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  • Conab estima perda em áreas de trigo

    Chuvas ocorridas no ponto de colheita diminuíram a qualidade dos grãos

    Progresso: 35.6% Colhido; 0.5% Desenvolvimento Vegetativo; 5.3% Floração; 28.5% Enchimento de Grãos; 30% Maturação;

    Semana Anterior: 30.6% Colhido; 1.4% Desenvolvimento Vegetativo; 11.6% Floração; 31.7% Enchimento de Grãos; 24.8% Maturação;

    Conforme indicado pelo último monitoramento semanal das condições das lavouras, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), algumas lavouras apresentam perdas em decorrência das chuvas ocorridas nas últimas semanas.

    No Rio Grande do Sul, na região do Alto Uruguai, a colheita ocorre lentamente. Nas Missões e Itaqui-São Borja, a operação está adiantada e mais intensa. As lavouras colhidas estão com boas produtividades. No Planalto Superior e parte do Planalto Médio, as chuvas ocorridas propiciaram o desenvolvimento da giberela nas lavouras em florescimento e início do enchimento de grãos.

    No Paraná, as áreas colhidas apresentam produtividade abaixo do esperado. As chuvas ocorridas no ponto de colheita diminuíram o PH do grão e sua qualidade. Estima-se que 12% das áreas cultivadas estejam em situação ruim. As lavouras em melhores condições são as mais tardias.

    Em Santa Catarina, a colheita avança, porém as chuvas frequentes favorecem as doenças fúngicas de final de ciclo. São registradas perdas qualitativas e quantitativas em algumas lavouras, principalmente as que se encontram em floração.

    PROGRESSO DA SAFRA

    Semana de 16 a 22 de outubro de 2022

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Falta de umidade no solo limitou avanço do plantio da soja

    Contudo, chuvas avançam e favorecem a retomada do ritmo

    Progresso: 56.8% Emergência; 43.2% Desenvolvimento Vegetativo

    Semana Anterior: 55.8% Emergência; 44.2% Desenvolvimento Vegetativo

    De acordo com o último monitoramento semanal das condições das lavouras, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 22 de Outubro algumas lavouras do país tiveram problemas em relação à falta de umidade no solo. Contudo, as chuvas avançaram em algumas regiões permitindo a retomada da semeadura.

    No MT, o plantio avança rapidamente, com 63,9% semeado. Porém, no Sudeste e Leste algumas propriedades paralisaram os trabalhos devido a falta de umidade no solo. Em GO, a redução das precipitações causou uma diminuição da intensidade do plantio. Em MS, a diminuição das chuvas permitiu uma maior evolução do plantio e melhoria no desenvolvimento.

    Em TO, algumas áreas foram semeadas em Caseara e Alvorada. Em SP, a redução das chuvas permitiu um avanço no plantio. No RS, os agricultores seguem com cautela o plantio, devido ao receio de nova influência do La Niña. No PR, a continuidade do tempo úmido e frio causou leve piora na situação de algumas lavouras, porém a maioria apresenta bom desenvolvimento.

    PROGRESSO DA SAFRA

    Semana de 16 a 22 de outubro de 2022

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Enfezamento pode reduzir em mais de 70% a produção de grãos

    Cultura do milho segue enfrentando um dos principais desafios fitossanitários de sua história

    A cultura do milho segue enfrentando um dos principais desafios fitossanitários de sua história, o enfezamento, que pode reduzir em mais de 70% a produção de grãos em plantas suscetíveis, de acordo com informações da Embrapa. Além de cuidar para que a área esteja livre de plantas de milho voluntárias (tiguera ou guaxas), outro método que pode colaborar com a redução da incidência do problema é o tratamento de sementes, que auxilia na proteção da planta de milho até ela emergir e ganhar suas primeiras folhas.

    Segundo o especialista em cultura do milho da Bayer, Paulo Garollo, tratar as sementes é uma prática de manejo determinante para manter longe da lavoura recém implantada de milho, os adultos das cigarrinhas (Dalbulus Maidis), inseto vetor e disseminador do complexo de enfezamento. “Esse manejo pode trazer uma eficiência de até 90% no início da semeadura, isso diminui sensivelmente a incidência da praga na lavoura, além de facilitar o manejo contra ela mais para a frente. Ou seja, é mais um cuidado preventivo que ajudará a evitar que o problema saia do controle”, comenta.

    Um dos tratamentos de sementes que tem apresentado maior eficiência e bons resultados no campo é o grupo químico dos neonicotinóides, comenta Garollo, que não só colaboram com o manejo da cigarrinha, mas também de outra praga difícil de controlar, o percevejo barriga verde.

    “A primeira dica para o produtor é observar se o tratamento de sementes adquirido tem registro na praga alvo, neste caso a cigarrinha, com a dose específica para ela. Alguns produtos comerciais recomendam maiores doses para cigarrinha, em relação ao percevejo, por exemplo.”

    Tratamento industrial X Na fazenda

    No ato da compra de sementes, o produtor tem a opção de escolher se as sementes já serão entregues com o tratamento industrial (TSI) ou farão a aplicação do revestimento na própria fazenda. Segundo Garollo, apesar dos custos parecerem mais baixos quando a opção é fazer por conta própria, vários fatores demonstram que isso não compensa.

    “O tratamento feito com máquinas industriais garante que cada semente receba a quantidade exata do ingrediente ativo, de maneira homogênea e com maior aderência. No tratamento feito na fazenda, o produtor terá que dividir o tempo que já é corrido durante a semeadura para fazer o processo e, não conseguirá se dedicar como deveria. Além disso, o ingrediente ativo é colocado no tanque de mistura e não há garantia de que cada semente receberá a quantidade certa do mesmo, sendo capaz de gerar imperfeições que podem comprometer a proteção individual das plantas, além de aumentar a chance de travar a distribuição da plantadeira”, comenta o especialista em cultura do milho.

    O tratamento industrial também evita que sementes fora do padrão de tamanho sejam repassadas ao produtor e que os maquinários específicos não causem fissuras ou rachaduras durante a aplicação dos ingredientes ativos. Já na fazenda, o manejo é mais rústico, realizado normalmente em tanques que podem gerar dano à semente.

    “Se após o tratamento na fazenda a semente tiver uma fissura ou rachadura há grande chance de isso gerar doenças no período de emergência, ou mesmo facilitar a entrada de fungos que causam a morte de plantas antes mesmo de emergir. Ou seja, a economia gerada no tratamento trará prejuízos por conta dessa lavoura desuniforme e com falhas”, comenta Garollo. “Essa é uma dor de cabeça desnecessária, já que o custo benefício não compensa.”

    Cuidados no armazenamento

    Definido o método de tratamento, outro ponto de atenção que pode mudar drasticamente a eficácia dessa estratégia é o armazenamento das sementes. Segundo o especialista da Bayer, o produtor precisa estar atento ao momento combinado do recebimento da semente e que seja adequado ao calendário de início de plantio do milho, para não estender o tempo de galpão desta semente.

    “Uma semente tratada armazenada por muito tempo pode perder a qualidade fisiológica e com isso ter seu potencial germinativo e o vigor reduzidos. É claro que o local de armazenamento também deve ser adequado, o espaço não pode ser muito quente e abafado. O ideal é optar por guardá-las sobre estrados, para garantir a boa circulação de ar e menor captação de umidade do solo, assim como evitar colocá-las próximas ao adubo ou sal para alimentação animal, que capturam umidade que podem ser transmitidas para as sementes”, diz Garollo.

    Caso o produtor já tenha iniciado o plantio e tenha que interromper os trabalhos, principalmente em função das chuvas, é importante que as sementes armazenadas nos tanques da plantadeira não entrem em contato com a umidade.

    “Manter as sementes nos depósitos da plantadeira de um dia para o outro não é um problema. Entretanto, este maquinário precisa ficar fora da chuva, guardado em um barracão, ou mesmo sob uma lona para que as sementes não entrem em contato com a umidade. Se elas tiverem contato com a umidade, além de ter boa chance de começarem a germinar, podem inchar, travar no disco e estragar o plantio”, comenta Garollo.

    Manejo integrado e monitoramento

    Garollo destaca que o tratamento de sementes isoladamente não é suficiente para minimizar o nível de incidência e os prejuízos causados pela cigarrinha. Também se juntam ao Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD) a escolha de híbridos mais tolerantes, eliminação do milho voluntário e o monitoramento recorrente das áreas. Isso porque nem todo agricultor planta na mesma data e, como as cigarrinhas são capazes de se deslocar por grandes distancias por dia (acima de 20 km em um dia), a explosão de população pode acontecer até de um dia para o outro, por isso é importante ficar atento e agir antes de perder o controle.

    “Tomados todos esses cuidados iniciais, o produtor deve ficar atento e seguir monitorando suas áreas. E, ao notar que a população de cigarrinha está aumentando, já optar pelo controle químico, completando as ações para minimizar os prejuízos gerados pelo complexo de enfezamento. Cada uma destas ações de manejo se complementam e diminuem a população da cigarrinha, aumentando a chance de sucesso”, finaliza o especialista.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Preparo para a seca já deve ser iniciado neste ano

    Para se manter na atividade da pecuária todo produtor sabe que o planejamento é fundamental
    Se antecipar, prever situações e estar preparado para possíveis adversidades são garantias de sucesso dentro e fora da porteira. Por isso, o produtor rural já deve estar preparado para a seca de 2023.

    Isso mesmo, o período das águas está chegando e o produtor já deve estar de olho na seca do próximo ano, quem afirma isso é o diretor técnico da Nutroeste, Luiz Antonio Monteiro. Segundo ele, quem não se preparar agora para a seca do ano que vem, vai ter problemas. “Os problemas sempre se repetem ano a ano”, diz ele. Monteiro, que também é agrônomo e mestre em zootecnia, explica que o primeiro passo é fazer uma análise de solo. “Para melhorar a qualidade desse solo, o produtor pode usar o gesso e o calcário, pois assim estaremos dando condição ao capim para ter um crescimento mais vigoroso durante as chuvas.”, orienta.

    O especialista esclarece que o gesso é importante porque tem o papel de puxar a raiz da planta para baixo, o que faz que a planta puxe mais água no período seco. “Essa preparação com o calcário pode começar entre os meses de setembro e dezembro, não importa qual desses meses, o importante é que se faça”, pontua Monteiro.

    Ele lembra também que é só após o uso do calcário que o pecuarista deve pensar em outra adubação como o fosfato, por exemplo.

    Quando usar as outras adubações

    Outra dica importante do especialista é sobre a aplicação do calcário. Ele explica que quando o produtor aplica só o calcário sobre o pasto e não passa uma niveladora, ele vai precisar de mais tempo para ter a reação no solo. “O esperado é chegar, pelo menos um ano depois, em uma saturação por base de no mínimo 60%. Se conseguirmos isso, aí sim a adubação fosfatada, nitrogenada, potássica poderão ser feitas”, lembra ele.

    Monteiro também afirma que o pecuarista deve avaliar se aquele pasto precisa ser reformado ou precisa apenas ser realimentado. “Se tiver capim você joga a comida e ele vai crescer. Se não tem capim, precisa começar do zero”, orienta.

    Outra alternativa importante, acrescenta o agrônomo, é produzir comida para os animais, ou seja, plantar sorgo, milho, capim para fazer o silo. Monteiro observa que é preciso ter alternativas de alimentação na seca, principalmente, para os animais mais novos. “Esse produtor pode fazer uma silagem do próprio capim que tem na propriedade, ou plantar um capiaçu, sorgo forrageiro ou milho para silagem. O importante é ter comida garantida para seca”, explica.

    Silo de superfície

    Uma boa fonte de alimentação é o silo dentro do próprio cercado para os bezerros. Monteiro conta que o pecuarista pode optar por um silo de superfície que é muito simples de ser produzido. “O produtor deve colocar uma madeira para o silo não sair e uma cerca elétrica de modo que o animal consiga comer sem colocar a mão dentro do silo”, ensina o especialista.

    Monteiro diz que com o silo de superfície, o produtor vai precisar colocar uma quantidade pequena de ração, uma vez por dia, para que tenha o ganho de peso desejado. “Em bezerro desmamado, por exemplo, nós queremos um ganho de mais ou menos 600g por dia, que serão três arrobas durante o período de seca. Esse ganho é considerado excelente”, diz.

    Ele conta ainda que já acompanhou casos de produtores que fizeram uma arroba de bezerro por R$ 140,00, que é considerado um custo excepcional. “O silo de superfície também é conhecido como “self service”, no qual o animal tem alimentação disponível 24 horas por dia e fica assim até chegar a época das águas. Dessa maneira, o produtor economiza o trato dos animais”, acrescenta ele.

    Monteiro ainda faz uma conta rápida para entender o custo para o produtor. “É super simples de entender. O bezerro vai consumir por dia de 10 a 12kg de silagem e 0,5% do peso dele em ração, ou seja, um bezerro de 200Kg vai comer 1kg de ração por dia. Assim conseguimos baixar custos para obter um resultado razoável lá na frente”, finaliza ele.

    Fonte: https://www.agrolink.com.br/

  • Plantio da soja segue em ritmo lento no Rio Grande do Sul

    Por outro lado, a Emater avisa: a semeadura do milho avança no estado

    No Rio Grande do Sul, o plantio da soja ainda está em ritmo lento. Por outro lado, a semeadura do milho segue avançando no estado gaúcho. Os dados sobre as duas culturas constam no boletim semanal divulgado pela Emater-RS.

    O Rio Grande do Sul já está liberado pelo zoneamento agrícola de risco climático a semear a soja desde o dia 11 de outubro, mas os produtores estão cautelosos e retardando o plantio. Isso porque este deverá ser mais um ano com a incidência do fenômeno La Ninã.

    Diante dessa condição climática, o plantio precoce da oleaginosa faz com que a florada venha em dezembro, quando os índices de chuvas podem estar abaixo do esperado. Outro fator é que as temperaturas ainda estão baixas no estado sulista, o que atrasa a germinação.

    Na região de Bagé, especificamente a falta de chuvas desacelerou o preparo do solo. Dessa forma, o estado prevê plantar 6,5 milhões de hectares com a soja e, assim, voltar a marca das 20 milhões de toneladas.

    Soja, milho e culturas de inverno

    No milho, a semeadura alcança 70% das áreas e também tem ritmo lento, especialmente no norte gaúcho, onde choveu bastante. Nas regiões de Ijuí e Passo Fundo, a semeadura ultrapassa 92%. Em Erechim, o plantio foi concluído.

    Por fim, nas culturas de inverno segue o bom desenvolvimento do trigo, da canola, da cevada e da aveia. O que confirma, assim, as altas produtividades aguardadas.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Estresse térmico: quais os efeitos na produção de leite?

    O estresse térmico é uma condição fisiológica que ocorre quando a taxa de ganho de calor, excede a perda devido às altas temperaturas do ambiente. Com isso, a vaca sai de sua zona de conforto térmico e o resultado desencadeia uma série de respostas fisiológicas que levam a perdas importantes, tanto financeiras quanto de produção.

    Os fatores que causam o estresse térmico são:

    • Ambientais: relacionados às condições climáticas como temperatura, umidade, radiação solar e velocidade do vento; também ao manejo das instalações realizado sem visar o bem-estar;
    • Fisiológicos: envolvidos à dissipação de calor como aumento dos batimentos cardíacos, sudorese, diminuição da ingestão de alimentos e aumento do consumo de água;
    • Clínicos: associado à ocorrência de alcalose respiratória, acidose metabólica, além de problemas hepáticos;
    • Comportamentais e produtivos: envolvem a redução da ruminação, aumento do tempo de ócio, diminuição dos teores de gordura no leite, redução de volumoso e entre outros.

    Os efeitos na bovinocultura de leite são:

    • Diminuição da produção leiteira;
    • Redução do teor de sólidos do leite (gordura e proteína);
    • Aumento da contagem de células somáticas e bacteriológicas;
    • Redução da ingestão de alimentos, logo, do consumo de matéria seca;
    • Redução da eficiência alimentar;
    • Diminuição da fertilidade e da taxa de concepção;
    • Afeta diretamente o sistema imunológico, o que acarreta no aumento de incidência de doenças como mastite, retenção de placenta, cetose e até mesmo pode levar ao aborto;
    • Aumento da mortalidade dos bezerros e da porcentagem de descartes;

    Saber identificar os animais que estão em estresse térmico é fundamental para o sucesso da atividade leiteira. Nesse cenário, vale ressaltar que além dessa condição, ocorrências como infecções, doenças e lesões também podem causar hipertermia nos animais.

    De modo geral, é preciso ter atenção aos sinais de boca aberta, língua para fora, respiração ofegante e aumento da salivação. Assim, é importante que o produtor realize o monitoramento correto e busque por garantir o bem-estar, uma vez que o estresse térmico impacta diretamente na saúde, na reprodução e na produção dos animais.

    Fonte: https://www.milkpoint.com.br/

  • Pesquisa usa fragmento de DNA de planta selvagem contra doença que ataca o trigo

    Pesquisadores consideram projeto como início da busca por marcadores genéticos relacionados à resistência à brusone

    Um fragmento de DNA originário de um parente selvagem do trigo, denominado elemento de translocação 2NS/2AS, pode ser responsável pelo maior avanço para combater a brusone no cereal. Cientistas da Embrapa Trigo (RS) e do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT) conseguiram resultados promissores com a técnica. “Nas plantas com 2NS/2AS, a severidade da brusone se mostra até 50% menor em comparação com aquelas que não contam com a translocação”, conta o pesquisador Pawan Singh, chefe do Departamento de Fitopatologia em Trigo do CIMMYT.

    De acordo com informações da Embrapa, a chamada translocação 2NS/2AS, é um fragmento de um cromossomo retirado do Aegilops ventricosa espécie selvagem parente da planta cultivada. A primeira cultivar desenvolvida contendo 2NS foi a VPM1, na França, no fim da década de 1960. Depois disso, essa cultivar foi cruzada com outras e a translocação 2NS/2AS ganhou o mundo, principalmente por meio dos cruzamentos realizados no CIMMYT. Como base de pesquisas, a instituição internacional conta com quatro viveiros de brusone na Bolívia e em Bangladesh, onde são avaliadas mais de 15 mil linhagens de trigo por ano para verificar fontes de resistência genética à doença.

    Os pesquisadores consideram o 2NS/2AS o início da busca por marcadores genéticos relacionados à resistência à brusone. Esse trecho, associado a outros que ainda serão identificados, poderá ser a chave para uma cultivar resistente à doença, de acordo com os cientistas. Trata-se de um longo trabalho. Como comparação, para o arroz, cultura na qual a brusone surgiu, já foram identificados mais de 100 genes de resistência à doença. No entanto, no trigo, foram detectados apenas nove genes de resistência até agora.

    A pesquisa

    A seleção para resistência com 2NS/2AS conta com duas linhas de pesquisa que caminham de forma simultânea: uso de marcadores moleculares e fenotipagem. Sobretudo, o uso de marcador molecular visa aprimorar a seleção do fragmento de DNA que será translocado para a planta. Já a fenotipagem consiste na observação das plantas com 2NS/2AS que foram inoculadas com o fungo da brusone, ou mesmo ensaios a campo, em que são avaliadas as linhagens com melhor resposta na defesa à doença.

    Conforme a pesquisadora da Embrapa Trigo Gisele Torres, a presença de 2NS/2AS na planta não é garantia de resistência à brusone. “Precisamos verificar a presença do 2NS/2AS com o marcador molecular e depois avaliar a reação da planta ao fungo. São técnicas complementares na busca pelo melhor resultado”, pondera.

    No Brasil, o CIMMYT conta com o apoio de diversas empresas parceiras para avaliar o desempenho das linhagens quanto à brusone. Uma delas é a OR Melhoramento de Sementes, na qual as pesquisas com a translocação 2NS/2AS começaram em 2002, visando à introdução de genes de resistência à ferrugem da folha, ferrugem linear e ferrugem do colmo do trigo, ligados à translocação e que agregam resistência a uma ampla gama de raças do fungo, sendo utilizados em combinações com outros genes de resistência durável.

    Segundo a pesquisadora da OR Camila Turra, os cruzamentos com 2NS/2AS expressam defesa nas plantas para brusone na espiga. Porém, a seleção no campo em áreas experimentais com irrigação e pressão da doença é fundamental, buscando aliar a herança genética com a expressão fenotípica. “Hoje a seleção para 2NS/2AS está em 100% do programa de melhoramento genético, buscando o desenvolvimento de cultivares com ampla adaptabilidade de cultivo, ou seja, cultivares que podem ser semeadas nas mais diversas regiões tritícolas onde quer que uma epidemia de brusone possa ocorrer”, conta Camila.

    Na Biotrigo Genética, após a divulgação do efeito do segmento 2NS/2AS para a brusone, os pesquisadores buscaram identificar as linhagens com este segmento direcionando o uso da tecnologia nos cruzamentos e aumentando sua frequência no programa de melhoramento de trigo. “Não tenho dúvidas de que o 2NS/2AS é um marco na solução do problema da brusone, mas ainda precisamos evoluir em pesquisas para identificar outros genes de resistência”, comenta o pesquisador Paulo Kuhnem.

    “Enquanto a pesquisa evolui em busca de maiores níveis de resistência, aspectos relacionados ao manejo químico complementar, como a tecnologia de aplicação de fungicidas, também precisam evoluir”, explica Kuhnem, destacando que a brusone infecta a ráquis (eixo principal da espiga), onde os fungicidas ainda não conseguem chegar satisfatoriamente para fazer a proteção de forma eficiente.

    Em 2013, a Embrapa Trigo trouxe 1.581 linhagens do CIMMYT para avaliar a resistência à brusone a campo, com posterior utilização de marcadores moleculares para confirmar a presença de 2NS/2AS e experimentos em casas de vegetação com as linhagens pré-selecionadas. “Na seleção final, apenas oito linhagens com 2NS/2AS mostraram boa resistência à brusone e tiveram desempenho agronômico satisfatório nas nossas condições de campo no Cerrado brasileiro. Até o momento, selecionamos uma linhagem candidata a chegar ao mercado como cultivar, que além de resistência à brusone também apresentou excelente qualidade de farinha para a panificação”, conta o pesquisador da Embrapa Vanoli Fronza.

    Em 2021, o pesquisador da Embrapa Cerrados (DF) Angelo Sussel avaliou outras 12 linhagens do CIMMYT com 2NS/2AS e verificou a incidência de, no máximo, 20% de brusone em trigo de sequeiro, sem nenhuma aplicação de fungicidas. Porém, ele lembra que o desafio para as últimas duas safras de trigo tem sido a falta de água, ocasionando perdas ainda maiores do que os potenciais danos causados pela brusone.: “Práticas de manejo, como ajustes na época de semeadura, genética mais tolerante e uso eficiente de fungicidas, têm assegurado proteção contra a brusone acima de 80% nas lavouras. Mas, assim como o fungo da brusone, o trigo precisa de água para sobreviver”, argumenta Sussel.

    Em busca da resistência durável do trigo

    Apesar de a translocação 2NS/2AS representar um marco para as pesquisas no combate à brusone no mundo, é preciso cautela para incluir a tecnologia nos programas de melhoramento, com possíveis quebras de resistência em cultivares já relatadas pela comunidade científica. “Não podemos ficar dependentes apenas da 2NS/2AS para controlar a brusone no trigo. A natureza do fungo é de adaptação. Não há garantias de que, no futuro, a resistência conferida pela sequência 2NS/2AS não possa ser rompida e isso gerar graves problemas até para a segurança alimentar do País, caso todas as cultivares disponibilizadas para os produtores tenham sido desenvolvidas a partir dessa única alternativa como fonte de resistência à brusone”, explica o pesquisador da Embrapa João Leodato Maciel.

    Maciel destaca, que os principais estudos relacionados à sequência 2NS/2AS têm indicado que a resistência está associada somente à brusone na espiga de trigo, necessitando de mais estudos sobre o efeito da 2NS/2AS quanto à resistência em casos de incidência de brusone nas folhas.

    Genética do trigo

    De acordo com Singh, já foram identificadas outras possíveis fontes de resistência genética, mas o processo de seleção exige tempo e investimento. “Estamos trabalhando com as mais modernas técnicas de biologia molecular para ajudar no melhoramento genético do trigo, visando alcançar a grande diversidade de regiões produtoras de trigo no mundo e garantir a segurança alimentar da população”, diz Singh.

    No mundo, de acordo com Kuhnem, muitos trabalhos de pesquisa têm buscado espécies parentais do trigo visando identificar novas fontes de resistência à brusone, mas, até o momento, nenhuma apresentou o efeito alcançado com a 2NS/2AS.

    “A tecnologia 2NS/2AS é hoje o que temos de melhor para conviver com a brusone. Aliando a translocação com o controle químico e a época de semeadura mais adequada para cada cultivar, conseguimos um avanço enorme na triticultura tropical. O uso de novas tecnologias tem permitido o aumento de área em Goiás e em Minas Gerais e agora vamos poder expandir também para outros estados. E, quando conseguirmos colocar juntos na mesma cultivar a 2NS/2AS com outras fontes de resistência, vamos dar mais um passo grande na convivência com a brusone do trigo”, conclui Fronza.

    Epidemias podem agravar a fome em países pobres

    Conforme informações divulgadas pelo CIMMYT, uma epidemia de brusone afetou 3 milhões de hectares de trigo na América do Sul, na década de 1990. Em 1996, o primeiro surto de brusone na Bolívia resultou em quase 80% de perdas na produção. No ano seguinte, a doença novamente devastou as lavouras, causando 100% de perda de produtividade, o que foi responsável pela queda acentuada na área de trigo nos anos subsequentes na Bolívia.              No Paraguai, onde ocorreu a primeira epidemia em 2002, foram registradas perdas de produção de mais de 70%.

    No Brasil, ocorreram perdas por brusone em trigo nos anos de 2009 e 2012, quando danos acima de 40% comprometeram lavouras na fase de espigamento do trigo no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Casos isolados de ocorrência de brusone no Rio Grande do Sul têm sido detectados, mas nunca foram registradas epidemias da doença.

    Em 2019, a brusone causou prejuízos em Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal com lavouras que tiveram perdas de até 100%, mas o que chamou a atenção foi a infecção do fungo mais cedo As condições climáticas no início do ciclo da cultura propiciaram a incidência de brusone ainda no perfilhamento das plantas, acendendo o alerta para, com condições ambientais favoráveis, antecipar o controle da doença ainda nas folhas e não apenas na espiga, como orientava a pesquisa até então.

    “Mesmo sem epidemias em 2022, as oscilações de temperatura permitiram registrar lesões de brusone nas folhas em, praticamente, todas as regiões tritícolas do País. No Sul, as lesões de brusone costumam ser confundidas com sintomas de mancha marrom (Bipolaris sorokiniana), mas o controle de manchas foliares acaba mascarando possíveis danos por brusone”, conta a pesquisadora da OR Melhoramento de Sementes, Camila Turra.

    Prejuízo

    A chegada da brusone do trigo na Ásia surpreendeu os pesquisadores da comunidade científica internacional.               A doença, historicamente restrita à América Latina, foi registrada na Ásia pela primeira vez em 2016, resultando numa epidemia nas lavouras de Bangladesh que dizimou cerca de 15 mil hectares, com uma quebra de 51% na safra. Como os esporos do fungo podem viajar com o vento, existe o risco da brusone se espalhar para países vizinhos, como China, Índia, Nepal e Paquistão. Em 2018, a doença foi registrada na Zâmbia, no sul da África, mas sem perdas significativas. Uma importante via de disseminação do fungo é o comércio internacional, caminho para que grãos e sementes contaminadas nas áreas endêmicas possam se dispersar para outros países.

    De modo geral, o desenvolvimento da doença é favorecido por altas temperaturas e umidade, condições presentes em países de clima tropical e subtropical. Na América do Norte e na Europa, ainda não foram relatados registros da doença, já que o clima mais frio pode limitar a sobrevivência do fungo e mesmo o processo de infecção na planta. No entanto, num cenário de mudanças climáticas e possíveis mutações do fungo, a ameaça global que a brusone representa não pode ser descartada.

    De acordo com Singh, somente no sul da Ásia estima-se que mais de 7 milhões de hectares são vulneráveis à brusone. “Se o fungo comprometer apenas 10% de uma safra de trigo nesta região, serão 260 milhões de dólares em perdas. Uma tragédia que pode comprometer a segurança alimentar em países pobres que não dispõem de recursos para importação de trigo”, avalia.

    Desafio do Controle

    O pesquisador da Embrapa Trigo João Leodato Maciel explica que a doença é considerada uma ameaça global devido à condição de que a maioria das cultivares de trigo utilizadas no mundo não contam em sua genealogia com fontes de resistência à brusone. Além disso, a resistência a doenças, em especial à brusone do trigo, possui uma natureza complexa: “Apesar do trigo ser uma das culturas mais estudadas no mundo, diferentes genes estão envolvidos na resistência a doenças.

    No caso da brusone, alguns asseguram resistência da planta adulta, outros somente resistência no desenvolvimento inicial da cultura e há genes que previnem lesões nas folhas ou no espigamento. É uma interação complexa, que varia em cada cultivar ou ambiente, além da mutação constante do fungo para quebrar essas resistências.”

    Ainda que o avanço na eficiência do controle químico, associado ao manejo da lavoura, tenha evoluído muito nos últimos anos, a resistência genética das cultivares de trigo ainda é a forma mais segura e econômica para conter a brusone.

    Diversas empresas de pesquisa com trigo no Brasil investiram em programas de melhoramento focados na resistência à brusone. Atualmente, com base nas informações fornecidas pelos obtentores para a publicação Informações Técnicas para Trigo e Triticale – Safra 2022, são 31 cultivares indicadas como moderadamente resistentes à brusone. Contudo, segundo resultados da Rede de Ensaios Cooperativos para a Resistência à Brusone da Espiga de Trigo, muitas destas cultivares têm apresentado reações de maior suscetibilidade à doença quanto testadas nos ensaios a campo, o que pode indicar a presença de variantes do fungo, com eventual quebra da resistência.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Live da safra americana marca encerramento do Crop Tour 2022

    A 4ª e a 5ª temporada percorreram mais de 5.000 km nas lavouras dos EUA

    A Rede Técnica Cooperativa (RTC), em parceria com a Agro Connection e a Mais Soja, realizou no dia 13 de outubro uma live sobre a safra americana para debater o desempenho das lavouras de soja, milho e trigo nos Estados Unidos (EUA) visitadas no Crop Tour em 2022.

    A live contou com a mediação do Gerente de Pesquisa da CCGL/RTC, Geomar Corassa e apresentação dos idealizadores do Crop Tour, Ph.D. Candidate na Kansas State University, Carlos Bonini Pires e o Agrônomo de Sustentabilidade da Bayer, Dr. Alexandre Tonon Rosa. O trio comentou sobre as incertezas e dificuldades da última safra nos EUA pelo cenário climático, político, a guerra entre Rússia e Ucrânia e o preço dos fertilizantes.

    Conforme Alexandre, apesar das distintas situações os americanos conseguiram se adaptar, sendo possível, durante a viagem, encontrar lavouras muito boas no início de julho, quando começaram a se estabelecer melhor estas áreas. – Para a próxima safra, o cenário atual é de muita apreensão devido à questão climática, principalmente pela seca, no meio oeste americano, porém é cedo para fazer um prognóstico ou previsões – explica o agrônomo da Bayer.

    Para Carlos, a ideia é que nas próximas temporadas do Crop Tour (em 2023) possam visitar novas regiões, aprimorar a parte técnica e mostrar novidades agrícolas, principalmente em relação ao manejo dos produtores americanos. – Existem muitas informações relevantes que podem aproximar a realidade dos Estados Unidos das lavouras do Rio Grande do Sul e Brasil, melhorando a rentabilidade e a produtividade no campo – completa Carlos.

    A 4a e a 5a temporada (ambas em 2022) do Crop Tour percorreram mais de 5.000 km em 8 estados: Kansas, Missouri, Illinois, Indiana, Iowa, Minessota, Dakota do Sul e Nebraska, com o objetivo de avaliar e informar as condições das lavouras dos EUA, além de mostrar para os brasileiros a situação destas culturas. Confira todas as temporadas do Crop Tour e a live de encerramento no link: https://www.youtube.com/watch?v=Jeqh5zfZ4BY&list=PLVql7SjglPeiG66a3v2znjxHD_9azXVLk.

    Texto e foto: ASCOM CCGL

  • USDA eleva produção de soja do Brasil para 148,5 milhões de t

    O escritório brasileiro do USDA elevou de 144 milhões para 148,5 milhões de toneladas a estimativa para a produção de soja no país

    A representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília elevou de 144 milhões para 148,5 milhões de toneladas sua estimativa para a produção de soja no Brasil na temporada 2022/23.

    A nova projeção representa aumento de 17% ante a estimativa para a safra 2021/22, de 126,6 milhões de toneladas.

    A previsão de rendimento foi elevada de 3,39 para 3,47 toneladas por hectare. A

    nova estimativa representa aumento de 12% ante o ciclo anterior, quando uma estiagem causou perdas significativas.

    Área de soja

    A previsão de área plantada foi aumentada de 42,5 milhões para 42,8 milhões de hectares, 4,65% maior do que a de 2021/22.

    A área deve crescer com a expectativa de aumento da demanda e apesar dos maiores custos de produção, disse o USDA.

    Exportações

    Quanto às exportações, a estimativa do USDA foi aumentada de 92 milhões para 95,7 milhões de toneladas no ano comercial 2022/23, ante 77 milhões de toneladas em 2021/22.

    O esmagamento doméstico foi elevado de 49,15 milhões para 50 milhões de toneladas em 2022/23, 3,63% mais do que o estimado para 2021/22.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/

  • Pesquisador da Embrapa lista melhores práticas agronômicas para a soja

    Maquinário para distribuição espacial de plantas e outras tecnologias são elencadas pelo especialista

    Obedecer os calendários de zoneamento agrícola de risco climático para a semeadura da soja. Essa é a lição que o produtor precisa incorporar em suas atividades após obedecer o vazio sanitário, de acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, José Salvador Foloni.

    Segundo o especialista, ao seguir essa orientação, reduz-se significativamente o risco de perda de produtividade por déficit hídrico. “O agricultor precisa obedecer essa ordem de quantidade de chuva para que ele tenha uma boa reserva hídrica no solo”, explica.

    Foloni ressalta que, em muitos casos, com uma pequena quantidade de água armazenada, o sojicultor já opta por plantar pensando em ter tempo para semear uma cultura de segunda safra, como o milho. “Mas assim ele penaliza a soja. Sempre alertamos o produtor: espere que haja uma quantidade satisfatória de chuva para que se tenha a reposição da quantidade de água no perfil do solo e, a partir deste momento, se inicie a instalação da cultura”.

    Maquinários calibrados

    O pesquisador da Embrapa Soja também ressalta a importância da qualidade do maquinário utilizado. “Assim, o produtor tem uma instalação de cultura bem adequada do ponto de vista de distribuição espacial de plantas”.

    Para ele, atentar-se à qualidade de vigor de sementes e qualidade fitossanitária e fisiológica também são ações essenciais. “Esses aspectos são fundamentais para que o agricultor tenha elevadas produtividades e que a lavoura possa expressar altos potenciais produtivos”, salienta.

    Dentro das técnicas agronômicas, o pesquisador destaca a questão de manejo de solo no sistema plantio direto, plantabilidade, qualidade de palhada, manejo da fertilidade do solo e de plantas daninhas.

    Melhores práticas na lavoura de soja

    Para Foloni, entre as tecnologias à disposição dos produtores para a instalação de uma lavoura produtiva estão:

    • Espaçamento entre linhas adequado
    • Escolha da cultivar
    • Qualidade da semente
    • Manejo de adubação
    • Tratamento fitossanitário de sementes

    “Muitas vezes o produtor faz um grande investimento em maquinários, que é algo fundamental para ter altas performances operacionais, mas às vezes deixa de investir em uma semente de qualidade ou deixa de fazer uma regulagem adequada de profundidade de semeadura, ou deixa de ter um bom manejo da palhada no sistema plantio direto […]”.

    Ao não se atentar a esses quesitos, o pesquisador afirma que o produtor acaba por perder plantabilidade e fica sujeito às falhas de estande. “Boas práticar agronômicas são um conjunto de procedimentos não só de tecnologia do ponto de vista de maquinário, mas procedimentos do dia a dia, que são pequenos detalhes, mas no final das contas, faz toda a diferença na rentabilidade do agricultor”, finaliza Foloni.

    Fonte: https://www.canalrural.com.br/