,32 trilhão em 2022

    Valor consta em relatório da CNA e representa crescimento de mais de 2% em relação a 2021

    O setor agropecuário brasileiro bateu novamente recorde em termos de movimentação financeira. De acordo com relatório divulgado pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) o valor bruto da produção (VBP) chegou a R$ 1,32 trilhão em 2022. Alta de 2,1% no comparativo com o VBP do agro do ano anterior.

    Na agricultura, o crescimento do VBP foi de 3% de um ano para o outro, indo de R$ 859,3 bilhões para R$ 884,8 bi. O desempenho se deu diante da retração do valor principais cultura agrícolas do país em termos de produção. A soja, por exemplo, recuou 10,1%. Na lista de 23 itens, outros cinco também diminuiram o VBP:

    1. Amendoim — -12%;
    2. Arroz — – 17,7%;
    3. Cacau (amêndoas) — -27,7%;
    4. Sisal — -21,8%; e
    5. Uva — -4,6%.

    Fator soja

     Apesar da queda, a soja segue disparada como a principal cultura agrícola do Brasil em VBP. Em 2022, a produção da oleaginosa no país foi responsável pelo valor bruto de produção de R$ 385,225 bilhões. Com crescimento de 13,5% no comparativo com 2021, o milho fechou o ano passado com VBP estimado em R$ 165,497 bilhões.Da parte de agricultura do VBP do agro divulgado pela CNA, o principal destaque de crescimento em termos percentuais foi a cebola. Isso porque, o legume saiu de R$ 2,74 bilhões em 2021 para 4,96 bilhões no ano passado. Ou seja, avanço de 99,1%.

    Mandioca (71,8%), mamona (60,4%), batata (40,3), café arábica (36,3%), banana (34,1%) e trigo (33,3%) foram os outros que cresceram mais de 30% na comparação entre os dois anos.

    VBP do agro: avanço tímido na pecuária

    O crescimento de 2,1% no VBP do agro do Brasil em 2022 também se deve por causa de um avanço, mesmo que tímido, da pecuária. Com recuo de 0,2% em relação a 2021, a carne bovina segue como o principal puxador do setor, com valor de aproximadamente R$ 216,531 bilhões. Na sequência, aparece o leite, que cresceu 6,5% (R$ 87,708 bilhões). Ovos (+8,%), carne de frango (-0,6%) e carne de frango (-12,1%) completam a lista.

    cna - vbp do agro em 2022

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Leite: mercado lácteo do Brasil busca recuperação em 2023

    “A cadeia produtiva do leite sofreu sérios impactos pelos acontecimentos globais em 2022, intensificando as dificuldades já apresentadas em 2021”, registra pesquisadora da Embrapa

    “Após quatro anos de altas consecutivas na produção leiteira, o setor apresentou dois anos de quedas significativas e estima-se que o Brasil encerre o ano com queda de 4,4% na produção formal”, relata a pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Kennya Siqueira.

    “A cadeia produtiva do leite sofreu sérios impactos pelos acontecimentos globais em 2022, intensificando as dificuldades já apresentadas em 2021”, completa. Se, por um lado, a vacinação contra a Covid-19 acenava para a volta da normalidade e a retomada da economia; por outro, logo no primeiro trimestre de 2022, o conflito entre Rússia e Ucrânia valorizou as commodities agrícolas e o petróleo.

    De acordo com as informações divulgadas pela Embrapa, grandes produtores de grãos, fertilizantes e petróleo, os países em conflito impediram que a economia global se recuperasse dos anos de pandemia e criaram as condições para aumentos recordes dos custos de produção de leite no Brasil, além do aumento da inflação e da queda da renda do brasileiro, segundo detalha a cientista.

    Especialistas do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa (Cileite) fizeram um balanço do período recente e traçaram perspectivas para o setor em 2023.

    O ano de 2021 terminou com dificuldades para o setor, com queda no volume de produção do leite inspecionado, elevando a importação de lácteos em 21,5% no ano seguinte. Nos dois últimos anos, o Índice do Custo de Produção do Leite (ICPLeite) divulgado pela Embrapa registrou crescimento de 62%.

    A partir do segundo semestre, esse índice iniciou uma lenta retração e, em novembro, o ICPLeite apresentou queda de 1,7%, influenciado principalmente pela retração de 4,5% do custo do alimento concentrado para as vacas.

    Preços do leite em 2022

    Ainda assim, o cenário foi de piora na rentabilidade do produtor ao longo do segundo semestre de 2022, pois o preço recebido por eles caiu de um pico de R$ 3,53 por litro de leite, em agosto, para cerca de R$ 2,50, em dezembro.

    O impacto também foi sentido pelo consumidor; segundo estimativa da Embrapa, o consumo anual de leite por habitante foi reduzido de 170,3 litros para 163 litros. Em meados do ano, os lácteos atingiram preços recordes.

    O bolsista de economia Ygor Guimarães, que atua no Núcleo de Desenvolvimento Econômico da Cadeia Produtiva do Leite da Embrapa, lembra que, em agosto, a inflação do “leite e derivados” chegou a 40,2%, sendo um dos itens que mais influenciou a elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    “O alto custo para alimentar as vacas e a queda na produção durante a entressafra do leite penalizou o consumidor”, aponta o pesquisador do Núcleo Samuel Oliveira. “Podemos afirmar que o Brasil passou por uma crise de oferta de leite”, completa Oliveira. Isso fez com que os compostos lácteos ganhassem espaço como alternativas mais acessíveis para suprir parte da demanda, não sem despertar polêmica.

    No entanto, o quarto trimestre do ano representou algum alívio para os consumidores. Na primeira quinzena de dezembro, o litro do leite UHT no atacado estava cotado a R$ 3,82 (queda de 40,5% desde o final de julho). Já o quilo da muçarela era vendido pela indústria a R$ 28,27 (queda de 34,8%).

    O leite spot (leite comercializado entre laticínios) teve a maior deflação; o litro do produto foi cotado em Minas Gerais a R$ 2,34, o que representa um recuo de 43% em relação a julho.
    Estimativas históricas sugerem que as festas de fim de ano são positivas para a indústria, que intensificam suas vendas. Estima-se crescimento próximo de 30% em relação à média de venda do ano, principalmente para leite condensado e creme de leite.

    Perspectivas para o setor lácteo

    Para o pesquisador da Embrapa Glauco Carvalho, embora o ano que começa ainda traga muitos componentes de incertezas internas e externas, o mercado brasileiro está se reequilibrando em termos de oferta e demanda. Segundo ele, com a recuperação do mercado de trabalho e melhorias do emprego e renda, espera-se alguma melhoria no consumo de leite e derivados.

    Outro fator positivo é a produção brasileira elevada de grãos na safra 2022/2023, contribuindo para uma menor pressão nos custos de alimentação das vacas, sobretudo concentrados à base de milho e soja. “Mas é um ano de muita incerteza ainda, em função da mudança de governo e das diretrizes que serão adotadas, principalmente na área fiscal, que tem impacto direto sobre taxa de juros e câmbio”, diz Carvalho.

    No âmbito externo, o analista Lorildo Stock espera que os preços dos fertilizantes recuem com uma solução para a guerra Rússia-Ucrânia. Porém, o cenário de inflação e o baixo crescimento previsto para as grandes economias (Estados Unidos, União Europeia e China) podem refletir negativamente na retomada da economia brasileira.

    “A desaceleração da economia mundial poderá gerar algum impacto negativo, ainda que modesto, no segmento lácteo”, avalia Stock. Carvalho complementa, dizendo que a forte valorização das commodities agrícolas e não agrícolas, nos últimos dois anos, ajudou na recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Esse não é o cenário para 2023.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • RTC/CCGL eleva estimativa de quebra na safra de verão do RS

    As culturas de milho e soja estão sendo acometidas, novamente, por uma estiagem no RS nesta safra 2022/2023. Uma estimativa realizada pela Rede Técnica Cooperativa (RTC/CCGL), e divulgada nesta sexta-feira (20/01), estima que em áreas de milho sequeiro (sem uso de irrigação), em média, os prejuízos relacionados à quebra de safra já alcançam 53 % em relação à expectativa de produção inicialmente traçada pelas cooperativas. Em dezembro, os prejuízos alcançavam 42 %.

    A estiagem também interfere na cultura da soja. Até o momento, na área de atuação das cooperativas, 98,4 % da área destinada à soja foi semeada, enquanto que 1,5 % da área semeada ainda não emergiu. A produtividade média projetada agora é de 2940 kg/ha. Em dezembro, a expectativa era de 3490 kg/ha, uma quebra estimada de 16 % na produção da principal cultura de verão do Estado.

    Devido às chuvas abaixo da média durante os meses de novembro, dezembro e janeiro, várias regiões já contabilizam perdas superiores a 80 % na cultura do milho sequeiro e de até 40 % na cultura soja. Os dados foram coletados em 21 cooperativas ligadas à RTC/CCGL.

    Fonte: ASCOM RTC/CCGL

  • Produção sólida nas cinco regiões confirma safra recorde de soja

    Apenas dois estados devem ter retração nos números em comparação ao ciclo passado. Para analista, produtor pode avançar nas vendas

    O Brasil deve produzir cerca de 153 milhões de toneladas de soja em uma área de 43 milhões de hectares na temporada 22/23, de acordo com a consultoria Safras & Mercado. Se confirmados, os números representam crescimento produtivo de 20% e incremento de 4% em solo semeado ante o ciclo passado.

    No Centro-Oeste, principal região produtora do país, a estimativa é de produção de 72 milhões de toneladas do grão, aumento de 6% em comparação à última safra. Assim, há expectativa de avanço em Mato Grosso, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul. A exceção é Goiás, onde é esperada uma queda de 365 mil toneladas.

    Já no Nordeste, a perspectiva é de uma produção de 14 milhões de toneladas, um aumento de quase 3%. Nesses estados, a projeção é de um avanço na Bahia e no Maranhão. O único que deve ter retração é o Piauí, cuja projeção inicial dá conta de 44 mil toneladas a menos.

    O Sudeste, por sua vez, deve apresentar aumento de 5% ante a temporada 21/22, com mais de 12 milhões de toneladas. Na região, tanto Minas Gerais como São Paulo devem registrar avanço, com destaque para os paulistas, cuja projeção é de incremento de 10%.

    Na Região Norte são previstas mais de 9 milhões de toneladas de soja, aumento de 10% na produção. Por lá, todos os estados tendem a marcar avanços produtivos, principalmente Roraima, onde se prevê expressivos 30% de aumento frente à safra 21/22. No estado do Pará – onde será realizada a Abertura Nacional da Colheita da Soja – também há expectativa de crescimento no cultivo do grão.

    Por fim, a região Sul, que responde por quase 30% da produção nacional, deve registrar cerca de 44 milhões de toneladas de soja, aumento de 80% na comparação com o ciclo anterior. Contudo, diante da falta de chuva nas últimas semanas, houve redução de 1,313 milhão de toneladas ante o relatório anterior da consultoria Safras & Mercado.

    Crescimento da produção nas últimas décadas

    Especialistas acreditam que novas revisões negativas podem ocorrer na produção de soja nesta safra 22/23, mas, no geral, como dito anteriormente, apenas dois estados devem registrar recuo produtivo na comparação com a última temporada: Goiás e Piauí.

    O presidente da Aprosoja Pará, Vanderlei Ataídes, afirma que o estado tem crescido a sua produção a cada ano e, neste ciclo, se aproxima de um milhão de hectares cultivados com a oleaginosa. “Nos últimos 20 anos a soja tem se consolidado cada vez mais no Pará. Este ano, faremos a Abertura Nacional da Colheita da Soja, em Santarém”, conta.

    Ritmo de comercialização da nova safra

    O analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, destaca o aumento de produção no Brasil nesta temporada, embora faça ressalvas quanto aos impactos do clima no Sul. Ele destaca que a entrada da nova safra no mercado deve pressionar os preços da soja e explica que a diminuição em Goiás e Piauí se deve ao desempenho fora do comum atingido por ambos no último ciclo.

    “Se o clima ajudar nas próximas semanas, ainda podemos ter uma safra razoável no Rio Grande do Sul, próxima das 20 milhões de toneladas ou até um pouco mais. Com relação à comercialização brasileira, ainda estamos com os negócios avançando em ritmo lento e bastante atrasado frente à média das últimas cinco safras para essa época do ano. Até o início de janeiro, tínhamos 28,5% da nova safra negociada contra uma média de 40%”, declara.

    Segundo ele, a entrada de uma safra tão grande no Brasil pesa sobre as cotações nas próximas semanas. “Então entendemos que o produtor pode avançar um pouco mais na comercialização, entendendo que o ambiente nas próximas semanas e meses é um pouco mais negativo em termos de formação de preços”, finaliza.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Exportação brasileira de milho dispara neste início de ano

    Volume de cereal embarcado nas duas primeiras semanas do ano já superam todo o mês de janeiro de 2022

    As exportações de milho começam 2023 a todo vapor. Em apenas duas semanas de embarques, o Brasil já enviou para o exterior 2,95 milhões de toneladas.

    O volume supera em 216 mil toneladas as 2,73 milhões de toneladas exportadas em todo o mês janeiro de 2022.

    O desempenho é reflexo da boa safra brasileira em 2022, encerrada com 112 milhões de toneladas e da expectativa de safra recorde do cereal em 2023, para 125 milhões de toneladas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

    No cenário internacional favorecem as vendas brasileiras o conflito no Leste Europeu e as dificuldades climáticas em países da América do Sul, em especial Argentina e Paraguai.

    O conflito entre Rússia e Ucrânia (importante produtor mundial de milho) completa um ano e afeta a oferta de grãos e cereais da região.

    Exportações de milho

    No ano passado, o Brasil assistiu uma surpreendente recuperação das exportações de milho, que terminaram 2022 com 43,6 milhões de toneladas, acima do recorde de 42,75 milhões de toneladas em 2019 e mais que o dobro dos embarques verificados em 2021 quando foram enviadas ao exterior 20,4 milhões de toneladas.

    As exportações em 2021 foram racionadas por conta da safra menor, que sofreu com problemas de estiagem no Sul do Brasil.

    Naquele ano, a produção total de milho no Brasil foi de 87 milhões de toneladas.

    As maiores exportações para janeiro foram 4,44 milhões de toneladas em 2016 e 3,83 milhões de toneladas em 2019.

    Em 2016 as exportações totais atingiram 21,8 milhões de toneladas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Plantio da soja atinge 98% no RS. Emater faz análise das lavouras

    Órgão estima produtividade e área semeada, além de indicar duas regiões do estado onde falta de chuva tem prejudicado mais as plantações

    O plantio da soja atinge 98% da área no Rio Grande do Sul, de acordo com a Emater/RS. Na semana passada, eram 96%. Em igual período do ano passado, 97%. A média para os últimos cinco anos é de 100%.

    A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha (52,1 sacas).

    Houve a ocorrência de chuvas na maior parte das regiões produtoras, concentradas nos dias 13 e 14 de janeiro, o que deu sobrevida a cultivos afetados pela insuficiência de umidade nos solos. Contudo, na região Oeste e na faixa Central do estado as precipitações foram insignificantes ou nem ocorreram, prosseguindo o déficit hídrico e seus efeitos sobre as lavouras.

    Segundo a Emater, a cultura apresenta grande variação de potencial produtivo em relação à época de plantio, à má distribuição das chuvas e às condições topográficas. Observou-se lavouras com plantas de porte médio a elevado, coloração verde, mas com população adequada e sem qualquer sinal de estresse. Na mesma região, encontram-se lavouras com plantas amareladas, com desfolha, porte baixo, estande inadequado e até mesmo morte de plantas nos casos de estresse hídrico mais extremo.

    Solos inadequados para a soja

    Mesmo com a capacidade de emissão de novos ramos, que podem compensar parcialmente os problemas de baixa população, as plantas de soja não encontram condições ambientais favoráveis para expressar essa característica. A diferença de situação evidencia que o plantio em solos de textura arenosa e, principalmente, em rasos não é adequado em anos com previsões de restrição de chuvas.

    Na Metade Sul, observa-se o ótimo desempenho de lavouras estabelecidas em áreas de várzeas. Houve ampliação do uso de irrigação por sulco-camalhão, considerando a grande quantidade de barragens disponíveis e o relevo plano característico da produção de arroz, que estão entrando na rotação com a oleaginosa, atualmente mais influenciada por condições de mercado do que pelas vantagens agronômicas.

    Perdas no potencial produtivo

    Em termos regionais, as perdas no potencial de produtividade e as dificuldades no desenvolvimento são mais aparentes nas regiões Oeste e Central, mas acontecem pontualmente nas demais, com exceção da Nordeste, onde, nos Campos de Cima da Serra, a evolução dos plantios é considerada normal.

    O órgão desta que, apesar dos levantamentos indicarem perdas municipais e regionais na soja, é preciso cautela ao generalizar os dados em âmbito estadual, pois, numa eventual manutenção de umidade nos solos em teores adequados, e dependendo do nível de danos, as lavouras têm boa capacidade de recuperação.

    Mesmo que estejam em floração (18% da área plantada), elas podem se restabelecer, visto que a maior parte das cultivares são de crescimento indeterminado, ou seja, as plantas podem emitir novos pendões e ampliar a estrutura, compensando parte do potencial produtivo afetado.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Estiagem preocupa cooperativas no Rio Grande do Sul

    No milho, segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul, já são registradas perdas irreversíveis

    Pelo segundo ano consecutivo o Rio Grande do Sul é assolado por uma estiagem que preocupa os produtores.

    No milho, segundo a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), já são registradas perdas irreversíveis.

    A preocupação agora é com a cultura da soja se não houver chuvas nas próximas semanas.

    Segundo o presidente da entidade, Paulo Pires, em regiões como as Missões já se tem de 75% a 80% de perdas no milho, escapando só aquele milho plantado em julho que é de alto risco porque o produtor perde potencial produtivo e arrisca a perder com o frio e a geada.

    “No milho temos perdas expressivas. Sabemos que no milho tem uma questão variável, pois uma parte do Estado planta mais tarde e em alguma parte pode ter chovido. Infelizmente é algo muito ruim para a economia do Rio Grande do Sul que são duas estiagens, uma atrás da outra”, destaca.

    Já na soja, o dirigente ressalta que ainda é difícil falar em perdas, pois elas têm diferentes proporções.

    “Em alguns lugares até choveu um pouco, tem lugar que plantou mais tarde, então é difícil falar neste momento de perdas na soja. O que nos preocupa muito é que não temos uma perspectiva de normalização de chuvas”, observa.

    Pires salienta ainda sobre a questão dos produtos do milho e da soja irrigados, informando que acabou a água praticamente na maioria dos reservatórios e não se tem como repor essa água porque não existem chuvas.

    “As chuvas infelizmente são muito pequenas e a pior notícia é que não existem perspectivas de grandes chuvas até o final de janeiro”, ressalta.

    Para confortar, de acordo com o presidente da FecoAgro/RS, é que existem lugares no Rio Grande do Sul onde andou chovendo e se terá alguma recuperação de perdas.

    “Mas falando em geral, temos um momento difícil para a agropecuária do Rio Grande do Sul e consequentemente para sua economia. Teremos mais uma vez uma frustração de safra, resta saber o tamanho”, completa.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Clima adverso na Argentina: preços do trigo devem subir

    E isso deve encarecer o mercado do cereal no Brasil, avalia Carlos Cogo

    Com a safra 2022/23 encerrada, a produção de trigo na Argentina ficou 10 milhões de toneladas abaixo do ciclo anterior. Os dados da Bolsa de Grãos de Buenos Aires são consequência do clima adverso no país, que sofreu tanto com seca quanto com geadas.

    A situação adversa na Argentina faz com que a tendência seja a de que os preços do cereal subam e, assim, encareçam as importações brasileiras. É o que explicou o consultor Cargo Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, em entrevista ao Canal Rural. Cogo informou que o trigo brasileiro está, atualmente, mais barato que o da Argentina e o dos Estados Unidos, com os valores por saca de 60 quilos na casa dos R$ 100, R$ 143 e R$ 151, respectivamente. Porém, diante da quebra de safra da Argentina e do recorde de produção pelo Brasil, essa diferença deve diminuir.

    “No mercado interno, essa diferença tende a começar a encurtar a partir de fevereiro, março e abril”, pontuou Cogo. “Os moinhos vão ter que recorrer para o produto nacional em função dessa quebra de safra da Argentina, que reduziu extremamente o excedente argentino. A Argentina tinha quase 15 milhões [de trigo] para exportar no ano passado. Neste ano, tem quase 7 milhões”, prosseguiu o consultor.

    Chance de desabastecimento de trigo no Brasil?

    Questionado se há risco de o país enfrentar desabastecimento de trigo, Carlos Cogo destacou não acreditar nisso. Ele registrou que então maiores produtores do cereal antes da guerra, Ucrânia e Rússia estão voltando ao mercado internacional. Além disso, avisou que o Paraná conta com estoques do produto.

    O entrevistado, contudo, reforçou: os preços do trigo devem subir no Brasil no decorrer dos próximos meses. “Não há risco de desabastecimento, mas, com certeza, nós vamos ter a alta dos preços internos. Do trigo, primeiro. E depois, evidentemente, da farinha e dos derivados de trigo”, afirmou Cogo.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Anomalia da soja: pesquisa revela novas informações

    Estudos da Fundação MT identificaram dois fungos que podem ter relação direta com o quebramento de hastes e apodrecimento de vagens

    Com experimentos a campo instalados em Sorriso e Nova Mutum, municípios no norte e médio-norte de Mato Grosso, respectivamente, os pesquisadores da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) já avançaram em alguns pontos acerca da temática ‘anomalia das vagens de soja e quebramento das hastes’.

    O problema vem ocorrendo há quatro safras, especialmente nas lavouras do eixo da BR-163, e é acompanhado por uma rede composta por instituições de pesquisa, empresas de melhoramento genético, consultorias e sementeiras desde a safra 2021/22. Produtores do Sul do país, especialmente Paraná, também relatam eventos semelhantes.

    Resultados recém obtidos pela instituição apontam frequência de 50% de ocorrência do complexo de fungos Diaphorte/Phomopsis e 61% do fungo do gênero Colletotrichum spp, agente causal da antracnose, tanto na haste como na vagem de soja.

    A estratégia de coleta das amostras buscou contemplar os mais contrastantes cenários: plantas sintomáticas para anomalia e quebramento em cada uma das cultivares, a sensível e a menos sensível (não necessariamente imune a cada problema), bem como plantas sadias nas mesmas cultivares.

    Isso gerou a base de comparação necessária que a pesquisa precisa para dar o próximo passo na direção da compreensão das causas dos dois problemas. Os resultados indicaram a presença de Diaphorte em situações nas quais não havia nenhum sintoma externo de quebramento e anomalia, nem a presença de estrias.

    Resultados de análises moleculares

    A pesquisadora da área de Fitopatologia e Biológicos da Fundação MT, Karla Kudlawiec, uma das responsáveis pelos experimentos, destaca que agora estão sendo aguardados os resultados das análises moleculares.

    “Também vamos continuar com as coletas e avaliação ao longo do tempo de materiais semeados em outras épocas e verificar a frequência de ocorrência desses principais patógenos. Além disso, seguimos averiguando se tanto o quebramento da haste como anomalia das vagens são causados por um mesmo agente ou se são coisas distintas”, define.

    A parte molecular vai ajudar a entender quais são as espécies envolvidas e quais fatores podem modular a ocorrência ou não do problema, já que as análises encontraram o fungo Diaphorte mesmo quando não havia sintoma.

    A pesquisadora complementa que, embora essa linha de pesquisa seja a mais estudada nesse momento, outras linhas que envolvem a interação com nutrição das plantas e respostas de hipersensibilidade da planta ainda seguem em avaliação.

    Cenário da safra

    Até este momento da safra 2022/23, tanto a incidência como a severidade dos sintomas de anomalia das vagens e quebramento das hastes estão menores com relação ao ciclo passado. No entanto, os pesquisadores alertam que nada impede que esse cenário mude, inclusive já há progressão do problema.

    “De modo geral, em nossa estação em Sorriso e nas lavouras comerciais que tivemos reportes dos produtores, os sintomas nesta safra surgiram no estádio R6, diferente do ano passado que foi em R5 e R5.4”, explica Felipe Araújo, pesquisador de Fitotecnia e também responsável pelos experimentos.

    As diferenças, de acordo com os especialistas, podem estar relacionadas às condições climáticas do ciclo atual, com estádios fenológicos durando mais tempo e assim os sintomas sendo observados mais tarde. Outra possibilidade apontada para a menor severidade de sintomas pode ser, por parte do produtor, pela utilização de materiais genéticos menos sensíveis ao problema.

    Além disso, pela construção de programas de fungicidas mais robustos, que levam em conta desde a seleção de produtos como também a adição de mais produtos em cada timing, e a ampliação do tempo de cobertura da cultura pelo programa.

    Ação dos fungicidas contra a anomalia

    Há novidades positivas destacadas pelos pesquisadores em relação ao manejo da anomalia. Nos ensaios conduzidos pela Fundação MT, são avaliados fungicidas para mitigação do problema e os resultados variam de 4% a 24% de incidência com o uso de fungicidas e sem aplicações, respectivamente.

    “Várias misturas que envolvem distintos grupos químicos estão apresentando resultados positivos, assim como fungicidas multissítios também estão somando positivamente”, relata Karla.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/