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  • O que acontece se não declarar o ITR no prazo ?

    O produtor rural tem até a próxima sexta-feira, 30 de setembro, como prazo para a apresentação da declaração do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR)

    O produtor rural tem até a próxima sexta-feira, 30 de setembro, como prazo para a apresentação da declaração do Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). Entretanto, aqueles que não apresentarem até esta data, devem se atentar para as providências cabíveis caso deixem de realizar a declaração no prazo ou prestem alguma informação incorreta.

    Segundo o advogado Frederico Buss, da HBS Advogados, posteriormente, a declaração fica sujeita à homologação por parte do fisco. “A apresentação da declaração após este prazo sujeitará o contribuinte ao pagamento de multa de 1% ao mês ou fração de atraso sobre o imposto devido, além da multa e dos juros de mora pela falta ou insuficiência de recolhimento do imposto ou quota, no caso de imóvel rural sujeito à tributação”, destaca.

    O especialista lembra que o pagamento do ITR pode ser realizado em quota única ou em até quatro parcelas mensais, iguais e sucessivas, sendo a primeira até o último dia útil do mês de setembro e as demais até o último dia útil de cada mês seguinte. “No caso de pagamento fora do prazo, o valor será acrescido de multa de mora calculada à taxa de 0,33% por dia de atraso, não podendo ultrapassar 20%, calculada a partir do primeiro dia útil subsequente ao vencimento até o dia do pagamento; juros de mora equivalentes à Taxa Selic acumulada mensalmente desde o primeiro dia do mês seguinte ao vencimento até o mês anterior ao do pagamento; além de 1% no mês do efetivo pagamento”, reforça.

    Buss observa que, mesmo depois de efetuar a entrega da declaração, o contribuinte tem a opção de antecipar o pagamento, sem retificar a declaração, ou ampliar o número de parcelas, nesta hipótese mediante a apresentação de declaração retificadora. Outro ponto importante que merece destaque, de acordo com o advogado, é se o contribuinte, após a entrega da declaração, verificar que apresentou erros, omissões ou inexatidões, há possibilidade da apresentação de declaração retificadora. “Contudo, a retificação somente poderá ser realizada antes de iniciado eventual procedimento de lançamento de ofício por parte da Secretaria da Receita Federal, assim como deverá conter todas as informações antes declaradas com as respectivas alterações, exclusões e, se for o caso, informações adicionais”, ressalta.

    Por fim, o advogado ressalta dois itens que são objeto de frequentes apontamentos e discussões: o primeiro deles é que a Secretaria da Receita Federal, para fins de comprovação das áreas não tributáveis, tais como áreas de preservação permanente e de reserva legal, exige que o contribuinte apresente o Ato Declaratório Ambiental (ADA) ao Ibama, a cada exercício, e comprove a inscrição no órgão ambiental competente por meio do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Além disso, no caso de questionamento da Secretaria da Receita Federal com relação ao valor da terra nua, faz-se necessária a competente avaliação técnica, no intuito de subsidiar eventual impugnação, considerando que cada imóvel rural tem as suas peculiaridades e, consequentemente, o respectivo valor da terra nua e da terra nua tributável.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Bioinsumos movimentaram USD 330 milhões no Brasil

    Já há no País mais de 530 produtos para controle de pragas

    Cerca de 130 empresas de bioinsumos no Brasil movimentaram aproximadamente BRL 1,7 bilhão (USD 330 milhões) na safra 2020/2021, aponta pesquisa da Kynetec Brasil. A informação é do CEO da Promip, Marcelo Poletti, segundo o qual o aumento da oferta de insumos biológicos reforça eficácia do controle de pragas e potencializa rentabilidade e crédito ao produtor.

    Recentemente o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – anunciou o registro de novos defensivos agrícolas. “Destes, pelo menos 20 são de matriz biológica. Entre soluções químicas (semioquímicos e bioquímicos) e agentes biológicos (macrobiológicos e microbiológicos), já há no País mais de 530 produtos para controle de pragas”, afirma Poletti.

    Segundo ele, o aumento da oferta de soluções biológicas traz uma “boa notícia” ao produtor agrícola brasileiro, ao abrir-lhe caminho para a inovação e o atendimento a exigências por sustentabilidade. “Além de produtos comprovadamente eficazes, biológicos ganham tração ainda pela inocuidade à saúde das pessoas, dos animais e do meio ambiente”, afirma.

    Ao contrário do que ocorria no passado, aponta o especialista, os biológicos estão agora disponíveis no “canal de distribuição”, ou seja, disponíveis nas revendas e demais pontos de venda. Este novo cenário de oferta impacta favoravelmente no robustecimento das estratégias de manejo integrado de pragas (MIP).

    “Frente à nova era, disruptiva, do mercado de biológicos, um momento em que tais produtos passam definitivamente a fazer parte do dia a dia do produtor, sobem exponencialmente as perspectivas de sucesso dos programas de MIP nas diferentes culturas”, defende. De acordo com ele, empreendedores e especialistas anteveem um “ciclo altamente positivo para o agronegócio em face do avanço tecnológico e mercadológico dos bioinsumos”.

    O estudo da Kynetec reforça ainda a tendência de crescimento na adoção desses insumos, seja de maneira isolada (cultivos orgânicos) ou de forma integrada, nos chamados grandes cultivos – milho, soja, algodão etc. – e FLV: frutas, legumes e verduras.

    “Há, inclusive, expectativas de curto prazo no sentido de que os bioprodutos diminuam de maneira representativa inconformidades relacionadas a resíduos químicos de alimentos in natura”, afirma Poletti.

    De outro modo, afirma ele, a adoção de agentes biológicos potencializa ganhos do produtor com a redução de gases de efeito estufa, por meio de créditos de carbono. “Terá também, certamente, ampliado seu acesso a financiamentos sustentáveis, concedidos somente a negócios que contribuam para o equilíbrio no planeta”, conclui.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • ZARC do milho 2ª safra é publicado

    Os produtores devem seguir as recomendações contidas nas portarias de Zarc para ter direito ao seguro rural e Proagro

    Foram publicadas no Diário Oficial da União as Portarias 330 a 356 que aprovam o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), ano-safra 2022/2023, para o cultivo do milho de segunda safra e para o cultivo do consórcio do milho de segunda safra com braquiária.

    De acordo com as informações divulgadas pelo Ministério da Agricultura, o milho (Zea Mays L) é cultivado em sucessão a cultura de verão em muitas regiões do Brasil. Esse sistema de produção possibilitou a sustentação da produção de milho de segunda safra em níveis recordes e com uma sustentabilidade surpreendente.

    O milho consorciado com braquiária cultivado em sucessão a alguma cultura de verão, associado ao sistema plantio direto é uma das opções que apresenta maiores benefícios, como maior reciclagem de nutrientes, acúmulo de palha na superfície, melhoria da parte física do solo, pela ação conjunta dos sistemas radiculares e pela incorporação e acúmulo de matéria orgânica, além de ser mais sustentável.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Emissões de títulos sustentáveis batem recorde no Brasil

    Em 2020 e 2021, foram captados US$ 20 bi por esse tipo de papel

    As emissões de papéis ligados a projetos de sustentabilidade ou a metas de governança ambiental e social bateram recorde no Brasil. Segundo estimativas divulgadas na segunda-feira (26) pelo Banco Central (BC)em 2020 e 2021 foram lançados US$ 20 bilhões por meio desses títulos sustentáveis.

    Os números constam de um trecho do Relatório de Economia Bancária, que será completamente divulgado no próximo dia 6. Na segunda, a autoridade monetária divulgou apenas dados sobre as emissões de títulos relacionados à sustentabilidade por empresas brasileiras, no mercado doméstico e internacional.

    O volume de emissões foi estimado com base em dados da empresa de consultoria Natural Intelligence (NINT), que compila operações de crédito sustentáveis realizadas por empresas brasileiras. Com base nos dados da empresa, o BC constatou que o crescimento é exponencial. De 2015 a 2019, a emissão de títulos sustentáveis somou cerca de US$ 6 bilhões, um terço do registrado nos dois anos seguintes.

    De acordo com o Banco Central, o Brasil responde por pouco mais de 1% das emissões de títulos sustentáveis do mundo, que somaram US$ 1,6 trilhão em 2020 e 2021. Na América Latina, o país está em segundo lugar no volume de títulos, atrás do Chile.

    Composição dos títulos sustentáveis

    Em relação aos tipos de papéis sustentáveis, o BC apontou uma mudança. No ano passado, os Sustainability-Linked Bonds (SLB) ultrapassaram, pela primeira vez, os Green, Social, Sustainability Bonds (GSS). O primeiro tipo de papel está diretamente ligado a projetos sustentáveis. No segundo, os títulos estão ligados a metas de governança ambiental, social e corporativa (ESG, na sigla em inglês) que devem ser cumpridas pelos tomadores.

    “As emissões de SLB no ano de 2021 superaram, em quantidade e volume financeiro, o total de green bonds emitidos desde 2015. Os green bonds predominam entre os emissores bancários, enquanto, para as empresas não financeiras, destacam-se os SLB”, destacou o relatório do BC.

    As empresas não financeiras são as principais emissoras de títulos sustentáveis. Desde 2016, elas concentram 88% dos papéis desse tipo lançados no mercado externo e 89% do volume doméstico. “Os setores de papel e celulose e alimentos e bebidas são predominantes nas emissões no mercado externo, enquanto o de energia elétrica destaca-se nas emissões no mercado doméstico”, ressalta o relatório.

    “Em 2021, cerca de apenas 7% das emissões no mercado doméstico apresentaram características de sustentabilidade” — Banco Central

    A maior parte dos recursos levantados vem do exterior. O mercado internacional representa 74% do volume financeiro arrecadado pelas empresas desde 2015, com o mercado doméstico respondendo pelos 26% restantes. “Em 2021, cerca de apenas 7% das emissões no mercado doméstico apresentaram características de sustentabilidade, sendo tal proporção de 47% no caso das emissões externas”, explicou o relatório do BC.

    No mercado doméstico, os green bonds (títulos verdes) concentram a maior parte dos títulos sustentáveis. A maior parte das emissões ocorre por meio de debêntures (68%) e de letras financeiras (8%), mas também via outros instrumentos de investimento, como Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), Certificados Recebíveis Imobiliários (CRI), Fundos de Investimento Imobiliários (FII), Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC) e empréstimos.

    Riscos financeiros

    Apesar do volume recorde, o BC alerta para riscos na emissão de títulos sustentáveis para os emissores e tomadores. Os principais são o risco financeiro e o de imagem.

    “O risco financeiro decorre do aumento no custo da dívida em caso de descumprimento das metas quando o financiamento acontece sob a forma de SLB. O risco de imagem pode ser associado tanto ao descumprimento das metas como ao greenwashing [lavagem de dinheiro por meio de instrumentos verdes], prática que coloca em risco a própria reputação do mercado de emissões sustentáveis”, conclui a autoridade monetária do Brasil.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Embrapa: custos de produção do leite voltam a crescer

    Após três recuos consecutivos, os custos de produção de leite voltaram a subir. Dados do ICPLeite/Embrapa mostram um aumento de 3,0% em agosto, a maior inflação mensal desde maio/21.

    grupo Concentrado apresentou a maior variação, impulsionado pelo aumento de preços da mistura pronta e também da soja. Este grupo, que possui a maior contribuição para o cálculo do indicador, subiu 7,5%.

    grupo Energia e combustível apresentou a segunda maior alta motivada pelo reajuste na tarifa de energia elétrica, ocorrida em julho e que refletiu somente no mês seguinte. O reajuste no preço da energia suplantou a retração observada nos preços dos combustíveis, ainda devida à desoneração de tributos no varejo e redução de preços nas refinarias. Este grupo variou 6,6%.

    queda dos preços dos combustíveis, no entanto, foi o motivo da retração ocorrida no grupo Volumosos, o único grupo que apresentou deflação no mês, -1,8%, contribuindo para segurar o indicador, já que esse grupo possui o segundo maior peso relativo na ponderação do indicador.

    Os grupos Sanidade e reprodução e Qualidade do leite variaram 0,7% e 0,6%, respectivamente. O grupo Minerais não apresentou variação significativa e o grupo Mão de obra não variou.

    Os resultados para o mês de agosto obtidos para cada um dos grupos de custos que compõem o ICPLeite/Embrapa encontram-se no Gráfico 1.

    Gráfico 1. Variação em agosto/22, por grupos de despesa (em %)

    Gráfico custos de produção - Embrapa

    Nos oito primeiros meses do ano, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 4,3%, revertendo o movimento de queda observado no trimestre que o antecedeu.

    O grupo Mão de obra atingiu variação de 17,6%, seguido pelos grupos Minerais, que apresentou uma inflação acumulada de 12,5% no período. O grupo Sanidade e reprodução registrou o acumulado de 7,8%, seguido do grupo Qualidade do leite, que foi de 1,8%.

    A novidade neste mês foi o grupo Concentrado, que voltou a acumular variação positiva, 1,6%. As deflações ocorreram nos grupos Energia e combustível e Volumosos. Respectivamente, foram -12,3% e -0,7%

    Gráfico 2. Variação acumulada de jan/22 a ago/22, por grupos de despesa (em %).

    gráfico - embrapa

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Aplicativo ajuda produtor de soja a enfrentar escassez de fertilizantes

    Ferramenta está disponível gratuitamente para os sistemas Android e iOS

    O aplicativo Nutri Meio-Norte, módulo soja, é o recomendado pela Embrapa para os produtores dos cerrados do Piauí e do Maranhão, que iniciam o plantio da oleaginosa na segunda quinzena de outubro.

    O objetivo da ferramenta é ajudar os agricultores a enfrentar a escassez e os altos preços dos fertilizantes, que sufocam o setor agrícola mundial há sete meses, devido à guerra entre Ucrânia e Rússia (o conflito começou em 24 de fevereiro).

    No início de fevereiro, um dos fertilizantes mais usados, o saco de 50 quilos de cloreto de potássio, por exemplo, custava R$ 335,00. Hoje, já é vendido a R$ 420,00. Os russos estão em segundo lugar na produção de fertilizantes. O Canadá é o maior produtor. O Brasil ainda tropeça na produção destes insumos e importa 95% do cloreto de potássio usado nas lavouras das cinco regiões do país.

    Usando um smartphone ou tablete, o agricultor pode baixar o aplicativo gratuitamente na internet pelos sistemas Android (Play Store) e iOS (App Store). Em poucos segundos de manejo, o Nutri Meio-Norte já disponibiliza um balanço nutricional da plantação de soja, com as quantidades de nutrientes e corretivos que a lavoura precisa. Essa tecnologia traz velocidade, precisão na gestão de uma lavoura de soja e economia, já que a cultura necessita de insumos cotados em dólar.

    Passo a passo

    Em poucos passos, o produtor pode obter esse balanço nutricional, como orienta o pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Henrique Antunes, um dos responsáveis pelas informações técnicas.

    “Primeiro, ele tem que realizar a análise foliar da lavoura, feita por um laboratório especializado. Após abrir o aplicativo, o agricultor deverá inserir na página ‘análise foliar’ dados obtidos na análise laboratorial das amostras de sua lavoura, como as quantidades dos macro e micronutrientes encontrados. Depois, ele deve escolher o método de análise, Recomendação e Dianóstico (DRIS) ou Diagnose da Composição Nutricional (CND), e clicar no botão ‘enviar’”.

    Em seguida, aparecerão os índices nutricionais em formato de gráficos de barra e radar. “Ele deve clicar, então, em ‘gerar relatório’ para abrir um formulário a ser preenchido sobre dados da propriedade, em talhão ou lavoura, como área plantada, data da coleta da folha diagnóstica e algum manejo realizado na área”.

    Finalmente, ao clicar em ‘baixar’, os resultados gerados são armazenados no dispositivo em forma de relatório que pode ser compartilhado por e-mail ou programas de mensagens, como o WhatsApp”, explica. O cientista destaca que, com o resultado, o produtor pode “adequar a adubação e ter eficiência no uso de nutrientes”.

    Análises na soja

    A análise de tecido vegetal, que é conhecida também como análise foliar, tem como princípio básico de amostragem a seleção de partes da planta, como as folhas. No cerrado piauiense, hoje, as análises são feitas no laboratório de solo da Universidade Federal do Piauí (UFPI), no município de Bom Jesus, a 603 quilômetros ao sul de Teresina. No Maranhão, os produtores podem procurar o laboratório Terra Brasileira, no município de Balsas, a 799 quilômetros de São Luís.

    De acordo com os pesquisadores envolvidos na ferramenta, o próximo passo é desenvolver um módulo com feijão-caupi (feijão-de-corda), que também apresentará o balanço nutricional da planta.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Soja: 90% dos inoculantes biológicos comprados no país são voltados à cultura

    Inoculação da oleaginosa com bactérias fixadoras de nitrogênio faz país economizar cerca de 14 bilhões de dólares com fertilizantes nitrogenados, segundo a Embrapa

    O mercado de insumos biológicos ultrapassou a marca de 90 milhões de doses de inoculantes comercializadas na última safra, segundo dados da Associação Nacional de Produtores e Importadores de Inoculantes (Anpii). E as lavouras de soja têm se mostrado terreno fértil a essa expansão.

    Isso porque a utilização de microrganismos em diversas culturas ganhou ainda um impulso extra nos últimos meses devido ao cenário de instabilidade na oferta internacional e da alta valorização dos fertilizantes químicos, especialmente os nitrogenados.

    A inoculação é um processo de biofertilização, em que são adicionados às sementes microrganismos que buscam trazer benefícios às plantas. Essas bactérias, ou fungos, são capazes de capturar os macro ou micronutrientes que já encontram-se presentes no solo ou no ar e transformá-los em uma composição que possa ser melhor fixada pela planta, garantindo maior absorção desses elementos e, consequentemente, maior desenvolvimento.

    Fixação biológica de nitrogênio

    O tipo de inoculação mais utilizado é à base de Bradyrhizobium, uma bactéria que promove a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). No entanto, existem também inoculantes que utilizam outros tipos de bactérias ou fungos, com atuação destacada para a fixação de diferentes elementos ou nutrientes, como para solubilização de fósforo contido no solo. Acredita-se que 70% do fósforo lançado fica preso no solo e a planta não o absorve.

    “Além deste fornecimento de nutrientes a baixo custo, diminuindo ou eliminando a necessidade de fertilizantes químicos, muitos inoculantes estimulam ainda a produção de hormônios de crescimento nas plantas, maior desenvolvimento do sistema radicular e, por consequência, melhoria da resistência das plantas a situações de estresse hídrico ou climático. Além disso, oferecem também defesa natural à planta, produzindo antibióticos para protegê-la contra doenças e infecções”, conta a gerente de produtos biológicos da Vittia, Cibele Medeiros.

    Inoculantes na soja

    A pesquisadora destaca que além das elevadas produtividades nas culturas de leguminosas, os inoculantes também têm se mostrado poderosos aliados em outras lavouras, como as de trigo e aveia.

    “Em todas essas culturas já temos comprovação de alta eficiência, mas na sojicultura os resultados são ainda mais evidentes. É uma característica própria da soja e da associação que estabelece com as bactérias inoculadas. Uma relação simbiótica de alta eficiência”, explica. De acordo com a Anpii, das mais de 90 milhões de doses comercializadas na safra 2020/21, aproximadamente 80 milhões foram usadas na cultura da soja, ou seja, aplicações na cultura representam cerca de 89% deste mercado.

    Aumento de produtividade

    A adição anual do bioinsumo aumenta em mais de 8% a produtividade geral da soja, e é considerada indispensável em áreas que nunca produziram a oleaginosa ou que não são cultivadas há longos períodos.

    Segundo dados da Embrapa, considerando apenas a inoculação da soja com bactérias fixadoras de nitrogênio, o Brasil economiza, anualmente, cerca de 14 bilhões de dólares, que deixam de ser gastos com fertilizantes nitrogenados.

    “Mesmo com o alto investimento em pesquisa e tecnologia, são tecnologias com excelente custo-benefício ao produtor. Enquanto fertilizantes nitrogenados, como a ureia, custam em média acima de R$ 500 por hectare, os inoculantes para soja têm um custo médio aproximado entre R$ 8 a R$ 15 por hectare”, diz a especialista.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Plantio direto pode aumentar em 11% a eficiência do uso de água na soja

    Sistema promove maior produtividade do recurso hídrico, com menos gasto de energia. Estudo foi conduzido por duas Embrapas, Esalq e universidade norte-americana

    O sistema de plantio direto pode trazer 11% a mais de produtividade de água na cultura de grãos. A constatação resulta de experimentos conduzidos em São Paulo por cientistas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), da Embrapa Solos (RJ) e da Embrapa Meio Ambiente (SP), em parceria com a Universidade da Flórida.

    Os pesquisadores avaliaram a evapotranspiração e a eficiência da água na cultura da soja em ambiente tropical, utilizando dados de uma estação agrometeorológica. O estudo também mostrou, na simulação, que a irrigação acionada com mais de 60% da água disponível no solo não resultou em aumento na produtividade dos grãos. Isso quer dizer que o aumento da oferta do líquido para a cultura não fez com que ela produzisse mais.

    O pesquisador da Embrapa, Alexandre Ortega, explica que a economia de água registrada no caso do plantio direto é maior porque o sistema mantém material vegetal cobrindo o solo, o que evita perdas por evaporação, e a umidade para a cultura. O uso de menor quantidade de água acaba por favorecer, ainda, a redução dos custos energéticos do sistema de irrigação.

    Transpiração da planta

    A produtividade de água, também conhecida como eficiência no uso de água (EUA), é a razão entre o rendimento final da cultura (grãos, frutos e folhas) e a evapotranspiração sazonal, compreendida desde a semeadura até a colheita. A evapotranspiração refere-se à “perda” conjunta de água – ou melhor, à transferência de água para a atmosfera – causada pela evaporação a partir do solo e pela transpiração das plantas.

    Os resultados da pesquisa foram obtidos em campo, a partir de dois experimentos com soja conduzidos no sítio experimental da Esalq, em Piracicaba (SP). O primeiro, em plantio convencional, e o segundo, em plantio direto com resíduo vegetal deixado na superfície. Ambos utilizaram a mesma cultivar BRS 399-RR, que possui hábito de crescimento indeterminado e é classificada como grupo de maturidade 6.

    Os dois experimentos também tiveram a mesma população de plantas e foram irrigados. O manejo da irrigação consistiu em atender a necessidade hídrica total da cultura. A frequência e a quantidade de água foram baseadas em um balanço hídrico suportado pela evapotranspiração de referência, calculada com variáveis meteorológicas medidas no local do experimento.

    Modelo de precisão na soja

    Os pesquisadores aplicaram, nos experimentos, o modelo CROPGRO – Soybean, capaz de simular com precisão a evapotranspiração da cultura da soja. O modelo forneceu boas previsões de evapotranspiração diária e cumulativa, quando comparada aos dados medidos em campo. Esse modelo é amplamente utilizado e integra a plataforma Sistema de Apoio à Decisão para Transferência de Agrotecnologia (DSSAT, na sigla em inglês).

    “A previsão do rendimento das culturas, a evapotranspiração e a produtividade da água são aspectos essenciais para a gestão do recurso hídrico e a intensificação sustentável da agricultura. É um processo voltado à estimativa da produtividade hídrica e, portanto, importante para o gerenciamento eficiente da água dos sistemas de cultivo. Estimativas precisas de evapotranspiração das culturas ajudam a melhorar a eficiência do uso da água”, enfatiza o pesquisador da Esalq, Evandro Moura da Silva.

    Segundo o pesquisador da Embrapa, Evaldo Lima, devido à posição expressiva da soja para a produção de alimentos e de rações, é importante a realização de pesquisas que simulem, por exemplo, o crescimento, o rendimento e a produtividade da água para a cultura. “Nesse sentido, esse estudo é relevante e serve para simular em ambiente tropical os parâmetros de água no sistema solo-planta-atmosfera de maneira satisfatória para a cultura da soja”, afirma.

    Plataforma e modelo utilizados

    O Sistema de Apoio à Decisão para Transferência de Agrotecnologia é uma plataforma que ajuda na modelagem do crescimento, do desenvolvimento e da produtividade de uma cultura em uma área uniforme, com base em informações fornecidas ou simuladas sobre nitrogênio, carbono, água e solo. Essas informações são associadas aos elementos meteorológicos registrados em determinado período, que servem como dados de entrada do modelo. São ainda combinadas aos modelos de cultura, com o intuito de desenvolver estudos na área de manejo.

    A plataforma usa uma função assintótica, isto é, descreve o comportamento de limites do índice de área foliar diária com um coeficiente de extinção de energia da cultura, e as partições referenciam a evapotranspiração, separadamente, para a evaporação da água do solo e a transpiração da cultura. Ou seja, as ferramentas são capazes de particionar a evaporação de água do solo que a planta não utiliza da transpiração da cultura, água que de fato entra na planta.

    As ferramentas da plataforma podem determinar o índice de área foliar diária da relação entre a área de folhas verdes e quanto a planta ocupa de espaço do terreno. Quanto maior o resultado dessa relação, mais área de folha por metro quadrado é observada e, consequentemente, mais fotossíntese e produção de matéria seca ocorrem. Dentro da plataforma DSSAT existe uma gama de modelos para diferentes culturas: Ceres-Maize (milho), Ceres-Sorghum (sorgo), Ceres-Rice (arroz), Ceres-Barley (cevada), Ceres-Sunflower (girassol), CROPGRO-Soybean (soja).

    Modelo gratuito

    O CROPGRO-Soybean, modelo para a cultura da soja, é capaz de descrever os principais processos biofísicos da planta, como fotossíntese; particionamento de biomassa; respiração; dinâmica da água; crescimento foliar, raiz e caule; fenologia e evapotranspiração. O modelo simula o crescimento da soja, biomassa acima do solo, tempo de eventos fenológicos – repetitivos e relacionados ao ciclo de vida das plantas – e, em última análise, prevê o rendimento final em uma ampla gama de ambientes e para diferentes cenários de manejo.

    A demanda de água da cultura pode ser obtida como o produto da evapotranspiração de referência e o coeficiente da cultura, resultando na evapotranspiração estimada. Tais processos são simulados com base nos dados de entrada e nos parâmetros fisiológicos da cultura.

    A Embrapa contribuiu para o desenvolvimento do modelo, que pode ser baixado gratuitamente.

    Uso sustentável da água

    De acordo com as Nações Unidas, a previsão é que a população global chegue a 9,7 bilhões em 2050, representando um aumento de 30% em relação ao número atual de habitantes do planeta. Ao mesmo tempo, espera-se que o consumo mundial de carne bovina e produtos lácteos cresça devido a uma maior renda média per capita. Combinados, esses fatores levarão a um acréscimo de 50% a 70% na demanda por alimentos e rações e, potencialmente, aumentarão a escassez de água em todo o mundo.

    A agricultura é responsável por 70% das retiradas globais de água doce, sendo o déficit hídrico o fator mais limitante da produção agrícola. Portanto, aumentar a produtividade da água da cultura pode ajudar a reduzir o impacto negativo de chuvas instáveis na estação e otimizar o uso da água para sistemas de cultivo irrigados. Iniciativas como essas devem contribuir para o uso sustentável da água e a produtividade agrícola, resultando, em última análise, em melhor segurança alimentar e nutricional.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Produtividade da soja nesta safra pode ser 17% maior, aponta consultoria

    De acordo com a AgResource, incidência do La Niña sobre a cultura tende a ser mais amena

    AgResource Brasil, filial da empresa norte-americana AgResource Company, divulgou sua estimativa para a safra 2022/23 de soja que se inicia. A estimativa indicou uma área total para de 42,61 milhões de hectares, produtividade em 3.549 kg por hectare (59,1 sacas/ha) e produção total de 151,24 milhões de toneladas.

    Segundo a estimativa, se consolidada, a safra será 20,4% maior que o ciclo anterior, que tem as estimativas atuais indicando a produção total em 125,6 milhões de toneladas. Esta maior produção deve ser decorrente do incremento projetado de 2,78% na área colhida, mas, principalmente, por conta da produtividade projetada a ser 17,2% maior que no ciclo 21/22, indicada em 3.029 kg por hectares (50,4 sacas/ha).

    La Niña menos prejudicial à soja

    De acordo com o analista de mercado da consultoria, João Pedro Thieme, apesar de o La Niña ainda atuante até o início de 2023, os modelos de previsão do tempo indicam que outros componentes climáticos poderão trazer condições mais favoráveis (comparado à safra passada) para a safra brasileira, concentrando maior risco na Argentina e no extremo sul do Brasil.

    “Além disso, as alterações de manejo podem ajudar o produtor da região centro-sul a mitigar parte do risco como em anos anteriores. O histórico das safras não indica redução de produtividade por dois anos consecutivos (mesmo quando tivemos três anos de La Niña seguidos). Nesse caso, a produtividade costuma retornar para mais próximo da linha de tendência” aponta.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Giberela: Uma das doenças com maior potencial de danos

    O fungo se desenvolve em condição de alta precipitação

    A Giberela (Gibberella zeae), doença fúngica que ataca o trigo, pode causar perdas significativas de produtividade e produção de grãos na cultura. O fungo se desenvolve em condição de alta precipitação, com incidência de chuva por períodos de 48 a 72 horas, e temperaturas amenas, entre 20 e 25ºC.

    A identificação das plantas afetadas se dá pela senescência antecipada das espiguetas, glumas com coloração salmão e alteração nas aristas. O estádio mais vulnerável do trigo é o período reprodutivo, onde a infecção pode ocasionar deficiência na formação de peso e tamanho dos grãos, abortamento de flores, produção de grãos “chochos”, enrugados e de coloração alterada. Após o florescimento, o patógeno não causa o chochamento do grão, contudo, pode haver acumulo de micotoxinas nocivas à saúde humana e animal.

    Para evitar ou minimizar os danos da doença, é indispensável a adoção de práticas integradas, como o manejo preventivo, realizado com rotação cultural, planejamento da semeadura e controle químico, visto que, atualmente as cultivares de trigo não apresentam nível satisfatório de resistência ao fungo. Estudos apontam que o controle químico é a ferramenta mais utilizada, apesar da taxa de eficiência atingir no máximo 60%.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/